O rapaz sorria, erguendo-se do chão e olhando ao redor. O rapaz tinha a consciência de estar completamente realizado... Ou quase isso. Ele abriu a mochila, observando os dois pequenos ovos que ali dentro estavam. Perdendo-se em pensamentos, questionava-se que espécimes poderiam ter sua origem daquelas formas ovais e coloridas. Respirando fundo, retirou ambos os seres vivos "inativos" dali de dentro, segurando-os nos braços e tornando a andar, rumo à cidade.
Demorou algum tempo, no entanto, um brilho forte e esbranquiçado dominou o ovo tricolor. O rapaz levou sua atenção para o pequeno objeto orgânico, meio curioso, e logo sentou-se no chão, apoiando o ovo acinzentado no chão e segurando o que há pouco brilhava. Bastou isso para este tornar a brilhar, e os brilhos consecutivos em sequência indicavam o breve chocamento do ovo.
Após algum tempo, o ovo desaparece, engolido pela mais pura luz branca que agora o envolvia. O objeto começou a mover-se de um lado para o outro e, como se todo esse tempo fosse apenas um animal enrolado, duas patinhas soltaram-se da parte inferior do ovo. Logo, quatro patas eram visíveis, além de um tufo de cabelos alaranjados enrolados em um único ponto da cabeça. Isso, e grandes orelhas ovais. Aos poucos, a luminosidade desapareceu, e um pequeno macaquinho agora encontrava-se nos braços do treinador, coçando levemente os olhos com as mãos cerradas em punho, dando um leve bocejo, como quem acorda de um longo e pesado sono. O animal fechou os olhos algumas vezes, olhando meio sonolento para o rapaz que o segurava, inclinando a cabeça e sorrindo levemente, esticando ambas as mãos para o rosto do moreno antes de aninhar-se em seu peito.
Gransione sorriu, acariciando levemente a cabeça do pequenino, porém, o outro ovo transpassado por uma linha irregular, quase uma cicatriz, emitiu os mesmos brilhos que há pouco dominavam o objeto orgânico que envolvia aquele simpático macaquinho. Olhando com curiosidade, com o pensamento voltado à alternativa de vir algum pequenino tão fofo quanto o espécime que agora repousava em seu colo, o rapaz esperou.
Um brilho forte envolveu o outro ovo, que aos poucos ia se contorcendo de um lado para o outro. No entanto, ao contrário do primeiro, este começou a dar saltos aleatórios, antes de dobrar de tamanho. Este começou a se desenrolar em formato espiral, este acompanhado pelos olhos de Damian, que encarava chocado aquela metamorfose. Em pouco segundos, algo que sequer media meio metro, erguia-se por sob o moreno em uma altura de praticamente nove metros, e dois grandes olhos encaravam perigosamente o rapaz que ali estava.
Em choque, o rapaz nada mais pôde fazer, que não fazer seu queixo cair. O gigante de pedra riu com aquele ato, erguendo-se majestosamente para a apreciação do treinador, calmamente. No entanto, voltou a investir sobre ambos, passando seu chifre por entre as pernas do jovem e o atirando para cima. Por meio segundo, Gransione viu a vida passar diante de seus olhos, porém, respirou profundamente aliviado ao ver-se sob a cabeça do monstro acinzentado, que o fitava atentamente.
O macaco de fogo permanecia encolhido em seus braços, alheio à tudo e a todos, e a serpente de pedra começava a rastejar para alguma direção aleatória, carregando tanto Damian quanto o pequenino animal que jazia no colo do moreno.
E agora, o que iria acontecer?
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?