Pétala e Criminoso.

pétala e criminoso.

A mudança de atitude por parte de V. e a explicação por detrás do seu não-conhecimento de coisas básicas para treinadores realmente tocou o atendente; ele não fazia ideia que ele era um treinador novato, talvez fosse pela atitude descolada ou até mesmo pelo jeito ranzinza, o protagonista realmente não parecia ser um recém-tornado nômade. Mas posso dizer que isso fez ele aceitar com prazer o cartãozinho de Victor, e até pediu para que ele esperasse antes de partir. - Bem, se você não estiver partindo agora, posso te ensinar algumas coisas básicas de treinador, pra te facilitar nessa jornada nova. - Comentou, dando de ombros e tomando outro gole de seu café.

- A outra menina deve estar chegando já, já pra me cobrir, devo ficar livre depois disso. - Era uma boa proposta, afinal, sem muita informação sobre coisas básicas da vida de treinador, Victor poderia ser passado pra trás em alguns aspectos, e que mal fazia? Se ele fosse investir mesmo em passar mais tempo com seu Gastly, deveria pelo menos entender como as coisas funcionavam; e caso fosse atacado no meio do Petalburg Woods, deveria saber como lutar, também. - No final, posso até te arranjar um trabalhinho pro ginásio... Norman paga bem. - Ele garantiu, sorrindo, e esperando pela resposta do garoto.

Não sei se fazer um amigo era a proposta de Crane em algum momento, mas certamente ele tinha a oportunidade na sua frente, só restava aceitar.

pétala e criminoso.

Por mais relutante que estivesse, V. decide por aceitar a proposta do rapaz e esperar pelo tempo em que ele fosse ensinado; o que ele aprenderia? Poderia ser realmente coisas básicas como um Centro Pokémon ou como usar uma pokébola, mas acho que isso seria maçante demais para o atendente ter que explicar; afinal, tem coisas que simplesmente a gente aprende sozinho, huh? Apesar da dúvida, era bem óbvio que ele teria de esperar um tempo para que o turno do garoto acabasse, e eles finalmente pudessem sair dali, e bem, demorou mesmo, uns quarenta minutos ali parado para que a menina chegasse, e os dois se dirigissem para fora do ginásio.

Logo na entrada, Crane se apresentasse, meio tímido, meio recluso, não querendo dizer muito mais do que isso (e com certa razão em se manter reservado), mas recebendo um belo sorriso e uma mão estendida de volta. - Sou Harvey, muito prazer. - Ele esperava que Victor aceitasse o cumprimento, para só então poder retirar a mão dali e começarem a caminhar de fato. - Então... Você realmente é um novato, huh? Acho que a primeira coisa que eu iria querer que me explicassem quando eu comecei, era sobre o Rotom Phone. - Ele pegou o próprio celular, que tinha uma case rosa forte, e virou a tela para o garoto.

- Essa belezinha é uma maravilha da tecnologia, principalmente porque tem um Pokémon ai dentro, que funciona como uma espécie de assistente digital. No Rotom Phone você consegue todo tipo de informação, desde um mapa da cidade, ou da região, até usar a Pokédex e entender regras básicas de batalha e tipagem. E você nem precisa saber mexer, na verdade, é só falar com o Rotom e pedir pra ele fazer algo, que ele consegue te ajudar. - Harvey então sacou uma esfera de seu bolso e a liberou, revelando um Pokémon em formato de vela, que soltou um pequeno cry, e se manteve próximo de seu treinador.

- Tente usar a Pokédex pra scannear ele, é só pedir pro Rotom que ele vai automaticamente registrar as informações desse pequeno, e te entregar tudo de uma maneira resumida. - Desafiou, para que V. ficasse mais prático com o Rotom Phone. Isso era o básico de todo treinador, então, respondia a questão anterior: Harvey ensinaria sim, até o mais simples para Crane.

pétala e criminoso.

Harvey respondeu a risada de Crane com um sorriso; ele sabia mais ou menos o que ele estava pensando, e quando ele vocalizou uma pequena risada surgiu, e o rosado deu de ombros. - Ah, em partes sim, mas acho que não tem importância. Ajudar novatos também faz parte do meu trabalho, mesmo que o ginásio de Petalburg não seja de nível baixo, ele ainda é o primeiro, geograficamente, então não é novidade esse tipo de coisa. - Afirmou, deixando o rapaz ciente de que ele fazia isso com bastante frequência, por isso as falas ensaiadas. E bem, ele tinha razão; Peltaburg era a cidade com ginásio mais próxima de Littleroot, onde ficava o laboratório do professor Birch, e que acabava sendo o ponto de entrada de muitos treinadores.

Depois disso, quando V. questionou o telefone, dois olhinhos surgiram na parte de cima dele, e ele começou a levitar. Um scan foi feito, e ele colocou em seu display as informações do Pokémon, o pequeno Litwick; ali, havia a tipagem, fraquezas, vantagens, curiosidades, todo tipo de informação útil sobre o ígneo, e depois, o celular voltou ao normal, caindo de volta na mão do rapaz. Parecia mágica! Era quase inacreditável pensar que havia um Pokémon ali dentro, ainda mais um tão travesso quanto Rotom; de qualquer forma, isso foi suficiente para o guia, e Harv então, voltou a falar. - É isso! Litwick é um dos meus Pokémon favorito, e ele é um fantasma, como seu Gastly. - Apontou para o ser fumacento que flutuava ao lado do protagonista.

Continuou: - Sempre que você precisar, é só chamar pelo Rotom, que ele com certeza vai ter alguma dica ou informação par adar sobre qualquer assunto. Agora, para o Centro Pokémon! - Ele apontou na direção que Victor viera, para o centro da cidade, onde haviam mais treinadores e pessoas num geral... Parece que o tour seria completo, huh?

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Apesar da falta de animação de V., Harvey se mantinha como um bom tom e bem mais energético do que o rapaz que o acompanhava; ele não ousava perguntar o porquê do protagonista estar saindo numa jornada, mas com base nas perguntas dele, o rosado imaginava que alguém tivesse sumido, e ele estava procurando. Isso o estimulava a ajudar Victor, afinal, nada melhor do que um Pokémon para lhe ajudar numa jornada, seja ela para virar um Mestre Pokémon, ou não. Era o mínimo que ele poderia fazer como aprendiz do Norman, e mais ainda como funcionário do ginásio.

Pois então, continuaram juntos para o Centro Pokémon, que ficava não muito próximo do ginásio, mas que tinha uma boa localização; era o ginásio quem era distante de tudo, pra ser sincero. A entrada do lugar era inteira decorada em tons vermelhos e brancos, com símbolos da Liga Pokémon espalhados por ali também; parecia um lugar pequeno, mas o interior era certamente muito maior do que aparentava. Logo na recepção, Crane conseguia identificar o básico, um balcão com a Enfermeira Joy atrás, um outro balcão com um trabalhador trajando vestimentas de um Mart, e até mesmo uma escada que levava para os quartos gratuitos, e a área de alimentação do lugar, conforme indicado na plaquinha grudada ao lado da escadaria.

- Bem, acho que aqui tudo é muito autoexplicativo, mas basicamente, aquela madame ali cura todos seus Pokémon caso precisa, aquele carinha te vende, ou compra, itens que você queira ou não queira mais; esse é importante, tem desde poções de cura para você conseguir se manter em rotas longas, sem precisar voltar pro Centro Pokémon, até Pokéballs, pra você capturar outros bichinhos. - Ele ia apontando conforme falava, dando um tempo entre as explicações para o caso do garoto ter alguma dúvida. - Aquele computador serve pra você acessar seu Storage. Como treinadores só podemos carregar até seis Pokémon conosco, então, se você tiver mais do que isso e quiser trocar sua equipe, terá de usar esse PC. Pra lá ficam a área cedida pros nômades passarem a noite e comerem, tudo gratuito.

Harv finalizou com um sorriso e as mãos na cintura, esperando algo que nem ele sabia. - Alguma dúvida? - Questionou enfim, curioso, com uma sobrancelha arqueada.

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- Porque você mesmo não pergunta? - Ele questionou o rapaz, incentivando-o a ser mais sociável. É claro que Harvey já havia percebido que conversar não era o forte de V., e por isso o interesse em que ele fizesse as coisas por contra própria; também, o jovem não teria o aprendiz ao seu lado sempre, e teria de se virar sozinho. Claro que, isso não era completamente um problema, Victor tinha um histórico não muito bom vivendo sozinho, mas ele claramente sobreviveu esse tempo todo fora de Kanto, huh? De qualquer forma, Harv caminhou com o protagonista até próximo do Mart, e esperou que ele perguntasse o preço.

O atendente respondeu de maneira neutra, explicando a diferença entre uso e preço das poções dali, e dando a dica de que uma Potion era mais em conta do que uma Super Potion, e valia muito mais em comprar várias da mais simples, do que das mais concentradas. Ele questionaria se Crane levaria alguma, e caso sim, entregaria a quantidade desejada. Depois, ele e Harvey se afastariam, deixando o lugar. - Acho que a última coisa que posso te ensinar é sobre algo que você nunca fez... Uma batalha. - Ele chamou o garoto com a mão e seguiu para trás do Centro Pokémon.

Ali, haviam vários campos improvisados de terra batida, com demarcações idênticas em todos, e que serviriam para treinadores fazerem sessões de treino, ou batalhar, como proposto pelo acompanhante. - Então, o que me diz? Uma batalha amistosa, para eu te ensinar alguns conceitos básicos, entre Litwick e seu Gastly? Não se importe com vencer ou perder, é apenas um treino, não vale nada. - Comentou, depois de se posicionar em frente ao rapaz e já sacar a esfera de seu fantasminha fogareiro. Talvez fosse a hora de Victor se tornar realmente um treinador...