#1 - Route 110

inha estadia em Slateport não durou muito tempo, afinal eu não tinha interesse algum em ficar no meio de uma enorme multidão. Com passos lentos e olhos atentos para qualquer, movi-me para uma caminho de terra batida no qual me levara para a rota cento e dez. A sensação do vento batendo no rosto era ótima e ausência de qualquer alma viva me acalmava. Sentei-me em um rochedo, observando as árvores que cresciam de forma irregular. Lembrei-me daquela Pokébola que eu havia recebido enquanto ainda estava no navio e rapidamente a procurei dentro de minha bolsa; lá estava ela, no meio de algumas roupas e do meu caderno de desenho. Sem muita pressa, lancei a esfera para o alto, liberando um pequeno Pokémon amarronzado com uma espécie de capuz espinhoso em sua cabeça.

Eu lembrava de ter lido sobre aquele Pokémon em algum dos livros últimos livros que havia lido. Tratava-se de um Chespin e aquele pequenino parecia tão confuso quanto eu. Me olhava torto, deveria estar procurando aquela mulher misteriosa. Olhou para todos os lados e, quando não obteve sucesso, apenas ficou me fitando por alguns minutos. – Err... Tudo bom? Meu nome é Nathan e aparentemente somos parceiros daqui em diante. – disse um pouco sem jeito, não queria amedronta-lo.

Fiquei ali sentado observando aquele Pokémon, ele parecia um pouco lerdo e ainda estava absorvendo o que eu havia dito. Olhei o arredor, atento caso alguém se aproximasse ou até mesmo caso um Pokémon selvagem aparecesse. Estava ali apenas para passar o tempo, aproveitar um pouco a minha estadia ali. Com meu caderninho de desenho em mãos, esperava encontrar uma boa inspiração para que pudesse desenhar.  

ntes mesmo de eu ter quaisquer ideia para começar a esboçar, meus pensamentos foram interrompidos pelos mais variados tipos de barulho: gritos, coisas caindo e galhos sendo partidos. Em seguida, ouvi uma voz feminina gritando, entretanto não consegui identificar com clareza o que havia sido dito. Em sequência, os barulhos continuaram. De primeira, tentei ignorar aquilo, mas Chespin parecia preocupado e a minha curiosidade começou a queimar dentro de mim, então não resisti. Levantei do rochedo e guardei meu caderno de volta na mochila, enquanto caminhava em direção da origem daquela barulheira.

– Fique atento a qualquer coisa, Chespin... – disse, enquanto mantinha meus olhos atentos.

uas silhuetas surgiam em minha frente. A primeira era uma criança baixinha, mesmo não podendo ver seu rosto, eu chutava que a mesma devia estar por volta dos dez ou onze anos de idade, julgando pela a sua altura. Ela berrava com uma criatura roxa com uma longa cauda, cujo possuía uma mão em sua ponta. Fiquei observando o que estava acontecendo por detrás de uma árvore, fazendo com que a garotinha não notasse minha presença. Estava aliviado. Ela não havia me notado, então não seria obrigado a socializar com a mesma.

– Hm... – observei em silêncio. Fiz questão de puxar aquele aparelho avermelhado chamado Pokédex, eu não sabia manuseá-lo corretamente, mas sabia que ele podia me fornecer informações sobre Pokémon no qual eu não possuía conhecimento. Em sequência, apontei o aparelho em diretriz do Pokémon de coloração roxa.

Sem que eu percebesse, Chespin havia saído do meu lado e corrido em direção do Pokémon roxo e sua treinadora. Quando notei o sumiço do meu companheiro, já era tarde de mais. Chespin, com suas pequenas mãos, puxava levemente a saia da garota, tentando chamar a sua atenção.

aparelho revelava que o pequeno Pokémon tratava-se de um Aipom. Com as informações da Pokédex, rapidamente consegui entender o que estava acontecendo ali. Aquele Pokémon parecia estar se divertindo correndo de um lado para o outro com a mochila de sua treinadora.

– Nathan White, mas eu não quero nada com você... – disse um pouco sem jeito. Não consegui procurar as palavras mais adequadas, mas eu já estava quase puxando Chespin para o meu lado novamente para que pudêssemos voltarmos para aonde estávamos. – Enfim, você parece estar ocupada... Acho melhor eu pegar meu Chespin e ir embora.

Caminhei de forma desesperada até Chespin, não queria que aquela conversa com aquela menina continuasse. Também não estava nada afim de ajudar-lhe com o seu probleminha, minha vontade era apenas de sair dali o mais rápido possível. Chespin não relutou, parecia que meu companheiro também não estava tão interessado em se meter em uma batalha ou coisa do tipo. Fiquei de costas para a garota, evitando uma troca de olhares, enquanto eu já tentava traçar em minha mente um novo caminho para seguir.

rqueei a sobrancelha, apesar de não querer nada com aquela garota, nada dava-lhe o direito de falar daquela forma comigo e não tinha propriedade nenhuma para tentar dizer que forma eu devia tratar Chespin. Para ser sincero, eu mal havia conhecido meu mais novo companheiro e a melhor forma de construir um laço amigável com ele seria deixa-lo livre, de forma que pudêssemos nos conhecer.

– Então tá né. – ignorei totalmente o que a garota havia dito. Ela havia feito pazes com sua Pokémon, então simplesmente dei-lhe as costas e segui por outro caminho ao lado de Chespin.

O meu companheirinho parecia atento a qualquer coisa: aos barulhos que os galhos faziam, a leve brisa que corria pelo ar e até mesmo as sombras que as nuvens formavam conforme percorriam pelo céu tingido de azul. Observei-o com seus olhos curiosos, era agradável ver a inocência daquele serzinho tão pequeno.