Pokémon Mansion: Novas Amizades e Muitas Confusões!

O local parecia menos assustador e, aparentemente, posso confiar nele. Sorrio com a resposta dele, de fato, as coisas sempre terminavam bem de alguma forma. Dou um leve balançar de cabeça, acenando de forma positiva, conseguindo me acalmar. Encontraria uma saída e tudo voltaria ao normal, mas fico curiosa sobre o rapaz. Como ele chegou nesse local? Como sabia meu nome? E também, o que era a presa e o cristal?

O templo continua um mistério, mas não penso nisso no momento, aproveitando a dança e pensando na resposta da pergunta. Essa era difícil... Penso nas coisas menores, lembrando-me de meus diários e revistas mastigados, talvez pudesse esconder eles em outros locais. Olho para Utau e ela parece saber, dando um sorriso digno de um sharpedo. Acho que mesmo escondendo meu diário no inferno, ela conseguiria mastigá-lo...

-Gastaria menos em cadernos e mais em brinquedos de mastigar... – Respondo mais para Utau, voltando minha atenção para ele. – Não penso muito no que mudar, mas acho que teria aprendido a nadar, daria um jeito de fazer meus pais me entenderem antes de sair em jornada e evitaria algumas confusões... E, se pudesse, nunca teria encontrado rockets e Dakota, mas em realidade, não gosto de pensar “e se”, não há como mudar o que aconteceu.

Termino de responder para ele e penso se devo ou não perguntar sobre o que ainda recordava de sua vida. Imagino que seja algo ruim não se lembrar de quem é, mas a curiosidade fala mais alto. Se ele souber me dizer como chegou aqui, talvez eu possa encontrar a saída.

-Qual a sua história? Queria saber como você chegou aqui e como sabe meu nome...


Estou querendo pular nos dois e morder a Mel... Ela está a tempo demais perto dele... E estranhamente, parece ficar mais calma (?!). Não acredito... Baixar a guarda perto de alguém que não se conhece as intenções, ela perdeu o juízo!  Rezo para que ela descubra logo como sair desse local...

Ela parecia pensar na resposta, me olhando e logo sei o que ela está pensando. Como se houvesse algum lugar que ela pudesse esconder alguma coisa... Quando quero algo, o encontro sempre! Dou um sorriso, deixando claro meus pensamentos e ela responde mais para mim do que para ele. Quase dou uma gargalhada, acho incrivelmente divertidas as expressões que ela faz. Acabo relaxando e me acalmando um pouco. Observo o Ralts avoado, que fica encarando de forma inexpressiva a dupla -sim, me recuso a usar a palavra “casal” para descrevê-los- ele provavelmente interferiria, caso a Mel se sentisse ameaçada... Essa possibilidade me acalmaria, se não fosse o Castiel... Várias vezes parece que sou a única normal desse grupo...

Melissa parecia se acalmar, sentia-se menos assustada e continuava a dançar com o homem, prosseguindo com a conversa, Utau parecia não entender como ela podia estar fazendo aquilo, só faltava estar encantada ou algo do tipo, mas ela sorria ao vê-la e então voltou a falar com o homem, pensando que ela tinha se desvairado.

- Interessante. - respondia o homem, que apesar de usar uma máscara, Melissa tinha a impressão que ele sorria enquanto falava.

E logo Melissa já fez uma nova pergunta, o homem parecia se concentrar mais na dança, mas Melissa percebeu que ele estava pensando, lembrando e pensando em sua resposta. Assim, depois de parecer-se certo do que diria, ele voltou a falar com a criadora, bem perto de seu ouvido como sempre.

- Como eu já tinha dito, não é nada de muito interessante, era um dançarino, um dia quebrei minha perna, no outro, estava no hospital e depois de mais uma noite, acordei aqui, não sei bem o que aconteceu, lembro de ter visto um homem estranho no meu quarto no dia anterior... - disse ele como estivesse vendo em sua memória os acontecimentos. - Após algum tempo aqui, acabei percebendo alguns talentos para a magia, mas aqui não deixa de ser um lugar chato, então estava dormindo a espera de alguém me acordar, no caso, você e acho que por isso sabia seu nome.

A música tornou-se o único barulho novamente, a história dele não era um livro e fora bem vaga e misteriosa, mas tinha falado até bastante. Ele se afastou para pensar em que perguntar, levou um tempinho para que então voltasse a cabeça para perto e falar com Melissa novamente.

- O que você pensa para seu futuro?

Ele proferia apenas uma palavra em relação a minha resposta. Acredito que tenha sorrido, mas a mascara me impedia de ver sua face. Levou algum tempo para que minha pergunta tivesse uma resposta, ele parecia pensar bem antes de falar qualquer coisa, tendo certeza do que iria dizer. Utau continuava de olho, mas parecia se acalmar com a falta de catástrofes.

Uma história vaga e misteriosa. Essa era minha resposta. Ele aparentemente não caiu num portal como eu, mas apenas acordou aqui... O que será aqui? Fico um pouco confusa, o número de perguntas crescendo em minha mente. Ainda desejo saber que objetos são aqueles, o que são os talentos para magia que ele havia dito, porque escondia o rosto, como sair desse local e voltar para a cidade de Cinnabar... Mas meus pensamentos são cortados com a nova pergunta.

Abro a boca para responder, mas logo a fecho e penso. O que eu pretendia para meu futuro? Essa pergunta, alguma vez, passou realmente pela minha cabeça? Eu fugi de casa para cantar e me apresentar nos contests, mas não pretendia ser uma cantora famosa ou uma top coordenadora. Mordo o canto do lábio de leve, pensativa.

-Essa é um pouco difícil de responder. Sai de casa porque queria cantar, mas não quero ser uma cantora famosa. Me tornei coordenadora, mas apenas para me divertir, não para ser uma top coordenadora. Virei criadora por admiração a uma pessoa e por desejar ajudar quem precisasse, mas não desejo ser conhecida por isso. Quero apenas viver e seguir meu caminho no meu próprio ritmo, mantendo quem eu gosto por perto... Sem planos ou grandes objetivos, apenas ir levando e ver no que vai dar. Juntar boas lembranças pra depois poder recontar pra quem quiser ouvir...

Respondo com a cabeça levemente abaixada, enquanto pensava. Nunca pensei em como seria daqui alguns anos. Em realidade, nunca pensei que iria de fato para tão longe, o que aconteceria, as consequências de minhas ações. Não quero pensar se isso é ruim ou bom e penso no que perguntar para ele. Minha curiosidade falando mais alto do que a necessidade de sair do local, me faz fazer adiar a pergunta principal.

-O que são os talentos mágicos que você havia dito?

Melissa pensava em sua resposta, nunca tinha pensando a respeito, mas logo conseguiu por em ordem seus pensamentos e assim falou ao homem e pouco tempo depois mais uma pergunta brotava continuando com a conversa deles, enquanto dançavam pelo templo com os Pokémon de Melissa os olhando ou aparentavam tal.

Utau olhava para os dois esperando pelo momento em que poderia atacar, o Venonat variava sua concentração, olhando para os dois, para o prisma, para os outros Pokémons, enquanto Castiel ainda parecia um tanto confuso, o que era um pequeno incômodo para ele, mas então o dançarino respondeu.

- Nada demais, meu corpo as vezes parece desaparecer e posso ficar como estava antes de você me acordar. Além disso, não tenho certeza... - dizia ele um pouco indeciso, mas parecia mudar de ideia. - Acho que não é relativo a mim, mas algumas coisas desaparecem e surgem ao meu redor, as vezes acho que eu posso controlar isso, mas deve ser apenas o acaso, na verdade estou bem certo disso.

E a dança continuava... Ele parecia desistir de pensar mais a fundo sobre aquilo, convencendo-se de que ele não podia controlar aquilo, mas aquela lugar com suas estranhezas que o faziam. Então voltou a ele a vez de fazer uma pergunta, pensou um pouco e depois a proferiu.

- E quais talentos você tem?

A dança continuava em meio às ruínas. Eu deveria ficar tão calma perto dele? Utau quer atacar, mas depois de ele ter desviado de sua investida, o orgulho dela fala mais alto. Vini não parece ver nada de ruim, está relativamente calmo aparentemente. Cass parece confuso, isso me preocupa.

Presto atenção na resposta e não posso evitar me preocupar. Como assim sumiam e reapareciam? Olho para meus três companheiros temerosa. Eles poderiam desaparecer? Não aguento ficar longe deles, passamos por momentos tão difíceis quando nos separamos...

-Algumas coisas que somem e surgem... Incluiria eles?

Pergunto enquanto indico com o olhar para o trio que nos observava, temendo uma resposta positiva. Cass se aproximava, ficando aos típicos três passos de distancia, sendo seguido por Vini e Utau. Os dois primeiros aparentemente alheios ao que me preocupava, enquanto Utau ficava tensa e vigiava agora tudo ao seu redor desconfiada.

Tento me acalmar e ser mais positiva. Talvez fosse apenas objetos inanimados, então os três estariam a salvo. Passo a pensar na pergunta, embora a preocupação não tenha se ido.

-Nenhum que venha em minha mente no momento, pelo menos que tenha alguma importância... Dizem que canto bem, se isso contar...

Respondo, enquanto penso se havia algo que eu pudesse considerar um talento. Talento nato para entrar em situações estranhas e sair delas de formas ainda mais estranhas? Creio que não conte... Enumero as perguntas que ainda tenho em mente: Porque ele esconde o rosto; o que são os objetos que estão na mesa; como voltar para a cidade de Cinnabar. Três questões e relativamente em ordem.

-Porque esconde o rosto?


Fico me perguntando quando vou poder matar esse cara estranho... Mel está demorando demais para fazer uma pergunta realmente importante e estou ficando impaciente... Mas fico tensa quando escuto a resposta dele e ouço que coisas somem do nada. Fico nervosa e olho ao redor, tentando ver algo que houvesse surgindo ou desaparecido de repente.

Começo a me remexer inquieta, aproximando-me de Melissa, mas mantendo uma distancia. Não confio nele. Castiel fica mais perto, a distância rotineira entre ele e minha treinadora. Vini fica encarando tudo sem entender a seriedade da situação. Vejo Mel perguntando se nós teríamos chance de sumir e a possível resposta me preocupa. Sorte não é exatamente nosso forte. Não quero outra separação, na maioria das vezes, alguém sofre, e nessa maioria das vezes, são ambos os lados que passam por momentos ruins...

Quando encontramos Dakota e Mel correu perigo. Quando Juan se perdeu e quase caiu nas pedras. Quando Mel caiu em um buraco e ficamos encurraladas, ela enfrentando uma rocket e eu enjaulada. Não quero mais situações semelhantes a essas.

- Não sei, mas isso não ocorre muitas vezes, não precisa se preocupar.

Dizia o homem calmamente, ao ver que Melissa parecia bem preocupada com seus Pokémons, assim como eles próprios, ou apenas Utau, estavam. Mas as coisas continuavam normalmente e a Criadora o respondeu mais uma vez e ele fez um pequeno comentário.

- Então adoraria escutá-la cantar algum dia.

Mas logo Melissa já fez uma outra pergunta, enquanto continuavam dançando, o que não era muito bom para Castiel, o Pokémon voltara a ficar a distância habitual de Melissa, mas como ela não estava parada, ficava a acompanhando, quase que como se passeasse pelo templo, o que levou Vini a ficar parado perto de um coluna, antes que ficasse tonto, mas o homem mascarado respondeu a Melissa.

- Eu apenas gosto de usar máscaras.

Dizia ele, Melissa percebia que realmente era uma máscara bonita, era branca e tinha buracos para a respiração e os que mostravam seus olhos azuis, do mesmo tom de algumas linhas que enfeitavam-na, devia ser um exemplar de uma das máscaras usadas em carnavais nobres e era muito bem feita, mas mesmo Melissa perguntando por que ele escondia o rosto, ele não mostrou nenhum sinal de que iria retirar a máscara para que ela o visse.

- Você esconderia, ou já está escondendo, algo de mim?

Respiro aliviada com a resposta dele e volto a ficar mais calma. Agradeço por tudo ocorrer normalmente e nada de ruim ter ocorrido até agora. Sem danos e sem traumas, embora ainda estivesse em um lugar estranho...

-Algum dia, eu canto para você.

Digo com um leve sorriso. Utau ainda não estava tranqüila, desconfiada do homem, embora mais calma com a possibilidade reduzida de sumiços. Sentava-se e ficava observando com atenção, fazendo questão de vigiar cada movimento dele. Vini e Cass continuavam com a expressão de sempre...

A resposta do homem não me deixava satisfeita. A máscara era bonita, mas saber apenas a cor dos olhos de alguém me deixa curiosa... E aparentemente, ele não iria tirá-la tão cedo... Fico fitando os orbes azulados, tentando imaginar se ele realmente gostava de usar uma mascara, ou se havia alguma razão a mais. Não consigo não imaginar como é o seu rosto...

-Eu consigo esconder alguma coisa?

Respondo a pergunta com outra. Em geral, sou um livro aberto e dificilmente se quer consigo esconder algo. Mas também, nunca tentei esconder muito que sinto e nem tenho grandes coisas a esconder. Não revelo cada detalhe de minha vida para quem conheço, mas existem poucas coisas que não me sinto confortável em falar.

Penso no que perguntar. Não sei o nome dele, mas ele não se lembra qual é. Sua história é confusa. Não revela a face... Não sei o que fazer com ele!

-Você está escondendo algo de mim?


As chances de desaparecer eram baixas. Menos mal. Ainda estávamos perdidos numa dimensão paralela. Isso é mal. Mel ainda dançava com um completo estranho. Minha paciência está em um nível perigosamente baixo...

Só posso ficar sentada esperando alguma coisa acontecer. Que minha treinadora, infelizmente, curiosa e azarada além do que poderia ser considerado comum, descubra logo como sair desse lugar e voltar para a cidade. Estou pensando em apressá-la... Se ela não fazer a pergunta que importa nos próximos minutos, vou mordê-la. Isso sempre funciona.

Enquanto aguardo, fico observando. Não confio em nada daqui. Nele, nos objetos, nas ruínas. Tudo aqui me da uma péssima sensação...

Melissa mostrava como não era capaz de esconder as coisas com sua pergunta, o que parecia ter feito o homem acreditar nela ou apenas não queria prosseguir com o assunto, assim aguardou pela próxima pergunta, que logo foi feita e ele não tardou a respondê-la.

- Não que eu saiba.

Ele também falava como se tivesse um sorriso no rosto. Utau já se preparava para morder sua treinadora se ela não progredisse logo, a Pokémon de Gelo não gostava do lugar e aquilo era bem evidente, mas sua treinadora continuava dançando com aquele homem estranho, que então fez mais uma pergunta.

- E o que você mais deseja agora?

Ele não aparenta guardar segredos de mim. Isso piora minha curiosidade... Quero saber mais dele, mas como posso descobrir algo se há coisas que nem ele lembra? São nesses momentos, que odeio ser curiosa e querer saber as coisas...

Recebo mais uma pergunta. Perguntar o que eu desejo é a mesma coisa que dar um nó na minha cabeça... Fico pensativa, o que desejo? Quero principalmente saber o que se passa, saber onde estou, como voltar, os objetos, mas principalmente mais dele.

-Sou curiosa... Quero saber mais desse lugar, como voltar para a mansão, saber como está Aya, o que são os objetos na mesa... Também gostaria de ver seu rosto e te entender melhor... – Dou uma pausa, abaixando o rosto. Disse todas as perguntas que possuía, então não tenho mais o que perguntar, basicamente. – Você tem as respostas pra essas perguntas? – Termino de falar, aguardando em silêncio.


A curiosidade da Mel um dia será minha desgraça... Se já não está sendo! Cada segundo é quase uma tortura, mas suspiro aliviada quando ela finalmente faz todas as perguntas que quer. Fico até feliz de como voltar para casa estar na lista, embora não fosse a primeira...

Aguardo ansiosa. Rezo para que ele saiba como voltar para a mansão e que Melissa tenha juízo o suficiente para não querer explorar...

Melissa respondeu e a fez de sua própria pergunta, o homem mascarado continuava dançando, olhava Melissa nos olhos, vendo a garota cheia de perguntas e parecia que nem sabia por onde começar, mas então começou aos poucos.

- Não tem mais nada que sei sobre esse lugar e pelo visto, também não há muitos lugares para descobrir. Não sei como está sua companheira, mas espero que esteja tudo bem. Acho que o prisma é algum tipo de fonte de energia, o resto era apenas para que eu pudesse dormir como estava antes. E não acho que ver meu rosto a ajudaria a me entender melhor.

Então ele começou a dançar mais perto de Melissa, como se a estivesse abraçando, colocando a cabeça sobre os ombros dela e a música ficou mais lenta. Melissa viu que Utau ficava a beira de um escândalo, então escutou o barulho de algo caindo, mas não via nada que pudesse ter caído e não podia olhar para trás naquela posição.

Sentiu o homem colocando as mãos em sua cintura e ele se afastou um pouco, continuando a dançar. Foi um choque... Ele não estava mais com a máscara e era possível descrever ele em apenas uma só palavra - lindo - Melissa não esperava por uma pessoa tão estonteante, ele era jovem, vinte e poucos anos, sorria timidamente, então se aproximou novamente, dessa vez seu rosto não foi para o lado, o nariz quase tocou o da criadora e ele encostou lentamente seus lábios nos de Melissa.

Foi por pouco tempo, mas parecera muito para ela, logo eles estavam dançando abraçados novamente, mas ele voltou a falar, aos ouvidos da coordenadora, sua voz parecia mais clara agora.

- E eu acho que eu sei por onde você poderia sair. - Então ele se afastou, mas ficou segurando as mãos de Melissa e pela primeira vez desde que tinham começado a dançar, ele parou e voltou a falar. - Mas você quer ir embora mesmo?