Capítulo 7 - Resgate nas trevas!

Ainda parado, Lohan preferiu não responder o questionamento do menino - ou pelo menos, não em primeiro momento - e continuar a observar o que estava a sua frente. Não era possível ver nada anormal dali onde Blake estava, logo a frente havia uma árvore e uma pedra, um ao lado do outro, ok, e o que há demais nisso? Pedras e árvores estão por todos os lados daquele ambiente. Pois bem, para o guarda aquilo significava alguma coisa que não quis explicar, ele ficou analisando por muitos minutos, parado e calado, aquele conjunto, olhando para cima e para baixo, a única coisa que era possível ver de estranho, era o fato de, aquela árvore, parecer ser a única da floresta não interligada por teias, por mais que estivesse rodeada pelas linhas.
Aparentando começar um movimento diferente, o homem ajeitou sua calça para cima e apertou o cinto prático, apenas puxando a ponta de pano, puxou também a alça da mochila, regulando-a para ficar mais junta ao corpo, retirou do bolso fácil o líquido de cheiro impregnante e o jogou ao alto para que Blake pegasse:
- Ele duraria mais alguns belos minutos, mas vamos nos adiantar e usar mais - comentou, mas não tirou, em momento nenhum, os olhos do casal pedra e árvore a frente - Sabe escalar uma árvore? Espero que não tenha problemas.
O homem então apoiou o pé esquerdo na pedra grande e com o direito pegou impulso para subir, ficando no ponto mais alto do pedregulho, que tinha certa de um metro e vinte de altura, de lá, estendeu a mão para Blake, indicando que ele teria que fazer isso também, porém com ajuda. Era incrível a forma física que Adelimar tinha, sua barba e cabelos brancos não apresentavam isso.

Então as mãos foram dadas e o impulso inicial de Blake o fizera subir fácil com apoio, porém aquela pedra era um pouco pequena demais para os dois, isso tornou a situação um pouco constrangedora, até porque, Lohan, que era tão alto quanto seu parceiro, não estava com seu corpo muito mais que cinco centímetros longe do treinador, não por falta de opção, mas certamente aquela era uma cena bizarra para qualquer espectador, dois homens altos, juntos, em uma pedra não muito espaçosa, mas o guarda não parecia preocupado com isso, até porque, ele conseguiu piorar o bem estar local quando lembrou do uso próprio do repelente, no último segundo, suspirando com um ar de ufa no rosto. Pegou a mistura da mão do garoto que estava com ela outrora, quando apertou o botão central do frasco, para espirrar o liquido, ocorreu de cair um pouco nos olhos dos dois, ou melhor, nos dois olhos dos dois, fora não intencional, mas o ardor durou alguns segundos e a tose o acompanhou, sem muito espaço para estender o pulmão. Logo voltaram a se comportarem como homens saudáveis - quando digo logo, quero dizer cerca de 30 segundos depois - e iniciaram o ritual para escalar o grosso e rugoso tronco a frente. O guarda fora na frente e sinalizou para McBride não ter presa, o cientista era prioridade na segurança, pelo que parece, então ele verificaria os lugares seguros e assim permitiria que ele fosse logo atrás, sem cair em nenhuma prega falsa.

Não estava complicado subir naquela árvore, suas rugas era gigantes e seus sulcos eram muito visíveis, mesmo sendo noite e com as árvores tapando a luz da lua, era possível sentir claramente onde estavam colocando as mãos, sem contar que a dilatação máxima da pupila fazia com que aquele lugar não se tornasse uma mancha preta absoluta nas retinas alheias. Subiram por um tempo, e a medida que iam, a luz da lua ficava cada vez mais clara, iluminava o lugar como um satélite deveria iluminar, ou seja, não para clarear, e sim para embelezar. Luz demais nos permite ver com completude, isso significa não poder esconder os defeitos ali presente, garanto-lhes que o lugar está muito mais bonito sem a possível visão das descolorações da árvore ou o tronco enrugado. As folhas esbranquiçadas pela luz e contrastada pela sombra são muito mais agradáveis do que os insetos que, no momento, são invisíveis, camuflados pela escuridão.

Prosseguiram, adentrando cada vez uma paisagem mais bonita, escalar aquilo se tornava mais simples e encantador com o tempo, mas ainda faltavam alguns metros para chegarem no foco do guarda: as teias de aranhas. Porém, no encanto da paisagem, talvez Blake nem perceberá o tempo e a distância que escalou. O vento começava a se tornar existente, mas não forte, o presente perdia o carácter abafado-úmido, do andar de baixo, e o cheiro de terra molhada deixava de ser tão forte.

Respirou fundo e prosseguiu sua subida, nem parecia que a dupla estava explorando a floresta juntos mais, aqueles que estiveram juntinhos em uma pedra, agora estão separados por uma metragem abismal, Blake subia aquela árvore muito, mas muito, mais devagar que Adelimar. Os dois se mantiveram firmes na tarefa, mas quando passou o nível da teia, o guarda não conseguiu conter o suspiro e a expressão de surpresa que spoilava ao treinador que havia algo ali. Ele podia estar quase a chegar, mas ainda não tinha visão nenhuma do que fizera o homem, que parecia ter visto de tudo já, se surpreender. Ali, acima dos emaranhados, havia uma aglomeração de aranhas entre as teias, elas não estavam mais nas árvores e sim no ar, penduradas nos espaços entre árvores, se aconchegando por cima das teias, seria uma cena deveras bonita e emocionante, seres sem muito raciocínio formando uma espécie de colchão gigante no ar, não é todo dia que se vê isso, porém a questão lidava com muitas e muitas Spinaraks e Ariados, deixando tudo muito mais medonho e preocupante.

O guarda então ficou ali esperando o cientista, este teria que se apertar e apressar, como Lohan fizera, para passar pelo tronco rodeado por teia, só assim chegaria ao nível de observação certo. A árvore podia não estar ligada a rede gigantesca das aranhas estranhas, mas a passagem entre o tronco da árvore e o resto do meio aracnídeo não o permitia se afastar nem 30 cm, os fios eram duros e resistentes, era no mínimo difícil empurrar para lá e abrir uma passagem maior. Bom, ele teria que dar um jeito, o guarda conseguiu passar se apertando, então ele provavelmente conseguiria também.

OFF: post rápido e confuso, desculpa ): foi só pra vc não ficar sem narração

Então, em uma estratégia inteligente, Blake resolvera que sua mochila era a essência do problema, bem, provavelmente seria esse o problema mesmo, até por que, ele não pode ver como o guarda atravessara aquela minima passagem, mas com a mochila nas costas que não foi. Colocou a perna no galho próximo, para a alegria do treinador, eles já estavam próximos das parte ramificada e folheadas da árvore, se livrando do tronco puro e maciço a um tempo, isso fazia com que a escalada ficasse muito mais segura e fácil. Ele apoiou no galho disponível, ficou como bípede, confiando na força do ramo, e abaixou-se, tentando equilibrar-se com uma mochila nos pés, no final das contas não conseguiu completar sua missão com hesito daquele jeito, então resolveu sentar e fazer, porém antes de mais nada, resolveu ir para o galho de baixo, este era bem mais grosso e seguro do que o que estava. Regrediu um pouco e sentou meio sem jeito, por sorte não caíra, tombara para um lado por alguns milissegundos, só isso foi o bastante para um frio na barriga, uma ânsia de vômito, uma dilatação da pupila e uma história de vida marcar o momento. A queda não seria alta, para um gigante do pé de feijão, mas para um humano-gigante, mais precisamente, um humano de 1,90, seria literalmente fatal.

Conseguiu amarrar a mochila na perna que pretendia, bem firme, dois nós cegos, o que significa que já podia ir para a segunda etapa da missão: Subir. Parece a mesma etapa que passara por todo esse tempo, mas agora tinha uma pedra acorrentada a sua perna, o garoto então, depois de muito esforço para conseguir ficar de pé em cair, finalmente pode dar o impulso para subir no galho que estivera minutos atrás, o mais a cima, e foi nesse impulso que pegou, nesse pulo, que o presente galho balançou muito, parecia até que iria envergar, mas depois voltou ao normal, havia algo na ponta dele que parecia ter caído, mas provavelmente seria só uma fruta, não é? Depois de 5 segundos de subida de um humano, e paralelamente, 5 de queda de um objeto, um gritou foi ouvido de cima:
- Minha mochila! - Gritou o guarda transtornado.
É, aparentemente McBride deixara cair uma coisa importante no processo, acho que ninguém ali tentaria pegar de volta por enquanto, mas aquilo seria no mínimo frustrante. O garoto, depois de pegar o tempo que precisava para processar o que fizera, voltou a escalar e reparou que passar por entre aquelas teias foi mais fácil do que pensou, a tarefa mais difícil era manter o equilíbrio com aquela mochila ali. Podia agora sentar ao lado do guarda para entender e ver melhor as questões levantadas. Além de se desculpar.


OFF: VOLTEI MLK, PRA FICAR

Subiu, subiu, escalou, escalou, por fim, sentou ao lado do guarda meio estressado, porém sem nenhum ódio do garoto e ouviu uma resposta mais doce do que esperava, e talvez forçada, mas não havia como saber o que se passava por baixo daquele grosso bigode:
- Acontece -então deu de ombros - Na volta eu pego, mas teremos que ter mais cuidado daqui em diante, não temos mais repelentes.
Após essa exclamação, um suspiro de alívio podia ser dado por qualquer um dos dois, se Adelimar resolvesse surtar, em cima de uma árvore, repleta de aranhas e em uma área com presentes fantasmas, eu estaria sendo uma narradora extremamente malvada. Voltando a minha característica primordial, depois de linda, é claro: O menino então reagiu da forma que devia e depois de fazerem as pazes, foi realmente o momento do jovem olhar o horizonte, de lá de cima, se olhassem em um angulo de 0º para a vertical, livre para ir a qualquer ponto do horizonte, veria apenas as árvores vizinhas, se abaixasse a cabeça em 90º, veria por dentro do buraco que passou, porém o curto alcance vinsual da noite não o permitia ver mais que alguns metros, agora, se o menino movesse o pescoço para qualquer angulo negativo diferente de 90, só veria o branco das teias, era medonho o jeito que aquilo se formava e realçavam na noite, as junções e os grossos nós, aquilo certamente aguentava uma, duas, talvez até três pessoas.

Assim que o garoto analisasse totalmente o cenário, ele perceberia que em sua diagonal; no alto; esquerda, havia algo pontiagudo totalmente coagido por teias, este era parecido com um antena, porém maior do que as normal, caso ele não visse o objeto entrárvores, Lohan estaria ali para apontar e mostrar:
- Ali, isso era o que estava me deixando encucado - comentou, anunciando suas intenções logo em seguida - Aquela é, acho, a principal torre de telefone e internet das duas cidades próximas, é como se aqui fosse o manso comunal, e o produtor de Câncer tem que ficar longe das pessoas, logo, aqui.


OFF: Nossa, pior que eu só to oficialmente de férias hoje mesmo, ontem eu tive aula ainda, e parece que passei em todo o resto, amém.