Uma turminha do barulho.
15:56h, zona oeste da floresta.
As três esferas metálicas eram lançadas quase que simultaneamente.
Desmaiados, Sunkern e Minccino não tinham muita escolha a não ser aceitarem seu destino, mas Bunnelby hesitou — ou ao menos tentou — a entrar na Pokéball. Ao ver Yokosuka sacar o objeto e lança-lo em sua direção, o coelho ainda tentou correr, mas devido sua exaustão, acabou caindo no folhiço e também fora englobado pelo estranho raio avermelhado. Encapsuladas, todas as esferas balançaram três vezes, até pararem de vez e adicionar um monstrinho a equipe de cada um dos rapazes.
Vendo que estariam com problemas em seguir pelo caminho mais próximo ou qualquer outro dentre aquela densa floresta, nosso trio — agora com a adição de Hailee — decidia retornar até a praia. Começavam a se ajeitar para seguir caminho, com Haunter e Duskull flutuando além das copas das árvores para procurarem alguma pista, seja dos Rangers ou da malfeitora à solta. Poucos segundos após os fantasmas sumirem à vista a garota de cabelos cor-de-rosa gritou brevemente, tapando a boca logo em seguida:
— Merda, desculpa. — coçou a cabeça
— Mas lembrei que deixei minha mochila lá onde estava treinando. É aqui perto. — Hailee pegava no braço direito de Joe e arrastava-o junto consigo mais fundo na mata, seguindo mais para dentro do lado oeste
— Vamos comigo, Yokosuka. Bom que tenho que conversar com você sobre uma coisa. — olhou para trás
— FICA AÍ COM ELES, STARAPTOR! VOLTAMOS EM UM PULO! — parou e fitou Dominic à distância por alguns segundos, cerrando os olhos
— E ANTES QUE VOCÊ FAÇA ALGUMA PIADA, É SOBRE A MINHA IRMÃ. Dito isso, tanto a garota quanto o rastafari — talvez contra sua vontade — acabavam sumindo dentre a densa folhagem.
DOMINIC & RYOUSUKE
Não demorou muito e ambos fantasmas retornaram um tanto quanto afoitos, apontando na direção de que vieram e que pela expressão do Pokémon de Joe parecia ser algo excelente. Haunter notava a ausência de seu treinador e começava a ficar um tanto quanto inquieto, circulando Dominic e Ryousuke a procura de uma resposta para onde tanto ele quanto Hailee poderiam ter ido. Staraptor logo conversava com o fantasma, explicando para onde foram, deixando o Pokémon do rastafari um pouco mais calmo.
À distância alguns passos poderiam ser escutados e em questão de segundos seus donos surgiram. De um lado um rapaz negro de estatura média e do outro um caucasiano um pouco mais alto caminhavam lentamente e um tanto quanto cansados. Suas roupas vermelhas e azuis em padrão de uniforme não mentiam: se tratavam de dois Rangers. Ao fazer contato visual com nossos heróis, acenavam e se sentavam em uma das características raízes aéreas por ali.
O clima continuava o mesmo, com exceção dos trovões, que começavam a ficar cada vez mais constantes e da temperatura que aumentava por algum motivo, talvez devido a ausência de ventos. Com isso, o efeito-estufa da densa floresta começava a piorar: o calor era tanto que faria qualquer um transpirar como se estivesse andando em um deserto. Apesar dos raios, nenhuma árvore parecia cair, o que era um bom sinal, afinal, todos pretendiam se reunir em breve.
— Olá! — o branco rapaz acenava à distância, abrindo um sorriso de orelha a orelha logo em seguida
— Que temperatura alta, não é mesmo? — sinalizou para que Dominic e Ryousuke se aproximassem
— Estamos muito cansados. Trabalhar sozinho neste temporal e nesta área tão vasta é deveras complicado. Somos os únicos na área. — girou sua cabeça em quarenta e cinco graus e olhou para seu companheiro que se sentava também na árvore
— Não é mesmo?O negro se mantinha em silêncio e dava de ombros, parecendo ofegante demais para iniciar qualquer conversa. Sem antes mesmo esperar os rapazes responderem, o primeiro Ranger retirava a mochila das costas e começava a formar uma pequena fogueira e retirar alguns enlatados da bolsa. Haunter arregalava os olhos assim que via a comida.
— Estão com fome? — o caucasiano mantinha o sorriso no rosto
— Pois nós estamos famintos.
HAILEE & JOE
Após caminharem por alguns segundos, a garota de cabelos cor-de-rosa resolvia encerrar o silêncio enquanto quebrava alguns galhos que estavam em sua frente:
— Não queria comentar nada, Yokosuka, mas sei lá. — bufou
— Acho que devo. — continuou caminhando para frente, esbarrando em um espinho e rasgando parte de sua roupa, a qual ficou presa na planta
— Merda. — respirou fundo e tornou a andar
— Enfim, depois que Sorvete morreu, Camila começou a se rebelar. — revirou os olhos
— Começou com alguns sumiços, mas achei que ela estava só explorando mais o local onde sempre vivemos. — continuou caminhando, agora em passos rápidos enquanto olhava em volta
— De repente ela começou a ser respondona, a xingar... — balançou a cabeça
— Como você é um ótimo amigo, pen-Hailee interrompeu a si própria e parou imediatamente de andar. Sinalizou com o braço direito para que Joe fizesse o mesmo e cerrou as sobrancelhas, apontando para a direita em uma árvore próxima: lá estava o pedaço do tecido que há pouco tinha ficado preso em outro vegetal. Não demorou muito e um estrondo de árvore caindo ao longe conseguia ser ouvido após um barulho de trovão.
— Já passamos por aqui diversas vezes. — a garota mudava seu semblante e pegava o pedaço de roupa nas mãos
— A essa altura já deveríamos ter chegado onde deixei meus pertences... — respirou fundo, cerrando os punhos
— Na verdade pelo tanto que andamos dava para ir e voltar umas três vezes. — começou a se abanar com as mãos
— E que porra de calor é esse?