[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

Definitivamente QUALQUER pokémon terrestre poderia resolver o problema de Natalie sem nenhum problema, afinal de contas, terra e terreno era a propriedade básica do monstrão, que simplesmente acenou com a cabeça e começou a fazer o trabalho dele...

... veja bem, quando eu digo >qualquer um<, era literalmente qualquer um. Se lembra da nota da Rainbow que vocês pegaram?! Pois é, a invasão EXIGIA um pokémon terrestre, tendo em vista a capacidade de achar falhas geográficas invisíveis e, claro, passagens secretas.

Só que Kelsier não é QUALQUER UM. Ele é um pokémon de um Rocket muito forte, que ora ou outra precisava dele para operações. Quer dizer... era. Bleh, isso não vem ao caso.

O importante é que os sensorezinhos de cobra de Kelsier estavam mais que em dia e não foi algo difícil para ele fazer. Ouviu o pedido, confirmou com a cabeça e rastejou um pouco triste colina acima. Se o seguissem, o veria parado naquele planaltão de outrora, que estavam minutos antes de toda a merda acontecer.

O gigante olhou para cima, para o lado e depois para baixo. Num segundo instante, cogitou dar um mergulho profundo e resolver as coisas na base da força, mas em um segundo olhar, ele achou o X do mapa do tesouro. Ainda devagar, serpenteou e rebolou até bem próximo da parede de trás da 'taça geológica'. Já chegando no ponto secreto, deu três toquezinhos nas paredes próximas e identificou o som mais oco, o mesmo que falhara no 'eco' minutos antes, com as moçoilas.

Ali, endurecera seu rabo e batera com força numa das paredes, fazendo um bocado de pedras desmoronas sobre si. Nada que ele não aguentasse, não é?!

O mais importante é que, no exato lugar do impacto, um buraco de formato elíptico se abriu, revelando o já esperado: uma parede falsa. Tendo já algumas dimensões e noções, virou-se de frente para a faixada e abocanhou o restante da parede, abrindo um quarto pequeno, sustentado por escoras e paredes de cimento.

No centro do quarto, ao chão, um alçapão semi-aberto, com uma escada fixa vertical de alumínio que poderiam... descer?! Bem, não cabia um Steelix aqui, mas de resto, cabia todo mundo um-por-um.

Sabe quando uma serpente enorme se sente na obrigação de ser a 'pessoa' mais responsável ali?! Pois é, foi Kelsier que olhou para Natalie com um certo receio, depois olhou para o próprio corpo e sinalizou negativamente com a cabeça. Já viram a finura daquela 'taça'? Se há alguma chance de ocorrer um acidente geológico, ele provavelmente ia ser maximizado por 20 se um Steelix Extra GG saísse por ai fazendo túneis para acessar depósitos.

O lado bom é que... bem, tinha aquele engenheiro lá que também não ia descer. Ele tava em Navi e Navi também não sabia se deveria descer. Para dar uma pequena ajudada nessa decisão, o sarcófago deu uma cospida por um instante, deixando exposto o 'problema'.

Caído no chão, com uma gosma meio obscura e com pouco pudor, o homem teve a ideia de fazer companhia:
- Hmmm, levar um Rainbow para um ninho de Rockets não me parece uma boa - Disse, sentando ali mesmo e rezando por compreensão - Eu fico com o grandão - Levantou o polegar afirmativo e um sorriso meio amarelado.

Eu não sei se vocês vão obrigá-lo a ir também, se vão (re)engoli-lo e talz, mas quando decidirem isso, eu decido o que aconteceu com ele. O importante é que você desceram aquilo sem problema algum, descobrindo que o túnel escuro não era tão grande assim. Se quiserem escorregar e chegarem mais rápido (e de bunda no chão) pode adiantar o processo.

O que importa mesmo de minha parte é a descrição: um vazio de pessoas, porém uma riqueza de estruturas.

Ao descer, vocês encontraram um pequeno mundo abandonado. Quer dizer, ao descer vocês encontraram um corredorzinho enxuto, e este sim levava a um mundo abandonado.

E ai vocês me perguntam: o que é um mundo abandonado?! Bem, talvez seja um termo poético para rememorar a dimensão abandonada pelos Rockets, mas que simplesmente descreve um QG que foi deixado para trás por conta de um ataque de morteiros. Um QG quase inteiro: um enorme campo subterrâneo com andares, escadas, cubículos-de-trabalho, energia, fios, luzes acesas e computadores. Se fossem contar teriam três grandes andares, porém quase nenhuma alma viva.

Falo quase nenhuma porque havia uma bendita alma humana neste negócio todo. Próximo da escada que as levariam para o segundo andar, uma moça se sentava na frente de um dos PCs e digitava um bocado de palavras... Ainda não conseguiam a ver, porém o barulho de digitação cortava o silêncio fúnebre, deixando óbvio que havia alguém batendo os dedos no teclado...

... um som muito semelhante com o que nós, malucos, produzimos ao nos pegarmos digitando textões plena três horas da madrugada, onde não se ouve nada mais além de seus próprios dedos.

OFF: Desculpa a brevidade, dias ruins

A resposta do cientista foi um simples arquear de sobrancelhas. Tentou rememorar se em algum momento havia dito seu sobrenome às moçoilas, mas não consegui lembrar:
- ... como você sabe meu sobrenome? - Perguntou, num tom meio abobalhado, com medo de ter deixado passar sem se lembrar.

Não que isso seja relevante demais, né?! Depois de descer, chegamos ao momento 'presente'. Lá, alguém mexendo num teclado. Enquanto Natalie era um pouco mais cautelosa, Karinna correu como um elefante gracioso, fazendo barulho, desviando das coisas e movimentando o cenário. Óbvio que a moça que estava digitando ouviu, mas sua única reação foi parar de digitar.

Ela não se virou para ver ou cogitou fugir, apenas parou o que estava fazendo e seguiu olhando para a tela do computador. Com a aproximação de Karinna, a Rocket pode descobrir que ela tinha um formato de corpo semelhante ao de uma mulher cis. Estava com um moletom longo, calça jean e bota, com a mão enluvada. Seu cabelo era cacheado e longo, em um tom de rosa algodão-doce.

Sem dizer nada, seguiu olhando para a tela do computador e recusando girar a cadeira rotatória para ver quem diabos estava atrás dela.

Ei! Veja bem! Eu não gostei desse 'então a gente não mata?', viu?! Achei ofensivo. NÃO ERA NEM PRA VOCÊ COGITAR MATAR A WINNIE, VIU?! Tendo dito isso, já venho adiantar duas coisas: não, não é a Winnie, eu só gosto de rosa mesmo. Ah, a segunda coisa é que isso aqui você também não mata, literalmente falando... e vocês vão entender o porquê.

Quando Natalie tentou chamar a mocinha no computador pelo nome da amiga rosada, a mesma voltou a pousar os dedos sobre o teclado e spammou algo bastante divertido na tela do monitor:

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Era um pouco engraçado a forma como ela digitava uma carreira enorme de interrogações sem fazer o 'tec tec tec' anterior, afinal de contas, só precisou pressionar um botão e segurar por uma eternidade.

Quando enfim soltou aquele botão, iniciou uma digitação um pouco forçada:

Winnie? Não, não, Winnie não. Winnie, com Nicholas, no topo. Equipe Rocket Rainbow. Administrador. Archer.

Sem muito fôlego, pulou uma linha e recomeçou

O que está fazendo aqui? Aqui? *vira* *vira* *olha pra cá* *olha pra lá*. No esconderijo? No Monte Silve? Estou só programando. Programação. Auto-programação. Código. Inteligencia Articial. Sou inteligente.

Era um bocado engraçado como a bichinha digitava ações entre asteriscos e nada fazia, como se estivesse apenas descrevendo interações em um chat com amigos online. Agora, sabe uma coisa um bocado engraçada?! Se vocês tomassem coragem e olhassem para a cara dela veria que ela não era nada além de um robô vestido-de-gente dos pés a cabeça. Seu rosto metálico refletia parte da tela, se mostrando uma máquina muito limpa e bem cuidada.

Nenhum arranhão.

Mas ela não tinha articulações suficientes para virar-se para as meninas e dar um sorriso de boa tarde.