[Missão Rocket] Vs. a Equipe Foguete do Arco-Íris

Não esperava muita complexidade dos primórdios da organização criminosa. Já ficava surpreso com o tanto de investimento em coisa inútil pra atrasar a vida de gente idiota, como aquelas armadilhas. Quer dizer, talvez fosse a tecnologia mais avançada da época, mas pelas marcas na porta, alguém conseguiu invadir. Só não conseguia dizer se era recente, como os corpos e o sangue mais atrás...

Retornei Gastrodon assim que todos terminaram a travessia, depois de assegurar a passagem deles puxando a alavanca.

Observava a passagem e informava, sem dizer uma palavra, que iria na frente e eles deveriam seguir logo depois. Voltar não era uma opção. E como dito, um por vez...

Não dava para saber ao certo onde estavam e o quanto andaram, e os aparelhos de medição ainda estavam malucos! A única coisa que dava para saber era que estavam descendo, mais e mais. Avançar um atrás do outro poderia ser mais seguro, mas também atrasa um pouco o desempenho. A investigação fica na mesma, não há muito que observar ou relatar em um ambiente tão limitado. A única coisa que poderiam fazer era seguir em frente por aquele espaço tão pequeno.

- Heh… heh… é impressão minha… ou o ar está rarefeito? - apontou Dr. Franklin, completamente esbaforido e todo suado. Dr. Richards também não estava em melhores condições. Curiosamente Matte ainda estava bem, talvez pelo seu treinamento e controle metabólico mais apurado esteja conseguindo resistir melhor aquela nova situação. Enfim, deveriam continuar em frente, certo?

Acontece que esse “em frente” dava em mais um local que desafiava as leis humanitárias e tolerância dos menos acostumados. Tinham chegado em um ambiente mais amplo, como uma redoma, bem mais alto que os corredores por onde passaram. Pelo tamanho, dava pra dizer que cerca de 50 pessoas caberiam ali tranquilamente. No alto, cinco ou seis metros acima há uma estrutura limitada por um vidro, onde era possível ver vultos de móveis, objetos… pessoas? Não dava para ter certeza, mas ao menos no chão onde estavam pisando era possível notar do que se tratava. Havia uma pequena quantidade de água empoçada, na altura do tornozelo, e essa água tinha um cheiro bem forte de sangue. Pelo menos cinco corpos de RR caídos ao chão, alguns sem partes do corpo, como braços e parte da lateral. Uma delas estava com o peito completamente aberto, sem parte dos órgãos internos. Matte viu essa cena antes dos outros, então poderia avisá-los da cena de carnificina. Alguns metros de onde estavam era possível ver uma entrada com o ínicio de uma escada,indo na direção da tal estrutura com o grande vidro. Que lugar era aquele e de onde surgiram tantos corpos?    

Gás? Provavelmente. Esperava que não fosse venenoso, pois não tinha um "clear smog" pra fazer uma limpeza no ar para eles. E como ainda não tínhamos sido atingidos pelo "ar" apenas fiquei alerta e segui.

Estiquei a mão aberta para trás indicando que parassem. Se a cena anterior já tinha mexido com os nervos deles, não teriam estômago para a situação atual; Por isso chamava Carracosta e pedia que "varresse" os corpos para um canto qualquer com um pequeno e controlado movimento aquático, sem a necessidade de tocar na carne que, ao meu ver, parecia fresco demais. E com recente não imaginava de minutos ou mesmo horas atrás, mas não estavam decompostos a ponto de ser apenas cadáveres. Era uma informação que talvez preocupasse desnecessariamente o grupo de inteligência e muito provavelmente instauraria pânico. O que também não era preciso num momento como aqueles. Por isso segui com ignorância, abençoada seja, sem responder qualquer pergunta que surgisse por aquele estranho movimento.

Ignorando, momentaneamente, a presença de algo temível e muito mais mortal que as armadilhas anteriores naqueles túneis, apontei para cima. O piso de vidro deveria distrair os especialistas. Também pudera. Com o reflexo da mobília e outros, parecia que tinha GENTE por lá. - Vou subir para averiguar. Fiquem aqui e aguardem meu comando. Podem tentar mapear onde estamos e quanto falta para o destino final, se possível, mas não façam nada suspeito.

Essas foram as instruções dadas antes de retornar o tartaruga e seguir cautelosamente, quase que ocultando o som de meus passos, se não fosse pelos calçados molhados. A espada já estava em posse para ser desembainhada. O suspense fazia parte do ofício, mas não teria misericórdia de visse um RR naquele lugar. Aliás... onde e o que era aquele domo?

O agente era sensato em não deixar os cientistas terem a visão daquela cena logo de cara. Como não eram burros, os homens entenderam o comando de recuo e se prepararam para o que poderiam ver. Felizmente eles não viram muita coisa, o Carracosta de Matte já havia empurrado os corpos para um dos pontos mais periféricos das sala redonda, sobrando apenas pequenos restos e sangue. E aí entra uma nova característica dessa sala. Ao longo de toda a linha de perímetro da sala existem aberturas nas rochas que drenam a água para até um ponto onde ela permaneça na altura do tornozelo. O motivo para isso ainda era incerto, mas era uma peculiaridade.

Os cientistas acataram as instruções de Matte e ficaram para trás, armando alguns equipamentos para tentar fazer uma leitura daquele ambiente. Já Matte tomava a entrada na rocha à frente, com a escada que subia para a misteriosa sala de parede de vidro. E ela então pode ouvir uma voz, cantando uma estranha música: “Nevermind the darkness… nervermind the storm…”. Espada em mãos, degrau por degrau ele avançava. Até chegar na fatídica sala com a parede de vidro. Haviam alguns equipamentos muito velhos, dos primórdios da energia elétrica, alguns funcionando até com giro de manivela e carvão. Matte não fazia ideia do que aquelas máquinas faziam, mas ele sabia o que, ou melhor, quem era aquela silhueta em pé na frente de uma porta de metal.

Uma mulher toda suja de lama, sangue e vísceras. O braço dela tinha um grande machucado e outro pouco acima, no ombro. Ela estava escorada na porta, e junto dela havia um Tentacruel e um Muk. “Nevermind the blood-red moon… the night will be over soon…”. Era uma Rainbow Rocket, cantando uma música. Ela se vira para o lado de Matte, com seus olhos travados, cansados, nas últimas energias. - The night… will be over soon… - em um movimento, ela sai da posição de escoramento na porta e consegue se manter em pé, e estende as mãos na direção do agente. Logo seus Pokémon tomam à frente, e uma batalha aconteceria ali!

   

No momento que a mulher estendeu a mão, fiz o mesmo gesto, mas com a katana para que ela continuasse distante. Não só isso, lançava duas esferas para enfrentarem aquelas outras feras.

— Gastrodon, Earthquake. Pelipper, Weather Ball em Muk e depois Hurricane em Tentacruel. - Comandei rapidamente.

Enquanto eles se distraiam, bolava um plano com a pachirisu de companhia.

— Azula, depois do golpe de gastrodon você vai usar da sua destreza para chegar nela. Atordoe a mulher com nuzzle e roube o comunicador, se ela tiver um - terminei a fala apontando pro aparelho que estava em meu ouvido.

Será que TODOS eram lunáticos assim?

Olhava para a visão do vidro para tentar entender o que ela fazia por lá e qual a relação dela com as mortes. Era apenas mais uma que sobreviveu? A loucura era por conta... do gás?

OFF: Skil Queimando a Largada em Gastrodon +2 Atk/+2 Spd --- Pelipper +2 Sp.Atk/+2 Spd
Equipando Expert Belt no lugar do power item em Gastrodon.

A mulher estava em um estava muito debilitado, mas ainda restava energias para baralhar, seja lá qual fosse a motivação! - Tentacruel… Confuse Ray na lesma… Poison Jab no pássaro… Muk… Minimize… - faltava ar para dar os comandos, mas conseguiu. E assim, seus Pokémon corresponderam!

Pelipper solta um grunhido alto, convocando para aquela pequena sala uma chuva torrencial, e assim as criaturas se movimentavam! Tentacruel parava na frente de Gastrodon e disparava ondas sonoras, que deixaram o Pokémon confuso! (Gastrodon confused) Pelipper então bate forte suas asas, gerando uma esfera de energia que se potencializava com o clima chuvoso, atingindo a gosma venenosa com força! (Muk -30) Percebendo que era focado, Muk contraia seu corpo gosmento, reduzindo sua massa consideravelmente! (+2 Eva) Gastrodon ficava zonzo no campo, mas conseguiu vibrar suas entranhas para provocar um terremoto, atingindo a todos, menos ao pássaro bem distante do chão! (Tentacruel -65, Muk -56)

Mais uma rodada de inicia, com Tentacruel concentrando energia pútrida em um dos tentáculos e acerta um golpe direto no bico de Pelipper! (Pelipper -14) Para devolver essa investida, ele novamente bate suas asas e joga o polvo gigante contra as máquinas, deixando-o bem debilitado! (Tentacruel -21) Muk novamente reduz sua massa para tentar evitar ser focado, (Muk +2 Eva), mas nada, nem a confusão, impediria Gastrodon de novamente tremer as bases da montanha, derrubando os dois gigantes! (Tentacruel -65, Muk -56)

Assim que seus Pokémon caíram, a garota também caiu, deslizando lentamente contra a porta, a única saída daquele local. Com o movimento, Matte percebeu uma coisa surpreendente. Os cabelos castanhos tendendo para o alaranjado, os olhos mais escuros, como duas avelãs, o grande óculos redondo e o rosto salpicado por sardas e o volume maior de corpo na parte do tronco, maçãs do rosto e coxas . Se não soubesse que era uma Rainbow Rocket, o agente teria imaginado que algum superior louco teria mandado Brigitte, a suporte fã de tecnologia para o campo. Ela estende as mãos para o lado de Matte, com os olhos cheio de lágrimas. - Por... favor...


Campo: Sala de pedra polida, máquinas em volta  

Depois da batalha pedia para Azula ir chamar os cientistas enquanto eu conversava com aquela... com aquela mulher. Garota? A semelhança com alguém conhecido era notável, mas apenas agora. Desconfiava do gás, mais uma vez. Muito provavelmente fora isso que deixou a RR atordoada assim.

ENTÂO. O que poderia ser feito:
a) me aproveitar da situação deprimente para colher informações;
b) mentir e extrair informação;
c) torturar e conseguir o que queria;
d) acabar com aquilo de uma vez e seguir em frente.

Surpreendentemente, escolhia misturar duas opções.

— Uma dúvida. Se você me responder, eu prometo fazer isso passar. - Me aproximava apontando pra cabeça, fazendo entender que dizia da tontura e falta de ar, embaiando a espada novamente. - O que tem lá embaixo que vocês tanto querem?

Sabia que aquela não era Brigitte. Ela tinha pavor de missões de campo ou qualquer coisa que exigisse esforço físico em excesso e tudo no Mt. Silver exigia demais. Aquela GUERRA exigia demais. Ainda questionava o motivo de não deixar um rocket matar o outro. Talvez não confie muito na "minha" rocket pra dar de ombros. Chegar a Agente foi um trabalho árduo demais para permitir que outra organização criminosa invadisse nosso lar e tomasse nosso mundo.

Contudo, se meu cérebro estava falhando a ponto de imaginar coisas, talvez ela acreditasse que eu fosse mesmo um colega RR por causa do uniforme. Quem sabe?

A garota tentava se arrastar na direção de Matte, mas seus ferimentos eram muito graves e já não restava muito tempo para ela. Com muita dificuldade ela se coloca numa posição mais ereta, sustentada pelos joelhos. Então ela joga o corpo para trás e tenta respirar um volume maior de ar, apesar da dor. Abaixo dos olhos há uma grande olheira e manchas roxas, como os quando os Pokémon apresentam quando estão envenenados. Ela tosse, uma quantidade de sangue é expelida no movimento. Então, ela finalmente consegue forças para falar.

- Eu… não sei… - falando com dificuldades, arfando e soltando gemidos de dor, ela continua - Fomos enviados… uma estrutura… impede leituras… - a formulação de falas também está prejudicada - Fonte de energia… material bruto… abaixo… - ela cambaleava, a cabeça não se mantinha parada, o tempo todo tonteando, indo e voltando - Dois grupos… só eu… sobrei… - uma nova tosse, dessa vez mais pesada, com uma quantidade maior de sangue. Ela estica o braço, apontando o dedo para a espada de Matte. - Por… favor… - e então, esticando ambos os braços e voltando as mãos para cima, em um gesto de convite aberto para receber um presente de Matte, com lágrimas nos olhos, ela completa. - Seja… gentil… por favor… - e fecha os olhos, aguardando a ação do agente. De qualquer modo ela morreria, mas talvez a dor e a insanidade que ela provoca seja pior que a própria morte. Será que há misericórdia no repertório de Matte?  

O gesto forçada. A fala dificultada. Ela não precisava suplicar por aquilo, mas algo no pedido me fez ser mais... gentil ao deslizar a lâmina da katana de uma só vez em um corte diagonal pela garganta dela tão rápido quanto aprendido com o Grão-Mestre. O retorno à bainha que era lento em respeito à alma ceifada antes que o veneno pudesse o fazer.

Prestava atenção nos cientistas agora. Precisávamos avançar antes que o que quer que tenha sido que os deixou lunáticos nos atingisse.

Se ao menos tivesse uma rocket ball se quer poderia capturar um desses venenosos deles para tentar purificar o ar. Um Koffing seria perfeito, ou então um pokémon de planta para fazer essa purificação. Pelipper até podia deixar o ambiente mais úmido, mas não parecia resolver tanto assim. Aplicava 1 Potion nele e retornava os dois pras respectivas esferas.

A garota não sentiu nada com o golpe preciso de Matte, mas infelizmente o efeito do corte impediram que as últimas palavras delas fossem compreendidas. Talvez fosse um agradecimento, quem sabe? O agente conseguiu algumas informações soltas que não necessariamente o ajudariam, mas ao menos exerceu um pouco de sua misericórdia. Rocket, ninja e assassino sim, desumano não.

Azula foi buscar os cientistas, e não demorou muito para ela voltar com ambos. Dr. Franklin tossia um pouco, já Dr. Richards estava mais… eufórico. - Conseguimos mais dados. Há uma grande estrutura à frente. Creio que estamos pertos. - ele comenta com Matte, enquanto Azula sobe em seu ombro. Que espere… tem algo na sua boca? Algum tipo de gema, de coloração cor-de-terra. Talvez fosse útil mais à frente.

Agora diante do grupo havia uma porta de metal um tanto reforçada com aquelas rodas na porta, iguais as trancas de alçapões de submarinos ou portas feitas para vedar algo. Com alguma força eles conseguem abrir, e de fato aquela porta vedava algo, visto que a pressão de ar liberada jogava na direção deles um bafo de ar quente. Há só um caminho à frente, talvez eles estivessem perto.