Arrisco dizer a segunda melhor surpresa daquelas longas horas foi, sem dúvida, a vitória naquela pequena brincadeira boba que havia recuperado da loira durante a breve estadia nas termas ao lado da cabana do lenhador; A respiração apressada, os pulmões queimando pelo esforço exagerado (que beirava o forçar dos próprios limites) e o coração batendo forte dentro do peito - foi de maneira pesada que a mão se apoiou na parede externa do posto de controle, as pernas trêmulas, enquanto observava a aproximação capengante da monotreinadora. Um pigarro divertido escapou pelas narinas, pesado, ao reparar no revirar de olhos birrento da jovem: E precisou de alguns segundos e um puxar de fôlego profundo para que pudesse se recuperar daquela corrida inconsequente. Sinceramente, sequer se lembrava da última vez que tinha vencido uma dessas besteiras que "apostavam" e, bem, ter esse acontecimento nos braços era, para dizer o mínimo, um pequeno boost em seu humor.
Mas, sim, como dizia: Essa era a segunda melhor coisa. A primeira, tinha de admitir, era justamente o fato de que a cabana avistada não era uma miragem pois, por céus, não acreditava que seria capaz de aguentar por muito mais tempo se, além de enfrentar o deserto escaldante, tivesse também de encarar sua faceta gélida sem sequer se preparar para tal, principalmente após as tantas horas de caminhada. Uma das pálpebras se apertou, suave, quando a nativa de Johto pressionou sua bochecha entre os dedos e, então, um riso cansado escapou quando o rosto tentou escapar para o lado oposto.
— ...Isso, jacarés. — Comentou, dispersa. Precisou de alguns segundos para se endireitar e recompôr; Então, ajeitou as alças da mochila nos ombros e retirou os óculos do rosto, volvendo-se na direção da bomba d'água e testando-a para ver se o fluxo saía: Se sim, limitou-se a jogar um pouco no rosto, livrando-se do suor e das bochechas quente que há muito já a atormentavam. — Tem muita gente que diz que eles vivem no esgoto, por algum motivo... Mas parece que existem alguns por aqui. Será que se a gente encontrar um, dá pra ver de longe? Ou ele ia ter a vantagem de morder nosso pé, antes de qualquer coisa? — Brincou, lavando as mãos na água que jorrava antes de se aproximar do baú e o abrir, explorando sem pressa o seu conteúdo, olhando em volta para descobrir onde exatamente poderiam montar as redes.
— Continuar? Hoje? — Perguntou, franzindo o cenho, antes de tirar a mochila dos ombros e a colocar no chão. — Tá é doida, Bley. — Reclamou, pegando uma das redes e a jogando na direção da monotreinadora. — O mínimo que eu quero é dormir um pouco, depois de tudo isso. Não quer sair pelo meio do deserto, à noite, assim, ou quer? — Perguntou, balançando a cabeça em negativa e movimentando os ombros, se ocupando em montar a própria rede, tirando a camiseta e a pendurando nas cordas do tecido. — Se eu andar mais um pouco, minhas pernas vão morrer. Sério. — Avisou, franzindo o cenho e se permitindo cair sobre a rede macia logo após retirar a bermuda. — Até porque, a gente não sabe o que vai encontrar. Não quero andar por aí no escuro. — Acrescentou, se inclinando pra esticar a mão e pegar uma esfera bicolor da mochila. Dela, liberou o jovem pokémon elétrico que trouxera junto a si (e, particularmente, não tinha certeza se tinha sido uma boa ideia, mas...) — ...Rotom, preciso que você vigie para que ninguém se aproxime enquanto estivermos descansando, tudo bem? — Pediu, ajeitando uma das madeixas atrás da orelha e se afundando na rede. — Vai dormir, Shuckle! — Reafirmou, e se enrolou na rede, sem deixar espaço para reclamações - que tinha consciência que viriam.
...É.
Só precisavam descansar um pouco.
Só isso.
Mas, sim, como dizia: Essa era a segunda melhor coisa. A primeira, tinha de admitir, era justamente o fato de que a cabana avistada não era uma miragem pois, por céus, não acreditava que seria capaz de aguentar por muito mais tempo se, além de enfrentar o deserto escaldante, tivesse também de encarar sua faceta gélida sem sequer se preparar para tal, principalmente após as tantas horas de caminhada. Uma das pálpebras se apertou, suave, quando a nativa de Johto pressionou sua bochecha entre os dedos e, então, um riso cansado escapou quando o rosto tentou escapar para o lado oposto.
— ...Isso, jacarés. — Comentou, dispersa. Precisou de alguns segundos para se endireitar e recompôr; Então, ajeitou as alças da mochila nos ombros e retirou os óculos do rosto, volvendo-se na direção da bomba d'água e testando-a para ver se o fluxo saía: Se sim, limitou-se a jogar um pouco no rosto, livrando-se do suor e das bochechas quente que há muito já a atormentavam. — Tem muita gente que diz que eles vivem no esgoto, por algum motivo... Mas parece que existem alguns por aqui. Será que se a gente encontrar um, dá pra ver de longe? Ou ele ia ter a vantagem de morder nosso pé, antes de qualquer coisa? — Brincou, lavando as mãos na água que jorrava antes de se aproximar do baú e o abrir, explorando sem pressa o seu conteúdo, olhando em volta para descobrir onde exatamente poderiam montar as redes.
— Continuar? Hoje? — Perguntou, franzindo o cenho, antes de tirar a mochila dos ombros e a colocar no chão. — Tá é doida, Bley. — Reclamou, pegando uma das redes e a jogando na direção da monotreinadora. — O mínimo que eu quero é dormir um pouco, depois de tudo isso. Não quer sair pelo meio do deserto, à noite, assim, ou quer? — Perguntou, balançando a cabeça em negativa e movimentando os ombros, se ocupando em montar a própria rede, tirando a camiseta e a pendurando nas cordas do tecido. — Se eu andar mais um pouco, minhas pernas vão morrer. Sério. — Avisou, franzindo o cenho e se permitindo cair sobre a rede macia logo após retirar a bermuda. — Até porque, a gente não sabe o que vai encontrar. Não quero andar por aí no escuro. — Acrescentou, se inclinando pra esticar a mão e pegar uma esfera bicolor da mochila. Dela, liberou o jovem pokémon elétrico que trouxera junto a si (e, particularmente, não tinha certeza se tinha sido uma boa ideia, mas...) — ...Rotom, preciso que você vigie para que ninguém se aproxime enquanto estivermos descansando, tudo bem? — Pediu, ajeitando uma das madeixas atrás da orelha e se afundando na rede. — Vai dormir, Shuckle! — Reafirmou, e se enrolou na rede, sem deixar espaço para reclamações - que tinha consciência que viriam.
...É.
Só precisavam descansar um pouco.
Só isso.