[Capítulo Extra #3] Black Hole Edition

Com mais controle de espaço e emocional, Robin tentava criar situações que não fossem tão alarmantes para a atual. Contudo, o grupo de Terrestres parecia não estar muito compactante com a ideia. O líder sumiu numa questão de segundo e já aparecia atrás de Leavanny num golpe furtivo, provavelmente pressentindo o que ela estava tentando fazer. O restante dos Diglett, um mirava na Grass e outro no Dragão numa onda de terra que fez tremer novamente a cratera, deixando uma grande parte do solo acima de suas cabeças cair e fechar metade do buraco que já era pequeno. Como antes, Axew se mostrou mais ferido que a gramínea que conseguiu num só golpe de folhas cortantes derrotar ambos os digletts. Axew ficou tentando cortar o ar, porque passou muito longe deles. Contudo, ainda restava uma ameaça que olhava para os intrusos querendo sangue. Eis que seu corpo se tornou uma aura âmbar e todo o ninho tremeu com muita força até que... migalhas caíram do teto. Foi a escala de magnetude mais baixe, causando cócegas na verdadeira assassina local. Com mais um de seu movimento de grama, Midori terminou o serviço.


Midori então deu uns saltos sobre os defuntos e abraçou a amiga.

- Robin, precisamos sair daqui antes que o lugar venha abaixo. Por onde vocês vieram?

Ouvir a melhor amiga Pokémon ainda podia ser estranho, mas as palavras vivas como folhas na primavera vinham da boca da Leavanny no mesmo momento em que os lábios dela mexiam.

Off: Que sorte e-e
Enfim, que horas são??

Hora da Experiência!:

Midori como sempre fora ágil e certeira, cada batalha que travávamos juntas, mais forte ficávamos. Segurei-a em meus braços, de alguma forma desenvolvemos uma forma de nos comunicar, no inicio achava que era ela que havia começado a falar a língua humana, mas agora, vendo ela na minha frente, percebi que era eu quem estava falando na língua de Midori. Como aquilo teria acontecido, adoraria saber, quem saiba a resposta estivesse naquela grande árvore, precisávamos nos dirigir para lá atrás de informações.

- Vamos voltar! - Exclamei. Peguei Shan no colo, ele ainda estava com problemas de visibilidade graças aos nossos amigos Digglets. Estava preocupada se conseguiríamos voltar por onde entramos, já que tivemos que pular buraco a dentro e não lembrava o quão profundo era, já que apenas saltei e saí correndo atrás de Midori sem pensar em nada.

Não querendo perder muito mais tempo ali, a jovem criadora dava espaço para sua gramínea seguir na frente enquanto essa a seguia com seu Axew debaixo dos braços, preocupada com o bem estar do pequeno com a visão prejudicada. Midori mostrou uma luz que logo se relevou um espaço aberto acima de suas cabeças. A Levanny não deixou nem Robin falar algo. Ela logo envolveu a mulher em vinhas e fez certa força para erguer sua amiga para cima, conseguindo tirar a humana e o dragão do subsolo, ficando Leavanny para trás, esperando que fosse puxada.

Já distantes dali elas se aproximaram da árvore gigante que ainda mantinha um portal ativo que deveria levá-las a outro espaço. Ao menos assim era esperado. Só que com isso estava tudo bem para o grupo? Midori não parecia muito preocupada quando estava ao lado de Robin, mas e quanto aos sentimentos da morena?

A Pokémon que os tirou do ninho dos digletts já estava preparada para elevar os outros dois para o galho que portava o anel de Hoopa, só estava esperando a permissão da amiga.

- Obrigado pela ajuda ali no buraco Midori, você foi perfeita como sempre! - Exclamei.

Assim saímos correndo pelo campo em direção a grande árvore, retornei Shan para sua pokébola para que pudesse se recuperar do ataque dos Digglets de antes. Midori parecia muito contente com tudo aquilo, não sei se era o lugar ou o fato de estarmos juntas. Haviamos passado por tanta coisa juntas, desde ver ela sair daquele Ovo dado por Morion até chegar ao seu auge como Leavanny, muitas lembranças e trabalho duro.

- Midori, está tudo bem com você? - Perguntei antes dela me colocar sobre os primeiros galhos das árvores. - Fazia tempo que não te via tão animada.

Com elogios, a chegada das duas na árvore enorme no centro daquele campo não foi dificultada por mais nenhum perigo ou desafio. Restava apenas chegar ao topo e a Pokémon verde tinha a solução. Contudo, antes de continuar, Robin a questionava se estava tudo bem. A Leavanny respirou fundo aquele aroma do pacato espaço e respondeu:

- Eu me sinto como se ainda estivesse molhada pelo orvalho da manhã. -  num sorriso sincero.

Provavelmente aquilo significava um sim. Até Robin se acostumar em ouvir a gramínea aquilo tudo poderia soar um pouco estranho no começo.

Midori não esperou muito mais para usar suas fortes vinhas para colocar Robin no primeiro galho e subir lá também com um salto simples e fazendo da mesma forma até chegar na altura do anel. Somente ao se aproximarem, o portal que parecia inativo logo esboçou sinal de vida puxando tudo ao seu entorno com a maior força que conseguia. Força esta maior que qualquer coisa que as duas pudessem fazer. Então elas foram sugadas mais uma vez e agora sentiam frio. Então a visão ficou branca e foram jogadas com força num chão fofo. E muito gelado!

Elas estavam agora numa montanha, pois havia mais um caminho para cima e outro para baixo - bem perigoso, por sinal. Além do espaço, o clima e o tempo não ajudavam muito, pois estava escuro, característica da noite, e flocos de neve caíam sobre os ombros. E nenhum sinal de outro portal.

Off: Vamos esquentar as coisas -u-

Ao chegarmos no topo da árvore, nos deparamos com o portal e sem ter como reagir, fomos sugadas por ele. De cara a primeira coisa que notamos ao cair em alguma coisa fofa é que não estávamos mais naquele lugar quente, nevava e era noite.

- Parece que esfriaram as coisas Midori - Exclamei - Odeio o frio, droga.

Midori também não parecia feliz com a mudança de temperatura, não estávamos preparadas para isso, não sabia nem mesmo se tinha pelo menos um casaco na bolsa. Pensei por um tempo tentando achar uma solução, haviam dois caminhos para seguir, um subindo e outro descendo, por mais perigoso que parecesse ser, achei melhor ir por baixo.

- Midori, vamos por esse caminho, o que leva para baixo, vamos tentar achar uma caverna ou algo similar para podermos quem sabe descansar um pouco até que o dia amanheça. O que acha?

Ela concordou e assim começamos a descer a montanha com todo cuidado possível.

A noite mandava ventos gélidos a medida que elas caminhavam. Robin não possuía as roupas certeza para a estação, visto que Hoenn era uma região tropical. Quem sobria ainda mais com o gelo era a Grass que de forma visível formava pequenos cristais nas pontas de suas folhas. Seu corpo já estava começando a ficar mais claro, característica de geada.

- Bruu... que frio. - reclamava a Leavanny, descendo pela encosta da montanha tremendo.

Estava escuro demais e elas só viam o chão branco e a noite negra com pontos brancos caindo no chão. Sem uma fonte de luz seria perigoso continuar a descida.

As coisas não estavam indo muito bem, principalmente par Midori, o frio começava a afetar suas folhas, era hora de chama-la para sua pokébola.

- Midori, volte para sua pokébola, essas condições só irão te fazer mais mal, não quero que fique doente.

Midori não pareceu muito feliz com o meu pedido. Ela queria ficar

- Mas Robin, não posso deixar você sozinha descendo essa encosta, é muito perigoso. - Exclamou a gramínea.

- Não se preocupe comigo, vai ficar tudo bem, tenho uma ideia.

Ela acabou aceitando, meio contrariada, ela sabia que era o melhor para ela. Logo acabei chamando Liz para fora.

- Oi Liz, hehe, frio né? Preciso de sua ajuda.

Elizabeth saiu da pokébola animada, fazia um tempo que não estávamos juntas mais. Ela não pareceu se importar muito com o frio.

- Seguinte, consegue abrir um buraco na parede da montanha, para nos abrigarmos por um tempo? - Pedi e ela parecia determinada em tentar.

Por mais que Leavanny relutasse em ter que ficar na reserva, Robin estava pensando nela. Mas também era só na gramínea, pois tirou uma que não podia ficar no gelo por uma que detestava frio por natureza.

A animação de Elizabeth sumiu nos primeiros dois segundos de contato com o solo fofo e os flocos de neve caindo sobre a cabeça e os ombros junto de um vento gélido que fez a espinha tanta da humana quanto da criatura tremessem. A venenosa ouvia o que a criadora dizia e mesmo com frio procurou a parede mencionada e passou a mão aguardando um pouco, provavelmente pensando em como faria aquilo. Ela olhou para trás, vendo se Robin estava perto demais, então deu um duplo chute que foi capaz de abrir um pequeno espaço, só que insignificante. Contudo, a montanha estremeceu como se sentisse dor. Um som ao longe foi escutado e ele não parava. Estava se aproximando. E ficando muito alto.

Olhando para cima, parte da neve da montanha estava se desfazendo acima de suas cabeças e não demoraria mais que um minuto para soterrar as duas ali presentes. Era bem difícil a Nidorina conseguir fazer uma caverna sem ter ideia de como proceder, e mesmo que conseguissem, elas morreriam congeladas ou soterradas de qualquer forma. Só que as outras alternativas eram: se jogar no precipício ou descer correndo o morro no escuro com risco de escorregar ou tropeçar em rochas. Nidorina estava chocada esperando comandos.

Off: Me explica por quê? "Nidorina lives in hot savannas and plains." - bulbapedia. Além disso nenhum dos golpes dela seriam suficientes para construir uma caverna.

O ser humano é um bicho que precisa ser estudado, pensei comigo mesma, que ideia brilhante a minha, graças ao meu pedido, além de deixar Liz descontente, desencadeamos uma avalanche.

- Desculpe Liz, achei que fosse uma boa ideia. - Resmunguei, porém não tínhamos tempo para isso, Elizabeth estava muito preocupada com toda a situação, além de estar num ambiente totalmente contrário ao seu habitat, estávamos prestes a ser soterradas, correr não parecia ser uma boa solução, a neve nos pegaria em questão de minutos, saltar também não parecia uma boa opção, não sabíamos o que haveria lá embaixo. Pensei um pouco.

- Liz, vamos saltar. Com sorte sairemos vivas. - Peguei em sua pata e saltamos.

Com o vento cortando nossos corpos começamos a descer a montanha em questão de segundos. Olhei para Liz um último favor.

- Acha que consegue criar uma rampa ou tobogã com seu raio de gelo para não cairmos direto no chão? - Pedi.