[Bubble]

Bubble

Percebendo que ainda possuía algumas horas em suas mãos para usar de forma produtiva, o criador optava por ir em sua fazenda e realizar outras tarefas ainda pendentes em sua lista.

Sendo assim, o tempo passou bem rápido. Após voltar do almoço, o treinador tinha mais ou menos quarenta minutos, o suficiente para ir até o ponto de encontro sem precisar correr desesperadamente como no dia anterior.

As ruas estavam movimentadas e o sol brilhava intensamente, com poucas nuvens para servirem de refúgio. O gramado ficava há uma distância considerável do Centro Pokémon, mas Hayato tinha tempo de sobra para se deslocar para lá e ainda chegar cedo, desde que não encontrasse problemas no meio do caminho.

Bubble

Diferente do cenário encontrado na noite anterior, as ruas da cidade estavam muito mais movimentadas. Lojas pequenas estavam abertas e os seus clientes e funcionários circulavam pelas fachadas, os primeiros com os produtos adquiridos e os segundos munidos de materiais de limpeza ou até mesmo encomendas prontas para serem entregues.

Tantas pessoas caminhando chamavam a atenção de Kaya. A terrestre olhava para tudo com muita admiração e curiosidade, ainda maravilhada pelo mundo que estava conhecendo. Por outro lado, Amon seguia Hayato sem contemplar nada ao seu redor, com um olhar vazio e sonolento, típico da sua espécie.

Em um dos mercadinhos que vendiam produtos naturais, um rosto familiar podia ser reconhecido. Tratava-se de Florian, o rapaz estava retirando o seu avental verde e se despedindo de duas senhoras. Ele estava acompanhado do seu Roselia e levava consigo uma ecobag. Graças ao fluxo de pessoas o moreno não percebeu o jovem criador ali, então começou a caminhar sozinho para a mesma direção. Será que o menino iria querer alcança-lo para ter companhia? Ou iria preferir continuar a sua viagem sozinho?

Bubble

O treinador teve certa dificuldade em passar pelas pessoas, mas nada que chegasse ao nível de uma cidade grande em um dia movimentado. A sua tentativa de chamar o rapaz quase falhou graças ao barulho de conversa, aos ruídos emitidos pela limpeza das lojas e por outros sons urbanos.

Todavia, o Roselia estava prestando bastante atenção em tudo e avisou o seu mestre da presença de Hayato. O jovem se virou surpreso, com o toque gentil do buquê do gramíneo em sua cintura. Assim que percebeu o menino, o criador sorriu e acenou, parando de andar para que ele pudesse alcança-lo.

- Boa tarde carinha. Sim, eu estava saindo do expediente, sabe como é, as aulas na UCR são caras e eu preciso manter a minha estadia aqui. – Explicou, calmamente. – Também estou economizando para uma fazenda e cada trocado importa. Vamos andando, conversamos mais no percurso. – Disse, voltando a andar. – E você, o que tem feito? Está empolgado para a monitoria de hoje? – O moço perguntava educadamente, ajeitando a grande ecobag que estava carregando.

Bubble

- Entendo perfeitamente. Aqui não parece ser um lugar tão movimentado para quem vem de fora, mas nós estudantes da UCR estamos sempre atarefados. – Comentou o rapaz, olhando para os lados durante o percurso, mas tentando manter contato visual.

A dupla estava chegando cada vez mais próxima do destino e após mais alguns minutos já podiam avistar o amplo gramado. Diferente do que Hayato havia pensado, duas pessoas estavam por lá. Raella e Nori, sendo que elas estavam arrumando uma mesa protegida pela sombra de uma árvore.

- A Rae gosta de nos passar alguns materiais com antecedência, mas essa semana estamos descobrindo tudo na base da surpresa. Como ela mesma diz: a prática é muito mais desafiadora que a teoria. – Rian explicou, sorrindo de leve e apertando o passo.

Os dois foram notados pela loira e pela menina, que acenaram na tentativa de cumprimenta-los. Todavia, a atenção dada a eles foi roubada por Taliyah. A moça estava montada em seu Altaria, que já se preparava para uma bela aterrissagem e as suas tranças esvoaçantes captavam a atenção de todos.

Bubble

- É uma parte importante das lições dela e até que fazem bastante sentido. – Respondeu o menino, após escutar o comentário do criador.

Pouco tempo foi gasto em seguida para que o encontro entre o grupo iniciasse, de fato. A jovem de pele preta e olhos amendoados descia da sua mais nova montaria, enquanto Nori recebia a ajuda de um panda enorme e forte para arrumar os bancos e até mesmo mover a mesa de pedra para mais perto da sombra. Um tempo a mais foi gasto para tudo estar em seu devido lugar, inclusive os cadernos dos criadores e a mochila da loira.

- Boa tarde carinha, como cê tá? – Disse Raella, sentada em um dos bancos e lendo uma folha que continha um pequeno esquema, provavelmente as anotações que tinha preparado para dar a monitoria. – Podem ir se sentando, vocês sabem que eu não gosto de enrolar e também não sou professora. Como sempre, terá uma aula prática e eu convidei uma amiga minha para conversar com vocês, não me perguntem quando ela chega, não tenho ideia.

- Eaí pessoal... O meu alarme funcionou dessa vez. – Taliyah se aproximou, sentando próxima de Florian e Nori, já acomodados em seus bancos.

- Boa tarde... – Ainda calada, a menina apenas tentou demonstrar educação. O Pangoro, sentado ao seu lado no gramado, também grunhiu e acenou.

- Então... O tema que iremos discutir hoje é sobre a formação de laços afetivos com os Pokémon. Vou começar com uma pergunta bem simples, mas que pode dar um nó em suas cabeças. O que é Happiness? – O ar mais sério da treinadora intimidou possíveis respostas de Rian e Taliyah, enquanto Nori ainda não se sentia confortável para falar.