Sombra e água fresca -sqn

Marco se exaltava enquanto eu o criticava, mas a situação parecia um pouco mais complexo que isso. Pamella reagia diferente no momento. Ela mudava de voz e acabava revelando ser um androide que tinha intenções um tanto quanto suspeitas. Eu observava tudo, ainda um pouco suspeito, mas apenas suspirava pela insistência da equipe rocket em querer focar em um mero ranger como eu. Nesse momento, eu apenas observava o local onde estava. O veículo se movia em uma velocidade considerável e por conta disso já estava até longe de Cerulean.

Não demorou muito para notar o que estava acontecendo e por conta disso eu conseguia sair do camburão, depois de Aipom ter sido hipnotizada, ou se lá o que esse androide fez. Olhava para os lados e percebia que estávamos em um lugar bem solitário e não tinha como sair dali. Marco protegia a irmã (a verdadeira, trazida por um Scyther) e aquele era o rocket que eu conhecia. Olhava ao redor e continuava achando tudo estranho. O casal de senhores, os rangeres do camburão... Todos Rockets? Como que ligamos para os Rangeres e aparecem Rockets? Se tivesse interceptado a mensagem, os rangeres estariam me procurando... Sei que eles tomaram as providências necessárias, desde as últimas revelações de que havia rockets infiltrados no nosso interior.

- Vocês rockets são loucos! – era a conclusão que eu chegava – Vocês focam em um ranger, enquanto a cabeça do projeto se mantem segura. Se você veio aqui procurar vingança, porque fez Aipom atacar o seu agente, ao invés de me atacar?

Aipom saia correndo até o meu ombro. Parecia que a macaquinha tinha notado o que aconteceu. Olhava para o lado com cara decepcionada, mas aquilo só aumentava a raiva da macaquinha, por saber que foi forçada àquilo. Não estava entendendo nada do que se passava ali, afinal, não fazia sentido ele atacar o camburão, ferir os falsos rangeres, Marco e sua irmã e eu não. O que ele quer? Além disso, devolvia meus Pokémons? Àquele por trás daquele robô ou era muito burro, ou era esquizofrênico!
 

Estava tudo muito confuso. Aipom, em meus ombros, encarava tudo ao redor, enquanto Marco se erguia de forma furiosa. Sua irmã estava no colo. Como alguém que está em uma organização como essa pode ficar feliz? Se alguém colocasse Marcella em risco, mesmo que fosse a Corporação Ranger, eu me desvincularia em seguida dela. Olhava para frente e percebia que aquilo tudo não fazia sentido, mas explicava como Marco e sua irmã agiam daquele jeito. Suspirava enquanto pensava que aquilo tudo teria que acabar. Rocket interceptando transmissões rangers? Onde está a dicotomia da soberania das organizações?

- Você arrisca sua irmã demais. – dizia para o rocket, ainda olhando para os lados e assistindo o local lamacento que estava – Talvez devesse pensar onde está pisando... – dizia, referindo-me a decisão dele de lutar a favor dos rockets, enquanto a organização era má até com os seus. Parecia não haver união entre os rockets e era por isso que os rangeres triunfavam sempre.

Marco estava furioso. Aparentemente havia um rocket que estava querendo se vingar de mim, usou ele como marionete em suas mãos, afinal, a maior fraqueza do foguete era a sua irmã. Nervoso, como sempre, o rocket parecia dá um relato da situação e eu concordava com ele que a equipe rocket não estava interessado em vinganças particulares. Enquanto o rival gritava, Aipom tentava avançar contra ele, mas eu impedi, segurando-a e vendo que a macaquinha deferia socos e pontapés no ar.

- Vocês são tão vingativos... Deve ser por isso que seus interesses particulares interfere nos profissionais. – dizia suspirando e menosprezando a organização Rocket. Sabia que eram organizados, mas não me importava em irritar o rocket antes. Eu olhava para a menina em seus braços e ela era a única razão para não prender o rocket naquele instante. – O ruim é saber onde estamos.... – pegava o meu rangergear e mandava uma mensagem para a base, pedindo que usasse o sinal do meu aparelho para me rastrear. Até lá... – Togekiss, preciso de sua ajuda.

Togekiss retornava para o campo e assim voava alto. Devido a última batalha, o Pokémon estava mais cansado. Chegou a encarar Marco por um momento, perguntando-me o que era aquilo, mas com meu balançar negativo de cabeça e com Aipom com cara inchada e língua para fora em meus braços, o Fairy procurava atender o meu pedido.

- Por favor, procure uma saída. Voe alto. – no momento, tinha que reportar aos meus superiores o que estava acontecendo. Seguia o caminho dos pneus, mas era difícil já que a lama escondia as marcas das rodas. Comecei a caminhar no sentido oposto do que o caminhão ia...

E eu achando que Marco Zurak era um mala! Kamen Rocket era repugnante e mesmo diante da situação, não o considerava um gênio do crime. Se fosse tão esperto, eu já estaria morto... Ele não passava de mais um louco psicopata que ajuda os rockets em troca da tecnologia roubada deles. Mas deixando isso de lado, eu teria que sair dali. Não estava nas condições de prender Marco, até porque, minhas coxas e braços doíam por causa do treino e sabia que se tentasse qualquer coisa contra o Rocket, um de nós dois acabaria seriamente ferido. Mas não seria por conta daquelas informações que Marco iria ficar livre de mim. Não permitiria que ele se safasse. Ainda era um Rocket!

Caminhei seguindo Togekiss, deixando o camburão e os corpos ali naquela zona. Uma coisa eu sabia de Marco: ele amava a irmã. A pequena era o ponto fraco dele, assim como Marcella é o meu. Mas Kamen Rocket era desprezível e independente de seus motivos narcisos, eu não o perdoaria o que ele fez com Marcella. Aipom sentia a minha seriedade, enquanto a macaquinha olhava para Marco. Talvez nem eu soubesse explicar porque deixei ele partir, mas sabia que não daria essa vantagem na próxima. Não importava o que fazia, sempre acabava encontrando-o.

No caminho, pensava sobre o garoto Akuma. Alguma coisa esse Kamen via no rapaz. Sabia onde ele estava e não fazia nada? Se bem que ele poderia ter me matado e não fez nada também... Não queria entender o louco, mas queria entender porque ele fazia essas coisas. Patrice é uma ex-rocket, e se for realmente ex, a base ranger deve estar de olho nela. Com isso, poderia localizar ela e o garoto e descobrir mais dessa história... Esperava que tivesse tempo para isso!

Depois de atravessar um bom caminho e passar pela cerca, ao longe avistava algumas casas e prédios. A cidade com certeza partia dali. Aipom no meu ombro ainda estava confusa, assim como Togekiss, que outrora batalhava contra Marco, e agora era obrigado a deixar o rocket para procurar uma saída. Mesmo sabendo de tudo o que aconteceu, eu logo percebia que tinha que tomar algumas providências e isso se resumiria a achar a dupla que fugia de Kamen.

Mas antes mesmo que eu pudesse traçar um percurso, Togekiss descia ao meu lado e o meu celular tocava. Número desconhecido. O que mais poderia acontecer? Atendia.

- Alô?!