Conto 1 - Os Enfeites Natalinos

Eu era um macaco esverdeado com caudas bem como tanto membros superiores quanto inferiores amarronzados, o mankey mais lindo do pedaço por ser Shiny e é claro que muitos invejosos olhavam por quererem ser 10% do que era, mas não importava, afinal, tudo que queria era me divertir nesse evento junto dos demais consequentemente me apresentando para fazer alguma tarefa; Existiam várias caixas com diversas decorações, luzes, fios, estrelas, sapatos, etc.

Talvez pudesse ajudar decorando, mas, no momento, limitaria a carregar as caixas até o pessoal -Eae comparças..- me aproximava de algum grupo -cheguei para fazer o crime!- falava enquanto dava algumas cambalhotas simplesmente por que sim ou talvez pela razão de querer mostrar o quão atlético, saudável, capacitado, incrivel, eu sou. -Tão vendo esses muques?!- fazia um duplo biceps com meus braços esqueléticos e 0 musculos -Eu carrego as paradas!- agora dava um mortal aleátorio.

Pergunto-lhe, leitor: para que tantas luzes? Para que tanta felicidade, sendo que vivemos em um mundo escuro? O pior de tudo: o tanto de monstrinhos conversando uns com os outros, depois de se xingarem direto, igualzinho o Coxinha e o Doquinha. É por isso que sempre fui recluso, dentro de um quarto completamente escuro, deixando minha caixa de som tocando Nx Zero — Razões e emoções. Alguns pôsteres e camisetas do Ramones e em cima de uma estante, a chapinha para fazer a franja.

Vou auxiliar os outros nesse espírito desgraçado, completamente diferente do Halloween. Normalmente, passo esse feriado distribuindo travessuras enquanto coloco Bring me to the Horizon no talo, e após tudo, dou um rolê no cemitério para abastecer minhas energias das trevas e por fim, casa.

Já havia algumas decorações em dia, colocados as luzinhas irritantes que incomodam minha escuridão intrínseca e ver toda aquela felicidade... huh, me dá até asco. Coloquei minha camiseta preta, um fone tocando My Chemichal Romance de um lado no talo pra não ter que parecer feliz, terminei a minha franja e fui distribuir alguns presentes com o auxílio de um pequeno carrinho que guardava em meu quintal. Já que natal tem presentes, então por que não distribuir?

“Mas, Deino, você odeia felicidade e pessoas, por que vai distribuir presentes?” percebe, Evair, a petulância do Rapidash? Basta eu deixar nas portas de cada um sem precisar falar nada, com um bilhete de feliz natal, ainda que não saiba quem é esse filho de Arceus que tanto falam.  

Os presentes estavam com laços pretos. A cor da embalagem? Preto também. Tudo breu, a ausência de luz, bem trevoso, como o mundo deveria ser. E dito isso, somente sair de porta em porta deixando essas pequenas embalagens com cartões e algumas camisetinhas simples — adivinha a cor? É, acho que é o suficiente. Fora que não tenho idade pra trabalhar e meu futuro treinador é liso, devendo no Serasa. É o que tem para hoje.

Espero que ajude um pouquinho a deixar o natal de alguém mais feliz, pois gente feliz não enche o saco e nem me tira das minhas trevas. Se alguém vier me agradecer, “que Giratina abençoe”.

Viu como é fácil?

Então finalmente chegou... O momento tão especial que era aguardado com muita apreensão por todos da Vila de Natal Pokémon... Começara oficialmente o advento do Natal!

Logo cedo na manhã todos já acordavam estranhamente mais animados que nos demais dias do ano, isso por que todos sabiam que tinham muito trabalho a fazer a partir deste momento, mas não um trabalho que lhes renderia cansaço ou qualquer coisa do tipo, mas sim alegria! Era quando começavam todos a enfeitar suas casas, mas principalmente a vila em si, em especial a praça do natal.

Nesta vila em questão, como todos os demais, o pequenino Pancham acordara empolgado em ajudar como bem pudesse para tornar aquela vila a mais bela de todo o universo pokémon. Já havia separado na noite anterior tudo o que estava reservado para a decoração de sua própria casa e árvore, estando tudo embaladinho para quando o fizesse.

Nas outras caixas estavam as que havia reservado para ajudar com a decoração da vila. Então assim que os primeiros raios de sol saíram naquela manhã alegre, Pancham começara a empurrar suas caixas para o lado de fora, o que demandara certo tempo, já que pareciam pesadas e grandes de mais para si. Pois é... Na empolgação não calculara bem a situação. Mas com alguma determinação ele conseguira empurrá-las até o lado de fora.

De lá começara a tirar todo tipo de decoração, desde grandes bengalas doces a principalmente feixes prateados e luzes natalinas.

E para falar a verdade, não se preocupara muito com métrica ou uma bela organização. Não... Acreditava que havia certa graça na aleatoriedade com a qual jogava Tinsels prateados e brilhantes por todo o canto, desde a caixas de correio até troncos de árvores e cercas. O fazia com alegria, e isso já lhe bastava.

Saltitava pela praça cobrindo-a com aqueles pelinhos prateados ao mesmo tempo em que intercalava com mais luzes. Afinal... Não se podia errar com luzes de natal no natal, não é? Nunca seria de mais... Bem... Talvez houvesse uma chance de causar um curto circuito, mas para isso haviam os monstrinhos elétricos da cidade para dar conta. Hihi

O ar festivo da temporada natalina pairava sobre a região de Johto. Meo-Mey, a Meowth esnobe e ousada, natural de Unova como seu treinador, observava atentamente enquanto seus colegas Pokémon se empenhavam na decoração local. Ela mantinha um olhar crítico sobre as guirlandas e enfeites coloridos, os quais seus amigos arrumavam com entusiasmo. Seus olhos semicerrados, expressavam um deboche que apenas uma Meowth poderia fazer... Um espetáculo de luzes piscantes e bolas reluzentes ganhava forma diante de seus olhos, mas tudo o que ela fazia era simplesmente tomar um banho, "empoleirada" sobre um dos galhos das árvores já secas do centro desta invernal Ecruteak.

Enquanto os outros se dedicavam aos detalhes com animação, Meo-Mey mantinha uma postura reservada, seus pensamentos voltados para seu treinador, Luch, que havia ido ao Shopping comprar presentes para seus companheiros de Sociedade. Ela sabia que ele apreciava a celebração natalina como ninguém, mas também entendia que a visão dele sobre decoração divergia... um pouco... da sua.

À medida que a decoração se completava e sorrisos surgiam nos rostinhos de todos os Pokémon empenhados, uma sensação de inquietação começava a crescer dentro do coração da felina. Os ornamentos perfeitamente alinhados e os fios de luzes impecavelmente dispostos, dependurados, não combinavam com seu estilo, digamos... único. As garras afiadas da gatinha coçavam, ansiando pela "liberdade de expressão" que ela tanto prezava e almejava.

Em dado momento, sem poder conter mais seus instintos e num surto de impulsividade, Meo-Mey deixou fluir o desejo de imprimir sua marca pessoal naquele cenário. Com uma agilidade felina, ela se lançou sobre a decoração, em um mergulho livre. Suas garras reluzentes desfaziam tudo o que seus amigos tinham meticulosamente construído. (Pedaços de) Enfeites voavam pelo ar, luzes piscavam caoticamente, faíscas despendiam-se de fios rompidos e os adornos se desfaziam sob o toque habilidoso - e por que não, artístico - de Meo-Mey.

Em meio ao caos momentâneo, a Meowth se sentia vitoriosa. Sua contribuição à decoração, embora destrutiva aos olhos daqueles de péssimo gosto, refletia sua própria personalidade peculiar. Sem mais delongas, a gata apocalíptica voltou ao seu galho e aninhou-se, relaxando. Fechando os olhos, ela imaginava o que Luch pensaria de toda aquela situação quando retornasse, talvez compreendesse sua necessidade de expressar violentamente sua essência, mesmo que de uma maneira caótica e prejudicial.

Enquanto isso, seus amigos Pokémon olhavam atônitos para a bagunça. Sem qualquer sinal de preocupação, Meo-Mey ofereceu apenas um olhar desafiador, misturado com um brilho travesso em seus grandes olhos, antes de se afastar com um salto gracioso para mais longe, não queria briga. No fim, o que realmente importava é que seu toque pessoal na decoração natalina certamente permaneceria na memória de todos.

...E no bolso de Luch, é claro!