Copa Hoenn - Oitavas de Final: Luta G

O juiz anunciava, eu havia ganhado mais uma vez. É impressão minha ou eu ainda não havia perdido nessa copa? O que diabos estava acontecendo? Quando cairá a ficha? Mesmo que não saiba responder nenhuma dessas perguntas, eu precisava correr para falar com Vicent e perguntar se este é realmente o mundo real. Por um segundo esqueci do menininho no outro lado da arena, retirei Tyr de campo e quase sai correndo para fora, até que a frase que outrora falara ecoara na minha cabeça como uma notificação... "Winnie.... você é demais!" É impossível ignorar isso, eu precisava ir até ele. Comecei a correr mas, ao invés de ir corredor a fora, fui em direção a Sckar, atravessando o campo vazio e cheio de luzes, ignorando qualquer regra que havia sobre isso, sem ouvir grito nenhum da plateia e, só parei de correr quando fiquei bem a frente dele. Pensei em apertar sua mão, mas não consegui resistir, ao invés disso fiz como mãe (chata) e o abracei, forte, como quem precisava daquilo mais que o próprio menino. Uma lágrima escorreu, dando deixa pra segunda, que dava para a terceira e, sem mais precisar de deixas, todas saíram de vez. Eu estava chorando muito mais que aquela criança chorara no decorrer da luta. Porque isso te emocionas tanto, Winnie? Está ai mais uma pergunta que não vou saber responder por hora, alma.

Depois de alguns segundos assim, reparei o incomodo que devia ser, para uma criança, ver uma adolescente cair em prantos em seu ombro, sendo assim me ergui, com o rosto totalmente inchado e olhos vermelhos, esfregando a mão nas bochechas incessantemente e, quando finalmente parei de soluçar disse:
- Você vai longe, guri - pausei para pegar fôlego - Quero esbarrar com você ainda... A propósito, não cresça demais.
Não soube muito bem de onde surgiu a última frase, talvez ela fosse a explicação para todo aquele choro. Eu cresci, né? Perdi todo esse caráter que Sckar tinha, uma nostalgia tão forte me tomava naquele campo que não tenho certeza se conseguirei continuar aqui sem chorar.

Fora só depois de minutos que ouvi o grito da plateia, por que não se silenciaram ainda? Não sei, mas ficar aqui mais um pouco não me faria bem. Quero sair, quero Vicent, quero meus pokemons, quero meus abraços. Acenei com a mão direito enquanto a mão esquerda estava encarregada de enxugar meu rosto, andei para fora do campo, devagar, choramingando de cabeça baixa e murmurando algo como "quero sair daqui logo".

E fora um pouco antes de ir embora que o menino abrira a boca para dar outra brilhante ideia, contatos! Voltei correndo, mais uma vez, e entreguei pra ele um cartãozinho que carregava no bolso, com meu nome e número:
- Qualquer coisa, call me - disse, ainda coçando o rosto.

Desta vez eu realmente sai correndo, ansiosa para rever a luz do dia e sai daquele local fechado e esquisito.