Uma ajuda com os menos experientes...

A grande pérola da noite, Lavender, possuía sim os seus charmes e também as suas bizarrices. Ter uma torre-cemitério como atração turística principal poderia ser considerado um misto dessas duas categorias, mas com certeza as lendas e histórias amedrontadoras que permeiam a cultura local são os ingredientes principais da torta de bizarrice. São muitos os personagens e lendas envolvendo os arredores, e parece que elas crescem na mesma velocidade que a grama. Enfim, uma cidade que cultiva sua fama e suas assombrações.

Mas há algo mais sinistro acontecendo na cidade, e a pequena escoteira iria descobrir em breve do que se tratava. Uma nave de proporções moderadas estava estacionada nos céus, ancorada no alto da famosa torre. Haviam fendas no céu contrastando com os tons azulados. E por toda a cidade, havia um tipo de infestação bem incomum, e não se tratava dos ratos tropicais que a ruiva veio atrás. Homens e mulheres uniformizados, todos de preto, com um grande “R” com as sete cores do arco-íris estampado no peito. Eles andavam pela cidade como se não fosse nada, como se a presença deles ali fosse mais do que comum. E, claro, a chegada daquela forasteira chamava muita atenção. Os olhares eram fixados, tanto na garota quanto nos parceiros que ela carregava, principalmente por andarem tão livremente em torno da menina, de uma forma bem despojada e tranquila. O Centro Pokémon estava à frente, e se ela quisesse servir um café da manhã para ela e seu time, seria a melhor opção. A questão é: seria seguro?    

Um reencontro bem alegre acontecia nas ruas obscuras de Lavander! Raissa e seu parceiro/superior Gray novamente cruzavam as rotas da vida, dessa vez na cidade natal do especialista em fantasmas. O contexto era um tanto nublado ainda, mas nada como o tempo e o estômago cheio para facilitar as ideias, certo? Assim, a pequena ruiva decide retornar para o Centro Pokémon, que tinha acabado de sair, para acompanhar o rapaz recém chegado, que agora mandava uma mensagem para sua namorada um tanto quanto temperamental para encontrá-los. Seria de fato um café da manhã entre amigos, um momento relaxante!

Havia algo que Ray não percebeu, até porque o narrador não disse nada sobre cof cof, era o ambiente do Centro Pokémon. Havia uma enfermeira com uma Chansey atrás do balcão, mais nada. Como assim mais nada? Simples, não havia equipe à vista. Somente uma enfermeira e sua parceira Pokémon. Pessoas comendo do CP? Somente um homem mais afastado, com roupas mais escuras, e um casal de RR’s. Mais ninguém, o Centro Pokémon estava vazio. A enfermeira desenhava no rosto um sorriso nervoso, o famoso sorriso amarelo. E Rayssa com seus parceiros à mostra parece deixá-la um tanto quanto nervosa.

A interação recheada de extravagância de Priscila chamava um tanto a atenção para eles. Claro, não que eles já não estivesse sendo o alvo das atenções. Sabe aquele momento em que você percebe que não respeitou o dress code de algum lugar e todos os olhares se voltam para você? Pois é, era exatamente isso. A mesa com o casal de RR’s fitavam os jovens forasteiros, e davam risadas ocasionais. Haviam belos espécimes de Pokémon ali com eles, só esperando para serem roubados para a causa… bom, isso era o que eles pensavam.

Em um dado momento, as portas do Centro Pokémon novamente se abriram com violência, dessa vez não uma violência afobada como a de Priscila. Era uma violência desdenhada, destrutiva, nojenta. Uma dupla de RR’s parou na frente da porta e observou em volta, até repousarem os olhos sobre o trio de treinadores. Eles deram uma risada de canto de boca, e um deles apontou para a enfermeira. - Traga a melhor cerveja que tiver, mulher! Temos visitas na nossa cidade! - claramente havia um tom de desdém em sua voz. Ambos os homens tomaram cadeiras em mãos e colocaram elas com o encosto voltado para a mesa onde estavam Rayssa, Gray e Priscila. Sentando-se de pernas abertas e se apoiando no encosto, eles contniuavam. - Sempre bom ver carne nova por essas bandas! - ele dizia olhando para Priscila e Rayssa, especificamente - Sabem, para entrar na cidade vocês devem pagar um pedágio. E até onde sei, vocês não pagaram. Então, ficamos num impasse… - ele joga uma pokébola no chão, revelando um Hypno - Mas não vamos fazer nada apressado, certo? Você, bonitinha, que tal passar essa aranhazinha pra cá, e tudo fica acertado… - ele fita os olhos de Rayssa com um alto grau de malícia. Novas esferas se abrem no ambiente, revelando um Raticate alolano, um Persian também alolano e um Gengar, um de cada Rocket presente. Já o homem mais ao canto, não se mexia. Pelo visto aqueles quatro não respeitaram o ambiente do Centro Pokémon, e se fosse necessário travariam uma batalha ali mesmo!