Ainda depois de tanto tempo em contato com o mundo místico ainda me surpreendo com a sua efetividade e grandiosidade ao revelar-se a minha frente, não é sorteio, acaso ou sorte se a carta que me escolhe é o arcano da morte, tudo fazia perfeitamente sentido e encaixava-se. naquele momento em que ouvi a pergunta feita por Creuzodete senti como se estivesse falando comigo mesmo, através do que ela me dizia eu pude me ver, inseguro, com medo e apenas esperando o melhor da vida. Mas estas eram características que não deveriam me pertencer mais, apenas hábitos criados por um passado ruim, aquele estado caótico em que encontrava não deveria me definir no presente. Eu entendia perfeitamente o que o baralho e a interprete estavam tentando me dizer e respondi com um agradecimento, mas mentalmente.
É mesmo gratificante possuir como âncora o mistério do universo e continuar com práticas espirituais, eu estava cada vez mais distante deste sentimento que costumava apreciar, escutar estes sinais que estavam sendo me dados seria essencial para que continuasse minha jornada. Me desliguei dos pensamentos imediatamente, ,esmo que fosse muito a ser processado em pouco tempo, a Madame não me deu muito tempo parar perdurar nestes questionamentos no momento porque a terceira e última carta estava implorando para ser revelada. Minha mão se esticou para retira-la, mas desta vez não havia medo, seja qual fosse a mensagem eu estava preparado para encara-la.
A imagem revelava uma mulher ajoelhada em um rio, em suas mãos estavam dois vasos que derramavam água no rio, e acima, o céu noturno brilhava com grandes estrelas, este era a carta do Arcano 17, A Estrela. A carta do Tarot representa o medo, o desespero e a desilusão dando lugar à esperança e a renovação de sentimentos. Este último era extremamente revelador a mim, ratificando tudo aquilo que eu estive pensando, incrível como as coisas acontecem no momento certo, eu olhei a Madame e sorri. — É uma resposta bem clara, não é? O universo é mesmo generoso comigo.