Ainda pasmo com o desfecho bizarro de sua batalha, Tom ficou aliviado ao saber que Yui estava segura esse tempo todo. Preocupado e prestativo, o jovem rapaz se dirigiu até o homem que havia ordenado para parar a cena e pediu desculpas por ter atrapalhado a cena. Ao ouvir o pedido de desculpas, o diretor, um velhinho baixinho e de olhinhos puxados deu uma leve risada. Parecia tranquilo e indiferente com a interrupção do garoto.
– Interromper, meu querido? Muito pelo contrário! A cena estava perfeita! – Comentou o baixinho, com um sotaque engraçado. – Ação, romance, fumaça... Adiciona um pouquinho de improviso e você tem o que chamamos de cinema!
O diretor logo contou que ele era de Unova e que toda a equipe fazia parte da produtora Pokéstar Studios e que estavam em Kanto gravando uma espécie de curta onde vários treinadores iriam participar batalhando. Foi sincero e comentou para Tom que ele foi o primeiro treinador que agradou o diretor e que seria uma honra que ele permitisse o uso da imagem dele no filme.
Sem nem ouvir a resposta do garoto a respeito, o conduziu animado até o local aonde Robert, Bertha e Yui estavam. Ao contrário do clima tensão que havia anteriormente, os três conversavam em uma espécie de camarim improvisado ao ar livre enquanto tomavam uma xícara de chá.
– Oi Tom! Obrigada por tentar me salvar, mesmo que não tenha sido real. – Disse Yui, envergonhada, abraçando o garoto.
– E aê mermão! Tudo beleza com você? – Robert era um verdadeiro camaleão. Conseguiu se passar por um bêbado, depois assumiu um tom formal, mas fora de cena seu linguajar era igual a de um surfista. – Cara, você detonou na filmagem, tá ligado?
– Oi, Tom. – Por fim, a até então calada Bertha se manifestou, tímida. O que ela tinha de gigante, sua voz tinha de fina.
O treinador estava rodeado por um monte de gente maluca e ainda tinha muito o que fazer. Algumas perguntas se passavam por sua cabeça: “Como é que parei aqui?” “Será que vou ficar famoso?” e derivados. Qual seria sua próxima ação?