Lemon Boy and Me, Started to Get Along Together

Slateport Streets

Ren não sabia como responder. Será que ele era um livro aberto assim mesmo? Ele não se importava muito com Daisuke sabendo de coisas pessoais, mas pensar que qualquer pessoa era capaz de entender o que se passa dentro dele é um pouco assustador... Mas claro, o coordenador estava um pouco ocupado entrando em pânico pra pensar nisso. — A-ah, não! E-eu? O que te faz pensar nisso?

O aprendiz de Lisia engoliu em seco. Provavelmente, não dava mais pra enganar ninguém ali. Aceite os fatos, Ren. — É... Obrigado, eu acho — murmurou por fim, desajeitado. Ele tomou mais uma colherada de seu sorvete para evitar olhar para Daisuke. — Acho que faz sentido, afinal. Mas bem, não é como se fosse acontecer algo. Foi a primeira vez que o vi, e não sei nem se vai acontecer de novo...

De qualquer forma, ele queria tirar o assunto daquele lugar. Perguntou a primeira coisa que lhe veio à cabeça, então. — Você é amigo de Matthew, não? Já faz um tempo que não vejo ele. Como se conheceram? — perguntou, passando a batata quente para frente.

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Pachirisu ofereceu mais um pouquinho de seu sorvete, ao ver que Piplup havia comido tudo do seu. Enquanto isso, os treinadores continuavam a conversar. Daisuke e Matthew pareciam ter uma relação mais profunda do que Ren imaginara, mas isso era algo positivo. O moreno pareceu perder-se em suas memórias, o que fez o menor exibir um sorriso cálido. — Parece mesmo ser bastante coisa. Acho que já faz quase um ano desde que saí de casa... Desse tempo pra cá, também conheci muitas pessoas e vivenciei coisas que pareciam loucura. Aposto que você de fato já viu ainda mais coisas! — disse então, rindo um pouquinho. O coordenador não sabia por quanto tempo Daisuke já era um treinador, mas aparentemente, bastante.

— Eu...? — perguntou então, parando para pensar na resposta ao questionamento feito pelo próprio moreno. — Acho que foi logo antes do Teatro em Forina. Mais ou menos... Uma semana depois que saí para o mundo, acho — comentou ele, olhando para cima, forçando-se a a lembrar do acontecimento. — Eu nem mesmo tinha a quantidade de Pokémon necessários para participar. Encontrei Matthew no Centro Pokémon, e ele foi um verdadeiro anjo salvador quando deixou eu usar sua pequena Flabébé! — este último pensamento era realmente muito tranquilizante. Este fora apenas o começo, pensara, de várias amizades em uma só vez.

— Inclusive, passei por muitas coisas junto àquela florzinha. Com o tempo, encontrei-me com Matthew de novo, e ele deixou eu ficar com ela. Atualmente, ela é uma linda Florges, e uma das minhas companheiras mais fiéis. Não poderia pensar como seriam as coisas sem ela... — disse, parando para matutar acerca de Ísis. Quando encontraram-se pela primeira vez, ela era uma recém-nascida; e ele, um treinador inexperiente. Observar o avanço mútuo de ambos era algo... Impressionante. — Mas já faz algum tempo que não o vejo. Matth, eu digo. Ah, aliás, tome aqui! — ele esticou a mão, tirando algumas moedinhas do bolso. — Pelo sorvete. Obrigado. Está bem gostoso!

OFF escreveu:

Dar PK$300 para Kaze.

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Contests, é...? Sim, o aprendiz de Lisia recordava-se de Daisuke em Lilycove. O moreno fora o campeão, afinal, inclusive conseguindo junto à fita seu passe para o Grand Festival. Isso não era para qualquer um não, menines. De qualquer forma, quando chegaram no assunto, Ren suspirou. — Para ser sincero... Não sei se vou participar do próximo, então ainda não estou preparando nada. Sabe, queria tomar um tempo para mim mesmo, tentar coisas diferentes. Os Contests acabam por tomar muito do tempo livre, então pensei que uma pausa poderia ser adequado.

— Mas nós nem mesmo temos muita informação sobre o Grand Festival, não é? Pelo que andei vendo, nem existem muitos coordenadores aptos para participarem. Provavelmente, ainda vai demorar um pouco para acontecer; até mais pessoas puderem concorrer também — comentou ele, lembrando-se que em suas pesquisas, apenas uma meia dúzia de pessoas tinha o passe para o grandioso evento. — Quem sabe eu não consigo meu passe para lá também, mais para frente?! — disse então, brincando um pouquinho.

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Afinal, do que temos certeza na vida? De que um dia a deixaremos, talvez. Além disso... É complicado de dizer. Ren apenas balançou a cabeça, dizendo que compreendia. Ele mesmo vivia sempre cercado de dúvidas e incertezas, sem saber como prosseguir ou por onde ir. — É... Faz sentido. Eu acho que deveríamos viver da maneira que nos deixe mais felizes, sabe? A vida em si é complicada. Não há necessidade em torná-la ainda mais difícil limitando a si mesmo, não aproveitando.

Daisuke disse ainda sobre as perdas que sofrera ao longo do caminho, e em como o brilho que outrora via nos concursos já não irradiava mais. Ren apenas ouviu. Ele conhecia muito bem a dor de perder alguém que ama. Nunca é fácil, mas você precisa sempre encontrar o seu próprio caminho, uma forma de seguir em frente. O especialista colocou a mão direita sobre o braço do moreno, como que tentando dizer um silencioso "Sinto muito".

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— Ginásios, é...? Não tenho certeza. Eu tive uma batalha bastante agradável contra Brawly, e consegui aprender bastante coisa. Mas não sei se estou pronto, ou mesmo se deveria desafiar outros líderes... — respondeu, enquanto acariciava a pelagem fofa de Pachirisu. Sua mente voltara à Dewford, para a batalha que travara contra o líder local. A coisa toda fora impressionantemente tranquila, e eles puderam conversar bastante. Talvez por isso tenha sido bom: não foi apenas uma batalha vazia, eles se abriram e trocaram experiências.

Ren suspirou. Não era simples ficar perdido daquela forma, dentro de sua própria mente. — No fim das contas, não sei se é uma coisa para mim, mesmo. Quero dizer... É bom ficar batalhando sem nenhum objetivo específico?