RAYSSA
Deixando o reencontro entre mãe e filha de lado, Rayssa correu para a casa de Marina. Logo que entrou não pôde deixar de notar a sala de estar gigante, em conceito aberto que dava toda a visão para a cozinha. Havia uma grande lareira com porta-retratos de família, e grande parte deles tinha Marina portando algum tipo de prêmio. A ruiva notou isso pois seu caminho a levava até lá, já que a porta para o porão era ao lado da lareira.
Descendo as escadas, era possível ouvir sons de aparelhagem mecânica em funcionamento. Quando chegou em seu campo de visão, a cena era uma Marina com o cabelo todo armado e bagunçado, dando orientações para Tesla, que pulava de um aparelho para o outro!
- Ah, não se preocupe! O principal está em estado funcional ainda, estou fazendo alguns testes com esse excelente assistente de laboratório que você me arrumou! - ela tinha um largo sorriso no rosto, e estendeu a mão para Rotom em um “high-five elétrico”, provocando uma risadaria só no porão! Apesar do clima tenso, o progresso na investigação acontecia e eram animadores.
- Era o que suspeitávamos, esses aparelhos replicam uma certa frequência, mas ainda não sei para que serve. Estou fazendo duas coisas ao mesmo tempo para ganharmos tempo! - então a moça volta a tomar aquele ar compenetrado. Havia dois grandes monitores com dados diversos e complexos para compreensão.
SQUEEK!Um som muito familiar surgiu no local, ali perto, um som que Rayssa conhecia bem. Das sombras, em um canto do porão, um monte de entulho saiu voando com a investida de um bando de Rattatas!
- AI! O que é isso? - Marina se assustava com aquela invasão
- Cuidado com os aparelhos! - ela tentava evitar que os ratos atacassem os computadores. O caos estava formado!
GRAY
Sem muitas cerimônias, a Pokémon sarcófago projetava seus braços na direção de Malvin, que não sabia como reagir.
- O q-que? Ei, espera! Eu não posso sair daqui! PARA! - os protestos eram em vão, já que a garota era irredutível!
- Pode ao menos me levar pra sala do rádio? - vendo que não havia escolha a não ser se deixar ser levado, ele fez um último pedido para Priscila, que atendeu prontamente. Assim que saíram, Gray fechou a porta, formando na expressão do Rocket ainda consciente uma expressão de raiva e medo, que soltou uma série de murmúrios raivosos ao ouvir a proposta do especialista. O outro estava, digamos, no seu quarto sono tijolado, então nem reagiu ao ser despido. Algemado e deixado em um canto da sala, era hora de fazer perguntas ao outro. Como as cordas só prenderam a parte de cima, era fácil do grunt dar chutes e pontapés e se arrastar pela sala, mas eventualmente Beowulf fez uso das suas mãos e ergueu o infeliz pelos pés, deixando-o de cabeça pra baixo, na altura da visão de Gray, que lembrou-se de retirar a bola de silicone para que ele pudesse responder. Bom, a resposta começou com uma bela escarrada na cara.
- Se eu lembrasse de cada filho da puta que matei nessa cidade, eu diria com prazer que arranquei a cabeça desse cara! Dê o seu melhor, babaca! - era um desafio, lançado em tom de revolta e loucura.
SQUEEK!O som de ratos guinchando era ouvido na sala. Quando menos imaginou, Gray e seus parceiros fantasmagóricos estavam em companhia de uma tropa de Rattatas!
Enquanto isso, na sala do rádio, Priscila ajeitava uma mesa e colocava o policial sobre a mesma. Retirou o colete e a parte de cima do uniforme, revelando o peitoral definido e o abdômen particionado de Malvin. Mas primeiro, os negócios. O ferimento estava bem ruim,com início de infecção. Era um ferimento à bala, como bem notou logo de primeira. O tal kit de primeiros socorros que ele mencionou tinha sim alguns analgésicos, antinflamatórios, bandagens, agulha e linha. Logo que os primeiros contatos aconteceram, Malvin já soltou um gemido.
- Vai com calma… - era contido, como se a dor o atordoasse, mas ele resistiu até que bem. Assim que ouviu o comando para o fantasma retirar o projétil, ele soltou um “Lá vamos nós” e pegou um tonfa ali perto, colocando na boca para morder. E doeu, tanto que cravou bem forte os dentes no cacetete. Ele não viu a introdução do OB, uma saída engenhosa da menina.
- Vai precisar de uma sutura né? - ele já tinha uma ideia do que viria, então retirou a arma mais uma vez. Pegou o vidro de álcool e esterilizou o cano.
- Melhor tapar os ouvidos… - e então direcionou dois disparos para um lado da sala, cravando as balas na parede e no chão, tomando cuidado para não ricocheteá-las de volta para eles.
- Toma, usa isso… - entregou a pistola para que Priscila usasse o cano quente para fazer a sutura.
Acontece que aquilo tudo acontecia na sala ao lado, longe da atenção e ciência de Gray. Se não fosse o bastante lidar com aquela invasão de roedores, ainda ouviu o som de dois disparos dados no lado de fora, e obviamente isso atraiu a atenção do especialista. Porém, com toda aquela confusão, Beowulf acabou soltando o Rocket, que teve a ajuda de um dos Rattata para ter suas algemas quebradas! Em um reflexo rápido, Gray se virou para trás em tempo de usar suas duas mãos para segurar a mão do grunt antes que ele pudesse cravar uma faca de caça em seu peito! Sim, o grunt tinha uma faca! E estava em cima do especialista, forçando a arma para baixo, na direção agora do pescoço de Gray. Mas o que o grunt não contava era a agilidade e frieza de Gray, que usando as pernas tirou a estabilidade do grunt, fazendo-o crava a arma no chão, cortando algumas pontas dos cabelos brancos de Gray no processo. Em um movimento reacionário rápido, Gray saca sua própria faca e a crava bem fundo entre duas costelas do grunt, torcendo a lâmina para garantir o resultado. O homem apenas pôde arregalar os olhos e cuspir uma grande quantidade de sangue, que já estava o sufocando e minando sua vida. Bom, agora restava lidar com todos aqueles roedores invasores!