Cap 004- Paldea!Eu cheguei!!

Off escreveu:

Olááá! o/
Bem, espero conseguir atender as expectativas e empolgação -q
Fiz um post mais amplo e introdutório pra gente se localizar e você definir bem o que pretende fazer (p.ex. treino livre ou de stat e tal) e onde. Aproveito pra alertar que sua box tem só 5 Pokémon, caso queira fazer mudanças nela antes de iniciar as aventuras, é uma boa hora ^^

O dia era só uma criança recém-nascida diante dos planos de Sota e, por isso, cada minuto seria muito bem aproveitado, nem que fosse para se por a observar as peculiaridades a sua volta.

Alfornada é uma cidade normalmente de clima seco, mais quente pela manhã e fresco a noite, graças ao fato de ser cercada por cordilheiras. A carência de umidade também podia ser atribuída a vegetação, bem vista além dos muros da cidade, com uma vasta campina de grama alta e poucas árvores para destoar na visão.

Desde que chegaram, Sota e Akemi talvez não tenham percebido, mas havia aquela música característica no ar [toque aqui], algo como um instrumental típico do lugar. Visualmente, também havia um certo padrão de tons terrosos em boa parte da arquitetura das ruas e prédios principais por ali.

Agora, o que eles realmente notaram foram os olhares enviesados. Não era só por destoarem com seus traços de Hoenn, mas principalmente pela forma como se vestiam, com uma moda completamente diferente do que os locais de Alfornada usavam. E de moda esses nativos tentavam mostrar que sabiam bastante, por influencia de Tulip, a líder do ginásio local que era, também, um ícone fashion por essas bandas.

No mais, a chegada dos turistas pareceu não afetar em nada a rotina em Alfornada, pois tudo seguia o fluxo monótono da rotina de um dia útil qualquer. Por exemplo, na avenida principal havia um restaurante aberto já naquela hora da manhã, provendo aromas de tempero no ar; mas os estabelecimentos mais movimentados eram, sem dúvida, a cafeteria na outra esquina, a padaria e a sanduicheria perto de uma das entradas da cidade, próximo ao Centro Pokémon que lá ficava também.

Outro prédio de interesse para aventureiros em busca de ação podia ser o grande escritório da Liga Pokémon, que ficava mais próximo do Ginásio de Tulip. Perto desse lugar havia uma pequena arena, aberta e livre para que treinadores pudessem praticar ou batalhar. Inclusive, havia uma pequena agitação naquela área neste dia. Também, era sabido haverem atrações em Alfornada, como um grande museu e uma galeria com lojinhas diversas.

Off escreveu:

Pode solicitar as mudanças na Box por aqui mesmo. Inclusive já fiz ^^

Movido pela curiosidade e o desejo de ação, Sota logo foi atraído pela movimentação na arena perto do prédio da Liga Pokémon, arrastando Akemi naquela direção para o acompanhar. A expectativa era encontrar ali uma batalha acontecendo, mas a realidade era outra e podia ser até mais atraente para aqueles dois turistas.

Ao se aproximarem encontrariam pessoas de várias idades formando um circulo ao redor da arena. Eram treinadores, a julgar pelos Pokémon que os acompanhava, e alguns tinham um visual bem padrão graças ao uniforme escolar que usavam. O círculo era para assistir a figura em destaque no centro da arena, uma moça com trajes esportivos em preto com detalhes amarelos; seu cabelo lembrava o de Akemi, sendo preto e longo, mas estava preso em um rabo-de-cavalo, exceto pelas franjas que caíam na frente do rosto. Ao lado dela havia um simpático Hariyama.

– Olá, pessoal! – a voz enérgica da mulher direcionava os olhares para Sota e Akemi que foram os últimos a se juntarem ao grupo e não evitaram chamar atenção com sua chegada apressada – Sejam bem vindos. Eu sou Dendra, instrutora de Estudos de Batalha na Academia de Mesagoza. Vieram para o treino, a lição especial da Prática do Espectro Emocional? – recepcionava os recém-chegados com curiosidade e simpatia. Pelo visto, um treino orientado pela instrutora logo aconteceria por ali para aquele público e a dupla poderia participar, se quisesse.

– Perfeito! Quanto mais alunos, melhor! – Dendra se animava, erguendo um punho para o ar – Vamos lá, pessoal, se espalhem e liberem seus Pokémon!

Sem demora a plateia começou a se dispersar, ocupando mais áreas ao redor da Instrutora. De fato havia bastante espaço disponível para todos os treinadores e seus Pokémon, sem que houvesse conflito por isso. Até porque quase todos os treinadores ali presentes não tinham mais do que dois Pokémon para participar, sendo o máximo uma moça com quatro integrantes no time.

Os Pokémon, por sua vez, eram diversos também, alguns até rostinhos conhecidos por Sota, por serem originais de outras regiões mas também viverem em Paldea. A novidade mesmo ficava pelos nativos do lugar ali, desde fofinhos Flittle e Charcadet, até um misterioso Floragato e um excêntrico Naclstack.

– Alonguem comigo, repetindo meus movimentos junto com seus Pokémon. – então Dendra se posicionava ao lado de seu Haryiama no centro da arena e, juntos, esticavam e alongavam braços e pernas; ela sempre mantendo um sorriso no rosto – Para quem não conhece, a Prática do Espectro Emocional se trata de uma rotina de exercícios especiais desenvolvidos pela própria Líder Tulip, aqui de Alfornada! Nele, trabalhamos ativamente as emoções dos Pokémon, fortalecendo nosso vínculo com nossos companheiros e, como Tulip acredita, juntos nos tornando mais belos como time. – os braços e pernas de Dendra iam e vinham, esticando e flexionando em ângulos diversos, nem todos reproduzidos com perfeição pelo público, é claro; nem todo mundo tem uma flexibilidade atlética...

Off: Sem problema!

Aos poucos as pessoas foram assumindo seus lugares e liberando os Pokémon no amplo espaço daquela arena. Dendra tinha se adiantado no alongamento, mas deu tempo de todo mundo a acompanhar nos exercícios. Foi durante um dos exercícios, com os braços estendidos para cima, que se fez uma cena até que cômica de Sota se aproximando aos poucos da Instrutora. Seguindo o líder vinha Bagon e Gible com bracinhos tão curtos que não conseguiam se tocar acima da cabeça; Dratini e Kingdra nem braços tinham, por isso alongavam o corpo apoiados nas caudas como podiam; enquanto Vibrava e Duraludon davam o seu melhor para reproduzir o exercício. Com isso, o rapaz foi recebido com uma risada genuína da professora que assistia tudo de perto.

– Ahaha! Sim, sim, Tulip é a líder de ginásio aqui em Alfornada. Como ela é?! Bem... – Dendra pensava por uma fração de segundos enquanto mudava a postura do exercício – Acho que qualquer coisa que eu diga pode ser suspeita, pois fomos amigas de infância desde a escola. Mas, eu diria que, apesar de um tanto superestimada, ela é fenomenal! Não só é muito bonita; nosso ícone fashion, como também é absurdamente inteligente. Chega a ser intimidadora, pra mim... Mas se a conhecer, não diga que eu lhe falei isso. Heh! – sorria feito criança, mudando uma vez mais a postura do alongamento – Ela é uma especialista em Pokémon psíquicos e tem todo esse misticismo com emoções e tal. Por falar nisso, me dê um minutinho... – ergueu um indicador e com um pigarro limpou a garganta.

Quem finalizava alongamento terminou e parou para prestar atenção completa na instrução seguinte de Dendra, que finalmente era o começo do seu treino especial. Ela disse que, aproveitando os corpos alongados e aquecidos, a primeira emoção que iriam explorar era a Ira, ou Raiva para usar um eufemismo.

– Botem pra fora toda essa energia! Gritem, esbravejem, sempre lembrando de contrair bastante os músculos dos braços, do abdome e do rosto. Vamos lá! Façam pose de durão! Deem soquinhos no ar! – Hariyama ao lado dela, já acostumado com o exercício, não demorava em reproduzir uma sequência de tudo que ela pedia.


– Então, onde estávamos...?! Ah, sim, Tulip! Você veio desafiar ela? – a professora perguntava a Sota, antes de deixá-lo livre para fazer o que pediu no treino.

– O medo?! Uhm... Acho que ele é bem vindo e necessário, desde que a gente saiba lidar com ele. – Dendra ficou pensativa, medindo as palavras e com um olhar levemente distante – Tipo, você disse que achou que talvez não conseguisse conquistar a passagem pra vir pra cá. Então digamos que você tenha sentido medo dessa derrota em particular. Mas, encarou o desafio de frente e conseguiu. Agora, consegue dar ainda mais valor praquilo que conquistou ao lidar com seu medo. – abriu um leve sorriso ao fim da reflexão, orgulhosa pelas palavras que tinha escolhido pra começar.

O público pareceu achar mais fácil de executar os exercícios de Ira, vai ver era porque fazer caras feias realmente era mais fácil e, por mais que nem todos tivessem braços, contrair alguns grupos musculares também não era um grande desafio.

Ao lado de Sota os dragões apenas expressavam sua natureza interna com aqueles urros e caras de malvados. Já na equipe de Akemi os insetos davam o seu melhor gesticulando com bracinhos, enquanto Torchic expressava toda uma valentia reprimida em seu corpinho.

– Agora, sobre o medo de enfrentar um oponente com vantagem... Ora, eu diria que é até um pouco mais fácil se você já sabe qual vantagem seu oponente tem sobre você. Com isso você consegue se antecipar com estratégias, nem que seja pra resistir e reverter isso. E de quebra, se possível, sempre pode tentar contra-atacar em cima das desvantagens dos seus oponentes. – falava com um ar mais sério sobre aquilo, afinal ela era a professora responsável pela disciplina de estudos em batalha – Um jeito bom de fazer isso é como estamos agora: treinando. Por exemplo, eu sou uma especialista em Lutadores, então os Psíquicos de Tulip são um problema nas nossas batalhas. Sabendo disso, tenho em meu time Medicham, que anula a vantagem Psíquica dela. Meus Pokémon também conhecem certos movimentos Tipo Inseto, que é o ponto fraco dos Psíquicos. Pra além disso, normalmente treinamos nossas resistências especiais, pois grande parte das habilidades psíquicas usa uma ofensiva especial... E por aí vai.

Com uma rápida expressão de surpresa, Dendra percebia que tinha se estendido um pouco na conversa e deixado os alunos todos perderem um bocado de fôlego de tanto esbravejarem. Uma Wigglytuff ali perto até era segurada pela sua treinadora, pois o Pokémon tinha inflado o suficiente para começar a flutuar alguns centímetros do chão.

– Opa! Muito bem pessoal! Que tal avançarmos agora?! A próxima emoção do espectro que vamos explorar foi uma sugestão indireta do nosso amigo intercambista aqui: o medo! – acenava para Sota enquanto se afastava um pouco até o centro da arena – Estamos no modo fácil, então vamos simular as reações mais comuns de medo... Primeiro, o susto! – quando ela disse, Hariyama deu um pulo sem sair do lugar, erguendo os braços bem alto, feito uma prática de polichinelo simples – Depois, a fuga! – e o Pokémon Lutador começou a correr em círculos sem se afastar demais de onde estava.


– Um susto e uma fuga, repetindo! Não esqueçam de botar pressão nas pernas. – Dendra ria ao ver alguns já executando os movimentos engraçados por ali, então voltava uma vez mais para perto de Sota – Uma outra lição importante que posso dar sobre esse medo de enfrentar um oponente, é que se a derrota vier, mesmo assim a gente precisa receber bem ela, pois a partir disso poderemos aprender ainda mais com ela, corrigindo nossos erros e tal... Enfim, não deixe o medo te paralisar nesse tipo de situação. Você nunca vai saber se pode enfrentar, se não tentar.