[Missão] Um passo nas negociações...

Laranjinha e Acerola

Sábado - 11:49 p.m.

Realmente, o Mandela era o lugar da busca por respostas definitivas. Ou talvez, da tentativa de busca, mas da obtenção de apenas mais dúvidas que não pareciam ser resolvidas nunca! Billy Churrasqueiro? A entrada de mais um Player na confusão generalizada formada deixava tudo mais confuso, mas talvez fosse uma luz no fim do túnel para a salvação dos adolescentes, se o pior já não houvesse acontecido. Era de se esperar algo trágico, uma vez que os adversários daqueles adolescentes já tinham se mostrado como "ossos duro de roer", ainda mais se estivessem tomados por uma euforia vingativa pela noite passada.

— O Billy? — Questionou Caio, raciocinando lentamente sobre a pergunta de Ayzen, afinal todo mundo conhecia o Billy — Ah! O Billy é o Billy, você não é daqui, não é? Ele é um dos maiores comerciantes de comida da Região, ele começou com uma carrocinha de churrasquinho e agora é dono de várias Boates e Restaurantes em Rustboro, todas focadas no público mais jovem, sabe? Ah! Ele também é vereador, um dos mais votados! Mas ele não gosta da gente, muito menos da Acerola, então ele cobra um "imposto" do nosso Mandela e faz o toque de recolher. Bem, ele não, os "subordinados" dele. Você quase sempre acha ele trabalhando no Armazém dele, ao Norte daqui da Cidade, fica duas ruas depois da Delegacia de Polícia... — Comentou Caio, rindo e sacudindo a cabeça negativamente.

— Sabe? Eu acho que a gente tem roubado público dele, aqui é tudo quase de graça e ao ar livre, num lugar que a gente conhece porque mora desde sempre. Já as Boates são caras, com comidas caras e seguranças chatos que não deixam qualquer um entrar... Daí quando a gente passa um pouco da hora, já sabe, eles vem aqui e tocam o terror... Quebram, sujam e tudo mais. Mas ó, não conta isso pra ninguém. Tá? — Informou o rapaz, silenciando-se em seguida e rindo divertidamente — Agora que eu pensei... Você não é um dos caras do Billy não né? Porque se for eu to MUITO ferrado... — Encerrou Caio, rindo da própria sorte ou azar. O que Ayzen faria? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 00:12 a.m.

Algo precisava ser feito. Imediatamente! Entretanto, como lidar com a Corrupção local sem prejudicar ainda mais as pessoas normais e o próprio trabalho do Ranger? Provavelmente essa era uma resposta que Ayzen não tinha, mas que teria de descobrir o quanto antes se quisesse manter seu emprego e sua vida. Ele poderia até tentar trazer toda essa informação à tona perante o restante dos Rangers, mas não tinha tempo hábil para isso sem acabar sacrificando a vida da menina por quem tanto se afeiçoou.

O Cadete estava "entre a Cruz e o Honedge", então resolveu agir. Primeiro procurou nos mapas à sua disposição pelo lugar indicado por Caio. Em seguida, trouxe à tona sua Altaria e solicitou que voassem por Rustboro até o local aproximado. Uma missão de Resgate, talvez? Ou a constatação de um fato trágico? Enfim, independente do que encontrasse pela frente, precisava se apressar. O Ranger então subiu nas costas de seu Pokémon e, juntos, ganharam os céus na direção do tal Armazém. Era noite, a Cidade estava em silêncio por aquelas bandas e qualquer movimentação poderia ser facilmente identificada. Era necessário ter cautela...

Guiando-se pelos Apps de Mapa e Geolocalização, Ayzen rapidamente alcançou as "duas ruas depois da Delegacia". Dali ele conseguia ver o tal Armazém. Era grande e parecia meio abandonado, já que não havia movimentação de caminhões ou pessoas. Entretanto, um olhar mais atento notaria dois indivíduos, talvez vigias, no Portão principal. Eles não estavam patrulhando, apenas olhando para frente e ao redor não havia ninguém. Continuar sobrevoando era perigoso, pois um Altaria por ali era algo bem exótico. O que Ayzen faria então? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 00:42 a.m.

Evitando ser facilmente identificado por qualquer "segurança patrimonial", Ayzen resolveu subir até um dos prédios próximos e sair de lá a pé para aproximar-se do galpão. Um galpão que supostamente servia de Armazém, mas que podia esconder qualquer coisa, desde vítimas até provas concretas de algo ilegal, o que certamente significaria a presença de um sistema de defesas à altura. De todo modo, o idaal seria que o Ranger entrasse e saísse sem nem mesmo ser notado, ou seja, da maneira mais sorrateira possível.

Ao redor haviam grandes muros com arame farpado em seu topo, por todo o entorno. Além disso, câmeras de segurança devidamente posicionadas cobririam as partes sem a presença de patrulha humana. Se elas fossem localizadas, poderia ser analisada a presença de pontos-cegos, mas ainda não era o caso... Só havia uma entrada para o terreno e esta dava exatamente na direção do Portão Principal com os dois seguranças. Se o Cadete observasse por algum tempo a movimentação ali, notaria a chegada de um caminhão baú grande, de vários eixos que entrava no local para começar a ser descarregado.

O caminhão não possuía qualquer indicação de pertencer a alguma organização ou empresa, sendo todo preto. Não era possível saber do que se tratava a carga, pois apenas caixas prateadas deixavam a traseira, sendo levados para o interior do local. Haviam pelo menos cinco funcionários trabalhando nesse serviço e mais dois homens que se juntaram a uma conversa com os seguranças anteriores. Como Ayzen não conhecia o tal Billy, ficaria difícil identificá-lo, ainda mais a distância, seja do ar com seu Pokémon ou do alto de algum prédio. O que o rapaz faria então? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 01:00 a.m.

Apesar de ter pouco tempo para tal, Ayzen fez um rápido planejamento de ação. Algo importante, aprendido na Academia Ranger! Ele tinha que ser furtivo e evitar conflitos que custassem sua carreira e vida. Para isso, teria que contar com sua fiel parceira Ambipom. A Símia inclusive deixou sua Poké Bola já batendo continência para seu Treinador. Atitude que repetiu no momento em que recebeu suas ordens. Não seria um trabalho fácil, mas se fosse fácil não seria uma Missão Nível B, não é mesmo?

Com tudo pronto, a dupla dinâmica desceu do prédio em que estavam e caminharam até as proximidades do Armazém. No caminho, o Ranger fez questão de observar uma foto do tal Billy Churrasqueiro na internet para saber caso esbarrasse com ele. O homem parecia tudo, menos um bandido, traficante ou algo do gênero. Billy tinha uma aparência bastante "popular" e humilde, alguém do povo. Ele aparecia em seu antigo trabalho como Churrasqueiro e abraçando pessoas na rua, provavelmente em sua campanha.

Enfim... O Plano era objetivo, mas nada simples. Ambipom faria um esforço inicial para não ser vista e ao mesmo tempo torrar as câmeras de segurança no lado oposto ao da entrada. Isso deveria chamar a atenção dos seguranças e abrir caminho para que Ayzen invadisse. E curiosamente, o plano saiu como o esperado. Pelo menos até agora... Vozes e passos pesados no silêncio da madrugada indicavam que os guardas haviam caído na isca. Entretanto, cada um deles havia vindo por um lado do Armazém e a dupla, treinador e Pokémon, esbarraram com um deles no caminho.

Como planejado por Ayzen, a mistura de um mata-leão com Thunder Wave foram suficientes para dar conta do homem. Se tivesse sorte ele não lembraria do ocorrido e nem da face de Ayzen ou da Ambipom. Entretanto, era provável que o outro homem o encontrasse e alertasse todos dentro do Armazém. Sabe-se lá quantos fossem. De todo modo, o Cadete Kitshomo e sua companheira conseguiam adentrar com sucesso o local e começavam uma busca desenfreada pelos dois adolescentes.

Ali dentro era bastante escuro... O Armazém era praticamente um Galpão de uma única ambientação, mas as muitas caixas, objetos de ferro gigantes e indecifráveis e até mesmo containers deixavam tudo como um grande labirinto. Havia também muitas vozes vindas de um segundo andar, uma espécie de "mezanino de ferro", que rodeava o ambiente e permitia uma visão privilegiada de quem estava lá. Parece que já sabiam da invasão e começariam uma busca, sabe-se lá com quantas pessoas.

Sem saber exatamente para onde ir, Ayzen teria que se guiar por enquanto apenas pelas vozes dos homens, tentando não ser pego e encurralado. Entretanto, um som de soco em ferro passou a lhe chamar a atenção. Ambipom também ouviu e puxava a barra da blusa do jovem para lhe chamar a atenção, indicando com os dois rabos o caminho de onde aquele barulho vinha. Poderia ser um arriscado perigo adiante se seguisse, mas também poderia tratar-se dos adolescentes aprisionados. O que Ayzen faria então? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 01:21 a.m.

Seguindo o comando de Ambipom que mostrava o caminho com sua forte intuição, o jovem tentava contornar os containers e evitar as áreas mais centrais onde a visão de cima lhe pegasse desprevenido. Com isso, acabou encontrando a fonte dos barulhos, que vinha curiosamente de dentro de um daqueles caixões de metal, o qual rapidamente tratou de espiar. O objeto estava completamente fechado e abrir certamente geraria um som agudo espalhado por todo o ambiente. Isso se as próprias batidas já não tivessem atraído alguém que ainda não tinha chegado ali.

Ambipom encostou o ouvido no Container e mais batidas foram ouvidas, fazendo com que a Símia se surpreendesse e indicasse novamente que ALI era o lugar, talvez em relação a presença de Acerola e Pitú... Talvez uma distração simultânea ao barulho? Ou quem sabe forçar a presença de alguém para "dar um confere" no interior do grande objeto, aproveitando-se da situação para revertê-la a seu favor? Bem, havia pouco tempo, mas Ayzen teria de pensar em alguma coisa, qualquer coisa que fosse para avançar, pois mesmo que estivesse mascarado agora, ainda corria o risco de ser pego por um número maior de adversários... O que fazer? ◄