Slateport - Hiro Nagaiashi

O vento marítimo bate em meu rosto e bagunça ainda mais meu cabelo. Sigo caminhando na direção do centro da cidade. Com um olhar perdido passo pelas pessoas sem dizer nada. Meu objetivo na cidade é começar minha jornada por Hoenn. Ao chegar em um lugar menos movimentado, sinto que é hora de caminhar ao lado de meu amigo. Pego a esfera bicolor de meu Aron e aperto o dispositivo no meio dela, liberando o Pokémon armadura de ferro.
- Vamos lá Aron, temos uma jornada a frente.
O pequeno Pokémon responde animado com minha proposta. Caminho cerca de dez metros até lembrar de algo muito importante na jornada de Aron e minha. Paro de repente, e Aron dá cinco passos antes de perceber que parei. Ele me olha como se perguntando o que estou fazendo.
- Iniciamos uma nova fase em nossas vidas hoje. Então para comemorar isso vamos lhe dá um nome, assim você será mais especial do que já é.
Aron se anima com a possibilidade de ter um apelido. Eu já devia ter colocado um nome nele, mas fui adiando e adiando, agora é a hora de enfim coloca-lhe um nome.
- Que tal Grey?
O Pokémon armadura não conhece nenhum nome de Pokémon, então fica feliz com o que foi dado a ele. Sorrio ao vê-lo um pouco mais feliz, se sentindo um novo ser. Continuo caminhando em direção ao centro da cidade, sem nenhum objetivo na cabeça, talvez pense em um durante a caminhada.

O clima de Slateport não é diferente de minha cidade natal, na verdade sinto que ainda estou em Dewford. O vento que bate em meu rosto começa a ficar mais fraco, com a distância do porto já esperava que isso fosso acontecer. Continuo caminhando para a área residencial, o motivo pelo qual opto por essa escolha? A praia é o pior lugar para ficar com o Aron. Mesmo em cidades como Slateport, pode ser encontrado Pokémon selvagens, e se eu topa com um Pokémon aquático o meu Aron vai amargura a primeira derrota.
-- Grey, vamos conhecer um pouco a cidade. Há uma possibilidade de encontrarmos um oponente para você, então...
O Pokémon continua com a mesma animação de antes, talvez pelo fato dele nunca ter visto outros Pokémon ao vivo, acho que o que ele está sentindo é o mesmo que eu, ansiedade e curiosidade.

Caminhar por essas ruas é um ótimo exercício a se fazer. O tempo que passo conhecendo a cidade é relativamente pouco, mas já me sinto em casa pela cultura do lugar. Chego em um local e ouço várias crianças brincando, nesse instante não ligo muito para esse fato, já que é comum em todo lugar ver crianças brincando, mas para minha surpresa e espanto ao invés de ver as crianças brincando de pira pega ou coisa do tipo, encontro eles maltratando um pequeno Margikarp. No momento estou indignado com essa ação, e ao olhar para Aron percebo que ele não está entendendo o que está acontecendo. Com a cara fechada me aproximo dos garotos, e ao chegar do lado deles eu impeço que eles continuem com a brincadeira e logo depois digo.
-- Parem agora com essa tortura! Vocês não podem fazer isso com os pobres Pokémons, já pensaram se fosse vocês sendo maltratados desse jeito?

Os três garotos não estão entendendo a importância do ato deles, esse maltrato além de ser uma ação banal é crime. O grupinho pega o pequeno peixe, que para eles é bem grandinho, e começa a carrega-lo para outro lugar, talvez para continuar a tortura. O grunhido de Aron é o que me faz ficar irritado, pois ele ainda não conhecia esse tipo de maldade, e agora sabe até demais, por isso que fiz o que fiz.
O meu semblante fica mais feroz que antes, como se um mostro me possuísse. Sigo os garotos com o punho fechado, mas não vou agredi-los ou algo assim, ao invés disso eu pego no ombro do líder e faço ele se virar e me olhar.
-- Não conheço vocês, e vocês não me conhecem, então por favor, soltem esse Margikarp ou eu vou chamar a oficial para resolver esse caso.
A minha voz sai com toda a irritação que o trio está me causando. Logo solto o ombro do garoto e espero ele fazer alguma coisa, confiante que vai me obedecer e soltar o pobre Pokémon indefeso. Se isso não acontecer terei que usar meu Aron para impedir que eles prossigam com o maltrato.

O trio já está me dando nos nervos. Não acredito que esses moleques acham que podem fazer esse tipo de coisa com uma pobre criatura. O pior de tudo é que não posso chamar a oficial para vir aqui, pois se eu sair posso não encontra mais esses pivetes, então terei que resolver isso com uma batalha Pokémon. Aron com certeza ira gostar, pois vai ser sua primeira batalha, onde ele vai liberta um semelhante.
-- Ok. Parece que vocês não entenderam o que eu disse, então vou ter que mostrar. Grey, vamos impedir que eles continuem com essa ação criminosa agora.
O Pokémon armadura de ferro não demora muito para se coloca a minha frente, somente esperando meu comando para fazer algum movimento. Encarro o trio, mas dessa vez meu semblante está sério.
-- A batalha somente pode acontecer com um Pokémon de cada lado, então vocês devem ver quem é o mais forte para me enfrentar. Acho que é você o mais forte não é? -- Digo apontando para o líder. -- Não, acho que é você, tem mais Pokémon. -- O meu objetivo é fazer com que eles entrem em conflito, por isso aponto para o com dois Pokémon, e para incluir o terceiro eu digo. -- Já sei, é você que comanda, pois é o único que não liberou um Pokémon, vai deixar os fracos perderem para depois me enfrentar.