Andei mais um pouco para poder explorar o que havia de baixo da raiz, mas mal sabia eu, inocente como sou, que assim que chegasse lá, não ficaria nem instantes no lugar para observar e avaliar se a passagem era viável ou não, pelo visto, ela que avaliara se eu podia ou não entrar, acho que era por quesito de gordura corpórea ou o quão seu corpo é escorregadio, se é que exista tal escala. Fui chamada a entrar sem convite prévio, dessa vez, um tropeço era a chamada, e a porta um tobogã pequeno, onde até fora divertido estar, mas prefiro assentir que posso firmar meus pés em algo duro, nem que não seja o verdadeiro chão, será melhor do que escorregando nas pedras. Isso me lembra mais Alice do que antes, em queda livre por baixo das raízes, dentro da falsa toca, pena que, no meu caso, o que eu achara parecia mais uma toca de coelho verdadeiramente falando a que um país novo.
Ao por o pé no chão novamente, um ufa se fez automaticamente em minha boca esbranquiçada, um pouco de adrenalina não faz mal a ninguém, mas meu sistema autônomo estava totalmente atento, o que tornava a adrenalina apenas um incomodo dessa vez, outrora poderia até ser divertido esse friozinho na barriga, mas agora não, quanto menos indicação de medo, melhor para mim. Forcei-me a ficar em pé e olhar os resultados, dessa vez não tive melhor desenvoltura que o último tropeço, um arranhado cortou o lado posterior da minha coxa, pegando do ponto alto direito e descendo até o ponto mais centralizado possível, não que eu me corte, mas apenas uma observação: Se houvesse sido propositalmente calculado e dilacerado, o ponto não conseguiria ficar tão no centro posterior do membro. O arranhão era jovem, então o sangue ainda não saíra, estava apenas branco, fechado por alguma força mágica que depois de um tempo cederia à pressão sanguínea e abriria, dando um tom de vermelho a pele branca, que de vez em quando eu penso em cuidar, amarronzada de poeira e terra.
Já machucada, no chão e em pé, pude me certificar de que eu ainda não havia virado um fantasma, a adrenalina não permitia que a dor do corte fosse sentida por inteira, mas o suficiente para garantir que meu corpo e minha alma ainda são as mesmas coisas. Agora olhei em volta e me situei em mais uma sala, comparando o tamanho, acho que é o mesmo da última, porém agora sem prateleiras nem abóboras, apenas um poço de estrutura medieval, mas o que é isso? Parece aqueles de desenho animado ou filmes, que de vez em sempre jogavam as bruxas para morrer. Aproximei-me da estrutura e rezei para não tomar um susto no ato, ainda de longe, tentei olhar para dentro, esticando-me e colocando na ponta dos pés e ver o que eu achava, mas aparentemente, mal daria para ver uma parede lateral fazendo aquilo, então prossegui minha caminhada até sua beira. Para não chegar sem nenhum aviso prévio à construção alheia ou casa de alguém, gritei em um aviso:
- Alguém ai?! - falei em direção ao poço, e fui respondida pelo eco de minha própria voz
Era estranho falar com meu eco, mas eu me sentia na obrigação de avisar minha aproximação, pokemons fantasmas podem morar em poços mais fácil do que bruxas, então não era uma suposição inviável.
OFF: CONSEGUI ARRANJAR TEMPO PRA POSTAR UHUUUUUUUUUUUUUUL! E SE FOR A SAMARA EU CAPTURO, LEK