Trainwreck

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Eu senti tentáculos me puxando para baixo enquanto tentávamos subir, e com certeza não eram os de Krishna, tinha algo de estranho neles, uma energia que eu não conhecia, algo mórbido e sombrio. Quando finalmente alcançamos a superfície, minha lula me salvou novamente, empurrando o inimigo para longe e me permitindo entender toda a situação; ela tinha trago a batalha para um ambiente seguro, onde eu tivesse chances de batalhar, e não só assistir o bicho me puxando para o fundo. Era estranho, parecia que todos estavam obcecados por mim hoje, mas a voz de Matías me tirou desse pensamento esquisito;  a Frillish parecia interessada em batalhar, mas primeiro eu teria de me reposicionar.

Depois de subir de volta no barco com a boia que o pesquisador atirou a mim, eu retornei minha Tentacruel, agradecendo pelo bom trabalho feito; ela era forte e grande, mas ainda não tinha os movimentos corretos para enfrentar alguém como aquela Frillish. Um fantasma merecia outro, e eu tratei de liberar minha powerhouse: Manigold. - Oi filho. - Acariciei o topo da cabeça de meu Gengar enquanto ele começava a flutuar, sorrindo para a aquática. - Pode acabar com ela como quiser, Shadow Ball deve ser o movimento mais rápido; só faça isso depressa. Estamos com pressa aqui, ok? - Ele pareceu entender o recado, e enquanto Mani se divertia, eu voltava minha atenção para o rapaz que me acompanhava.

- Consegui as informações que precisava pra minha pesquisa... Depois que acabarmos com ela, e eu a capturar, podemos voltar pra ilha. Se importa se eu passar a noite aqui? - Questionei. Por mais que Frillish não fosse um Pokémon venenoso, eu gostava dela, e ela era relativamente rara. então, a capturaria. Confiava plenamente em Mani, sabia que ele a dizimaria sem muitas dificuldades, e quando isso acontecesse, trataria de atirar uma esfera normal na fantasma, para adquiri-la, e então, iriamos embora de uma vez, com informações novas e uma parte completa de minha missão.

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Exatamente como esperado, Manigold acaba com a fantasma adversária com apenas um Shadow Ball; ele sempre foi assim, desse jeitinho esmagador e brutal, que sempre estraçalha seus inimigos, e eu sempre amei. Posso dizer que o fantasma despertava o mais soberbo de mim, eu gostava da sensação de poder que ele me trazia e que causava a si mesmo, era uma imponência que eu nunca vivenciei antes, e que agora que tive o gosto, era completamente viciado; por isso usava tanto Mani no maior número de batalhas possível, por isso odiava perder usando ele, por isso não conseguia ficar muito tempo longe. Ele era minha droga, querendo ou não.

Quando a captura se deu bem, e a esfera fora transportada para meu Storage, eu voltei minha atenção a Matías, que a essa altura já tinha disparado com o barco, e me perguntava sobre as informações obtidas no mergulho. Eu expliquei para ele quase tudo que entendi, que as Mareanie seguiam as correntes de água quente porque queriam voltar pra casa, e que provavelmente vieram parar aqui por mãos humanas. Não contaria para ele minhas suposições no entanto, Pacific Reef ainda era uma teia política, e eu não estava afim de me envolver; no momento, só queria uma cama e um belo copo d'água. Nada mais.

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A ideia de Matías era interessante, e eu sabia que teria de voltar aqui num futuro, já que minha missão toda tinha como base as Mareanie; ainda encontraria o pesquisador futuramente, e ainda teria tempo para tomar um cerveja com ele, mas não hoje. Hoje, eu queria descansar, e fiz isso logo quando chegamos na ilha. Tomei um banho, daqueles bem quentes para relaxar depois de um dia tenso, e capotei na cama; sonhei com a Corsola-sacrífico, em um pesadelo grotesco, e acordei de madrugada com o sol raiando. Respirei fundo enquanto olhava para a janela, arrumei minhas coisas com o sol já no céu, e parti para uma cidade nova: Saffron.

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