[Recrutamento de Aprendiz] - Kathryne Keyron

TEXTÃO escreveu:Caralho ficou grande, foi mal...  Se você conseguir postar ainda hoje, consigo postar mais um pra compensar, já que vou viajar amanhã. Se der eu posto do cel essa semana, se não, mamou.

– ... Pe-pelo menos o Abra é muito bonitinho dormindo, né?
– Quando evolui ele vira um canhão também. Só botar no Day Care e ficar andando com a bicicleta até evoluir.
– As vezes eu acho que você fala coisas que só fazem sentido em outra dimensão, Tate...

Com o adendo de mais um comentário de Zen, os dois gêmeos assentiram com a cabeça. Poderia ser uma impressão sútil que Kathryne teria (ou não), mas os irmãos respeitavam bastante a opinião do psíquico, como se fosse um idoso ou veterano tendo seu momento de fala sendo bastante valorizado.

Talvez isso fosse mais notável em Tate, que agia com decoro similar ao de Liza nesses momentos.

– Acho que não é mais mistério pra você, mas a gente consegue sim fazer o que chamam de "ler mentes".
– Apesar de que "ler", eu só leio livros! Haha, entendeu?!
– Ela tava doida pra fazer essa piada, você não faz ideia. Eu faço. Porque leio a mente dela. Li(vro)za.
– Humph... – Apesar da careta fechada, Liza continuou a explicação que tinha interrompido com sua piada. – Como Tate disse, conseguimos sim "ler mentes", de pessoas e Pokémon. Mas, geralmente, Pokémon se comunicam conosco de uma forma distinta do que você pode estar imaginando. Eles sentem emoções e tem sentimentos semelhantes ao nosso, mas não "colocam eles em palavras" . Graças a isso, não conseguem mentir o que estão sentindo. Então respeitamos e acreditamos muito no que qualquer Pokémon "fala".
– Acho que dá pra dizer dizer que eu e a Liza traduzimos os pensamentos dos Pokémon por meio do nosso idioma. Que no caso do fórum é o PT-BR.

Os irmãos se entreolharam.

– Engraçadinho... – Liza suspirou. – No caso de seres humanos, como eu, Tate e você, podemos mascarar o que estamos pensando, dizendo de outra maneira. Seria o que chamamos socialmente de "mentir". É lógico que isso implica mais em uma norma social do que uma diferença de raciocínio ou inteligência. Pokémon são bem inteligentes!
– Porque a gente sente as emoções dos Pokés e pode supor mais ou menos o que tão falando, mesmo que não com 100% de certeza, mas sabemos o que sentem.  Em humanos,  ouvimos perfeitamente o que tão falando, mas não quer dizer que seja o que realmente tão sentindo. Tipo um paradoxo.
– E é claro que não seria cordial de nossa parte violar o espaço privado de cada pessoa para checar isso. A mente é o espaço mais privado e especial para cada um de nós. Por isso, eu e Tate temos uma espécie de contrato subentendido. Só costumamos ouvir os pensamentos de alguém em caso de necessidade.
– Apesar de que nós que julgamos o que é necessário, então teoricamente dá pra ler quando a gente quiser.
– Espero que, com essa informação em mente, HÁ! – Ela lançou outro olhar com um sorriso bobo para Tate.
– Eu li a piada vindo na sua cabeça e ela conseguiu ser pior ainda quando você falou.
– ... E-espero que com essa informação em mente, você fique mais tranquila sobre sua privacidade, em caso de se tornar de fato nossa aprendiz. – Liza complementou, fingindo não ter tentado outra piada.

Dado esse longo diálogo explicando melhor parte do dom dos gêmeos, eles ouviram mais sobre a motivação de Kathryne e sua busca por estudar psíquicos. Desta vez, pelo menos, tiveram respostas muito mais curtas.

– É um motivo semelhante ao meu. Fico feliz em saber que temos isso em comum, Kathryne.
– Sp Atk no talo, brrr – O gêmeo tremeu a boca como se estivesse imitando um motor.

Liza percebeu que não valia a pena se estressar por isso, e apenas ignorou. Afinal, Kathryne eventualmente iria sofrer com isso de modo mais cotidiano, então era melhor que se acostumasse logo.

Sobre a escolha do mestre...

– Awww... – Liza pareceu um pouco desapontada, mesmo que entendesse o que Kathryne quer dizer. – Eu entendo sua afirmação. Tate não sabe se portar corretamente como um representante do ginásio de Mossdeep.
– Claro, tu é mó nerd, Liza... Eu sou muito mais legal mesmo.
– Sturdy.
– TU VAI FALAR DISSO DE NOVO?! Já te falei que eu esqueci que o Pokémon tinha essa Ability!
– Sabe, Kathryne, Tate é um pouco irresponsável em algumas lutas, então preciso orientá-lo vez ou outra. Deve ser pelo fato de eu ser uma "nerd".
– Desculpa, você não é uma nerd. Você é muito inteligente e especial e gentil e...

A curta discussão foi terminada quando Kathryne conseguiu concluir seu argumento de que poderia ter benefícios com ambos os irmãos.

– Que bom! Na verdade, Tate estava apenas te provocando. Mesmo que em determinados momentos não seja possível, geralmente tanto em lutas quanto em lições, estamos nós dois presentes no ginásio.
– É, eu só tava zoando a Liza e você.

A irmã olhou para um relógio de ponteiro na parede do quarto.

– Ah, acho que temos apenas mais uma pergunta realmente importante. Mas antes de fazê-la, gostaria de dizer algo um pouco pessoal e até intrusivo de minha parte, se não se importar...

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

O jeito que Tate falava era estranho, as vezes parecia que ele estava falando com uma outra pessoa. Quem era essa outra pessoa? Não tenho ideia, mas certas coisas pareciam direcionadas não para mim e nem para Liza. Eu não sei se ele realmente estava em pensando como se estivesse em um "plano" diferente ou eu estivesse levando o menino muito a sério.

E então eles me explicavam sobre terem a capacidade de ler mentes e como isso funcionava. E eu pensei nas coisas de um jeito que eu nunca tinha percebido. De certa forma os humanos são tão difíceis de entender quanto os Pokémon, afinal eles podem esconder seus pensamentos, o jeito que falam e agem não necessariamente condiz com o que pensam, enquanto os Pokémon não mascaram suas emoções. E no meio de tudo isso, uma preocupação minha seria aliviada, eles podem ler meus pensamentos, mas por cordialidade não fariam isso. De fato, pensamentos são basicamente a última instância de privacidade de uma pessoa, se você lê os pensamentos de alguém, você sabe de tudo. Todo mundo precisa ter segredos.

- É admito que eu estava um pouco preocupada em ter meus pensamentos lidos, mas ao mesmo tempo, pensei que era obviamente falta de educação. Todo mundo tem segredos e eu não sei como eu me sentiria se alguém estivesse olhando os meus segredos agora mesmo. - E eu ria junto dos irmãos e suas brincadeiras. Como alguém que não teve nenhum irmão ou irmã, eu olhava para os dois e dava um suspiro. Seria tão legal ter um irmãozinho.

- Ainda bem que entenderam. Eu posso me beneficiar da visão de vocês dois. - Eu completava a conversa sobre a "escolha" do meu mentor: - Heh, na verdade eu vou ter dois mentores. Leve dois pague um. - E dava um risinho após o comentário. De certa forma não estava errado, eu teria duas pessoas que pensam diferentes e podem dar opiniões diferentes como mentores. Era de fato uma vantagem.

- Umm... sinta-se a vontade. - Parecia que o nosso tempo estava acabando, visto pelo olhar que Liza deu ao relógio. Mas agora eu tive uma leve preocupação. O que ela quer? O tempo aparentemente estava acabando e ela tinha uma pergunta a fazer e ao mesmo tempo diria algo intrusivo.

Meh, acho que não preciso me preocupar demais. Não tenho ideia de nada que poderia ser tão ruim de ouvir.

Liza, apesar de manter a compostura, pareceu levemente desconfortável com o que queria dizer, se ajeitando um pouco na almofada. Após a permissão concedida por Kathryne, Tate decidiu intervir, vendo que sua irmã parecia receosa.

– Isso contradiz um pouquinhoooo o que a gente falou ali no post anterior, sobre não ler sua mente e tal, mas... Não precisa ficar acuada com a gente, tu pode ficar mais de boa. Imagino que timidez é meio tenso, mas não precisa ter medo de falar demais ou falar "besteira". Se tem alguém que pode entender bem o que você sente, é a gente. Literalmente. Mesmo que você fale algum absurdo ou mal entendido, a gente sabe que não é sua intenção.
– I-isso... Acabei escolhendo por omitir essa informação, e peço desculpas, porque é um pouco vergonhoso da minha parte... Mas, sim, também podemos ler os sentimentos dos humanos, de maneira similar aos Pokémon. Então não só o que pensam em palavras com o cérebro, mas o que sua mente e alma estão sentindo...

Liza parecia sem graça após admitir seu "crime", enquanto Tate bocejava de novo. Os irmãos pareciam ver aquele caso de modo diferente, o que talvez fosse esperado da dicotomia entre as formas de ver o cargo de cada um.

– Para ser sincera, é um pouco difícil controlar isso. Não é bem ler mente, tá? É uma coisa um pouco mais sutil do que isso. É como uma linguagem corporal, mas sem linguagem e sem corpo. É tipo uma aura colorida ao seu redor, quase transparente.
– É. Isso a gente faz sem querer. Meio instintivo. Bate olho, pá. Entende seu sentimento, pum. Pá pum.
– Isso...
– Mas ó, não sabemos o que você tá pensando. Isso que tamo falando é se você tá nervosa, ansiosa, desconfortável, essas coisas meio genéricas que as vezes só pela postura já dá pra uma pessoa normal saber.

Bem, talvez Kathryne precisasse de tempo para digerir aquilo, talvez não. De todo modo, Tate aproveitou para mudar de assunto rapidamente, assim que possível, porque Liza parecia meio incomodada com sua "mentira".

– Bem, sobre a última pergunta que a Liza ia fazer... Kathryne, qual Pokémon psíquico mais te descreveria?
– E-eu sei que pode soar como algo infantil! Mas prezamos por esse tipo de intimidade com nossos aprendizes!
– "Prezamos", a Liza que gosta disso. É tipo querer saber sua cor ou signo favorito, só que pior. Depois eu que sou imaturo...
– Q-qual o problema? Eu li que isso cria laços entre o aprendiz e o seu mestre.
– Bem, no meu caso é o Gallade. Agressivo, rápido, forte. Gosto muito dele.  – E após isso, Tate repentinamente levantou a mão e mandou um joinha para "alguém" (sabemos bem que é o seu próprio Gallade, em algum canto escondido da sala).
– Para mim, é o Medicham! Dizem que ele treina e medita por meses para despertar seus poderes psíquicos. Acho que essa ideia de conquistar um poder novo por meio do esforço e trabalho duro ressoam muito em minha alma.

E após um curto silêncio, fixaram os olhos em Kathryne, cobrando sua resposta ao mesmo tempo:

– E você, Kathryne?
– E tu?

Era a conclusão da entrevista e dessa primeira parte do recrutamento.

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Kathryne - Kaizen

Starry Sky

O que será que Liza iria contar para mim? Ela não parecia muito a vontade, o que me deixava ainda mais preocupada. O que pode ser? Nos mal nos conhecemos e ela tem uma bomba pra mim. Eu não fiz muita questão, mas agora o que ela vai dizer? Será que ela vai dizer que acabou lendo alguns de meus segredos "sem querer"? Seria bastante desconfortável saber disso, mas, acho que eu poderia relevar.

Bem, eu quase adivinhei o que Liza tinha a dizer. Se ela não está usando nenhum eufemismo para dizer que andou espionando minha mente, o que eu não acho, talvez ela esteja sendo genuína mesmo. Mas agora eu fico me perguntando, o quanto esse "sentimento" da alma revela. Aparentemente só como eu me sinto no momento mesmo:

- Oh, então vocês devem perceber que eu não sou a melhor em situações sociais. Mas acho que não precisa de nenhum poder sensitivo pra isso, hehe. - Lançava um comentário bem humorado. No fim eu não tinha muito com o que me preocupar: - E acho que também perceberam que eu fiquei um pouquinho preocupada quando a Liza disse que tinha que me contar uma coisa "intrusiva".

Com aquele alarme falso fora do caminho, Liza finalmente fazia a sua pergunta. Uma pergunta interessante, minha resposta sobre ela varia bastante, mas acho que no momento eu tenho uma resposta um tanto definitiva:

- Por mais que o Zen esteja comigo desde o começo, o meu psíquico favorito pode ser uma resposta um tanto básica pelo Pokémon ser raro e cobiçado, mas é o Metagross. Eu tenho um, mas quando eu fui atrás de um, eu entendi como eles viviam. São Pokémon que demoram pra crescer, vivem protegidos pelos seus líderes nas profundezas do Valley of Steel. Um Metang se juntou a mim depois de eu resolver uns problemas por lá e percebi que ele não tinha costume com o mundo de fora. De uma certa forma, me lembra de mim mesma quando comecei essa jornada, desengonçada e sem saber para onde ir.

"Ah, então é assim mesmo" - Dizia Zen de novo de um jeito que eu não conseguiria ouvir, mas eu notei a feição um tanto desapontada dele.

- Hey não fique assim, eu nem teria visto um Metagross se não fosse você. Você é ainda o meu mais importante companheiro. - Tentei consolar o Alakazam, mas logo a feição decepcionada dele ia embora, ele não estava completamente sério, mas imagino que a minha resposta não deve ter sido a mais legal pra ele.

Tate cruzou os braços, enquanto Liza assentia ao ouvir a resposta.

– Bem, são coisas diferentes né. Favorito e o que você se identifica...
– Mas a justificativa foi perfeitamente plausível, e respondeu bem a pergunta, independente disso, Tate...
– Tá, eu sei, é só que... Putz, eu tinha apostado 200 pk$ com o Gallade que ela ia responder Abra.

Os irmãos pareciam ter prioridades bastantes... Distintas, no mínimo. Liza olhou para Tate. Tate devolveu o olhar para Liza. Os dois se levantaram ao mesmo tempo.

– A parte da entrevista já foi devidamente concluída, Kathryne. Muito obrigada por sua participação. Já te conhecemos melhor agora e temos uma noção mais cristalina sobre o que podemos esperar e o que devemos entregar também, é claro!
– Dito isso, tô com sede... Tu quer um copo de chá ou algo assim? Depois a gente tem uns negócio pra decidir e te chama outro dia, blá blá blá blá...
– É importante que tenhamos uma conversa só entre nós dois, sim. Você pode ficar na sala de espera, caso prefira, mas não recomendo que espere qualquer tipo de cooperação ou agilidade de Tate.
– Blá blá blá... Se você acha que ela fala muito, Catarina, imagina eu que ouço o que ela fala & pensa.
– Por que você voltou a errar o nome dela?
– Vai virar o apelido dela.
– Me perdoe por isso, Kathryne... De qualquer modo, você aceita a oferta de uma bebida? Temos chás gelados e água também. Hu-hum... Nossos pais...
– Proibiram refrigerante fora do final de semana ou feriado. Eu tenho que pagar imposto e não posso tomar uma garrafa de soda pop! Qual o sentido disso? Ah! Tem os achocolatados da Liza também.
– QUÊ? NÃ- – A menina parou por um segundo. – Digo... N-não podemos sair distribuindo bebidas com lactose assim, Tate. Sabia que a intolerância a esses componentes do leite são alguns dos mais comuns? É-é perigoso, sabe!
– Ela comprou umas edições especiais de berries que são uma delícia. Quer provar?
– Me-meu... Meu momoo milk de Sitrus... – Ela fungou, cabisbaixa.

Bem... Era isso então... Aceitava algo ou não?

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Eu ainda não conseguia entender o que havia com Tate. Claro, ele era brincalhão como se pode esperar de qualquer criança, mas eu sinto que tem mais do que isso. Ele fala algumas coisas que me parecem completamente estranhas as vezes. Eu até penso, que ele pode estar lendo meus pensamentos, sem ligar muito para a privacidade que nem sua irmã. Claro, não vou assumir o pior dele, talvez seja uma preocupação sem fundamento mas era levemente estranho.

- Sim, eu acabei por me identificar com os Metagross pois eu vi a toca deles. Mas o Zen aqui vai ficar comigo até o fim... - Essa foi uma frase um tanto genérica, mas eu me peguei pensando por um momento: "O que seria esse fim?", melhor não pensar muito nisso: - Oh, ok eu posso esperar um pouco sim.

Pelo que eu entendi a entrevista já tinha terminado e agora os irmãos precisavam discutir entre si, mas antes eles me ofereciam uma bebida. Quer dizer, isso depois deles terem uma leve discussão entre si. Ver esse tipo de coisa realmente me fazia querer ter tido um irmãozinho ou irmãzinha, mas ao mesmo tempo, não queria ter que dividir a dor de ter perdido minha mãe com outra pessoa. Meh, esse não é um momento para ficar triste mas eu tô me pegando pensando em umas coisas estranhas...

- Bem, eu não sou muito chegada em refrigerantes. - Dizia ao ouvir que eles eram proibidos de tomar refrigerante. Justo, realmente fazem mal, eu nunca tive esse tipo de proibição, porque meu pai precisava se esforçar para que eu comesse qualquer coisa. Claro, depois eu melhorei um pouco e ele quis que eu me alimentasse de maneira mais saudável, então nunca comi muita besteira. Porém, ainda tenho um paladar bastante chegado a doces e uma certa coisa que os irmãos mencionaram me chamou a atenção.

- Eu posso? - Dizia me referindo aos achocolatados mencionados pela dupla, que aparentemente Liza gostava muito deles e então eu perguntava educadamente para ela: - Se eu não puder, eu só vou tomar um pouquinho de água pra esse dia quente. - Eu queria um daqueles Moomoo milk de Sitrus, mas obviamente isso não cabia a minha.

Mal se o post tiver zoado, ainda tô recuperando da febre. Fiz uma transição meio abrupta pra não prender outro post pra prosseguir.

O irmão soltou uma curta risada, que fez questão de censurar em seguida. Ao ouvir o pedido de Kathryne, Tate sabia que, mesmo em um conflito interno gigante, Liza acabaria cedendo e partilhando uma de suas bebidas.

– Exatamente.
– U-ugh...
– Vamos lá, Liza. A gente tem que dar lições de valor pra aprendizes e possíveis aprendizes, não acha?! Partilhar o que é mais importante pra você, por exemplo!

A menina suspirou por um instante, olhando para Tate com as bochechas infladas e as sobrancelhas extremamente arqueadas.

– Ce-certamente, Tate. Tudo bem, Kathryne, não há problema algum. Por favor, peço que fique aqui enquanto buscamos o seu MooMoo Milk.
– E se a gente dar logo dois, pra ela beber um na volta?
– DOI-Dois? Não há necessidade disso, n-não é mesmo, Kathryne? Eles podem dar uma péssima dor de estômago quando ingeridos em excesso, sa-sabe!

Tate sorriu em silêncio, começando a rumar para o interior do ginásio. Liza demorou alguns segundos, mas se recuperou do choque e começou a seguir seu irmão, sincronizando os passos dos dois.

– Ta-tate, você estava apenas fazendo uma piada ali atrás, não é...?
– Você não tá falando por telepatia, Liza.

Após entrarem numa cortina a distância que Kathryne não havia notado até então, sumiram.

Não foi uma espera longa. Apenas dois ou três minutos, até que o mesmo Gallade de antes apareceu na sala, repentinamente. Dado o susto que a garota poderia ter tomado ou não, o Pokémon se aproximou e estendeu uma garrafinha para ela.



"É gostosão! Mas eu apanho sempre que tento beber. A Liliz não gosta que tomem os achocolatados dela. Enfim, ó! Pode virar!"
Já supondo que Kathryne teria coragem de ingerir a bebida, sua visão se tornaria escura em um segundo, e no segundo seguinte, estaria em outro lugar.

Um lugar que ela acharia, no mínimo, um pouco familiar...

A garota agora estava no Valley of Steel.

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Kathryne - Kaizen

Starry Sky

De boa man.

Ok, eu me senti um pouco mal em ter pedido uma das "bebidas valiosas" de Liza, ainda mais por ver o irmão dela a zoando sobre isso. Mas ao mesmo tempo eu fiquei curiosa, faz tempo que eu não provo algumas besteiras, que eu fiquei com vontade. Sorria ao ver os irmãos brincando um com o outro, e depois, mesmo sabendo que Tate estava brincando eu esclarecia.

- Não, eu só quero provar pra ver como é. Não preciso de dois não. - E os dois sumiam por uma cortina que eu realmente não tinha percebido. Apenas esperaria minha bebida, enquanto isso, retornei Zen para a sua Pokébola, do jeito que ele preferia e daria uma olhada ao meu redor, ver se percebia algo. Mas logo depois o Gallade era quem vinha me entregar a bebida e bem, eu iria tomar. Me sentia mal por Liza, mas enchi o saco dela e fiz ela relutantemente me dar uma dessas, logo, eu devia aproveitar e beber.

...E então eu senti um negócio estranho. Minha visão falhou momentaneamente e então algo muito estranho acontecia. Como? Eu sabia onde eu estava, mas não como eu cheguei lá. Minha visão se apagou por um breve instante, como se fosse literalmente uma transição de cena e agora eu me encontrava naquele lugar. Eu estava mesmo no Valley of Steel? Eu sei que psíquicos tem o poder de teleporte, mas isso é uma distância imensa, não tem como ser possível. Era uma ilusão? Liza me pregando uma peça por eu ter "roubado" um de seus preciosos achocolatados?

- Wisdom, vem cá. - Pegava a Pokébola do meu Metagross, introduzindo-o a uma abrupta volta para casa. Tão abrupta que o metálico ao sair da Pokébola ficou parado, olhou os seus arredores várias vezes. Ele era um Pokémon com a capacidade de processamento de um supercomputador, mas o que aconteceu ali não podia ser explicado logicamente. - Se estamos no Valley of Steel de verdade, ninguém melhor do que você pra ficar comigo. Me guie, hehe.

O Metagross então começava a andar na minha frente, tão curioso quanto eu estava. Se alguém podia dizer se realmente estávamos no Valley of Steel, esse alguém era Wisdom. Eu imaginava que era algum tipo de ilusão, não consigo em pensar em nenhuma maneira que eu poderia ser transportada em uma distância tão longa em questão de segundos.

Bem, se eu estiver realmente no local, eu nunca fui uma pessoa que se preparou muito bem em termos de vestimentas ao ir para lugares inusitados. Fui com uma roupa extremamente casual para o Shimmer Desert, onde eu passei um ano aparentemente. E agora estou com um simples vestido, para tomar sol na praia, só que explorando cavernas.

Acho que eu devia esperar algum tipo de travessura como teste vinda daqueles dois...

Kathryne parecia lidar bem com o "choque" inicial. Provavelmente supondo (e provavelmente de maneira certeira na suposição) que era parte do teste dos irmãos, não tardou para pegar sua Pokébola e lançar Wisdom, tentando se habituar com a nova paisagem, que não era TÃO nova assim, principalmente para Metagross.

... Bem, acontece que o Metagross não foi lançado. Não só isso, como seu braço nem fez nenhum movimento. Bem, parecia preocupada sobre sua vestimenta, ou sobre a companhia de Wisdom. Se serve de consolo, tenho três boas notícias sobre isso!

Primeira notícia: estava sem roupa nenhuma. O popularmente dito "pelada". Sim, peladona, nua, sem nada que não fosse a pele. Ou quase isso.

Segunda notícia: estava sozinha. Completamente. Só ela, e aquele bando de pedras e rochas em montanhas aparentemente inóspitas.

É... A coisa não parecia muito agradável até ai, eu sei. Mas não podemos esquecer que é de um desafio de líderes de ginásio bem conceituados que estamos falando! Mossdeep apresenta um dos maiores e mais complexos estilos de batalha de Hoenn!

Ah, aliás, como pude me esquecer, né. Terceira notícia!

Ela virou um Beldum.

ROTA ENCERRA-brincadeira

Ela não tinha mais o seu corpo convencional, se podemos dizer assim. Não que naquele momento, ela tivesse muita noção disso, Talvez seu olho, ao dar uma rápida olhada ao redor, notaria que "ela não era ela"; mas ainda não saberia muito bem o que de fato tinha virado. Ou saberia? Um treco azul que flutua, vou deixar para que decida...

De qualquer forma, a recém concebida Beldum tinha uma longa estrada de absolutamente nada, pavimentada com pedras a sua frente... Talvez pudesse explorar? Alguns barulhos poderiam ser ouvidos vindo a frente, bem como atrás. Na verdade, parando pra notar, o local todo ressoava com alguns barulhos repentinos, mostrando que o vale tinha bastante atividade. Espero que não de Pokémon agressivos...

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Kathryne - Kaizen

Starry Sky

Pois é, ter Wisdom ao meu lado, ele que poderia investigar se aquele lugar era realmente o Valley of Steel ou uma mera ilusão com veracidade era o meu plano, mas tinha um porém. Eu não tinha braços? Nem pernas, não sentia minhas roupas, não sentia nada, eu flutuava. Liza realmente não queria que eu tomasse o Moomoo Milk de Sitrus e jogou um feitiço nele? Nah, ela pode ler mentes, mas acho que jogar feitiços e coisa do tipo vão além das capacidades dela. Ou não, afinal, antes de eu conhecer os gêmeos, humanos que se comunicam telepaticamente era algo que eu não tinha visto antes.

Mas seja lá o que for que tenha acontecido comigo, eu tenho que ficar calma. Eu poderia procurar a saída do Valley of Steel, mas como eu faria isso? Claro, eu já estive no lugar antes, mas eu obviamente não mapeei tudo mentalmente. Eu teria que basicamente desbravar os túneis novamente, como se fosse a minha primeira vez aqui.

Eu precisava ficar calma, mas então eu começava a ouvir sons, por toda a parte. Eu na verdade estranhei a falta de vida, pois o Valley of Steel na verdade é um lugar cheio de vida. Porém, eu tenho medo de acabar arranjando problema com algum Pokémon ali, eu sou uma humana... eu acho. Uma humana flutuante, se bem que eu não me sinto como uma humana. Seja lá o que eu for, presumo que não seja nada ordinário e que certamente chamaria a atenção de criaturas curiosas.

Por um lado eu não precisaria escalar e fazer muito esforço físico com meu corpo magrelo, fora de forma, mas também não estou acostumada com a forma que eu estou agora. Não sei o quanto cansa flutuar, eu na verdade estava muito curiosa para saber o que era a minha forma.

Mas no momento, acho que vou tentar me esconder, procurar algum túnel escuro, o que não vai fazer muita diferença, pois os Pokémon que vivem em cavernas ou não precisam de sua visão, ou enxergam bem no escuro, mas enfim, meu corpo parecia pequeno pelo menos, acho que eu conseguiria me esconder bem em um túnel escuro, no meio de algumas pedras.

Falando em pedras, eu gostaria de ver se alguma delas conseguiria ter uma superfície "espelhada" que conseguiria refletir o meu rosto, mas provavelmente minérios brutos não são tão cristalinos assim.

Preciso saber o que eu sou...