[Whistle] – Lilycove City –

Veja bem - a culpa é minha e eu posso botar ela em quem eu quiser.
Então ela é todinha do narrador.

— Provavelmente porque dá pra se esconder melhor se ficarem entre iguais. — Foi a rebatida instantânea que ofereceu para a brincadeira de Valassa - um olhar de canto (e o próprio tom, na verdade) delatava que, apesar de não serem palavras tão amáveis, não foram emitidas com o intuito de serem violentas. Não; Debochadas, no máximo. — Eu sei que vou ficar duas horas enfiada em uma banheira quando sair daqui. — Reclamou, balançando a cabeça em negativa, os pés praticamente deslizando pelas escadas assim que se apoiaram no primeiro degrau. O motivo disso era pressa: Pressa para que talvez encontrasse um novo ambiente que não fosse... daquele jeito.

Por incrível que pareça, encontrou.

Admito aqui: Quase derrapou de uma vez só quando encontrou o laboratório. O único motivo de não tê-lo feito foi por conta de Bombril, que tomou a dianteira e usou o próprio corpo para barrar aquele avanço acelerado - e mesmo que quisesse reclamar, não teria motivo ou tempo para fazê-lo. É realmente difícil tê-lo, quando você desemboca de um esgoto aleatório pra um projeto de laboratório ultra-tecnológico.

— ...que merda é essa? — Murmurou, apoiando a mão sobre a superfície de Balthazar para que pudesse empurrá-lo com delicadeza para dentro do lugar, os passos o seguindo com menos agitação. Os orbes acinzentados varreram o ambiente, demorando-se nas cápsulas dignas de filme de Alien: Ou, mais especificamente, umas bem parecidas com as que o QG Rocket tinha antes de sua demolição pós-Gilatina.

Não que tivesse muito tempo pra apreciar ou desvendar sua serventia; não estavam sozinhos, afinal.

— Jeito mal educado de tratar um convidado. — Deixou escapar um suspiro cínico, as mãos se escondendo nos bolsos do moletom em uma tentativa de escapar do gelo daquele lugar. — Não te ensinaram boas maneiras, não? Porque a gente dá um jeito nisso agorinha. — ...era jeito de falar. Mas tinha alguém doidinho pra ensinar algo pra alguém, sim, principalmente após a tentativa frustrada contra a porta reforçada. Foi Nidoking quem primeiro tomou a dianteira, uma bufada de ar escapando em forma de fumaça de suas narinas, a cauda acertando uma batida não muito hospitaleira contra o piso do laboratório, fragmentando algumas rochas no meio do processo. As garras se movimentaram, suaves, enquanto os passos iam traçando uma trajetória paciente na direção do cientista.

...não se engane. Não acreditava que um ambiente daqueles existiria com 0 defesas para uma situação daquelas. Mas não custava tentar, sabe como é. E, se não aparecesse nada no meio do caminho, te garanto que o venenoso ia adorar colocar as mãozinhas em cima daquele zé mané de jaleco.

Àquela altura, só queria um motivo e uma desculpa pra poder arrancar as coisas à força.