Stay focused, no wonder - frigid princess

07h05min
"Sol oculto entre muitas nuvens . -11ºC"

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Primeiro dia, amor. Pra conquistar, o homem faz coisa, até tomar azulzinho. Eu falei que ele tinha uma farmácia hospitalar ambulante ali, não disse? Enfim, de roupão amarronzado super volumoso, ao ponto de Kiki quase sumir dentro e ver suas bordas se arrastando no chão, como uma criança que pega a roupa do pai, ela saia para a janela de uma forma pretenciosa. Como uma garotinha vendo um gatinho, ou um passarinho, ela ia até o Delibird feito criança.

Abrir aquela janela grande foi complicada. Parece que ricos adoram comprar coisas grandes e aquela janela era uma opção. Uma forte lufada de vento gélido estremeceu o coração da menina. Não tinha aquecedor caro que controlasse aquela diferença de temperatura e a pressão diferente entrando no quarto. Claro que Jackson acordou, apalpando o lado da cama, procurando a menina.

Já o pinguim, único macho de interesse da menina no momento, bem, ele estava ali. Ele colocou a cabeça para dentro do quarto frio, enquanto ronronava em direção a mão da menina, procurando, claro saber como estava a mão. Fez um carinho na mão dela, com sua cabeça, parecendo que era ele quem pedia carinho, viu que estava inteira, deu as costas e pulou voando e sumindo na cinzenta manhã.

- Você é mesmo apaixonada por pássaros, né? - sorriu o rapaz. Avery levantava com tudo e com fome. Nem comeram mais nas últimas quase 10 horas, porque tinham coisas mais interessantes para se fazer :Smirk: Agora era hora de mais um dejejum e precisariam de todas as forças. - Eu tenho uns trabalhos a se fazer, mas depois a gente pode ir patinar. O que acha? Meus pokémon adoram, e eu li que ajudam eles a melhorarem resistência e equilíbrio. Você é treinadora Pokémon, né? Deve gostar que os seus se sintam... Fortes!- deduziu usando seus conhecimentos prévios e preconceitos – não no sentido ruim, mas no sentido de ser conhecimentos de mundo prévios – sobre treinadores.

09h05min
"Sol oculto entre muitas nuvens . -7ºC"

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Bem, no colo de Avery, Kiki relembrava e, no meio disso, revelava mais algumas intenções dela estar em Ice Path. Vamos confessar que Jackson não ficou muito alegre por não ser a única opção de Kiki ali. O único cara que ela queria ver. Competir com Steven em outro nicho, em um nicho mais próxima dela, era covardia. Mesmo assim, o rapaz soube disfarçar o pequeno ciúmes, em uma pequena olhada para o lado e para baixo, voltando a olhar para ela. - O campeão? Acho que eu o vi uma ou duas vezes... Não aqui, claro, em alguma reunião ou festa que minha mãe pode ter feito com alguns figurões do mundo. Acho que a sacerdotisa da montanha poderá te informar melhor. Ninguém entra ou sai de Ice Path sem que ela saiba. - soltou a informação aí do nada.

Houve então a preparação. Roupas quentes, muita roupa, Jackson até emprestou mais roupa para ela, enquanto comeram, em um dejejum bem chiquetozo, com muita comida, comida diferente e mais comida. Woobie, que dormiu perto da lareira, parecia mais ativa e acostumada como frio, ficando alegre ao ver a sua treinadora. Precisavam encher o bucho. Andaram mais alguns quilômetros naquele “condomínio” até pegaram, novamente, um novo jet-ski das neves. Ao lado deles, Alfred levava a mala hospitalar. Lembra dela, né? Jackson levaria. Acoplaram no veículo e partiram.

Jackson pilotava muito bem, até parece que andou de biz boa parte da vida. Kiki agarrava o macho por trás, enquanto um óculo de proteção dificultava a visão. Atrás, um bando de malas com equipamentos para aquela viagem. E mais uma vez a temperatura caia muito, fazendo com que Kiki estremecesse. Woobie foi entre Kiki e Jackson. A Pokémon insistiu copiosamente em ir, fora da Pokébola, já que via Kiki poucas vezes. Sentia saudades.

Era tudo branco, ou meio cinzento, com algum lago azul congelado. Swinubs e sneasels se escondiam na medida em que o barulho da moto foi se esgueirando. Até entravam em umas cavernas, escuras e frias, saindo por um corredor de gelo, se encontraria novamente a céu aberto. Ali havia outra beleza peculiar, com o chão amplo, coberto de neve, e montanhas congeladas por todos os lados.  [Imagem meramente ilustrativa]  Até ali, era tudo rápido, mas a partir dali, não tinha mais jet ski seguro para seguir viagem. - Bem, a partir daqui será à pé. - informava o médico, parando no meio do nada e travando o veículo, enquanto ele pegava a maleta. Woobie agarrava a sua treinadora e não soltaria por nada.

Uma imensidão de azul e branco, com céu limpo e sol se encaminhando para o poente. Nada se movia ou se ouvia senão o vento frio e cortante a uivar quando contornava as montanhas, levantando partículas de neve no caminho. Era estranho o ambiente, mas Kiki poderia notar feixes mais brancos do que outros, que eram, na verdade, casas iglus. Ao redor, pessoas surgiam com suas roupas bem aquecidas, porém, menos roupa do que Kiki usava. Tinha trajes bem típicos e azuis, com muitas partes felpudas. Eles acharam estranho a presença dos dois. [Imagem meramente Ilustrativa]

09h05min
"Sol oculto entre muitas nuvens . -7ºC"

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A aldeia era uma gracinha. Vamos deixar o pequeno ciúme e insegurança de Avery pra trás. Ali no meio daquela coisa toda, um bando de iglus e outras barracas se posicionavam. As pessoas que ali moravam tinham trajes bem característicos, tons de pele amarronzados, embora sol nenhum fosse visto ali. Era mais uma herança do seu povo mesmo. Ao redor de toda aquele bando de silêncio, Kiki era meio que ignorada, fazendo com que Avery se achegasse para mais perto. - Eles são meio que ... cismados. Mas tudo bem! São gente boas - completava o gostoso, ops, o bonito - Luara, por favor.

No meio deles, de tantas caras fechadas e olhares desconfiados, saia do meio dele uma menininha de seus 8 anos, pele amarronzada, cabelos negros que se destacavam no branco da vila, em duas “marias-chiquinhas” trançadas. - Doutor Avely!- gritava e corria para os braços do homem alto. Ele a pegava no colo e ria para ela. Kiki notava que havia uma pequena cicatriz na boca da menina ligando até a base do nariz, bem sutil, mas perceptiva. - Essa é Anna. Anna, essa moça bonita é a Kiki.

A menina no colo de Avery sorria e cochichava para o médico. - Ela é sua namolada? - parecia que sua língua era um pouco presa na fala, mas é totalmente compreensível; - Vai lá, depois a gente conversa. Preciso falar com Luara. - dizia colocando a menina no chão, sem jeito.

Não precisou andar muito, só o suficiente para Avery colocar aquela grande mala branca no chão; De dentro de um dos grandes Iglus, saia ela. Sua pele era branca, muito branca, quase que chegava ao tom da neve. Seus olhos negros percorriam a vila primeiro, com um instinto protetor, dando uma harmonia condizente com seus cabelos dourados. [Imagem meramente ilustrativa] - Doutor Avery. - saudava de forma elegante, quase uma nobre saudando outro. - Luara!- Avery ria, usava seu charme. Estava habituado a usá-lo sempre, embora com Luara não tinha muito efeito.

Percebendo que não conseguiria arrancar olhares apaixonados da sacerdotisa, ele se recompôs. - Eu trouxe alguns remédios, antibióticos, analgésicos e se tiver alguém para atender, estou a disposição. Vejo que Anna está ótima. E... Se possível... - olhou para Kiki. - Soubemos que talvez um pesquisador estivesse aqui..

- Steven Stone.- ela interrompia o rapaz, sem remoço, mas olhando direto para Kiki. Um olhar que parece que cortava a alma. A mulher, alta, caminhava até a menina. - Essa é Kiki.. Ela tá comigo. De extrema confiança e ...- Avery tentou justificar, mas Luara ignorava o médico e seguia andando até a menina - Você é... Você me lembra a lua.- falava de modo meio aéreo, enigmático, mas para ela, cheia de detalhes. Era a aura de Kiki que ela via. - Steven Stone está no santuário de gelo. Ninguém tem permissão de passar sem provar o seu valor. Ele costuma ficar lá muitas horas... O sr. Stone tem livre acesso em nossa comunidade, como o doutor Avery, mas não cabe a mim julgar quem entra lá ou não. Se você provar o valor de um coração do sol ou da lua aos nossos Pokémon ancestrais, você poderá vê-lo. - havia informação demais, algumas metáforas. Óbvio que Kiki poderia não entender, ou poderia ter um coração muito mais sensível para essas coisas. Coisa que um filho do sol qualquer não entendia : slow:

09h05min
"Sol oculto entre muitas nuvens . -7ºC"

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Ela não era só corajosa, gostosa, mas uma impaciente. Claro, Steven não tinha hora para acabar, seja lá o que ele estivesse fazendo neste santuário, mas a morena tinha uma opção. Ela poderia ser testada. Na verdade, na verdade, Luara adoraria testar a filha da Lua, e sua expressão super séria não deixava isso escondida. Era como se os seus grandes olhos negros pedisse para que ela fosse, e quando esbanjou interesse, um quase sorriso, parecido com um sorriso cínico, desenhou-se em sua fronte, enquanto a cara de confusão e sobrancelha arqueada de Jackson se levantava.

Bem, sobre o sorriso, se olhasse muito, poderia se intimidar, mas no momento, ela só levaria para acompanhar o olhar de Luara. A imponente mulher seguia um caminho direto, que saia daquela tribo com facilidade e seguia para um paredão de gelo, super branco e denso, mas que poderia ser atravessado por uma caverna. - Siga reto, sem desviar. - ela dizia, agora em um tom mais calmo, indo até Woobie e encostando sua mão suavemente nas roupas da morcego.

Bem, Avery temeu, claro. Kiki já falou que não era a área dela e o frio atormentava qualquer pássaro. Seguindo direto, ele poderia ver uma pequena deformação em montinhos de neve até chegar até a caverna. - Ela tem que ir só.- completava a mulher.

- Mas nem fudendo que eu vou ...- Avery começava a discutir, mas logo viu o olhar recriminador da sacerdotisa, que o fazia diminuir o tom, após 1 segundo afásico. - Digo, deve ser perigoso...

- Só se o coração dela não for digno. Onde há pureza e espiritualidade, toda natureza consegue entender. Se tem um preço? Bom, claro, mas é justo que muito custe, aquilo que muito vale. - em tons de sabedoria, enigma, e uma espiritualidade extraordinária, Luara finalizava.

Jackson era o único preocupado. Deve ter se apaixonado com umas sentadas que recebeu, não que não envolveu bem a menina, mas já sabe, né? Machos achando que podem resolver tudo sozinhos. - Tem certeza disso? Não que eu não confio em seu coração ou seus Pokémon. - sorriu sem jeito para a morena, segurando em sua mão (a mesma que recebeu uns pontos) e para Woobie.

09h05min
"Sol oculto entre muitas nuvens . -7ºC"

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Avery ficava de boca aberta após o selinho. Parecia que estava pensando em um argumento, mas claro, ele, como médico, não tinha uma resposta. Não encare Avery como um péssimo treinador, não. Ele era muito inteligente, e com o seu qi vinha um pouco de estratégia, que todo treinador usaria. Kiki com certeza não se deixou abalar por mais um macho que tentava bancar o herói. Luara apenas assentiu positivamente e assim a menina passou a andar.

Jackson hesitou em soltar as mãos da menina. Sentia um pouco de responsabilidade ainda. Mesmo com Woobie, que agora era uma bola de roupa que voava, ao lado da menina, ele não botava muita fé, afinal, não estavam em um centro urbano. Longe de ser um! Kiki foi então até a caverna, sentindo o frio sobre o seu corpo, sobretudo quando um vento novo soprava por ali. Perto da entrada, retirou as luvas, já que naquela caverna, poderia ter mais perigo do que dentro.

Quando a tribo do Ice Path já era apenas silhuetas no horizonte, foi que  Kiki percebeu que o teste não era dentro da caverna, era fora! Lembra dos montinhos de neve que estavam enfeitando a paisagem? Eram sentinelas para que dois grandes Pokémon se revelassem. De um, as presas saiam, derrubando a neve em um barulho grande, enquanto o outro se desfazia misteriosamente por um poder luminoso azul, muito possível um Psychic.

Mamoswine e Jynx surgiam como protetores da entrada do santuário. O mamute bufava um vapor quente de suas narinas, enquanto Jynx agia com maestria e naturalidade junto com uma frieza (?) similar a Luara. Os dois Pokémon estavam ali, como aqueles que testariam o coração de Kiki.