Noah e Linus e a caminhada... longa

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O caos era muito maior do que eu podia imaginar, tudo aquilo estava acontecendo muito rápido e eu precisava sair dali. Mas, ao mesmo tempo, pensava no pokemon que eu havia soterrado. Havia feito um estrago muito grande, deveria, ao menos, resolver um dos problemas que causei.

Trocava Artemis por Jotum, trazendo meu crocodilo azulado - Jotum, preciso de você! - falava apressado. Meu Croconaw aparecia animado, olhando tudo ao redor com sua língua para fora, mas logo fechava a cara com o cheiro podre ao redor. Ele me encarava, fazendo uma postura de bíceps como se implorasse por alguma ação. - Preciso que você cave. Use Dig e ache alguma passagem de túnel ali embaixo dessa terra! Existe algum pokemon soterrado ali embaixo, vamos tentar ajudá-lo a sair dali.

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Linus parecia ter um peso sobre sua consciência e acabou resolvendo ajudar o Pokémon que ele havia soterrado. Mas essa imprudência só o tornava um alvo ainda mais fácil dos pássaros, que não demorariam a chegar.

O crocodilo neandertal não perdeu tempo e começou a cavar, o que provavelmente seria a cova de seu treinador, já que não teria para onde correr quando as aves o encurralassem.

Para um Pokémon aquático, Jotum era um excelente cavador. O problema era que o jeitão bruto dele fazia a terra escavada ir de encontro com seu treinador. Não bastasse os olhos vermelhos pelos gases do túnel, agora tinha areia neles.

O grasnar estava a poucos segundos dali. Linus ainda prosseguiria com a escavação?

- Se essa Nidoran já fosse uma Nidoqueen, ela não teria dificuldades para me localizar algo debaixo da terra. - Ele põe a mão no ombro de Noah. - Retorne seus pokémon. Eu vou tentar ajudar. - Ele então libera um Sandslash. - Sandslash, tente encontrar alguma vibração no solo que possa nos levar até o amigo dele.

O tatu então parou por uns segundos, analisando tudo ao seu redor, e logo virou-se para eles.

- Sand, san sand sand. - Sandslash então apontou para a direção onde os pássaros seguiam e depois apontou para um local a alguns metros dali. E aguardou por mais instruções.

- E então, garoto, pra onde? - Perguntou o homem para Noah.

   
   

Objetivos: Ganhar experiência nessa caminhada.

Noah fez o que o homem disse e recolheu suas pequenas, mesmo com bastante reclamação de Alecrim, pois odiava ficar na esfera dela. Ele olhou para direção que a nuvem de aves iam. Aquela cena lhe dava bastante desconforto, sentir que aquilo estava atrás de alguém... Noah sentiu seu corpo arrepiar com aquele pensamento. - Vamos para lá então, a direção que o Sandslash apontou!!! Noah então se levantou, cambaleando e ignorando suas roupas sujas de terra. Precisava ver com seus próprios olhos que Linus estava bem para assim se acalmar mais. A todo momento que corria Noah enxugava as lágrimas com bastante ansiosidade. Esperando que tudo estivesse bem.

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O barulho dos pássaros irritados se aproximavam, eu podia sentir sua ira de longe. Jotum cavava e me jogava naquele túnel junto com Bitol. Ele era rápido, mas não sabia se conseguiríamos fugir a tempo daquela infestação de pássaros. Trazia Gaia, minha pequena porquinhas, para ajudar.

Atrás de mim, Bitol se posicionava acima de Gaia, confusa e tentando ver Jotum cavando com extrema animação - Bitol, vou precisar de sua força total. Fique usando Calm Mind e se prepare para a revoada de pássaros. Gaia, me siga atrás. Carregue o Bitol e fique preparada para quando os pássaros chegarem.

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Os pássaros finalmente chegam, mas em vez de atacar, as Hoothoots tomavam a frente e começavam a cantar uma melodia estranha que parecia hipnotizar o grupo e todos começavam a ficar letárgicos devido ao sono. Bitol, era o único com a mente forte, conseguindo resistir à influência dos pássaros e tentava manter os outros acordados.

A determinação de Jotum ao cavar o túnel, gera resultados e um som familiar podia ser ouvido pelo jovem. O chão sedia e o despencava em uma caverna subterrânea iluminada pelo brilho intenso do magma que fluía por toda parte. O ar estava quente e abafado, e o chão é irregular e escorregadio. Eles não tinham ideia de onde estavam ou como sairiam dali.

O calor infernal logo começa a causar mal estar em todos, mas principalmente em Gaia. Em busca de saída, Linus percebe um brilho no chão, não muito longe dele. Ao se aproxima para investigar ele vê uma pequena caixa soterrada pela terra. A caixa estava trancada, mas havia uma nota entalhada na parte superior.

A nota é escrita em uma língua estranha que Linus nunca havia visto antes.



Noah correu o mais rápido que pôde em direção à nuvem de aves. Ele sentia seu coração acelerado e sua respiração ofegante, ansioso para encontrar Linus. Quando finalmente chegou ao local, viu um cenário caótico. Várias aves pokémon selvagens todas agitados, como se estivessem brigando por algo que parecia estar dentro de um buraco.

O garoto engoliu em seco, sentindo o medo se apoderar de si. Ele sabia que esses pokémon selvagens poderiam ser perigosos em grandes grupos. Ele se aproximou cautelosamente, para espiar. Mas não viu nada dentro do buraco.

Noah ficou parado por alguns segundos, tentando entender o que estava acontecendo. Ele olhou ao redor e viu que algumas das aves pokémon estavam com os bicos sujos de terra, como se tivessem tentando cavar. Ele percebeu que algo devia estar puxando a terra para baixo, e isso poderia ser uma pista sobre o paradeiro de Linus.

Sem hesitar, Noah se aproximou do buraco e olhou mais de perto. Ele viu que a terra estava se movendo de forma estranha, como se algo estivesse se movendo por baixo dela. O homem vinha ao longe, cauteloso por causa das aves, ao lado de seu Sandslash. Será que valia o risco tentar descobrir o porque daquele tipo de funil de areia ou algo do tipo ocorria naquele buraco?

   
   

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- Acho que é ele tentando sair! - gritou Noah para o moço, tentando ignorar aquele tanto de aves. Noah não perdeu tempo e retirou de seu bolso a esfera de Phanpy. Assim que o feixe se dessipou, Noah apontou para o funil de terra e Alecrim já sabia o que devia fazer. Noah se ajoelhou e ajudou a elefante, ignorando as aves que também tentavam fazer o mesmo. Não demorou muito para Noah perceber que aquilo seria em vão, pois apenas os dois não conseguirão. - O-O senhor p-poderia ajudar aqui!!!! - berrou Noah, suplicando para que aquele túnel se abrisse e que encontrasse Linus em segurança.

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Os cantos daqueles pássaros começava a trazer uma sonolência para todos nós. Por sorte, Bitol estava ali para nos manter acordados, bicando nossas cabeças para que continuássemos seguindo em frente. Jotum continuava cavando, animado e desesperado... como ele sempre estava. Mesmo sonolento, ele se mostrava um pokemon agitado e animado para uma aventura.

Em meio à toda confusão, sentia o chão ceder novamente e logo caía em queda livre. A sensação da gravidade embrulhando meu estômago foi curta mas me parecia uma eternidade. Uma caverna quente e abafada, com o cheiro intenso de ovo podre. Não acreditava no que estava vendo, magma correndo como um rio subterrâneo! Meus pokemons estavam todos incomodados, assim como eu, pelo excesso de calor. Era difícil de respirar, como uma sauna em potência máxima. Gaia começava a ficar ofegante, puxava para meus braços e tentava conversar com ela - Calma pequena. - dizia, fazendo carinho em sua cabeça. Ela parecia se agitar, até que Jotum chegava perto e fazia carinho em sua cabeça, a deixando mais molinha - Gaia, solte um pouco de frio para nós. Concentre-se em diminuir a temperatura ao nosso redor. - pedia para que ela funcionasse como um ar condicionado, basicamente. Esperava que não fosse muito para ela.

Em nossa busca pela saída, em uma caminhada pelas ondas escaldantes de calor, sentia minha respiração ofegante. Estávamos livres daqueles pássaros, mas agora tínhamos que encontrar a saída daquele lugar. Estaria o pokemon soterrado por aqui? Meus pensamentos eram cortados ao ver algo brilhante no chão. Rapidamente me abaixei para examinar. Uma caixa? Algumas inscrições esquisitas, com letras que jamais havia visto antes. Bitol se aproximava e bicava a caixa, me pedindo para trazê-la comigo. Talvez quando estivesse menos preocupado, poderia tentar decifrar aquilo... mas, agora, minha mente estava muito preocupada com achar uma saída. Colocava a caixa no bolso, mas também pensava em algo... não havia visto nenhum pokemon aqui embaixo ainda. Não haviam pokemons que gostavam de magma? Olhava para aquele rio, não seria nada mal encontrar um desses...

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Ovo de Spheal 13/40

Não só Linus, mas também seus pokémon começavam a ficar esmorecidos devido ao ar quente e úmido quase sufocava seus pulmões. Eles se moviam com cuidado, seus olhos vasculhando as paredes, tentando encontrar o caminho certo guiados pelo leve brilho no chão. À medida que avançam, percebem uma poça de magma em estado líquido, brilhando intensamente em vermelho e laranja. Bitol se aproxima para examiná-la de perto, mas a proximidade o fazia sentir o calor intenso que emanava dela.

Talvez fosse a proximidade com a poça de magma ou não. Mas, ambiente ficava cada vez mais quente e opressivo, a cada passo que davam. Em alguns pontos, as paredes estão cobertas por uma fina camada de lava solidificada, com um brilho vermelho intenso.

Foi quando um bramido abafado ecoou por toda a caverna os pegando de surpresa. O Som vinha de trás, do caminho de onde eles haviam vindo. Seria esse o sinal de que alguma fera que habitava ali estava se aproximando? Será que isso poderia indicar uma possível saída ou um ninho de algum pokémon selvagem? Linus só sabia que não tinha muito tempo a perder, diante daquele "inferno".


Ao ouvir que possivelmente Noah havia encontrado o amigo, o homem começou a correr em sua direção. Mas Noah não esperou sua chegada e, para alívio de Alecrim, mais uma vez ela estava fora de seu confinamento.

Sem perder tempo, a paquiderme adentrou o buraco e começou a cavar. Contudo, Noah não perdia tempo e pedia pelo auxílio do homem mais uma vez. Só que antes que prosseguisse, ouviu o grito de Alecrim vindo do buraco.

Ela tentava sair, mas parecia que tinha sido pega pelo mesmo e começava a afundar. Alecrim esticava a trombinha, esperando que seu amigo a segurasse e a ajudasse a sair daquela situação desesperadora.

Quanto mais ela se debatia, mais era puxada para baixo. Noah teria que ser rápido.

   
   

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Noah não pensou duas vezes e apenas se atirou no buraco, tentando ao máximo segurar Alecrim, impedindo que ela afundasse sozinha. O desespero fora tão grande que o mesmo colocara os pés nessa espécie de areia movediça. - SEGURA FIRME, ALE!!! - berrava ele para a elefante. - NÃO VOU DEIXAR QUE NADA ACONTEÇA COM VOCÊ!!

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Minha pequena Gaia me resfriava um pouco, mas se mostrava não ser o suficiente. O ambiente era hostil, o calor ardente me fazia sentir o cansaço mais rápido, os passos ficavam mais pesados e a respiração mais difícil. Estávamos em uma situação complicada, meus pokemons também sentiam esse cansaço.

Observava a mudança daquela caverna, as paredes parecendo rocha derretida. Poças de magma traziam a curiosidade de Bitol, que se aproximava para encarar e se incomodava com o calor que subia em sua cara. E então, um som vinha da direção oposta, logo de onde vínhamos. Todos olhávamos naquela direção - Pessoal, tem algum pokemon naquela direção! - e assim que acabava de falar, Jotum já se posicionava na frente, flexionando seus braços como se me defendesse de algo invisível. Bitol subia na minha cabeça, cansado. Jotum olhava para mim, com o rosto de quem pedia por uma aventura. Suspirava, com um sorriso. Tudo bem, iríamos ver o que fazia esse barulho.

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