6 - Vermilion

O trabalho se tornou muito mais rápido depois que o restante do grupo se aproximou. Will acenou para eles e já repetiu as instruções do engenheiro, seus Pokémon de pronto, correram para ajudar.

Blade que os acompanhara, evitou contato com Drake pelo máximo de tempo que pode, mas ao final, quando a estrutura precária foi reforçada, ele se aproximou do senhor. – Olá, pai! – Era a primeira vez que Will via o seu tio tão submisso, ele parecia esperar por uma bronca de Drake. – Não era dessa forma que eu pretendia retornar, mas estou aqui... Espero que o senhor possa me perdoar. – Will sempre ouviu de seu avô o quanto ele estava decepcionado pelo filho adotivo ter “fugido”, por ter abandonado o Karatê por uma ambição tola. Mas o neto sabia que o avô sempre desejou e esperou que Danniel voltasse. Seja lá o que passava em sua cabeça, era certo que ele perdoaria o filho.

Will se afastou, dando privacidade para pai e filho se conciliarem. Depois confirmou com o Engenheiro a segurança da estrutura. – Já que é assim, eu vou lá. Katana está demorando demais. Thorin, comigo. Os outros aguardem aqui.

Antes de entrar na estrutura para resgatar os Pokémon lá dentro, Will se virou para Merle e devolveu os seus Pokémon. – Eu vou lá dentro, acho melhor vocês aguardarem aqui... – Voltou-se para a estrutura e entrou com seu Quilladin pelo lugar que achava mais seguro.

Will não conseguia acreditar no estado em que se encontrava o Dojô. Tudo parecia tão diferente. O centro do telhado havia ruído e era visível mesmo do primeiro andar, se a coisa estava feia ali, imagina o segundo andar? A estrutura delicada que se formou parecia um labirinto. – Cuidado onde pisam – Alertou o grupo, fazendo o possível para não esbarrar em uma estrutura vertical.

Enquanto avançava, Will gritava por Katana e seus velhos amigos, mas foi um grupo de Pokémon elétricos que os levaram até a sua lutadora. – Vocês estão bem? – Avançou preocupado observando o cenário e colocando a cabeça para funcionar. Merle fora mais rápido em agir, pedindo que seus Pokémon tirassem o ninho dali. – Thorin, ajude a Katana! – Sem saber por quanto tempo sua lutadora suportava aquele peso, a ação mais necessária era dividir o fardo. Pegou as mãos do Sawk e o puxou para mais perto, tirando-o da área de risco.

Merle parecia nervoso e não era para menos, se os Pokémon fraquejassem e as vigas caíssem, tudo poderia vir abaixo soterrando o grupo. Se Samurott estivesse ali, ele poderia congelar as estruturas para lhes comprar algum tempo, mas essa não era uma opção. – Merle, procure por pedaços de madeira ou qualquer coisa que possamos usar de escora. Vamos montar colunas improvisadas para sustentar o peso no lugar dos Pokémon.

- Aguenta aí, pessoal! – Alertou os três que faziam o papel de Atlas e virou-se para o Sawk de seu avô apertando seu ombro. – Você está bem Saw? Se não puder ajudar, melhor seguir em frente, deixe aqui com a gente. – Então se pôs a procurar por qualquer madeira grande e com espessura o suficiente que pudesse assumir o papel de coluna de sustentação. Se encontrasse, não perderia tempo em começar a encaixá-la debaixo das vigas que Katana e os outros seguravam.

Will não tinha nem reparado no Electabuzz de seu avô até ele se prontificar para carregar o velho amigo para fora do Dojô. Apertou o ombro do Pokémon amarelo o cumprimentando e depois lhe entregou a missão de sair dali com o Sawk.

- Ótimo, vamos escorar esse lugar. – Com parte do piso superior destruído e pedaços de madeira espalhados por tudo quanto é canto, não foi uma tarefa tão difícil achar madeira útil para o que pretendia. Com ajuda de Merle, improvisaram colunas que sustentariam as vigas e só quando achasse que o serviço lhes garantiria uma segurança minimamente aceitável, se deu por satisfeito.

- Cadê aqueles Pokémon elétricos que nos mostraram o caminho? – Lembrou-se do Pikachu e dos Pichu que também precisavam serem tirados dali. - Temos que sair daqui o quanto antes.

Começou a gritar por eles, pedindo que Thorin e Katana fizessem o mesmo para instruir os Pokémon elétricos de saírem dali com eles.

Procurar por aqueles Pokémon em um lugar tão perigoso pareceu uma eternidade, cada segundo parecia durar horas. Temendo pelo pior, Will copiou a ação de Merle, recolhendo o seu Quilladin que além de volumoso, era desastrado. – Volte, Thorin! Melhor você ficar na pokébola. – Ele pareceu relutante, fazendo questão de provar sua coragem, mas o olhar incisivo do treinador foi o suficiente para ele baixar a cabeça e obedecer, sabia que aquilo era para o seu bem e dois outros.

“Cadê esses Pokémon?” – Pensou enquanto gritava pelos roedores, já imaginando que eles tinham deixado o Dojô. Mas Katana, se provando a ótima rastreadora que era, o levou até uma fonte de luz emitida por uma lâmpada. Will confiara em sua habilidade de sentir auras e a seguiu sem duvidar. – Ei, vocês precisam sair daqui. Esse lugar vai cair a qualquer momento. – O carateca tentou além de explicar com palavras, gesticular o que poderia acontecer com eles se ficassem. Katana ao seu lado fazia o seu melhor para também convencê-los. – Vamos! Precisamos sair agora. – Se eles não se mostrassem perigosos, Will não hesitaria em pegá-los no colo para leva-los dali o quanto antes. Dividira a carga com a sua Pokémon, que lideraria o caminho de saída, e talvez com Merle, se ele o tivesse seguido até ali.