Reconstruindo os primeiros passos

Um curto frio na barriga e um sentimento de nostalgia imenso me tomou, por um momento pensei que este podia ser o mesmo Daisuke de antes. Impossível! O mesmo é impossível, mas ao menos essa amostra de esforço demonstrava o quão bom para mim ele ainda podia ser. Né? Bem, não é nisso que eu deveria pensar agora, é como dizem por ai, nutri esperança por relacionamentos acabados não é lá muito saudável. Engoli a seco e o segui nesta pequena corrida em conjunto para fora do estabelecimento, paralelo a isso um menino que chamara minha atenção de modo curioso entrara. O modo que ele falava sozinho era... excêntrico. Dei de ombros e prossegui. Todos os pokemons que tanto me apeguei estavam lá, apenas Ducklet era novo para mim e este parecia tão sem cor. Cumprimentei-o com o melhor sorriso que tinha, eu agora estava de fato feliz e menos incomodada, sentia menos que não devia estar com aquele grupo.

Depois de alguns papos bons era hora de enfim contar a má notícia, eu precisava contar que fim Petilil teve, não era uma opção esconder para sempre e eu, em hipótese alguma, deveria me sentir culpada pelo que houve, né? Pois é, eu sei disso, mas continuo me sentindo. Se eu fosse mais forte! Revirei os olhos tentando jogar estes pensamentos ruins fora para só então começar a falar:
- Bem, o que eu vou falar aqui é meio desastroso, mas seu Petilil foi vendido para uma gangue que domina a região - disse, enquanto coçava a cabeça - Eles expulsaram a Equipe Rocket daqui a um tempo atrás e ganharam bastante popularidade, desde então eles criam rinhas entre pokemons como espetáculos e para conseguir um pokemon você precisa apostar outro e batalhar. Quem vencer leva os dois.
Eu estava nervosa o suficiente para entrar em modo automático enquanto dizia isso, era como apresentar um seminário a alguém que eu não conhecia, eu não podia usar várias palavras, se não poderia chocar os vários pokemons de Daisuke. Era óbvio que era melhor ter dito sem que nenhum deles estivessem presentes, mas também era óbvio que eu não podia iniciar uma caçada sem antes dizer isso a ele. Engoli a seco de novo e prosseguir:
- Petilil está extremamente forte e foi muito bem treinado - acrescentei as informações anteriores - Infelizmente você sabe que não sou uma boa treinadora e não tive como ir lá pegar de volta o que era seu. Desculpa.

Ao fim disso apenas abaixei a cabeça e o abracei, pondo a testa em seu ombro; não porque pensei que ele precisasse de um abraço, mas sim por eu mesma me sentir terrível ao dizer tudo isto. Eu era uma inútil? Não sei, mas me sentia. Abracei-o apertado e não soltei por alguns segundos, sei que não faria isso com o novo Daisuke, porém com o antigo eu não hesitaria em ficar a manhã toda nestes braços; pensando no indevido logo larguei mão do afago e o olhei no rosto, esperando uma resposta.

OFF: Mas kaze, o time atual que você falou ta com sete pokemons, não seis D; São todos esses menos o Buizel né?