King's Row

 - Olá Kathryne! Eu sou Manuel, muito prazer... Vacina? - O homem olhava animado para sua mulher -  realmente já há uma vacina?


 - Acalme-se, ela ainda está em fase de testes, eles estão nos enviando para que nós analisemos e quem sabe assim conseguimos desenvolver a nossa própria. - Explicava Joana - E sim, alguns testes já foram feitos e outros ainda estão ocorrendo, como eu havia lhe comentado antes. Se quiser posso mandar um relatório prévio para Denise, o que acha?  - Perguntava a mulher.

O grupo conversava mais um pouco, até a hora de se despedirem, não podiam enrolar por muito mais tempo, já que tinham um horário a cumprir e também a barriga de Kathy começava a roncar. Era hora do almoço.

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Acabei elevando as esperanças de Manuel ao falar da vacina, por sorte Joana explicava tudo antes que eu ficasse em uma interação desconfortável. Bem, eu deixava de lado a pergunta que eu havia feito e acabava ficando em silêncio em meio ao casal. Oh bem, agora que eu já dei esperanças a alguém, eu espero mesmo que essa vacina seja definitiva. Os dados que eu tinha visto quando eu estava em Mountrock eram um tanto assustadores se assim pode-se dizer.

- Ahem, foi bem isso que Joana explicou. Mas realmente espero que essa vacina seja a definitiva. Bem, umm, fiquem otimistas. - Eu cortava logo a minha fala, as chances de eu acabar falando besteira ali eram altas. Eu não era nenhuma perita no assunto, então muito do que eu falava era bem emocional, até porque eu já vi uma pessoa querida minha sendo levada por doenças. Apenas sorri e fiquei quieta e então me virei para Joana: - Sim, sim é uma boa ideia. - Pra falar a verdade, eu conhecia bem pouco do cenário do Corsola Vírus, talvez eu me saísse melhor se eu tivesse feito uma pesquisa prévia, mas até que eu não fiz nenhuma besteira até agora.

Eu seguia Joana para almoçar e bem, apesar de estarmos juntas, caso estivéssemos, eu não puxava muito assunto com ela e acabava comendo rápido, afinal eu tinha que ir até os correios da cidade, que eu não tinha a menor ideia de onde eram então já era bom ir com antecedência caso eu me perdesse, o que provavelmente aconteceria. Mas bem, eu poderia perguntar pra Joana né?

- U-umm... já estou indo buscar a vacina, mas antes disso você sabe me dizer onde exatamente fica o correio? Algum ponto de referência ou algo do tipo? Me desculpe meu senso de direção é péssimo. - Dava um risinho tímido e esperava a resposta da médica antes de ir até o correio.

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 Kathryne devorava sua comida, estava realmente com pressa, tanta que nem olhava no relógio e não percebia que ainda havia pelo menos uma hora até a hora marcada.

 - Kathy, vá com calma, ainda tem um tempo, não adianta chegarmos agora nos correios e dai tomar um chá de banco, o pacote tem hora marcada para chegar  - A mulher tinha uma expressão calma, mesmo com toda aquela situação, onde pessoas normais não teriam calma... - Os correios ficam algumas quadras do centro pokémon, vamos aproveitar esse tempo para passar lá e pedir para a Joy dar uma olhada em seus parceiros, aquela batalha de antes foi bastante intensa...


Com os ânimos do jeito que estavam, era arriscado sair por aí com seus pokémon cansados, vai que outro louco aparecesse. 

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Joana tinha um ponto: eu realmente estava estupidamente apressada, era capaz de eu estar mais ansiosa até que a própria Joana em resolver esse assunto da vacina. Ok, eu tinha que pensar direito, eu dava um suspiro e apalpava o rosto em um gesto de "voltar para a realidade" e então falava com Joana.

- Ok, ok, você tá certa mesmo, me desculpe. As vezes eu fico bem ansiosa mesmo, hehe. Quem sou eu pra estar ansiosa com essa vacina? É você que é uma das médicas na "linha de frente" do combate ao Corsola Vírus. Admiro como você mantém a calma e a profissionalismo, nem todos são assim né? - mais uns segundos de silêncio até eu cortar a conversa mesmo: - Acho que tô te enrolando com essa conversa aleatória né? - E é isso, fiquei tímida ao fazer um elogio a uma pessoa que eu mal conheço, desviando o meu olhar como sempre.

E Joana estava certa mais uma vez quando dizia que eu precisava dar uma passada no Centro Pokémon, afinal eles ainda estavam machucados de uma batalha e quem sabe aparece mais alguém tipo aquele cara? Por mais que aquilo não seja o normal, "better safe than sorry," Eu começava a andar pelas ruas, junto da médica, dessa vez em silêncio pois estava tímida da última interação. Agora o objetivo era curar os meus monstrinhos que eu acabei negligenciando de certa forma e então fazer sei lá o que no meio tempo. Cara, uma hora é muita coisa.

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 Elas terminavam o almoço, Joana fazia questão de pegar o de Kathy, como agradecimento pela ajuda. Após de retirarem do bistrô, a dupla seguia, dessa vez em direção ao centro pokémon.

 - Eu preciso ficar calma. - Dizia Joana interrompendo o silêncio - Faz parte do meu trabalho, Manuel além de paciênte é meu marido, não posso deixar transparecer quaisquer sentimentos ruins quando estamos juntos. Na última semana ele tem melhorado, não precisou mais do suporte de oxigênio, mas as coisas podem mudar da noite para o dia em questão de instantes.


Um tom meio mórbido  assumia a conversa e o silêncio se instaurava novamente até elas finalmente chegarem ao centro pokémon.

 - Irei te esperar aqui fora - Dizia Joana.

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A conversa com Joana poderia tomar um rumo ruim caso eu continuasse, por isso eu mantive o silêncio, apenas acenando para a médica e então seguíamos nosso caminho. Aquele silêncio meio mórbido me deixava desconfortável, mas continuar com a conversa não seria bom também. Bem, chegamos ao Centro Pokémon em uma caminhada que parecia longa para mim, mas talvez não tenha sido longa.

- Certo, eu não vou demorar. - Dizia para Joana, acenando e entrando dentro do estabelecimento.

A primeira coisa que eu fazia lá dentro era obviamente ir até o balcão da Enfermeira Joy para restaurar os meus amigos. Eles estavam machucados da batalha e não saíram da pokébola depois disso. Seria o momento que eu teria o devaneio de: como é dentro de uma pokébola? Mas agora eu tinha outras preocupações que não conseguia entrar nos meus típicos pensamentos. Acenava e agradecia a Enfermeira Joy por restaurar os meus pokémon e antes de ir embora eu daria uma passada na loja.

- Umm... 30 Potions por favor? - Trinta Potions parecia ser muita coisa e de fato era, mas eram extremamente baratas e trariam um ótimo custo benefício. Seriam úteis caso eu estivesse em um lugar bem afastado, no meio do nada, bem como o Valley of Steel que eu pretendia ir junto com Daisuke antes de nossas mudanças de planos. Sigh, estou com saudades dele, mas um dia eu verei ele de novo, pelo menos assim espero.

Bem, finalmente fora do Centro Pokémon, eu me juntava a Joana novamente: - Ótimo, já podemos voltar a andar. Ainda estamos muito adiantadas? Se sim, tem alguma coisa que você quer fazer no caminho?

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 O encontro com a Joy levava um pouco de tempo, enquanto isso Kath aproveitava para realizar umas comprinhas, eram apenas 30 potions, para precaução, caso fosse para algum lugar remoto sem um centro pokémon por perto. Smart Choice

Joana estava escorada na parede do centro pokémon quando a garota retornava. Ao que tudo indicava já estava próximo ao horário marcado, então era hora de irem até o correio.

 - Já deve estar quase na hora, quero por as mãos logo nessa vacina, para podermos estudar ela de uma vez.  - Exclamava a mulher

Conforme andavam algumas quadras, perceberam um súbito aumento de pessoas circulando pela região, isso fazia Joana levantar sua sobrancelha esquerda pressentindo que algo não estava certo.

Havia uma grande movimentação dentro dos correios, o local estava cercado por policiais enquanto uma Oficial Jenny, de cara preocupada, dava ordens para todos ali. O que estaria acontecendo?

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Eu colocava aquele monte de Potions em algum lugar da minha mochila que até eu nem sabia que existe e me preparava para voltar a andar naquela cidade nem um pouco agradável. Ainda não falava com Joana, apenas acenava e começava a andar, ficando meio distraída no caminho, olhando os meus arredores, não por um motivo particular, é apenas o meu jeito distraído.

Mas quando se fala de distrações, ao chegar nos Correios uma distração maior ainda aparecia. Me parece que não vai ser tão fácil pegar a vacina. A multidão ia se afunilando em frente ao estabelecimento e também haviam policiais. Ok, o que aconteceu aqui? Não deixei de pensar no pior, que seria a vacina ter sido roubada. Pense bem, uma vacina de um vírus perigoso que já causou muitas mortes seria um alvo e tanto para bandidos venderem em mercados negros. Mas pode não ter sido isso que aconteceu, mas eu deixava esse pensamento pessimista escapar e eu acabava dando voz a ele em um sussurro, que apesar de baixo, Joana conseguiria ouvir, e ela era a pessoa que eu menos queria preocupar.

- Será que alguma coisa aconteceu com a vacina? - Quando eu me dei conta do que falei, eu tomava a iniciativa de ir perguntar a um policial sobre o ocorrido: - E-ehh não foi nada não, deixa que eu pergunto pra um dos policiais o que aconteceu aqui. - Falava pra Joana, tentando ofuscar a minha preocupação.

Eu tentava passar pela multidão e o ideal seria tentar falar com a Oficial Jenny que estava no comando, mas como tinha muitas pessoas ali, eu tentaria falar com a autoridade que estivesse mais próxima, não poderia escolher com quem eu fosse falar. Na verdade eu fui burra, me esgueirei no meio da multidão sozinha, mas seria muito mais fácil falar com os policiais com Joana ao meu lado. Agora já foi, só se ela tiver me seguido.

- U-umm... o que aconteceu aqui? Tem como vocês permitirem minha entrada no estabelecimento? Eu tenho que receber uma entrega do hospital de Mountrock e é urgente. Posso te mostrar os documentos que forem precisos. - E eu começava a fuçar minha mochila enquanto aguardava a resposta.

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Era dificil de se aproximar, mas de alguma forma elas conseguia, se espremendo e esgueirando pelo local, finalmente chegavam próximo a barreira policial. Kathy tentava comunição, mas foi difícil chamar a atenção da oficial que parecia bastante ocupada e preocupada com toda aquela situação.

Quando finalmente a Oficial notava Kathy, ela não fazia uma expressão muito amigavel.

- O acesso esta restrito, ninguém entra até terminarmos a investigação, por favor não nos atrapalhe. - Dizia a mulher.

Ao que tudo indicava algo bem grave havia acontecido naquele local, porém ninguém ao redor sabia ao certo o que estava acontecendo. O barulho de uma ambulância começava a ser ouvido de longe e logo aumentava conforme se aproximava e coincidentemente parava em uma das laterais dos Correios, em um local que já estava reservado para isso. Joana notando isso, tinha uma ideia

- Apenas siga a minha deixa - Falava ela para Kathy - Médica Joana Bandeira, chefe do setor de Clínica do Hospital de Mu Island, estava de passagem e vi a ambulância, me deem acesso, posso ajudar com o que for preciso. - Jenny olhava para a mulher e também para Kathy com um olhar desconfiado, mas ela mostrava sua ID funcional, o que fazia a oficial frouxar as redeas, um pouco pelo menos - Ela esta comigo, é minha interna.

O acesso acabava sendo liberado e Joana ia direto em direção da ambulância, pegando os paramédicos de surpresa, não esperavam ver sua chefe naquele local.

- Me expliquem o que aconteceu, já.

Com sua fala firme, prontamente explicavam o que havia acontecido. Um assalto a mão armada, os bandidos tentava roubar uma carga recém chegada dos correios, houveram alguns tiros, mas não sabia se haviam feridos ou não, estava ali prontos para prestar socorro assim que fosse necessário.

O pior de tudo é que os bandidos ainda estavam no local com um refém. Tentando escapar.

- Kathy, vamos entrar, precisamos ver se há alguém ferido quem sabe, com alguma sorte, conseguimos ter alguma noção do que os bandidos estão atrás. - Pedia Joana, mas a garota iria topar aquele plano insano e arriscado?

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Mas que inconveniência, quando eu pensei que estava indo tudo bem, eu encontrava mais um obstáculo e dessa vez era algo bem grande. Eu parava de fuçar a minha mochila e arrumava tudo depois que a oficial respondia e estava pronta para voltar atrás e bem, simplesmente desistir, afinal aparentemente eu não conseguiria entrar ali. Mas então eu tinha um relance de esperança e Joana literalmente salvava o dia.

Acenava positivamente e graças a ela conseguimos passar pelos policiais, é sempre mais fácil quando se anda ao lado de uma pessoa "importante". Eu apenas seguia Joana até os paramédicos. Alguma coisa de muito ruim aconteceu lá e pelo timing, me faz pensar que realmente envolvia a vacina e quando os paramédicos explicaram a situação, eu já estava com quase certeza de que o alvo era a vacina. Não pode ter sido outra coisa.

Joana estava determinada a entrar nos Correios, por mais arriscado que fosse. Eu admito que tinha um pouco de medo, mas devia "suprimir" esse medo, afinal eu tenho pokémons forte o suficiente para me proteger e também a Joana. Sou eu quem não devia ter medo. Eu dei uma breve engolida no "seco" e respondi Joana.

- Certo, eu vou junto com você. Meus pokémon podem ajudar caso as coisas fiquem ruins. - E então eu dava voz a preocupação que me abalava: - Eu tenho certeza de que os bandidos estão atrás da vacina, eles devem ter descoberto de alguma maneira que ela chegaria aqui. Bem, deixando o motivo do ataque de lado, eles provavelmente devem estar se escondendo onde as encomendas são guardadas, junto com o refém, mas não seria uma boa ideia ir até lá. Espera um pouco, eu tenho uma ideia.

Eu liberava Venger e logo tentava acalmá-lo, pois ele sempre tende a ficar muito ansioso e queria evitar que ele fizesse muito barulho. Deu tempo dele bater as suas asas sonoramente por algum tempo, mas consegui fazê-lo parar. A minha ideia do que fazer com o Swoobat era algo simples porém efetivo.

- Venger querido, faça o de sempre. Tente usar o seu sonar pra detectar movimento em algum lugar aqui. - Eu continuava afagando o morcego para evitar que ele fizesse mais barulho e esperando que o som que ele fez ao ser liberado não fosse o suficiente para alertar os bandidos. E claro, também esperando que o meu pokémon conseguisse encontrar algo.

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