Holi Park 2016 # Forina

Ao ouvir a resposta abri um grande sorriso; por algum motivo, já esperava a resposta. Sem reparar me entusiasmei, esquecendo por um tempo da fila, eu realmente estava com saudades de Johto. Suspirei uma vez, saindo sem querrer um ar de nostalgia; os continentes por onde passei e vivi me traziam um gigante buraco no peito chamado saudades. Queria encontrar minha família por aqui, viver mais da minha história, mas Hoenn é tão grande. Meu entusiasmo sumiu por um tempo e meu brilho se foi, mas logo recuperei a normalidade, o estado estável, o padrão.
- Imaginei que fosse de Johto pelo sotaque! - inventei - Sou de á também, nascida e crescida em VIollet!

Revirei um pouco os olhos e caminhamos mais alguns metros na fila, com medo do silêncio tomar conta da atmosfera, continuei a falar, esperando ao máximo que o momento incomodo de "não ter mais assunto", não nos assombrasse.
- Você diz que não tem interesse em viajar pelo mundo em busca de capturas e batalhas - relembrei - Mas e viajar pelo mundo em busca de experiências? Meu irmão virou treinador, mas aos poucos, perdeu todo animo em seguir carreira, mas adora viver de modo nômade.

Uma nova música começara e nem havia percebido, preferi dar atenção ao meu sentimento nostalgico e minha companhia, ela em contra partida parecia bem mais interessado nos ritmos que eu.

OFF: Sim, eu só fui pensar nisso depois de ter feito. Foi mal mesmo ): dou umas burradas dessas direto ç.ç

Ao ouvir a pergunta do menino sobre minha cidade, percebi que não sabia muito mais que minha vida rotineira, o que falaria ao garoto? Pensei por alguns instantes e decidi comentar o que realmente sei, mesmo não sendo nada muito especial:
- Morei nos quatro cantos de Violet e mesmo assim não conheço muito! - Ri diante dessa afirmação - Bem, é uma cidade bem grande e chama todos os tipos de treinadores lá, graças ao mistério da torre que minha mãe dizia ser perigosa, os ginásios e o quanto a cidade é dedicada em comércio e criação; digamos que lá é um lugar bastante acolhedor e espaçoso, as casas costumam ser um pouco maiores e as estradas também, além de ser muito bem arborizada. Ela é bem planejada de certa forma, adorava andar de bicicleta por lá, mas infelizmente, no tempo que não era nômade, eu apenas ia a escola e voltava todos os dias, minha família nunca foi de sair tanto, ao máximo aproveitávamos o lago e alguns restaurantes próximos.

Minha história era normal demais para ser interessante, não é mesmo Winnie? Alguns fatos só seriam relevantes a mim, e contar sobre Violet não era um deles, eu definitivamente não havia lhe curtido o suficiente para sentir saudades, não é a mesma nostalgia que quando falo de minha família ou meus amigos, que tanto foram presentes nesta época de minha vida. Dei de ombros mentalmente, o que podia dizer estava dito, e era hora de ouvir Laerte, que conseguira falar até mais que eu! Bastante impressionada - mais com o tamanho da banda que com a história em si -, abri um pequeno "o" com a boca, de surpresa e lhe disse:
- Mas que divertido! Também ando por ai sempre buscando melhorar, mas como treinadora, claro! - comentei - Posso te fazer uma pergunta que talvez seja indelicada? Qual seu pokemon músico? Desculpa, como treinadora tenho muita curiosidade. Ah sim, e seus pokemons tocam o mesmo que vocês? - indaguei várias vezes, mas a primeira fora mais como um alerta, já que o garoto não havia falado até agora; talvez revelar fosse um incomodo.

Antes mesmo de que Laerte tivesse tempo para nos responder, o atendente disse algo em voz alta, fazendo-me despertar e reparar que ainda estávamos na fila; oh, não havia olhado o cardápio! Lê-lo agora significaria enrolar demais a fila, sendo assim, procurei dar a melhor resposta possível:
- O mesmo que ele - afirmei, apontando a Laerte.

OFF: Não revisei, desculpa qualquer coisa ):

Oh, uma das músicas dos desenhos televisivos começou a toca! Animei-me um pouco, esta era a rara exceção que eu sabia cantarolar, balancei para um lado e para o outro, segurando a cerveja na mão, ainda não havia colocado-a na boca; ainda bem. Dei um primeiro gole enquanto Laerte falava e me forcei imensamente a não fazer uma careta ridícula; aquilo era horrível. Dei um segundo gole e não melhorou, desde então, decidi fingir estar bebendo até que na primeira distração de Laerte eu não perderia a oportunidade de arremessar a bebida no lixo. Continuamos conversando, disse para ele que estava muito interessada em conhecer seus pokemons quando sairmos dali, e comentei um pouco do meu Meganium, que não se encontrava comigo nestas últimas aventuras, mas continuava sendo de fato especial.

Ao meio da conversa e os falsos goles de cerveja, o ranger de portão insuportável era ouvido. O intervalo estava anunciado;
- Agora entendi porque os pokemons só saem no intervalo, ninguém conseguiria escutar nada com esse portão - caçoei - Bem, vou lá desta vez, ver no que tem de interessante, me espera aqui?

Independente do que achasse lá, seria a melhor oportunidade para jogar aquela cerveja no lixo. Corri, assim que peguei uma distância razoável - para ter certeza que Laerte não repararia no líquido que tinha ali dentro -, arremessei o álcool na lata de lixo e continuei andando, agindo normalmente, andando em direção ao portão. Aliviada pela multidão de pessoas ter se reduzido, ao meu ver, pela metade no mínimo, andei tranquila, tendo certeza que teria um encontro a mim. Marchei, como alguém de pisar forte, pegando o saquinho de tinta e a Holiball em mãos. Por nenhum motivo importante, joguei ao ar pó azul e me cobri por completo, desta vez não estando mais multicolorida, e sim em um completo azulado. Andei mais um pouco e enfim encontro um pokemon ao meio de pessoas; da mesma cor que eu. Não podia ser nada além do destino, o pequenino estava parado, tão perdido quanto eu, cheguei a ele e pacificamente disse:
- Fico triste por largarem vocês assim, não sei se tiveram escolha - comentei - Bem, deseja vir comigo, amigo?
Ao fim do dito apresentei-lhe uma esfera de captura.

OFF: Oh, tudo bem, dando tempo de ir para o contest eu to bem de boa. Nem sei que dia é pra ta lá hahahaha

Não demorou quase nada minha captura, em poucas palavras ditas Baltoy já estava disposto a vir comigo. Que sorte! De bom grado larguei a pokebola, deixando que o monstrinho tomasse contra da situação e, com bastante confiança depositada nele, a captura foi feita. Sorri e voltei, cantarolando a música anterior ao mesmo tempo que saltitava. Capturas agradáveis sempre me fazem mais feliz, me sinto com o dever cumprido.
Paralelo a isso, algumas questões filosóficas tomavam meu pensamento, sobre o quanto aquele festival pode ter sido cruel com estes pokemons criados em cativeiro. Pensei um pouco na mercantilização dos pequenos coitados e esperei muito que estivesse errada. Pelo caminho, um misto de sentimentos me tomou, de feliz e satisfeita fui a indignada e, depois disso, conclui que talvez fosse só bobagens da minha cabeça. Dei de ombro, meus pensamentos entraram em completa dissonância e hipocrisia, sendo assim, como uma adolescente conturbada de dezessete anos, preferi não pensar sobre, declamando um vazio.

Aos poucos fui me aproximando da figura de Laerte que estava sentado no mesmo lugar, ao finalmente alcança-lo lhe relatei como tudo ocorreu, disse-lhe que fora uma captura pacífica e que, graças a isso, foi tudo bem rápido. Estava ansiosa para conhecer melhor Baltoy.
- Bem, eu terminei minha missão aqui, mas isso não significa que tenho que ir - afirmei - Quer andar por ai ver se encontramos alguém ou algo interessante?

OFF: Primeiro de tudo, desculpa o poste ruim, to caindo de sono, e segundo, respondendo sua pergunta, há duas coisas que me fizeram capturar esse Baltoy <3 A primeira delas é bem bad assumir, mas eu já tenho Gloom, Furfrou e vou ter um Snorunt, ou seja, tem três pokemons na lista que eu não quero, e cada um deles tem mais de quatro cores, então a chance de eu voltar a pegar qualquer um deles na terceira rodada não era pequena, prefiri não arriscar! hahaha O segundo ponto é que eu já havia falado desde o início que eu estava apaixonada pelo Baltoy Rosa, mas que todos os Claydol eram lindos, e que eu estava muito interessada em qualquer um deles, no fim, tive bastante sorte em conseguir o pokemon que mais queria (competindo com o Altaria Rosa)

A conversa com Laerte prosseguia, o menino tentava me deixar o mais confortável possível mas, mal sabia ele, este era o ponto que mais me incomodava em qualquer relação; "seja espontâneo, não se importe comigo", pensei. Como me dera o direito de escolha e tentando intervir na ideia de fazer apenas o que eu quero, decidir entrar em sua "vibe" e curtir as músicas finais, o festival já estava quase que vazio e era o melhor momento para não se incomodar com poluição sonora. Fui a um lugar mais próximo da caixa de som e sentei na grama, de pernas cruzadas, balançando a cabeça no ritmo, fazendo com que meus finos fios rosados voassem para todas as direções. O momento fora curto e, quando finalmente pensei em falar algo para o menino, meu pensamento foi interrompido por outro homem; uma voz conhecida me perguntava se eu era Windy, por sorte esse me pegara em um bom dia, apenas virei a ele e disse meio sem-sal:
- Winnie - corrigi - Quem é você?

Tendo em vista que fui abordada pelas costas não havia ainda visto quem era o garoto, fora então que virei e, sem reconhecer a fisionomia, o encarei pelo corpo; sua postura, seu tamanho, porte físico não me eram estranhos, mas quem era este menino? Curiosa para descobri ergui meu meu queixo, mostrando bem o rosto contra a luz, para que assim me reconheça e tire-me da dúvida.

OFF: Acho que vou fazer esse role com o Laerte sim Sckar, curti o personagem, vou trabalhar um pouco nele <3 E eu gostei muito das suas gifs, sério!
OFF²: OI MATHITO