off. :
Natu já consumiu os dois candys, e como é o suficiente pra ele evoluir pra Xatu, narrei a evolução já.
Como, ao evoluir ele aprende Air Slash, trocar Leer por Air Slash.
Como, ao evoluir ele aprende Air Slash, trocar Leer por Air Slash.
E como já estava anunciado há pouco, os monstrinhos foram recolhidos pelos apetrechos esféricos por vontade própria. Estavam, sim, cientes, de que a partir daquele momento, cruzariam com seu mestre por veredas em que as trevas se esgueiram e assaltam a todo instante. Deveriam estar preparados, maduros; o mundo é vil e selvagem com todo e qualquer ser. Se estariam à mercê dos ventos do destino, deveriam ter isso em mente.
Assim como o vento já não sibilava como outrora, a pequena Sofya esfriara-se em sua euforia. Achegou-se do treinador com uma expressão mais serena e sorumbática. No momento em que as primeiras palavras foram sopradas pela garota, Nicholas tivera alguns lampejos daquela lamúria incessante em que a encontrara sob a sombra da suntuosa árvore. Um agradecimento, e logo depois, a especificação: ele a havia encontrado.
Naquele tão ínfimo lapso de tempo, foi o tempo necessário não apenas para que ela se sentasse ao lado do louro, como este se virava para ela. Estava confuso, claro; todavia, não transparecia isso em seu semblante. Muito pelo contrário. Respirou fundo, observando o horizonte após piscar as pálpebras e umedecer seu lábio inferior com o músculo responsável pela fala. Os orbes cerúleos jaziam estáticos sobre a figura do sol, aparecendo pouco a pouco, depois das nuvens negras de tempestade e lamúrias se dissipavam. Quiçá, as criaturas celestes buscavam passar a mensagem de que cessara os confrontos contra a Entidade que assolou por longos minutos a dupla de desbravadores.
Mesmo sem a presença física da fada que tanto lhe era terna, desabafou: pôde ouvi-la, mesmo que esta estivesse em outro plano, sentiu. Aquela sensação tão aprazível comparada até mesmo quando a criança e sua companheira corriam em volta daquela praia, palco de acontecimentos tão misteriosos. Em pranto tão singelo, tentou limpar todos aqueles sentimentos em forma aquosa que escorriam por seu alvo cenho; os olhos, marejados, transpareciam um emaranhado entre tristeza e alegria.
Sorriu.
Uma única lágrima se prendeu em seu rosto, servindo como um espelho para a radiação solar que agora já volvia a banhar toda a paisagem com o seu esplendor. Mesmo triste, insistia em sorrir; ousada, como todas as crianças no geral. A energia do astro era o adorno natural para aquele cenário de despedidas, afinal, Sofya pôde dizer adeus à Clefable. Tudo era muito enigmático, e Nicholas não conseguia compreender por entre as palavras murmuradas pela menina ao seu lado.
Mesmo assim, manteve-se taciturno, não transparecendo em momento algum a confusão. Agora, fitava-a. Um sorriso faceiro passou a adornar o semblante tão manso de Sofya. Súbita, avançou contra o corpo do louro, envolvendo-o com força nunca dantes vista. E não era apenas a força que enlaçava o seu corpo: a aura que ela transmitia para ele era tão branda. Mesmo que no mundo dos sentimentos pouco se aplique as leis físicas, a lei das trocas de calor seguia o que fora enunciado há muito tempo atrás: o calor corre do corpo mais quente para o mais frio, para que o sistema atinja o equilíbrio térmico.
Em silêncio, pressionava-a contra o seu peito. Foi com alívio que um suspiro saiu de suas narinas acompanhado de um faceiro sorriso. Garantira a segurança das duas, e mesmo não compreendendo como cumprira a sua promessa, aceitou as meigas palavras proferidas pela jovem. E tão súbito quanto aquele avanço, um soído onomatopaico vindo detrás daquela singela união de corpos em terno abraço que fez Nico se desprender gentilmente do corpo de Sofya.
De imediato, erguia a sua sobrancelha. Atônito, os lábios róseos se descolaram no ensaio de dizer qualquer código. Sem sucesso.
Todo o corpo da garota era envolto em luz alva gradualmente, chegando a incomodar os olhos do treinador próximo. Semicerrou as suas pálpebras até que a sua retina se ajustasse à luz emanada pelo corpo de Sofya. As exíguas mãos passaram por detrás de suas longas madeixas castanhas, desprendendo de seu pescoço uma corrente rosê com um símbolo em sua ponta. Posicionava-a, airosa, sobre as palmas da mão do louro como um presente. Caso Nicholas se sentisse encoberto pelas trevas, que através daquele adorno tão singelo, ainda pudesse enxergar a luz.
Sofya depositava a sua essência sobre aquele colar. Possivelmente, ouvira a conversa que o treinador tivera com os seus monstrinhos antes de absorvê-los. Não queria que ele se perdesse em seu caminho, e dessa maneira, entregava um farol para guiar aquele barco tão indeciso, navegando pelos meandres de um mar deveras caudaloso.
O brilho tornou a aumentar. Em último agradecimento, os seres celestes evocavam uma sucinta lufada marítima para que levasse o corpo da garota, que desvanecia em luz. Pequeninos focos se espalhavam pela ilha. Nicholas interpôs sua mão em uma dessas ínfimas partículas como uma barreira de carne. Levou-a até próximo de seus olhos, encarando-a uma derradeira vez, até que a mesma se desfizesse. Súbito, os orbes cerúleos de desviavam na direção da corrente deixava por Sofya em seu outro membro. Era o seu legado, sua essência. E claro: deveria protegê-lo com todas as forças.
Pressionou gentilmente aquela corrente. Um longo suspiro se desvencilhava de suas narinas enquanto volvia o seu rosto na direção do firmamento. Um silêncio sepulcral dominou o seu ser, enquanto mais atrás, ouviu o corpo da treinadora sendo jogado contra a areia em choro incessante. A mão livre de Nicholas passava por suas desgrenhadas madeixas jogando-a para trás com força, apenas para que escorresse sobre seu semblante novamente. Suspirava novamente.
Tão misterioso. Enigmático. Sofya de fato existiu? Seria mais alguma manifestação do poder de alguma entidade que se materializou diante daqueles dois? Alguma ilusão? De qualquer maneira, não importava. O fato é de que estava gravado na memória dos dois: aqueles momentos tão únicos e aquele combate tão melindroso que quase ceifara a vida do louro. Mesmo partindo, as memórias daqueles acontecimentos não abandonariam a dupla tão cedo.
Mightyena aproximava-se de Emma em grunhido sorumbático. Como se tentasse consolá-la, passou suas patas airosamente contra o braço esquerdo da garota, apenas para em seguida lamber sua face em afeto. O lupino, contrariando o senso comum, era tão aprazível e tinha um carinho especial pela treinadora. Pelo fato de a mesma fazer tão bem ao seu mestre, o canídeo cinzento acreditava piamente que ao auxiliá-la, estaria agradando aquele em que creditava ainda estar vivo.
Não tardou para que a hiena se afastasse vagarosamente com uma expressão levemente jocosa: Nicholas estava se aproximando. O louro agachava-se, posicionando suas mãos sobre as bochechas da namorada e jogando uma de suas mechas douradas para atrás de sua orelha. Aprazível, passou suas mãos pelas bochechas rosadas da treinadora para limpar as lágrimas que insistiam em rolar em seu angelical rosto.
— Tá tudo bem — murmurou, colando a sua testa com a dela. Arqueando a corrente com a qual Sofya o presenteara, passou seu membro por sobre o ombro de Emma, colocando, gentilmente o adorno sobre o seu pescoço. O símbolo Ankh agora tinha um lar adequado. — Ela me entregou isso, falando para que sempre que eu me sentir em trevas, consiga ver a luz. Você é como um farol, que ilumina todos ao seu redor com amor e esperança. Antes de derramar qualquer lágrima, olhe pro seu peito e se lembre de cada momento bom que passou com ela — pressionou seus lábios contra a testa da loura sutilmente, antes de afagar suas bochechas uma derradeira vez. Ergueu-se. — Agora, vamos indo. É um longo caminho daqui até Johto.
Suas palavras, apesar de doces, poderiam não fazer efeito diante de um coração lancinado pela sensação de perder alguém considerada próxima — mesmo tendo a conhecida em poucas horas. Ao se levantar, bateu suas mãos sobre as suas roupas para limpar os resquícios de areia grudadas sobre as mesmas. Por fim, se voltou para trás para chamar Natu.
E o que aconteceu a seguir, fê-lo franzir o cenho.
O pássaro psíquico estava terminando de saborear o segundo doce em velocidade exímia. Os planos de Nicholas eram guardá-los para que presenteasse alguém ou utilizasse em situações mais oportunas. Ligeiro e faceiro, a ave bicava os doces e terminava de digerir a segunda bala. Mightyena não ficou muito feliz com aquilo, grunhindo uma única vez, desgostoso. O lupino era — depois de Charmeleon — aquele que mais entendia os sentimentos de seu mestre, e vendo a reação de Emma com a partida de Sofya, salientava ainda mais seu sentimento aborrecido.
— Porra, Natu — exprimiu o treinador, balançando a cabeça negativamente. — Esses doces eram os que Sofya deixou pra mim, e você comeu os dois sem mais nem menos? Por que não me pediu antes? — inquiriu, aborrecido. — Pelo amor de Arceus. E agora, o que é que eu faço?
O psíquico agia como se não tivesse feito nada demais. Ao terminar o último doce, um suspiro aliviado por ter feito uma refeição inesperada. De repente, o próprio monstrinho esbugalhou o seu olho, e piou, deveras alto. Jubiloso, passou a dar alguns pulinhos no mesmo lugar em que estava. Isso arrancou olhares confusos não apenas de seu treinador, como também do cinzento que estava sentado ao lado de Emma.
Quiçá, nem mesmo o próprio Nicholas, aquele quem fora presenteado pela mensageira celeste compreendera o porquê daqueles doces. Imediatamente depois de degluti-los, o corpo do psíquico foi envolvo por um brilho anormal, lembrando aquele que Kirlia cintilou antes de completar sua evolução.
Se tem alguém que devemos dar crédito a esse processo único, é à Sofya. Mesmo partindo, deixou o necessário para que Natu pudesse evoluir para o seu estágio final.
Ainda dentro daquela casca luminosa, o rechonchudo passarinho começava a se alongar, e as suas dimensões eram multiplicadas por muito. De um exíguo psíquico, Natu ganhava corpo e altura para chegar na altura dos ombros de Emma. Suas pequenas asas se expandiam por muito também: se outrora não conseguia voar por muito tempo, agora, não seria um desafio para o monstrinho. Seu bico também delongava, e aquela única penugem se deslocava para a sua nuca.
Envolto naquele casulo luminoso, abriu suas suntuosas asas, irrompendo daquela luz. De um pequeno Natu, daquele que ajudara o seu mestre na rota cento e um, não tardou para que ele evoluísse em um Xatu.
Nicholas ergueu sua mão na altura da sua testa, apoiando a mesma sobre o seu membro levantando. Em um riso desajeitado, moveu sua cabeça horizontalmente para lá e para cá. Sentiu que os deuses estavam a galhofar de sua fala de outrora: por dar uma bronca em seu psíquico, logo após ele deglutir aqueles rare candy, era o gatilho para que se tornasse um Xatu.
— Francamente... — riu, encarando seu monstrinho agora já evoluído. Xatu volveu a fitá-lo cerrando as suas pálpebras em expressão jocosa. Seria difícil Nico saber se o seu psíquico sentira que foi para aquilo que a garota, antes de desvanecer por completo, deixava o preferido de sua fada; quiçá o pressentindo, o pássaro não pestanejou a avançar sobre os doces. O treinador repousou suas mãos sobre sua cintura, suspirando fundo, fitando o sol com os olhos semicerrados. — Obrigado por tudo, pequena.
Encarou o seu bolso. Ali, estava aquela primeira concha que Sofya o entregara antes de avançaram sobre a ilhota em que combateram a Coisa. Mesmo longe, a criança tratou de abençoar os dois não apenas com a evolução de Ralts, como também a de Natu.
Presente divino, sorte, predestinação. São várias as hipóteses que perpetuavam na confusa mente do rapaz. Por fim, preferiu apenas aproveitar aqueles momentos junto da garota que tanto lhe era terna e seus monstrinhos.
Jubiloso, fitava o céu, sorrindo faceiramente. Agradecia, em mente, a Sofya.
Assim como o vento já não sibilava como outrora, a pequena Sofya esfriara-se em sua euforia. Achegou-se do treinador com uma expressão mais serena e sorumbática. No momento em que as primeiras palavras foram sopradas pela garota, Nicholas tivera alguns lampejos daquela lamúria incessante em que a encontrara sob a sombra da suntuosa árvore. Um agradecimento, e logo depois, a especificação: ele a havia encontrado.
Naquele tão ínfimo lapso de tempo, foi o tempo necessário não apenas para que ela se sentasse ao lado do louro, como este se virava para ela. Estava confuso, claro; todavia, não transparecia isso em seu semblante. Muito pelo contrário. Respirou fundo, observando o horizonte após piscar as pálpebras e umedecer seu lábio inferior com o músculo responsável pela fala. Os orbes cerúleos jaziam estáticos sobre a figura do sol, aparecendo pouco a pouco, depois das nuvens negras de tempestade e lamúrias se dissipavam. Quiçá, as criaturas celestes buscavam passar a mensagem de que cessara os confrontos contra a Entidade que assolou por longos minutos a dupla de desbravadores.
Mesmo sem a presença física da fada que tanto lhe era terna, desabafou: pôde ouvi-la, mesmo que esta estivesse em outro plano, sentiu. Aquela sensação tão aprazível comparada até mesmo quando a criança e sua companheira corriam em volta daquela praia, palco de acontecimentos tão misteriosos. Em pranto tão singelo, tentou limpar todos aqueles sentimentos em forma aquosa que escorriam por seu alvo cenho; os olhos, marejados, transpareciam um emaranhado entre tristeza e alegria.
Sorriu.
Uma única lágrima se prendeu em seu rosto, servindo como um espelho para a radiação solar que agora já volvia a banhar toda a paisagem com o seu esplendor. Mesmo triste, insistia em sorrir; ousada, como todas as crianças no geral. A energia do astro era o adorno natural para aquele cenário de despedidas, afinal, Sofya pôde dizer adeus à Clefable. Tudo era muito enigmático, e Nicholas não conseguia compreender por entre as palavras murmuradas pela menina ao seu lado.
Mesmo assim, manteve-se taciturno, não transparecendo em momento algum a confusão. Agora, fitava-a. Um sorriso faceiro passou a adornar o semblante tão manso de Sofya. Súbita, avançou contra o corpo do louro, envolvendo-o com força nunca dantes vista. E não era apenas a força que enlaçava o seu corpo: a aura que ela transmitia para ele era tão branda. Mesmo que no mundo dos sentimentos pouco se aplique as leis físicas, a lei das trocas de calor seguia o que fora enunciado há muito tempo atrás: o calor corre do corpo mais quente para o mais frio, para que o sistema atinja o equilíbrio térmico.
Em silêncio, pressionava-a contra o seu peito. Foi com alívio que um suspiro saiu de suas narinas acompanhado de um faceiro sorriso. Garantira a segurança das duas, e mesmo não compreendendo como cumprira a sua promessa, aceitou as meigas palavras proferidas pela jovem. E tão súbito quanto aquele avanço, um soído onomatopaico vindo detrás daquela singela união de corpos em terno abraço que fez Nico se desprender gentilmente do corpo de Sofya.
De imediato, erguia a sua sobrancelha. Atônito, os lábios róseos se descolaram no ensaio de dizer qualquer código. Sem sucesso.
Todo o corpo da garota era envolto em luz alva gradualmente, chegando a incomodar os olhos do treinador próximo. Semicerrou as suas pálpebras até que a sua retina se ajustasse à luz emanada pelo corpo de Sofya. As exíguas mãos passaram por detrás de suas longas madeixas castanhas, desprendendo de seu pescoço uma corrente rosê com um símbolo em sua ponta. Posicionava-a, airosa, sobre as palmas da mão do louro como um presente. Caso Nicholas se sentisse encoberto pelas trevas, que através daquele adorno tão singelo, ainda pudesse enxergar a luz.
Sofya depositava a sua essência sobre aquele colar. Possivelmente, ouvira a conversa que o treinador tivera com os seus monstrinhos antes de absorvê-los. Não queria que ele se perdesse em seu caminho, e dessa maneira, entregava um farol para guiar aquele barco tão indeciso, navegando pelos meandres de um mar deveras caudaloso.
O brilho tornou a aumentar. Em último agradecimento, os seres celestes evocavam uma sucinta lufada marítima para que levasse o corpo da garota, que desvanecia em luz. Pequeninos focos se espalhavam pela ilha. Nicholas interpôs sua mão em uma dessas ínfimas partículas como uma barreira de carne. Levou-a até próximo de seus olhos, encarando-a uma derradeira vez, até que a mesma se desfizesse. Súbito, os orbes cerúleos de desviavam na direção da corrente deixava por Sofya em seu outro membro. Era o seu legado, sua essência. E claro: deveria protegê-lo com todas as forças.
Pressionou gentilmente aquela corrente. Um longo suspiro se desvencilhava de suas narinas enquanto volvia o seu rosto na direção do firmamento. Um silêncio sepulcral dominou o seu ser, enquanto mais atrás, ouviu o corpo da treinadora sendo jogado contra a areia em choro incessante. A mão livre de Nicholas passava por suas desgrenhadas madeixas jogando-a para trás com força, apenas para que escorresse sobre seu semblante novamente. Suspirava novamente.
Tão misterioso. Enigmático. Sofya de fato existiu? Seria mais alguma manifestação do poder de alguma entidade que se materializou diante daqueles dois? Alguma ilusão? De qualquer maneira, não importava. O fato é de que estava gravado na memória dos dois: aqueles momentos tão únicos e aquele combate tão melindroso que quase ceifara a vida do louro. Mesmo partindo, as memórias daqueles acontecimentos não abandonariam a dupla tão cedo.
Mightyena aproximava-se de Emma em grunhido sorumbático. Como se tentasse consolá-la, passou suas patas airosamente contra o braço esquerdo da garota, apenas para em seguida lamber sua face em afeto. O lupino, contrariando o senso comum, era tão aprazível e tinha um carinho especial pela treinadora. Pelo fato de a mesma fazer tão bem ao seu mestre, o canídeo cinzento acreditava piamente que ao auxiliá-la, estaria agradando aquele em que creditava ainda estar vivo.
Não tardou para que a hiena se afastasse vagarosamente com uma expressão levemente jocosa: Nicholas estava se aproximando. O louro agachava-se, posicionando suas mãos sobre as bochechas da namorada e jogando uma de suas mechas douradas para atrás de sua orelha. Aprazível, passou suas mãos pelas bochechas rosadas da treinadora para limpar as lágrimas que insistiam em rolar em seu angelical rosto.
— Tá tudo bem — murmurou, colando a sua testa com a dela. Arqueando a corrente com a qual Sofya o presenteara, passou seu membro por sobre o ombro de Emma, colocando, gentilmente o adorno sobre o seu pescoço. O símbolo Ankh agora tinha um lar adequado. — Ela me entregou isso, falando para que sempre que eu me sentir em trevas, consiga ver a luz. Você é como um farol, que ilumina todos ao seu redor com amor e esperança. Antes de derramar qualquer lágrima, olhe pro seu peito e se lembre de cada momento bom que passou com ela — pressionou seus lábios contra a testa da loura sutilmente, antes de afagar suas bochechas uma derradeira vez. Ergueu-se. — Agora, vamos indo. É um longo caminho daqui até Johto.
Suas palavras, apesar de doces, poderiam não fazer efeito diante de um coração lancinado pela sensação de perder alguém considerada próxima — mesmo tendo a conhecida em poucas horas. Ao se levantar, bateu suas mãos sobre as suas roupas para limpar os resquícios de areia grudadas sobre as mesmas. Por fim, se voltou para trás para chamar Natu.
E o que aconteceu a seguir, fê-lo franzir o cenho.
O pássaro psíquico estava terminando de saborear o segundo doce em velocidade exímia. Os planos de Nicholas eram guardá-los para que presenteasse alguém ou utilizasse em situações mais oportunas. Ligeiro e faceiro, a ave bicava os doces e terminava de digerir a segunda bala. Mightyena não ficou muito feliz com aquilo, grunhindo uma única vez, desgostoso. O lupino era — depois de Charmeleon — aquele que mais entendia os sentimentos de seu mestre, e vendo a reação de Emma com a partida de Sofya, salientava ainda mais seu sentimento aborrecido.
— Porra, Natu — exprimiu o treinador, balançando a cabeça negativamente. — Esses doces eram os que Sofya deixou pra mim, e você comeu os dois sem mais nem menos? Por que não me pediu antes? — inquiriu, aborrecido. — Pelo amor de Arceus. E agora, o que é que eu faço?
O psíquico agia como se não tivesse feito nada demais. Ao terminar o último doce, um suspiro aliviado por ter feito uma refeição inesperada. De repente, o próprio monstrinho esbugalhou o seu olho, e piou, deveras alto. Jubiloso, passou a dar alguns pulinhos no mesmo lugar em que estava. Isso arrancou olhares confusos não apenas de seu treinador, como também do cinzento que estava sentado ao lado de Emma.
Quiçá, nem mesmo o próprio Nicholas, aquele quem fora presenteado pela mensageira celeste compreendera o porquê daqueles doces. Imediatamente depois de degluti-los, o corpo do psíquico foi envolvo por um brilho anormal, lembrando aquele que Kirlia cintilou antes de completar sua evolução.
Se tem alguém que devemos dar crédito a esse processo único, é à Sofya. Mesmo partindo, deixou o necessário para que Natu pudesse evoluir para o seu estágio final.
Ainda dentro daquela casca luminosa, o rechonchudo passarinho começava a se alongar, e as suas dimensões eram multiplicadas por muito. De um exíguo psíquico, Natu ganhava corpo e altura para chegar na altura dos ombros de Emma. Suas pequenas asas se expandiam por muito também: se outrora não conseguia voar por muito tempo, agora, não seria um desafio para o monstrinho. Seu bico também delongava, e aquela única penugem se deslocava para a sua nuca.
Envolto naquele casulo luminoso, abriu suas suntuosas asas, irrompendo daquela luz. De um pequeno Natu, daquele que ajudara o seu mestre na rota cento e um, não tardou para que ele evoluísse em um Xatu.
Nicholas ergueu sua mão na altura da sua testa, apoiando a mesma sobre o seu membro levantando. Em um riso desajeitado, moveu sua cabeça horizontalmente para lá e para cá. Sentiu que os deuses estavam a galhofar de sua fala de outrora: por dar uma bronca em seu psíquico, logo após ele deglutir aqueles rare candy, era o gatilho para que se tornasse um Xatu.
— Francamente... — riu, encarando seu monstrinho agora já evoluído. Xatu volveu a fitá-lo cerrando as suas pálpebras em expressão jocosa. Seria difícil Nico saber se o seu psíquico sentira que foi para aquilo que a garota, antes de desvanecer por completo, deixava o preferido de sua fada; quiçá o pressentindo, o pássaro não pestanejou a avançar sobre os doces. O treinador repousou suas mãos sobre sua cintura, suspirando fundo, fitando o sol com os olhos semicerrados. — Obrigado por tudo, pequena.
Encarou o seu bolso. Ali, estava aquela primeira concha que Sofya o entregara antes de avançaram sobre a ilhota em que combateram a Coisa. Mesmo longe, a criança tratou de abençoar os dois não apenas com a evolução de Ralts, como também a de Natu.
Presente divino, sorte, predestinação. São várias as hipóteses que perpetuavam na confusa mente do rapaz. Por fim, preferiu apenas aproveitar aqueles momentos junto da garota que tanto lhe era terna e seus monstrinhos.
Jubiloso, fitava o céu, sorrindo faceiramente. Agradecia, em mente, a Sofya.