[Villain] – Lilycove City –

Não aprender Calm Mind.
Curar os Pokémons.
Trazer Gyarados no lugar do Rotom.

— Você consegue entender os seus fantasmas? — Veio a pergunta imediata, as sobrancelhas se erguendo em surpresa inevitável diante da afirmação do rapaz. — Tipo... Você quer dizer quanto ao comportamento, ou como se fosse uma conversa? — Questionou, hesitante, tentando incrementar um pouco de lógica às palavras do especialista. Ora, quer dizer, entender por entender, tecnicamente era "trabalho" de todo treinador mas, por algum motivo, alguma coisa lhe dizia que não era realmente esse o sentido que sua revelação significava. Ou será que estaria pensando um pouco fundo demais no que significaria ou não o que o adolescente pontuava?

— ...céus. — Foi o que escapou de sua garganta, cortando-lhe o raciocínio, assim que as labaredas violentas do lustre fantasmagórico atingiram seu enorme bloco de gelo em potência assustadora. Os ombros se encolheram, suaves, e a moça suspirou com discrição; Bem, imaginava que o quadrúpede teria dificuldade contra um tipo Especial, mas não sonhava que iria de cem à zero em uma velocidade grotesca como aquela. — É, perdi. — Um riso sem graça, os dedos ajeitando brevemente as madeixas cereja por detrás da orelha. — Acho que eu tenho que acabar tirando um tempo pra treinar uma Chandelure. Sabe, todas as que eu vi até hoje eram... Assustadoramente fortes. Tenho certeza que sabe como é. — Comentou, retornando seu companheiro para o interior da respectiva esfera. Talvez precisasse treinar um pouco mais suas resistências... Não que já não soubesse disso, claro. — Quer ir outra batalha? Só pra ver se a gente consegue ficar igual. — Convidou, dando uma piscadela antes de se encaminhar novamente ao interior do Centro Pokémon. — Vou só curar meus bichinhos. — Disse no meio do caminho, se dirigindo ao balcão e entregando as pokéballs para a enfermeira. Enquanto esperava, utilizou o computador mais próximo para fazer uma pequena mudança em sua equipe - não teria graça se ficasse na mesmice, né? Avalugg não tinha muita vantagem contra os pokémons de Gray, ao que lhe parecia. Também se distraiu com a raposinha que trazia nos braços, tocando a ponta do seu focinho com gentileza e roçando os dedos por sua bochecha e sua orelhinha, bagunçando de leve a pelagem escura da noturna.

Será que ele levaria muito mais tempo para evoluí-la?

Tudo feito, recuou mais uma vez ao exterior do estabelecimento, remexendo as esferas de seus bichinhos entre os dedos da mão livre e, então, uma a uma, aumentou-as, liberando tanto o canídeo bípede quanto a gigantesca serpente marinha que havia recém-recuperado, companheiro este que cumprimentou o exterior com um guincho grotesco antes de olhar de um lado para o outro, fixando os orbes e direcionando a carranca ao especialista que aguardava à frente. Paciente, Chase guardou as esferas de seus bichinhos no bolso, afagando com gentileza as escamas azuladas do voador em campo.

— E aí, vai querer? — Perguntou mais uma vez, observando enquanto Lucario e Gyarados se acomodavam em campo, pacientes... Ou tanto quanto pareciam ser. — O que é que você tem pra mim?

Foi em silêncio absoluto que a moça ouviu o relato do platinado, os ombros se encolhendo com discrição singela diante de sua menção ao passado atribulado que tinha com a organização que, ironicamente, era pela qual trabalhava naquele, uh, exato momento. Suave, a treinadora pressionou os dentes contra as paredes internas das bochechas, a respiração indo e vindo enquanto ponderava se todos aqueles com quem cruzava o caminho acabavam tendo uma história conturbada com a sociedade de criminosos que se ocultava pelas sombras das urbes dos continentes; Ora, não era exatamente como se fosse sua culpa mas, bem, era tão ruim se sentir um tanto quanto responsável por esse tipo de situação, agora que havia metido os pés pelas mãos e se envolvido com aquele tipo de negócio?

...Ugh.

— ...Acho que... — Pausa. — Você deve ter boas histórias pra contar, né? — Disse, um sorriso condescendente passeando pelos lábios enquanto fitava, com certa preocupação, a imagem do especialista do outro lado do campo. Não por imaginar que ele havia ficado louco ou algo do tipo, oh, não; Sabe, já tinha passado por muitas, muitas experiências bem piores do que aquelas relatadas pelo adolescente e, bem, não era como se tivesse alguma moral para sequer ousar ponderar se o histórico de uma outra pessoa era ou não confiável, né? — ...E você ficou com esse pokémon? — Deu corda, espiando o mais novo com certo interesse. Não tinha certeza se deveria ou não tocar naquele assunto mas, ora, ele quem havia o iniciado, huh?

— Ariel, você conssgue cuidar disso, hm? — Chamou, os orbes acinzentados se volvendo na direção da besta aquática que dominava a maior parte do campo. — Duplo Crunch na Mismagius; Lawrence, siga com duplo Rock Slide. — Pediu, cruzando os braços com delicadeza em frente ao peito, a respiração indo e vindo com discrição. Pelo menos não teria tanta dificuldade quanto havia sido com Avalugg e Chandelure, né?

Personalidades:

— Aquela Banette? — Pausa. — Então por isso que você tava falando da Mega dela? Ora... — Sorriu, balançando a cabeça com suavidade. — Vocês tem uma banda, também? — Perguntou, erguendo com discrição uma das sobrancelhas. — E ainda por cima é um treinador! Sua rotina deve ser bem ocupada, hein? — Comentou, estalando os dedos entre si. — Como é que cê arranja tempo de treinar os pokémons e as músicas, hein? Eu mal consigo lidar com a primeira parte, às vezes!

— Lawrence, Ariel, podem terminar com isso; Crunch e Rock Slide, até ela cair. — Instruiu, simples, já preparando-se para retornar ambos os seus companheiros para o interior de suas respectivas pokéballs; Não precisaria de mais que uma rodada para lidar com aquela fantasma arroxeada ou, bem, pelo menos era nisso que acreditava. Esperava não estar errada, né?

Curando os pokémons!

— Ah! Você já fez até shows? Sério? Grandes, mesmo? — Quis saber, pendendo a cabeça um pouco para o lado - um breve sorriso brincou nos lábios ao se dar conta da vitória de seus dois pequeninos; Sem hesitar, um agradecimento silencioso resumiu seu orgulho e a treinadora logo retornou os companheiros para dentro de suas respectivas pokéballs, aproximando-se um pouco mais do platinado e se dando ao luxo de estender a raposinha para seu devido responsável, espreguiçando-se e se apoiando brevemente sobre as pontas dos pés antes de tropeçar para frente, ainda observando-o com certa curiosidade. — Eu nunca ouvi falar de... Como é? Ópera Rock? — Perguntou, segurando os braços atrás das costas, relaxada. — Me parece uma mistura engraçada. Vocês tem alguma música gravada?

Em silêncio, então, ouviu a explicação dada pelo especialista, mais ou menos na mesma hora que o alarme de seu aparelho eletrônico disparou - o fato, aliás, a pegou num sobressalto, e Chase imediatamente tratou de retirar o Pokénav do bolso para desligar o relógio que apitava, torcendo o canto dos lábios ao se dar conta de que não tinha mais muito tempo livre antes de ter de resolver suas, uh, pendências. Isso sem contar no black out que estourou pelas ruas da cidade, poste pós poste, trazendo uma escuridão quase sufocante para as estradas de Lilycove; Bem sorte tiveram da proximidade com o Centro Pokémon, pois foi justamente sua luz que impediu que fossem engolidos pelo abismo negro de Pitch Black.

— Ugh... Nunca vi isso, parece que a eletricidade tá com um problema horrível hoje. — Reclamou em baixa voz, suspirando e tamborilando os dedos com discrição sobre o próprio braço, mordendo a parte interior das bochechas. — Quer entrar um pouco? Eu tenho algumas coisas pra fazer, mas acho que dá pra ficar um pedacinho... — Comentou, encolhendo os ombros com suavidade. — Então, quer dizer que 'cê aproveita pra treinar ao mesmo tempo pras duas coisas? Isso não acaba atrapalhando, não? — Franziu o cenho, discreta, antes de se encaminhar para o interior da estrutura hospitalar, entregando mais uma vez as esferas de seus pokémons para a enfermeira. — Princesa? Bom... Até que você tem um certo ar de realeza, se parar pra ver! — Brincou, dando uma piscadela ao treinador.

...Não fazia mal tirar um tempo pra respirar antes de botar a mão na massa, né?