Uma ajuda com os menos experientes...

Os dois jovens começaram a arquitetar o plano. Gray estava diferente, começando a deixar de lado aquele brincalhão quase inconsequente e virando um tipo de estrategista multitarefa, quase uma paranoia. Enquanto eles conversavam, Akshan mantinha os braços cruzados e os olhos fechados, apenas ouvindo. Ao ouvir o comentário de Gray, ele abriu os olhos e o fitou, de um modo tão frio que pareceu… familiar para o jovem. - Se está disposto a morrer pra proteger, então você não tem serventia para mim. - as palavras eram frias e diretas, e todos na sala não compreendiam, por hora. - É, eu sei que você já viu ao menos uma vez. Eu vi várias. Acha que a tarântula no alto da torre resolveu dominar Lavender dentre todas as cidades da região para que? - ele continuava a fitar Gray, ignorando até mesmo o pedido de Maurício para que explicasse o que estava acontecendo. O homem grisalho então respirou fundo, prendeu a respiração por alguns instantes, e retomou. - O plano me parece bom, vamos dar todo o suporte necessário para a distração. As equipes de guerrilha estão indo para os pontos de encontro. - ele volta a fitar Gray - Eles têm ordens para atacar e correr. - abrindo um sorriso discreto, volta a olhar para todos. - É a nossa vez de atacar, e vamos atacar com força! - e então ele bate no peito de Gray e o fita no fundo dos olhos - Eu gostei de capitão, mas pode começar a me chamar de “Grão-mestre”, garoto. - e então ele abre o maior sorriso até agora.

Marina e Denise se aproximam de Rayssa, confusas. - Eu entendi patavinas… - a loira de cabelos presos começa, e então a cacheada conclui - Eu muito menos. Enfim, estou desenvolvendo um vírus que pode anular os efeitos das coleiras de controle dos ratinhos. Deve funcionar assim que vocês encontrarem o comando central, possivelmente no andar antes das antenas, e anexar esse cartão de memória no mesmo. O programa fará o resto! -  Marina então explica para Rayssa o que estava trabalhando até agora e entrega a ela o objeto. Os homens e mulheres de Lavender começam a se preparar para irem até a torre e darem cobertura para que a dupla de protagonistas seguissem para os esgotos, e então entrarem na torre pela fenda conhecida de Gray. Eles não tinham certeza se o ponto estava lá ainda ou não, mas deveriam descobrir. Era bem provável que sim, já que por algum motivo os esgotos foram zonas seguras, ao menos até agora. O motivo do porquê era incerto, e as respostas talvez não chegassem. Mas o momento não era de questionar, era de agir!

Rayssa e Gray voltaram para os esgotos, onde Maurício descobriu um canal de alimentação de energia onde os elétricos da especialista poderiam atuar para neutralizar a alimentação da torre. Porém esse ponto era mais afastado da fenda, fazendo com que os amigos se dispersassem em algum momento. Rayssa então foi para os canos de distribuição enquanto Gray seguia para a entrada da fenda, aguardando o sinal da ruiva, Mas o que ele não contava era com a presença de uma tropa de roedores o aguardado!

       

Akshan observava a reação de Gray e a forma com que seu Pokémon âncora o “equipava”. Ele então abre um grande sorriso, mas este sorriso tinha algo diferente. Tinha malícia, algo mais enraizado e também sombrio. Ele toca o ombro de Gray e aperta um pouco. - É, isso eu posso usar! - ele diz olhando nos olhos do rapaz, e por um momento parece que as escuridões dentro de cada um deles se saudavam.

Enquanto isso as garotas abraçavam Rayssa, lhe desejando boa sorte. - Olha só, presta bem atenção! - Denise se abaixava para ficar na altura dela, olhando nos olhos da garota - Nós. Vamos. Ter. Uma. Festa. Do .Pijama. Então trate de voltar inteira, com todos os fios desse cabelo BA-BA-DO no lugar! - ela então abraça a menina com força, do tipo de abraço que se perde o fôlego. Marina só sorri e beija o topo da cabeça da ruiva. Ela sabia da força de Rayssa, sabia que ela, acima de tudo, não sairia daquela torre derrotada ou fracassada. Ela iria até o final!

Quanto a batalha, bem… como das outras vezes, o ataque de Rayssa foi implacável, não dando chance dos ratinhos reagirem. (Rattata’s -104, fainted) Logo, o caminho deles estava livre finalmente. A abertura na estrutura estava lá, e um belo ataque elétrico de qualquer Pokémon da especialista teria um resultado favorável ao plano deles. Assim, com uma sobrecarga, eles puderam entrar na torre.

Algumas pequenas mudanças aconteceram desde a infância de Gray. Sim, os túneis irregulares ainda estavam lá, mas boa parte do caminho tiveram que se arrastar, tanto pelo tamanho, já que não eram crianças, tanto pelas modificações. Logo alcançaram uma região onde havia um tipo de poço escavado e isolado por alvenaria. Era uma escalada pequena, mas trabalhosa, já que a parede era predominantemente lisa e havia musgos por sua extensão, mas com um bom trabalho em equipe conseguiram superar o desafio. Um alçapão separava os esgotos e a torre, seu objetivo final!

Assim que passaram pela portinhola, perceberam que a torre não estava totalmente desligada. Havia luz e corrente elétrica ali. A fonte principal de abastecimento da cidade para a torre tinha sido comprometida pelo ataque de Rayssa, então havia outra fonte, como Maurício suspeitava. Eles estavam no primeiro andar, um tipo de depósito de suprimentos. O alçapão mesmo estava obstruído por sacos de batata empilhados. Era particularmente grande o cômodo, mas nada muito sofisticado. Possivelmente a próxima sala era um tipo de cozinha ou refeitório. Enquanto estavam ali, uma sombra surgia diante deles. Era Conde, o Gengar de Gray, que tinha sido enviado para proteger Lauritis e os demais. Antes que pudesse tirar conclusões daquilo, o fantasma brilhou seus olhos e usou seu vínculo para transmitir uma mensagem visual para seu mestre.

A visão mostrava o grupo de Lauritis sabotando uma central de energia, uma série de transformadores e geradores. Em pontos estratégicos, atiradores do grupo se posicionavam para disparar fogo de supressão nos RR’s. E então, Lauritis e os demais corriam para as vielas, causando o maior caos possível e se dispersando, para voltarem a se reunir em pontos estratégicos. Era a famoso estratégia de bater e correr, muito usada em guerrilhas urbanas.  As tropas que quisessem perseguí-los eram neutralizadas em emboscadas, seja por armas de fogo, seja por explosivos. A visão ainda captou Akshan no alto da prefeitura. Ele sacou sua katana e a colocou na boca, soltando a bainha. Com sua única mão livre, ele fez um gesto, e logo uma sombra violeta serpenteia seu corpo até a palma de sua mão aberta. Um vaso surgia ali, e dele a mesma sombra tomava forma. O cabelos brancos do samurai flutuavam, tomando uma forma de fato fantasmagórica. Bisharp e um Nidoking surgiam um em cada lado. E com uma voz grossa e potente, olhos brilhantes e uma silhueta atrás de si que lembrava muito um Spiritbomb, ele projetava no ar um cântico de guerra:

Yoho, haul together
Hoist the colours high
Heave ho, thieves and beggars
Never shall we die!

Ao final do canto, tanto Nidoking e Bisharp disparavam ataques contra a torre. Era uma convocação para guerra!

Ao ver que Lauritis estava a salvo, Conde sentiu que seu mestre precisaria dele. Na verdade, ele pressentiu que seu mestre estava indo de encontro a um grande mal, e que precisaria dele ao seu lado. Assim, com o instinto de um marujo que sente que seu capitão está em risco, ele correu pela proa e foi ao seu encontro. Drink up, me hearties, yo ho!


Campo: Esgotos logo abaixo da torre de Lavander            

Ambos os especialistas pareciam confusos com o que viam na estrutura. Gray decidia por se separar novamente, tomando Priscila em mãos e subindo em Phantom, para seguir com sua invasão. Acontece que, bem… eles pareciam bem confusos! Enquanto Rayssa mandava um de seus elétricos para mapear a rede, Gray mandava seu Pokémon fritar os circuitos internos do local! O resultado? Nenhum dos dois conseguiu algum resultado de fato, e vou lhes explicar.

No momento que Tesla mergulhou na rede elétrica, começou a identificar uma ou outra fonte de energia. E todas elas apontavam para o alto da torre, uma rede de alimentação de cima para baixo. Assim que o mapeamento começou, ele conseguiu identificar algumas rotas e caminhos, identificando uma grande quantidade de energia concentrada nos dois primeiros andares. A fonte dessa energia era um tipo de plasma concentrado enviado de uma fonte externa à torre. Em seguida, Phantom usou seu movimento e até conseguiu fritar alguns circuitos, mas não apagou as luzes. Porém, havia duas coisas boas que aconteceram com essa abordagem.

A primeira delas foi a constatação de que a fonte de energia era diferente, mas sim, havia geradores ou ao menos transformadores dentro da torre, e eles já tinham a localização. A segunda coisa foi que eles conseguiram criar um tipo de curto circuito local, quebrando as defesas básicas da torre e dando acesso a eles para o elevador principal! Agora eles poderiam acessar os tais níveis superiores e, finalmente resolver isso, de uma vez por todas!