[Missão de Sociedade] Tudo no Sigilo - Parte 2: Encrenca em Dobro

Coitada. Gestora e com mais trabalho que Operador. Não deviam gostar dela. Particular de quem? Não nosso.

A informação quase que veio por completa. Domi... ngos? …nique? …nador? Hmm… Já seria difícil encontrar alguém com o nome completo, parcelado então? De qualquer forma esperava que Azula tivesse se aproveitado de ter se aproximado da mulher e conseguido alguma coisa [pickup]. O celular ou um passe livre de gestor, talvez? A Pachirisu era mão leve e com o rosto angelical nem mesmo os mais pilantras pensariam que ela era uma cleptomaníaca.

- Pra onde fica o sistema de armazenamento mesmo? - Perguntava, estendendo o braço pra Azula voltar aos ombros.

Os ovos! Um chocava. Não podia dar atenção (nem queria). Teria que fazer uma pequena alteração no time, mas enquanto caminhava, enviava uma mensagem para alguém que estava do nosso lado (Missão 2 - em Meteor Falls).

ASSUNTO: URGENTE!
Brigitte. Matte falando.
Lembra da promessa que me fez? Preciso de algo agora.
Amora Laume. Agente. Ela está em missão secreta por LaRousse. Preciso saber o que consta no relatório oculto da Missão Sienna - Sienna Corp. da qual ela está responsável. Se tem alguém que consegue achar brechas nos sistemas é você.
Não tenho muito tempo, preciso saber ao menos onde fica o esconderijo.
Talvez invadir o telefone dela e rastrear a localização via satélite seja mais discreto e já me ajude. Também podem ser conversar recentes com um “Domi” alguma coisa.

Aguardo resposta.

Pronto. Era realmente só aguardar. Acontece que nossos prazos eram… Curtos. Tanto para ela fazer aquilo tudo quanto para repassarmos as informações pra sociedade. Só não sabia o quanto e isso de alguma forma era ruim. Acontece que mesmo tendo o nome do contato da responsável, não poderia perguntar diretamente. Qualquer que fosse o resultado da missão, Matte não poderia se mostrar interessado minutos antes de acontecer uma invasão. Seria suspeito e colocariam olhos em nós. O melhor a se fazer seria seguir aquela agente até o esconderijo, mas primeiro precisava de um ponto de partida!

Antes de fazer qualquer coisa retornaria aos dormitórios. Talvez algum recruta pudesse ser útil. Isto é, se o nome de Domi não estivesse escrito na cama pra me facilitar o trabalho de caça.

OFF: Brigitte foi o problema sa minha segunda missão que se tornou uma aliada hacker do setor de suporte: https://pokemyrpg.forumeiros.com/t21933p30-missao-rocket-um-foguete-vingador-ninja-em-campo

A relação de Matte com Brigitte, por mais que fosse difícil de aceitar, era maior que um favor. Estava mais para uma conexão confiável de uma rede de agentes infiltrados que estavam descontentes com a organização. Os outros poderiam nos chamar de “Rattatas”, aqueles que estão sempre roendo os fios para romper a rede Rocket até que um dia ela não pudesse mais se sustentar dessa forma. De todo modo a Rocket de Suporte disse que esperaria por um contato para frustrar os planos da ER. Provavelmente estava esperando um esquema maior, mas no momento essa missão era importante para Matthew e os negócios que tinham iniciados com as empresas contratantes.

Infelizmente Amora era tão cautelosa com seus dados como nós. De todo modo descobrimos quem era Dominic e a relação dele com a Agente responsável pela missão.

- Se estão sempre juntos em missão qual a probabilidade de estarem juntos nessa? - Questionava para Azula, que também não tinha certeza. - Vou precisar que você pegue uma coisa pra mim.

Então, antes de qualquer coisa, Azula recebia sua própria missão. Ela usaria das habilidades ladinas para roubar o celular de Dominic sem ser percebida quando o encontrássemos. Liberava também o Dedenne para vasculhar o quarto junto da companheira [pickup].

Logo que entrava no quarto notava quem estava na única cama etiquetada com aquele nome… Um plano rápido para distrair a atenção dele enquanto Azula trabalhava. Talvez até conseguisse fazer com que falasse, mas dependeria da personalidade e da relação com os acontecimentos recentes. Pessoas mais fragilizadas ou com excesso de emoções são mais fáceis de entrar no jogo de manipulação.

- Que inferno de lugar. Aposto que Agentes tem seus próprios quartos e não precisam ficar dividindo beliches com um bando de estranhos… - Falava sem endereçar para alguém em específico, apesar de estar mais próximo de Dominic, que diferente de muitos tinha contato direto com uma Agente e poderia desabafar os privilégios de hierarquias, afinal, todo Recruta e Operador eram pisados com frequência pelos superiores.

Isca mordida. Brincar com Ego era sempre um jogo interessante em sistemas hierárquicos, ainda mais com pares. Discordâncias davam espaço para debate e acordos davam espaço para desabafar frustrações, entre outras coisas. De uma forma ou de outra Dominic entrava no jogo, sentindo-se ofendido, mas concordando sem dar todas as cartas de uma vez. Um sorriso cínico brotava em minha face para responder.

- Será que feri os sentimentos de alguém? - A pergunta era retórica por ser irônico com um toque de humor. - Não gosto de me misturar, não da pra confiar em qualquer um. Meu mestre, que é Gestor especialista em ilusões, me ensinou isso na prática da primeira vez que nos encontramos. Você discorda? Confiaria sua vida a completos estranhos só porque fazem parte da mesma organização? Ainda mais uma que aceita todo tipo de gente?

A pergunta agora era direta, olho no olho, buscando expandir os devaneios do rapaz para um outro lugar. Claro, era risório a provocação, mas talvez mais filosófico que um discurso direto.

Enquanto assumia o papel distrativo, as mãos estavam livres nas costas para portar o aparelho de Dominic assim que Azula retornasse a nós com a missão cumprida. Assim que ela voltasse aos nossos ombros, seria o momento de pegar um dos uniformes na caixa revelando que tinha vindo ao dormitório apenas para isso, pois partiria em breve para uma missão em Kanto. Ao menos era a desculpa que teria para sair do quarto e procurar um banheiro longe dali para investigar as últimas conversas dele com a prima. Se estivesse correto, ou ele acompanharia ela e teria o endereço, ou estava de fora da missão e teria alguma dica de onde continuar procurando.

Resposta certa. Não devia.

Ao pegar um dos novos uniformes - eu também era operador e merecia um refresco, qualé! - me despedia dos dormitórios, esperando que Dedenne nos seguisse (com alguma coisa de útil para nós). O banheiro não foi difícil de encontrar, problemático mesmo foi a lista de contatos, aplicativos e fotos. Ou esse cara era um bossal ou era muito esperto em manter apenas o necessário consigo. Já estava quase pensando em elaborar outro plano quando o aparelho tocou. O primeiro toque foi de susto. No segundo me toquei que deveria atender. Abria a torneira no terceiro e atendia ao quarto toque. O som da água permitiria alterar a voz sem suspeitas, pois fingiria estar escovando os dentes. Que? Foi o que consegui pensar com apenas 5 segundos de vantagem.

- Pode falar. - Era a única coisa que dizia tentando chegar ao máximo do tom de voz de Dominic que conseguia, ainda que com um dedo na boca como se fosse uma escova de dentes.

Olhava pro grunt que passava nos encarando e dei de ombros ainda fingindo estar escovando os dentes com o dedo. Era comum esquecer a escova, aqui não levantaria suspeitas. Foda foi a resposta que tive ao telefone… É claro que eles teriam um código.

Não havia muito o que fazer. Poderia fingia que a ligação estava ruim e falar uma frase qualquer, o que parecia manjado, ou então assumir que não poderia falar a resposta de propósito.

- Eu to no banheiro pai, não to podendo falar muito… - Arrisquei fazendo uma pausa como se estivesse esperando alguém passar e completei - Que foi?

Havia um código natural de inverter o nome dos contatos em voz alta pra quem estivesse ouvindo não ficasse tão interessado na conversa. Tipo quando você está falando com a polícia, mas finge que está pedindo uma pizza apenas para passar o endereço. Esperava que aquela tentativa fosse maior que o código deles, afinal, Dominic não parecia o tipo de pessoa que confiava plenamente aos arredores, então havia uma pequena margem de dar certo.