[Missão Rocket] Vs. a Equipe Foguete do Arco-Íris

O que pensar quando não da para pegar atalhos e a equipe rival está falando em códigos? Merda, até o limbo que Matthew enfrentou sozinho parecia mais estimulante… Se bem que derrubar esses merdinhas coloridos parecia um bom treino pro que estava por vir.

— Certo, vamos pelo caminho mais longo então. - Decidi, retornando o trio aquático, tomando também Azula nos ombros e tomando a dianteira ao lado do cartógrafo.

Meu instinto me alertava para ficar de olho nesses dois duas vezes. Um pela segurança e outro por conta das intenções. Nunca se sabe a verdade de cada um, então para não haver grandes surpresas ou frustrações, desconfiar e estar alerta era necessário.

Enfim, enquanto caminhava tinha que fazer minha pesquisa. — Franklin, conhece bem o monte? Nossos coleguinhas estão falando de setores delta e gama estão seguros. Isso me faz questionar de quem ou o que estão vigilando.

Eu tinha equipamento e treinamento para nutrir aquela investigação mesmo buscando a base. O interesse era porque poderiam estar falando dos malditos portais interdimensionais. Se esse aparelho for ligado, pode ser o início de uma guerra muito violenta e desnecessário ao nosso mundo. Todos que protegemos e tudo que acreditamos pode entrar em cheque com esse ato estrangeiro. Já aprendi que tempo é um recurso precioso para não dar a devida atenção que essas pequenas coisas merecem no momento que são apresentadas.

OFF: post pelo cel, sorry qqr falha ou falta; to indo viajar hoje

Seguir pelo caminho mais longo não era bem o que Matte gostaria de fazer. Para ele, encontrar essa base o mais rápido possível e sair de lá era o plano mais seguro. Se pudesse neutralizar os portais, melhor. Nesse meio tempo, há uma investigação a ser feita, e ele precisava buscar mais informações, mesmo não sabendo onde. Mencionar o Limbo foi quase uma licença poética, já que ele se encontrava em um estado semelhante ao limbo: no escuro, cercado de perigos e sem saber de nada do que está acontecendo.

Ao ouvir o comentário, Dr. Franklyn ergueu a cabeça de seus equipamentos e olhou para o nada, piscando algumas vezes, como se estivesse sintonizado na frequência da pergunta. Então, respirou fundo antes de responder. - Talvez esteja falando sobre alguma divisão estratégica. Não existe esse tipo de divisão no ponto de vista geográfico. Só direções cardeais. - ele explicava, e então a ficha caiu para Matte. Os RR estavam repassando a vistoria dos setores estratégicos mesmo, sejam lá quais eram ou como foram divididos. Foi nesse exato momento, quase que uma providência, que uma nova conversa foi captada no equipamento:

- Pokémon não identificado voando na direção do setor Foxtrot…
- Esquece… ninguém voltou vivo de lá
- E se essa chuva foi provocada por esse Pokémon?
- Para de ser paranóico…
- Foxtrot 7, na escuta? - silêncio - Foxtrot 7, na escuta?
- Não ouviu o que falei? Ninguém voltou vivo de lá!
- Então por que o comunicador ainda está ativo?

Uma ideia começava a passar na cabeça de Matte: seria o interior da montanha o tal setor Foxtrot?  

Espera... Eles estavam rastreando os comunicadores? Droga! O impulso era de quebrar o aparelho naquele exato momento, mas pensando melhor se ele fosse desativado de imediato à informação coletada, seria o mesmo que entregar nossa posição e dar a eles motivos para mandar um conjunto de RR para vasculhar o setor. Era mais prudente ficar atento no canal de comunicação deles e me passar pelo fulano com o uso de tecnologia R.. Por isso tinha de deixar o aparelho comunicador ativo e intacta. Não dava para saber se ou quando atacariam.

— Parece que estamos no setor F, se isso faz algum sentido. - Comentei afinal. - F7.

Pelipper fez um bom serviço. Eles talvez fossem para o lado de fora caça-lo, mas também poderia seguir o rastro dele ou nosso de alguma forma. Isso gerava preocupação.

— Vamos nos apressar. Tenho certeza que alguém virá fazer uma ronda e talvez não seja tão besta quanto o último.

Ao menos algumas respostas eram encontradas. Eles estavam no setor Foxtrot, aparentemente um setor evitado pelas rondas e vistorias. O motivo? Ninguém sabe, ao menos Matte ainda não descobriu nada sobre. Demoraria a descobrir? Só o tempo diria, ironicamente. já que eles deveriam investigar especificamente o setor Foxtrot. Destruir o comunicador poderia aliviar um pouco as suspeitas, mas como Matte bem observou, isso poderia chamar uma atenção desnecessária. A passividade ao não tomar uma decisão sobre o comunicador poderia ser um tiro no pé, mas nesse caso a Dama da Sorte sorriu para Matte, pois logo depois dele orientar para se apressarem, uma nova chamada chegou ao seu aparelho auricular. - O comunicador pode estar em um cadáver. Echo 9, conduza um grupo para investigação. Evite os níveis inferiores.

O que diabos despertaria tanto temor nos invasores? Bom, somente Matte tinha ouvido todas essas informações, então os cientistas estavam alheios aos possíveis perigos e talvez seja bom manter assim, para não alimentar paranóias ou suspeitas desnecessárias. Ou então eles deveriam saber para tentar se protegerem por si só? Dúvidas, possibilidades, elas surgem a todo instante. Lidar com elas também era tarefa de um agente da inteligência, certo?

Continuavam a avançar pelos corredores de rocha pura, que se estendiam por algumas dezenas, talvez centenas de metros. Ambos os profissionais pesquisadores coletaram dados a todo instante e orientavam sobre os caminhos mais prováveis para alcançar aqueles níveis. Em algum momento do avanço, Matte se viu diante de uma leve descida logo à frente e um curva acentuada para cima à esquerda. O Dr. Franklin tocou o ombro de Matte. - Estamos no limite de minhas leituras. Abaixo disso é o desconhecido. - alertou, mostrando para Matte a tela de seu tablet. O que o agente faria?  

Era realmente bom ter o canal de comunicação deles. Por mais que não viesse com manual para iniciantes - já que falavam em código - alguns assuntos eram de interesse e linguagem comum. Foi bom (ao menos por enquanto) manter o aparelho conectado. Em algum outro momento, se preciso fosse, resolveria isso.

Agora era a questão de baixo...

— Por algum motivo os invasores estão evitando os níveis inferiores. Talvez pelo mesmo motivo que você não consegue fazer uma melhor leitura, doutor. - Falei, lembrando ao geógrafo da análise aprofundada que fez instantes antes de decidirmos não quebrar tudo e seguir do jeito tradicional. - Infelizmente é nosso único caminho. Precisamos descer.

E nós fomos. Até o limite da leitura dos equipamentos deles. Agora teria que contar com o conhecimento cardial de um ou sorte. De toda forma era importante ter uma vantagem, então arrumava ela para nós.

— Azula, vá na frente. - Disse colocando o p-gear amarrado na testa dela com uma scarf e conectando com o pk-nav para ter acesso às imagens, e compartilhando com o tablet de Franklin.

Um roedor passaria despercebido por criaturas grandes caso houvesse algo diferente no percurso, mas 3 homens? Nunca. Ainda mais aqueles que não eram ninjas. Por isso a Pachirisu seria primordial nesse momento.

Desbravar o desconhecido era um risco constante, mas a missão de Matte era necessariamente essa. A notícia de que um grupo de reconhecimento estava atrás deles parece não ter abalado o agente, talvez fosse algo já esperado, visto sua experiência em campo. Quanto aos cientistas, eles estavam apreensivos quanto ao desconhecido, mas sabiam que teriam que aprofundar nesses túneis uma hora ou outra. Era um risco premedito, mesmo que a intensidade desse risco fosse desconhecida até então.

Tomaram o caminho da descida, rumo à aparente escuridão. Bom, ter uma Pachirisu para iluminar o caminho era uma vantagem e tanto, diga-se. Retirando a iluminação precária, logo de cara duas situações principais surgiram: a primeira era uma interferência no sinal de comunicação do dispositivo captado por Matte, com um som de estática característico para interferências. O segundo é um cheiro bem forte de sangue no ar, como se a cada passo em direção à descida eles estivessem seguindo rumo a uma carnificina. Esse último foi a única coisa percebida pelos cientistas, já que eles comentaram com o agente, tendo aquele tom de nervosismo e medo na voz. Não dava para cobrar muito deles, afinal eram só homens da ciência, não agentes treinados para superar esses elementos e seguir com a missão, independente do que aconteça.

Continuaram a descer, com Azula à frente e eles alguns passos atrás. Até que a pequena esquilo elétrica parou e virou-se para seu mestre, com o olhar um tanto confuso e intimidado. Assim que Matte se aproximou, ela subiu de volta para o ombro dele, indicando algo à frente. Um passo depois, Matte conseguiu ver o que havia assustado sua parceira: três corpos de Rainbow Rockets caídos ao chão, com marcas de tiro no peito e cabeça, massa encefálica espalhada pelo chão misturada com sangue. Dr; Richards não aguentou e vomitou o almoço ali do lado, já Dr. Franklin teve sinais de tontura e queda de pressão. Matte pode observar algumas marcas no chão de mecanismos e gatilhos, parecendo uma armadilha. Seria essa uma das armadilhas mencionadas no briefing de sua missão?      

Mesmo seguinte adiante, estava atento a passos a mais que por ventura surgissem por detrás. Por isso quase não percebi quando a conexão entre Azula e os aparelhos foi cortada. Estava dividindo a atenção entre a comunicação do aparelho RR; o percurso a frente e a retaguarda. O motivo de gostar de trabalhar sozinho era que não precisava de maneira alguma me preocupar com as consequências de uma ação mais brusca, como por exemplo cavar um buraco no chão e não morrer soterrado por ter material para tal, o que não era o mesmo com outros dois pesos.

Guardei o aparelho e continuei atento com uma mão no cabo da katana e outra no bolso de pokémon. Isto até a pachirisu voltar para o posto de conforto, revelando ter algo perturbador à frente. Ela não era assim, pelo contrário, era bem durona, então me fez questionar que cena poderia tê-la espantado. Quando vi por meus próprios olhos entendi. Fiquei tempo demais preso analisando e esqueci-me dos especialistas que não tinham familiaridade com tamanha banalização da vida.

— Da próxima vez quando eu parar... Parem atrás de mim e aguardem. - Disse de forma seca, engolindo o pouco de saliva que restava na boca seca. - Gastrodon, passe na frente e abra caminho. Use recover se for atingido por algo.

Ao liberar a forma de vida gelatinosa ela parecia se fazer por entender. Essa espécie tinha um fato de cura interessante que se sofresse das mesmas armadilhas que os grunt, poderia se regenerar em instantes e seguir a vida plenamente. Sendo assim, nós saberíamos por onde seria seguro passar e onde era perigo mortal.

Enquanto Gastrodon desvendava os locais seguros, procurava um padrão. Talvez até um mecanismo para desativar as armadilhas. Mesmo no século passado, os Rocket precisavam acessar a base. Tinha que ter uma forma segura de passar, além do jogo LENTO de tentativa, erro e regeneração.

Matte percebeu tarde demais que o cheiro de sangue estava mais fresco do que ele imaginava. Provavelmente aquele grunt que Matte “pegou as roupas emprestadas” estava com esse grupo e de alguma forma sobreviver. No entanto, ele parecia insano, completamente fora de razão. Seja lá o que for, deveria esperar, já que um parceiro de Matte estava em uma situação bem complicada.

Gastrodon ouviu as instruções de seu parceiro e seguiu à frente, devagar e sempre. O primeiro pedaço de rocha solto era um switch, que acionou algum dispositivo, fazendo com que uma arma posicionada logo acima da cabeça de Matte disparasse. Por sorte, aquela arma parecia emperrada, mas ali o agente conseguiu ter uma ideia de como aquela armadilha operava. Haviam painéis soltos por entre as rochas, a pressão sobre esses painéis faz com que armas posicionadas no teto e paredes disparem, atingindo quem estiver no corredor. A parede de rocha parecia lixada de tão lisa, porém há espaço para os três humanos ficarem confortavelmente lado e lado no corredor.

Gastrodon seguiu um passo à frente. Seu corpo de molusco possuía mais características úteis para aquele momento que a simples flexibilidade. A gosma que seu corpo produzia ao rastejar sobre terreno seco se infiltraram em alguns trechos da rocha. Era fácil identificar os veios naturais criados pela própria disposição rochosa, como o próprio Dr. Franklin apontou. Matte então percebeu que essa gosma entrava nas partes mecânicas do painel de ativação, e que seu parceiro havia ativado mais um painel! Bem, era o que pareceu, mas a placa não se moveu com o movimento do Pokémon. Estaria emperrada?

Mais um passo humano à frente e Gastrodon atingiu mais um painel. Dessa vez a arma estava na parede, pouco mais à frente do grupo. O disparo ecoou pelo corredor rochoso, deixando todos um tanto surdos e meio atordoados. O projétil passou a milímetros da cabeça de Dr. Richards, que encarou Matte com a pele sem colocação alguma. Gastrodon olhou para trás, esperando algum novo comando de Matte. Eles estavam a poucos metros de uma curva acentuada à direita, uma estrutura parecida com uma entrada de bunker militar. Havia uma parede escavada com duas pequenas entradas em cada lateral, além de um portal escavado com uma porta de aço derrubada. Forçando os olhos, Matte conseguia ver um tipo de painel, como aqueles disjuntores de energia, atrás da parede direita desse portal, acima da porta de ferro derribada.          

O lugar era de todo certo uma armadilha mortal. Não tinha condições de adivinhas onde estavam os dispositivos ou quais que iriam despertar com a pressão de gastrodon ou que ficariam retardados até que um de nós três pisássemos mais forte. Aqueles grunt certamente não passariam daquele lugar, mas tinha receio de que Richards e Fraanklin também não. Por isso que, ao identificar o que estava diante de mim, mandei todos ficarem parados e com Azula nos ombros, usava uma das primeiras habilidades aprendidas no dojo de Janine: caminhas sobre outras superfícies.

Sendo assim, canalizando a energia vital nos pés, corri. Corri com velocidade e destreza, mas não pelo chão/solo, mas pelas paredes e teto até chegar do outro lado de forma segura para não disparar mais nenhuma surpresa.

— Procura uma alavanca ou caixa de energia. Vamos desativar as armadilhas pra eles chegarem aqui sem perder um braço ou a cabeça. - Disse pra pachirisu ouvir.

Ela podia sugar a energia elétrica de fontes ou me ajudar a encontrar a manivela para desligar tudo aquilo. Me perguntava se a caixa de energia do lado de fora tinha mesmo energia, mas se fosse preciso isso para só então mexer no sistema para desativar as armadilhas, que assim fosse.

Matte analisava as informações que possuía e tentava traçar um plano. Mantendo Azula em seu ombro, ele concentrou-se da mesma forma que aprendeu com seu treinamento ninja e literalmente correu pelas paredes! Desviando de uma arma e outra, ele conseguiu alcançar o outro lado do corredor, diante do portal reforçado que antes mantinha uma porta tão reforçada quanto, a mesma que está caída na parte de dentro do bunker. A primeira coisa que Matte notou foram as marcas de explosão nas dobradiças do portal, sinal de que ao menos uma pessoa conseguiu atravessar esse corredor e plantou esses explosivos, abrindo caminho à força, estrutura adentro. Ali era aparentemente seguro, mas precisava assegurar a travessia dos dois cientistas.

Azula ouviu o comando de seu mestre e saltou na direção do painel. Ela o abriu, sem muitas dificuldades, e ali ambos perceberam do que se tratava. Não havia energia, nem era um painel de disjuntor na verdade. Era só uma alavanca mecânica, que assim que foi acionada fez todas as armas do corredor recuarem para suas respectivas entradas. Espaço seguro e liberado, agora os cientistas poderiam passar sem dificuldades! ]

Logo atrás de Matte estava o segmento que ela havia visto anteriormente: uma pequena descida à direita acompanhada de mais um corredor. Essa parte da caverna é bem mais escavada e trabalhada que as anteriores, então possivelmente eles já estavam nas imediações do objetivo da missão. O corredor era mais estreito, tendo espaço para só uma pessoa por vez, logo só Azula teria espaço no ombro de seu mestre.