Pokémon Mythology RPG
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got me thinkin' nonsense ~

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nonsense ~
Não havia ser existente nesse ou em outros universos que me fariam parar de perseguir aquele homem. Nem forças naturais, sobrenaturais, nada. Da mesma forma que eu estava, eu permaneci, correndo em disparada como se minha vida dependesse de resgatar a minha filha.

E, honestamente, talvez dependesse mesmo.

A minha surpresa era ver Manju não só me acompanhando como ultrapassando para pegar o bendito sequestrador. Eu poderia ter gastado força para ordenar algum golpe ou estratégia, mas a psíquica sabia exatamente o que estava fazendo: passar por maus bocados e me enfiar em lugares terríveis com ela tiveram seu lucro, afinal.

Apesar dos esforços do sequestrador de mostrar que >queria< ser perseguido, estava tão cega de ódio e completamente tomada pela raiva que preciso confessar que não percebi. Além disso, também não tinha reparado que Daisuke vinha logo atrás de mim, carregando Kenma como se fosse uma sacola de mercado embaixo dos braços. Se a situação fosse outra, com certeza serviria para me arrancar algumas risadas.

Bom, para qualquer um que não fosse eu, 100% fora de si, era evidente que aquilo era uma armadilha. Mas naquela situação, certamente não me importava: para alguém que já esteve até no umbral, aquilo era fichinha. E nada me faria NÃO IR atrás daquele homem onde quer que ele fosse - quer tentar me matar, amigo?

Boa sorte, entra na fila.

Quando Manju freou naquele beco alongado, eu vinha atrás com tanta determinação que não consegui parar direito e escorreguei de lado, raspando a coxa direita no asfalto antes de conseguir me apoiar no chão. Além disso, correr descalça em chão fervendo é algo que, depois desse episódio, jamais recomendaria a alguém - mesmo com a adrenalina pulsando no quente sangue que corria pelas veias, pude sentir a pele queimar de forma que digamos que certamente já passamos da fase de bolhas. As lágrimas se misturavam em meio ao suor, que por sua vez me cobria por inteira, com testa, pescoço, seios e tórax tão molhados que parecia ter acabado de sair de um banho.

Mas o importante aqui era pontuar o homem que estava no final do beco. Nessa hora, meus amigos, não tinha sola do pé queimada, perna sangrando, nada disso: o meu objetivo era só alcançá-lo. E foi o que fiz, ou ao menos tentei, se o universo me permitisse. Disparei com Manju na frente até onde ele estava, sem pensar em qualquer consequência que aquilo traria. Pela primeira vez, nesse tempo todo de perseguição, consegui sentir uma urgência dentro de mim - uma pressão, um peso que precisava sair.

E assim o fiz, talvez na forma mais primitiva possível, anunciando o estrago que faria com ele caso o alcançasse:

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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Então...

Aparentemente todo o meu discurso foi direcionado apenas para Kenma, já que, para meu espanto, Manju era muito mais pró-ativa do que imaginei. E rápida. Como corria a diaba da cachorra, rapidamente passou por Karinna e a superou, ficando no encalço do sequestrador. Enquanto eu... bom, eu carregava algumas revistas que havia comprado, e carregava o Combusken de baixo do braço. Eu corria o máximo que pude, corria até sentir meus pulmões estourarem, eu corria, e corria, e...

...tentava correr.

Após virarmos uma última rua, acredito que vi Manju parar, eu caí de joelhos na calçada, soltando o Combusken rapidamente. Bufando, e com muita dificuldade para respirar, Kenma me olhava preocupado, e ficava dividido, entre avançar e me ajudar, mas quando vi Karinna tropeçando e rasgando a coxa, soube de imediato que ela precisaria do máximo de ajuda que podia ter. Não era muito, mas liberei Litwick para acompanhar o Combusken, e fiz sinal afirmativo para que ele prosseguisse.

Quanto a mim, encostei as costas na parede da esquina, sem conseguir ter a loira ou qualquer um de nossos Pokémon no nosso campo de visão, respirava com dificuldade e sentia a visão turvar. O sol de racha também não ajudava, eu sentia que iria apagar a qualquer momento, mas focava em respirar, e me contava uma história, mentalmente, para conseguir me manter consciente.

- A guerra dos 100 anos foi o maior conflito registrado na história. Com uma guerra insana entre Kalos e Galar...


Perspectiva do Kenma

Após papai me mandar ir, peguei a velinha e parti rumo a mamãe. Eu não olhei direto para papai, mas pude ver que ele estava pálido, ele se esforçou o máximo que podia, e como um grande lutador, precisava descansar! Coloquei a velinha em cima da cabeça e parti rumo ao beco. Manju se prostrava de forma agressiva, e mamãe gritou bem diante do homem encapuzado. Vendo aquela cena, eu e velinha pensamos na mesma coisa: tomar a dianteira.

Como um grande galinho que me ensinaram a ser, dei um sonoro grito pro paspalho que sequestrou a Ivy, junto com a velinha. Nos esgueiramos na frente de Manju e mamãe e gritamos: - Ei, paspalho! Toma essa! e usamos nossos Flamethrower juntos no imbecil! Ninguém se machuca tanto com um desse, claramente, serviria para ensinar uma lição nesse otário... né?


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Não posso te dizer que nossas belíssimas protagonistas viram a situação dada a distância e a ausência de boa iluminação mas, cá entre nós, quando o Furacão Ka(r)inna surgiu em vista derrapando com a mais poderosa violência que poderia ter, um sorriso divertido se abriu no rosto do sujeito que, pacientemente, assistia ao desenrolar da cena. Em dualidade direta, Manju saltou no lugar, abandonando parcialmente a postura defensiva/atacante para que pudesse volver a atenção para sua mãezinha, instintivamente recuando em sua direção...

Claro que não teve tempo de muita coisa antes que a brutamontes avançasse com mais de mil, pronta para fazer... Bem, nós sabemos o quê.

Enquanto a monodragão voava com a fúria de mil Bouffalants corrompidos pela ausência do Tiro liro liro leio, o homem se manteve parado, uma das mãos se enfiando calmamente no bolso do sobretudo enquanto a outra trazia consigo um brilho vítreo alaranjado, pulsante, que ouso dizer se tratar do mesmo para o qual o raio carmesim havia arrastado a gorduchinha consigo. A única reação do homem foi movimentar a perna, dando três toquinhos de calcanhar contra a parede de granito em suas costas.

Apesar de longo, realisticamente a extensão do beco não era uma grande distância a se percorrer, principalmente com o ardor derrapante que pulsava n'alma da violinista. De cá pra lá foi um pulo e, portanto, não foi difícil o último trajeto percorrido pela loira, o punho indo diretamente em direção à muralha de quase dois metros que assistia, pacientemente, todo aquele esforço exemplar: Com toda a violencia, com toda a força, direto na altura do peito e...

Thump.

Um som metálico abafado que veio do encontro das falanges com o corpo - um que digo de imediato, teve mais efeito doloroso contra a própria loira do que contra a vítima da vez, que sequer esboçou reação. Conhecendo a peça, porém, também tenho certeza de que não foi isso que fê-la retroceder e, naquele momento, tampouco parar. De um lado, do outro, pra cima, pra baixo.

Thump. Thump. Thump. Thump.

Nada efetivo. Quiçá não teria como ser, ainda que seja difícil definir imediatamente o motivo - principalmente levando em consideração que o homem nem de longe era o mais forte dos exemplares. O sorriso inicial se dissipara, embora um extremamente simples ainda pincelasse os lábios e, no meio de todo o exaspero, a mão livre abandonou o bolso para se erguer e fechar contra um dos pulsos da especialista, dedos metálicos marcando com um breve avermelhar a pele clara ao, forçadamente, interromper o avanço contínuo.

— ...você insiste demais. — Sussurrou, a voz pesada escapando da garganta. Dreads escuros escorregavam de um só lado da cabeça, a pele de quase mesmo-tom corrompida por uma textura visualmente estranha aqui e ali. O olhar subiu na direção da entrada do beco quando finalmente enxergou uma figura amarelada entrar em todo seu explendor, uma das sobrancelhas se erguendo quando o animal encheu o peito na maior PANÇA do mundo, as chamas escoando viscerais na direção da dupla, e...

...interceptadas pleno-ar por um pulso psíquico que esfacelou-as como se fossem nada. Não só elas, como também o próprio rosnado irritadíssimo de Manju, que vociferou na cara do galinho como se o bicho tivesse absolutamente perdido o juízo - e quem sabe de fato o houvesse, afinal, não tenho a menor ideia de se não bateu a cabeça no meio do processo de perseguição. Afinal, tudo que testemunhei foi o coitado sem-forma do namorado da nossa protagonista de cena atual, enquanto ele tá morrendo ali na esquina.

Sigamos.

— ...hmph. — Um balançar de cabeça curto, entediado, antes que os orbes voltassem a penetrar os orbes cerúleos mareados que tinha à frente. Num gesto brusco, largou o pulso da criminosa (até então aprisionado) sem o menor cuidado para o lado, um óculos avermelhado balançando, pendurado em sua gola - amassado, sem uma das lentes e com a outra rachada em inúmeros fractais. Antigo.

...Era familiar.
De onde?

Em suas costas, um pedaço da parede se movimentou, deslizando para o lado em uma abertura discreta em formato de passagem. O homem analisou a loira de cima a baixo mais uma vez, os olhos estreitando com delicadeza unusual em sua direção - e, como se não fosse nada, deu-lhe as costas, levando consigo a esfera vítrea para dentro de sabe-se lá o quê.

Mas, pelo menos não precisavam mais correr!

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Não existe nada mais frustrante do que atingir seu objetivo, mas ao mesmo tempo não atingi-lo.

Não entendeu? Eu explico.

Veja bem, quando alcancei o bendito homem, toda minha fúria e raiva foram suficientes para... Absolutamente nada. O primeiro soco foi o mais potente, como o de uma mãe que teve sua cria tomada de si - bastante literal, nesse caso, né. O alto som metálico abafou até mesmo a dor que as falanges sentiram e reverberaram por todo o corpo, me deixando momentaneamente meio surda. Não satisfeita, insisti: foram socos atrás de socos atrás de socos para nada. Nessa altura, eu gritava o mais alto que conseguia, berrando, mas sem qualquer efeito - um grito primitivo, a plenos pulmões, diante do rosto do sequestrador, enquanto desferia os golpes. As lágrimas eram mais de raiva do que de tristeza: a frustração de não poder causar externamente a esse homem o dano interno que ele estava me causando era visceral.

O pior, então, aconteceu quando o malfeitor segurou meus pulsos, me mantendo refém do meu próprio ódio. Ali estava o sequestrador maldito que levou a minha filha e não havia nada que eu pudesse fazer. Reconheci a voz de Kenma à distância, que certamente tentava ajudar com um clarão que vinha das minhas costas, mas sem sucesso. Quando o sequestrador largou meus pulsos, me jogou para o lado, o que me fez perder o equilíbrio e cair no chão - pode até não ter sido sua intenção, mas sua força somada a minha postura fez com que acontecesse. Observei-o desaparecer em meio a uma pequena e estreita passagem, com as lágrimas escorrendo rosto abaixo, caindo parte sobre o chão e parte sobre a perna machucada.

No chão, jogada, fiquei... atônita. Os berros cessaram e as janelas cerúleas se distanciaram, focando em um único ponto: uma tampa de cerveja já enferrujada caída rente a parede. Uma dor tomou conta do meu peito e, de imediato, senti meu coração se despedaçar em mil pedaços. Não é possível que uma segunda vez tiraram Ivy de mim e não havia nada que eu pudesse fazer. Uma mãe, outra filha - não consegui salvá-las, nem com oito anos e nem com vinte e um.

- ... - as lágrimas começavam a me fazer soluçar, levei a mão até o rosto, passando as unhas recentemente feitas pelas bochechas - Dai-dai - tentei sussurrar o nome do ruivo, mas não conseguia; Kenma se aproximou, deitando sua cabeça no meu ombro para tentar me acalmar, Manju, por sua vez, examinava a passagem, analítica para buscar a vingança que sabia que meu coração necessitava - Daisuke. - sussurrei, enchendo os pulmões logo depois - DAISUKEEEEEEE! - saída do transe, os dedos tatearam a bolsa que continuou comigo após toda correria, buscando meu celular; as falanges doloridas prontamente buscaram o número de Natalie, ligando para o que caiu na caixa postal - ... E-ELE.... LEVOU ELA NATALIE A-A... MINHA FILHA EU PRE-PRECISO DE VOCÊ IRMÃ PRE-PRECISO........ QUE VOCÊ ME SALVE COMO VOCÊ SEMPRE FA-

A mensagem cortou pelo tempo limite, mas o choro incessante não. Voltei meu olhar para o beco, de onde vi Daisuke vindo, meio cansado, em passos lentos e calculados, muito provavelmente por conta da sua recém-curada pneumonia. Vê-lo daquela maneira só piorou a minha situação: o soluçar entre as lágrimas sequer me deixaram falar algo para o Ranger, que se agravou por saber que ele estava daquele jeito por minha causa. O rosto vermelho, a perna ralada, os pés machucados, nada foi forte o suficiente para me fazer permanecer no chão: levantei em um pulo para abraçá-lo e afundar a minha cabeça em seu peito - meu porto seguro, que tanto precisava nesse momento.

- E-E-EU NÃ-NÃO CO-CONSEG- - agarrei a blusa do ruivo, puxando-a enquanto a voz abafada tentava transmitir as poucas sílabas que saíam - EU NÃ-NÃO CONSEGUI

Não consegui.

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Perspectiva de Kenma

Eu tenho de admitir: as vezes eu sou ingênuo demais. Quer dizer, poxa, como eu ADVINHAR que mamãe fosse se jogar no homem antes que eu tivesse a chance de cuspir meu fogo? Manju repreendeu a mim e a velinha, algo como, você ficou louco, perdeu o juízo, e saiu me chamando de pintinho mixuruca, apesar de eu não saber bem o que significa isso. A velinha gargalhou com o insulto, até receber uma encarada daquelas e ficar murchinha.

O paspalho, além de escapar do meu fogo, colocou a mão em mamãe, e bom, quando eu bem ia me jogar contra ele, novamente fui impedido, comecei a gritar com a Espeon que gritava comigo de volta! Tomei uns tapinhas na cabeça e ela me mandou pro cantinho da vergonha. Que irmã desnaturada! Eu tava tentando ajudar a mamãe! Por que ela não entende isso? Quando ia pestanejar, reparei que o babaca fugiu e mamãe começou a chorar... estudei-a por um tempo, pra ver se conseguiria fazer com ela o mesmo que fazia comigo, coloca-la no colo e dizer que estava tudo bem...

...mas ainda era muito pequeno. Me aceitei como fraco e deitei minha cabeça em seu ombro. A velinha, bom, flutuava até a cabeça de Manju e tentava conversar com ela, para saber onde o camarada tinha ido. Quando a mamãe? Ela gritava por papai. Tentei avisá-la que ele não estava bem, mas... não consegui.


Perspectiva de Daisuke

Inútil e incapacitado. Olhava para o alto, torcendo para que meu fôlego melhorasse logo. Podia ouvir sons, mas nada que eu conseguisse compreender, a não ser por Karinna gritando de ódio. Passou-se um tempo, e veio um silêncio, um silêncio que gritava por mim enquanto minha respiração normalizava. Ainda fraco, eu levantei com dificuldade do chão, e caminhei pesadamente até o beco, onde Karinna gritava por meu nome. Praticamente me arrastando, vi ela, aos prantos, com a perna machucada e os pés feridos, buscando por mim.

...não pude ajudá-la.

Quando ela veio até a mim, pulou e enfiou sua cabeça em meu peito, mas me desequilibrei e caí de bunda no chão, com ela aos prantos, a ouvi gritar que não havia conseguido...

...o que dava um bom parecer do que aconteceu. Litwick e Manju estavam ativas, juntas, aparentemente analisando uma passagem no que antes me parecia ser um beco. Já Kenma, estava cabisbaixo e frustrado, triste por, provavelmente, não conseguir ajudar.

Enquanto a loira chorava e gritava no meu peito, eu a abracei, forte, e apoiei sua cabeça em meu ombro. Sussurrando em seu ouvido, tentava encorajá-la. - Estou aqui com você agora. A gente vai conseguir, estamos juntos nessa. - Disse pra ela, enquanto analisava a forma que a Espeon estava. - Pela forma que Manju está, ainda da pra dizer que ele ta no nosso alcance. - Falei, mas nesse momento, eu precisava que ela se acalmasse. - Mas preciso que você respire, Karinna. Respira pela boca, e solta pelo nariz. Algumas vezes. - E imitava o movimento respiratório , algumas vezes. Passado um tempo, eu me levantava e a ajudava a se levantar, quando o fazia, reparava em suas mãos, que pareciam meio machucadas. Aparentemente, bateu em algo bem duro com bastante força, quis adverti-la, mas não era o momento. Era triste sair tão despreparado de casa, eu não tinha kit de primeiros socorros e nem nada assim, então tudo que pude fazer, foi rasgar as duas mangas de minha camisa branca, transformando-a numa regata, e colocando nas mãos de Bley como uma bandagem improvisada.

Não resolveria, mas iria ajudar.

Uma vez feito, segurei a sua mão e lhe convidei. - Pra ser diferente, temos que fazer diferente. - Falei. - Vamos juntos. Tudo bem? - Dizia, apontando para o corredor a frente do beco, que Espeon e Litwick estudavam com cuidado.


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É inevitavelmente trágica a separação de uma mestra de seu pokémon - ou, no caso, de uma mãe de sua filha, principalmente levando em conta toda a carga emocional que a mera existência da espécime trazia em sua pançona. Para qualquer um que assistisse, de fato, era de se partir o coração: Desespero, dor, luto; Emoções que pulsavam na mais crua lapidação, escapando a plenos pulmões e em um choro ensandecido, contorcido, que fazia cada uma das moléculas que compunham o beco reverberarem em angústia empática.

Era raiva, destrutividade, ardor.
Era desgraça. Era visceral.

Acima de qualquer um, o pesado silêncio falou por si só, corrompido unicamente pelo berreiro gaguejado que pulava da garganta que, por sua vez, não mantinha qualquer controle do fato. Cada uma das lágrimas derrapando em trajeto confuso antes de desaparecerem contra o tecido das roupas do rapaz, cada um dos soluços forçando um impacto grosso contra o peito de sua responsável. Mais que a dor emocional, também a física agora se assentava, a ardência se espalhando por cada um dos trechos de pele arrastados grosseiramente contra o asfalto quente.

...do alto do poço, uma canção.

Ela veio suave, discreta, em notas abafadas que escorriam delicadas e enfeitavam o pesadíssimo ambiente de forma contrastante, patética, e quase desrespeitosa. Uma melodia clássica, antiga, que suspirava suas notas de dentro da passagem recém-aberta pelo vilão de outrora e, cá entre nós, além da própria existência, foi justamente ela quem mais chamou a atenção da Espeon (que finalmente pôde parar de escandalizar com Combusken após todo o desfecho da situação anterior); As grandes orelhas da canídea balançaram, devagar, e um curto olhar foi direcionado para ambos os treinadores antes que passos curtos e delicados a guiassem através da fenda de granito deixada para trás.

Tal como o homem, ela também se foi.

Imagino eu que o resto veio logo atrás, independentemente se arrastados (por falta de força, é verdade) ou simplesmente pela necessidade de prosseguir. Reservo-me então ao luxo de adiantar aquilo que encontrarão através da garganta da besta: Assim que a aproximação foi feita, a canção de outrora aumentou de volume, embora ainda reverberasse em baixo tom. Também era possível perceber uma luz alaranjada, aconchegante, que iluminada o interior de sabe-se lá o quê, escapando pelo início da grossa "porta" que ocultava aquela pequena comodidade secreta.

...entraram.
Ou assumi que sim.

Era um lugar... Não exatamente pequeno, não propriamente grande. Era fechado, de certa forma, então talvez de fato se tratasse de um "fim da linha" para qualquer perseguição que ali desaguasse. Do teto, a lâmpada balançava com delicadeza, pendurada por correntes grossas e envolta por um "chapéu" metálico que adornava e dava toque final ao lustre-lamparina. Do canto da sala, o responsável pela melodia se acomodava em uma pequena mesinha quadricular: Um gramofone velho, cuja boca movimentava-se suavemente a cada pedaço da partitura que escoava de suas entranhas.

No centro, uma mesa simples de madeira e quatro cadeiras repousavam, um sobretudo largado de qualquer jeito sobre as costas de uma; No ponto mais distante da sala, alguns equipamentos de pescaria se escondiam parcialmente em um barril velho. A Espeon mantinha-se parada próximo à entrada, o olhar explorando vagarosamente o ambiente - mas acredito que é o meio-termo que mais interessará aos nossos protagonistas, então me adiantarei para focá-lo.

Digo isso pois é aqui que nós reencontramos, não tão sutilmente, nosso singelo sequestrador.

Sem o sobretudo, o braço metálico brilhava em requerimento mudo de atenção. Era difícil dizer a respeito do resto, considerando que uma regata ainda impedia uma análise mais profunda, mas outro grande destaque era uma placa de metal que cobria metade do que deveria ser o couro cabeludo. Inicialmente, não pareceu se importar com a presença da dupla em seu discreto esconderijo, embora obviamente tenha-os notado (fato perceptível quando a cabeça e o olhar volveram, suaves, para a passagem que apresentava nova comoção).

Próximo de uma de suas mãos, a esfera vítrea pulsava em um alaranjado brilhante, vivo - uma essência viva que se movimentava, gritava, rugia.

— ...Não era tão longe assim. — Murmurou, derramando o conteúdo de uma garrafa de Whisky em um copo com gelo. — Se perderam nesses dois metros de distância? — Uma frase provocativa, de fato, mas dita sem qualquer emoção. Com despretensão muda, ele levou a bebida à boca, virando-a de uma vez só antes de bater a louça contra a madeira mais uma vez, largando-a na bancada de qualquer jeito - fato que alarmou brevemente a Espeon, que inclinou o corpo um pouco mais contra o chão e emitiu um rosnado baixo.

Ela não avançou, porém, e há um motivo para isso.

Não foi descrita até então, mas nesse lugar também há uma segunda passagem. Mais especificamente, um corredor que acomodava uma escada para o segundo andar - mas existia um guardião à postos para impedir a passagem. Tratava-se de um grande Pidgeot (cujo olhar atento se mantinha fixamente sobre o casal, frio) que, tal como o seu suposto companheiro, também trazia alguns detalhes peculiares. Uma gigantesca cicatriz cortava do topo de sua testa até o fim do tronco que, apesar de antiga, parecia excepcionalmente responsável pela falta de plumagens locais. Não só isso, como também um de seus pés (no mesmo lado) havia sido substituído por uma prótese mecânica.

Prótese essa que se elevou e apertou, brevemente, quando o casal adentrou o lugar.
...tal como havia sido aberta, a passagem se fechou.

— ...Você. — Pronunciou-se mais uma vez, finalmente dando as costas para a garrafa de whisky e para a bancada (onde a esfera-ladra se manteve parada, apoiada em uma caixa antiga de baralho). O olhar escuro se fixou na monotreinadora, a respiração indo e vindo vagarosamente - ainda que um tom de inquietude escapasse por ela, sigiloso. Ele deu continuidade àquela encarada muda por alguns segundos, antes de enfim puxar um papel - que repousava próximo à garrafa de bebida - e lançá-lo na direção da mesa central. O retângulo deslizou por alguns centímetros antes de parar na beirada do móvel, visível para qualquer um que tivesse interesse de vê-lo. — ...É você. Não é? — Inquiriu, ainda que... Não aparentasse realmente se tratar de uma pergunta.

... ... ...Era uma foto.
Uma foto antiga, embora não o suficiente para que fosse de um além-tempo.
Emplastificada para que fosse preservada, a imagem retratava um momento que, àquela altura, já estava quase perdido no passado. Tirada de cima, eternizava a agitação de três presenças no meio do mar - uma se tratava de uma pequena Eevee enraivecida, julgo recém-nascida, que se apoiava de muito mal jeito na cabeça dourada da especialista.

Ao lado dela, um pouco mais distante - Margo.

...era, sim, familiar.
De onde, Karinna Bley?

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aqui trocando meu girafarig egg com um poke do cunha ~



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Se alguém acha que existe uma hipérbole em chamar o peito de Daisuke de porto seguro está muitissimo enganado. Posso dizer com clareza que, naquele exato momento, se o ruivo não estivesse presente, certamente meu destino seria outro. Das duas, uma: ou eu enlouqueceria de vez ou ficaria catatônica para sempre naquele chão sujo de beco, reservada ao tempo que levasse minha alma imóvel embora.

Simba estava fraco. Cansado. Talvez de uma forma que nunca tinha visto antes - sua respiração era pesada e, pela primeira vez desde que o conheço, não conseguiu me segurar, o que faz com tanta facilidade. Não era eu a única que estava mal, mas meu namorado também: e foi ali que mais uma chave virou no meu consciente...

Se existe algo que me move mais do que me auto-depreciar, é cuidar de quem eu amo.

Aos poucos, e em uníssono com Daisuke, fui me acalmando. Não sei se o ruivo teve esse treinamento na academia de Ranger, mas não é que funcionava mesmo? Meu coração, de segundo em segundo, se abrandava e as lágrimas paravam de cair. O rosto, então, deixava o peito dele e encostava uma testa na outra. Os olhos, a essa altura certamente um mix de vermelho-irritado com azul, faziam o que sabiam fazer de melhor: conectar-se com os pores do sol dele.

E ali, meus amigos, era a minha paz.

Não me entenda mal, meu âmago ainda estava em completo surto por Ivy, mas ter meu namorado ali fez com que o consciente fosse, bom, de fato consciente. Tentei a princípio repetir o que Daisuke disse, mas sem sucesso. Quando levantamos aos poucos, conforme ia repetindo para mim, consegui fazê-lo:

- P-pra ser diferente, temos que fazer diferente.

Com o íntimo mais calmo, pude finalmente me permitir raciocinar... E foi quando ouvi a canção ecoar de dentro da passagem. Manju, por sua vez, tratava de adentrá-la e não tinha outro jeito a não ser acompanhá-la. Acariciei ambos ígneos e dei um beijo na bochecha de Daisuke, respirando fundo antes que tomasse a frente para adentrar a passagem - não sem antes entrelaçar os dedos da mão direita com a sua esquerda.

...

Ali, o fim da linha. Não tinha exatamente para onde o misterioso sequestrador ir, mas seu conforto diante daquela situação era esquisita, para se dizer o mínimo. A vontade que eu tinha era de disparar em cima dele outra vez, mas com a cabeça já fria, consegui respirar fundo para não fazê-lo. Em uma escada próxima um Pidgeot bem ameaçador nos observava do alto, com uma marca bem característica no seu corpo.

... Onde foi que eu já vi isso antes?

O deboche do homem, inclusive, fazia meu sangue ferver outra vez. Apertei a mão de Daisuke, que apertava de volta, talvez como um sinal para que eu me controlasse. Como esse sequestrador filho da puta ainda tinha a coragem de debochar da minha cara? Mas ali a situação era um pouco pior do que imaginava. Se meus punhos que já destruíram um Pokémon lutador não foram suficientes para acertá-lo, não conseguiria derrotá-lo na força bruta. Precisava ser mais inteligente. Aqui chegava a hora da famosa pergunta: "WWND ou What Would Natalie Do?".

- Você tem minha atenção. - olhei para Daisuke como se dissesse que estava tudo bem soltar minha mão; com Manju do meu lado, caminhei até a mesa principal - ...

Os olhos arregalaram assim que a foto plastificada chegou no meu campo de visão, batendo contra a minha cintura para que não caísse no chão - talvez um erro de força no arremesso do malfeitor, que parecia um pouco mais inquieto do que o normal agora que via minha feição de perto. Ali, uma Karinna sem muitas das cicatrizes que viria a adquirir ao longo de sua jornada, com Manju bebezinha e Margo, numa das primeiras situações cabeludas que já me envolvi.

A mente dirige de imediato em alta velocidade para aquele dia na rota cento e vinte um. Como um caleidoscópio brilhante de memórias, vejo todas as situações daquele dia passarem como um supercut diante dos meus olhos. Minha primeira vítima, o nascimento de Manju, a captura de uma irritada Gyoza, o resgate de Margo e sua Zoroark, o primeiro estranho que vi mo-

Morrer.

... Não pode ser.

- ... - o queixo caiu em surpresa, com as orbes cerúleas dançando entre observar a foto e olhar para o sequestrador umas três vezes antes da ficha cair e o cérebro assimilar as coisas, com destaque para os seus característicos óculos vermelhos que brilhavam à distância - ... Ha. - semi-cerrei os olhos, mordendo o maxilar - Achei que estava morto, seu velho. - bati a mão direita sobre a mesa - Talvez se tivesse começado me chamando de "putinha" como fez naquele dia não teríamos perdido tanto tempo, não é? Era mais fácil do que fazer esse drama todo. - balancei a cabeça, dando uma risada debochada e voltei meu olhar para Daisuke - Esse imbecil se chama Oswald. O encontrei no começo da minha jornada e digamos que começamos com o pé esquerdo. Não dá realmente para tratar bem um velho que te chama de puta por não deixá-lo fazer o que quer, né? No final ele até tentou se redimir, mas... As autoridades resolveram no fim. - cerrei os punhos com raiva; não era exatamente as autoridades que Daisuke conhecia, mas servia para não revelar muito - Ou ao menos era o que eu pensava. - coloquei ambas as mãos em cima da mesa e apoiei o corpo fitando-o - O que você quer?

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Trocando Egg de Slowpoke por Egg de Girafarig do KB





Vamos juntos, e juntos fomos. Felizmente, conseguia tranquilizar Karinna. Manter ela um pouco mais calma, a faria pensar mais claramente, e acho que a gente conseguiria pensar numa saída melhor, até recuperar Ivy sem maiores problemas. E, assim que ouvimos o som de umas notas, Manju avançou para dentro do beco, e, assim que tomamos a dose de coragem que precisávamos, entrelaçamos os dedos e seguimos a canina. No fim da linha, observava a Espeon ficar parada na frente da porta, enquanto um Pidgeot nos olhava em tom ameaçador.

Pra ser honesto, acho que nada ali era muito amistoso.

Não o bastante, uma música saindo de um instrumento velho, combinado com um Pidgeot tendo meio corpo marcado, uma garra de aço, ainda dava pra ver que seu treinador teve um destino parecido, já que usava próteses artificiais também. Como ele tentava tirar sarro da gente, eu precisava devolver a provocativa, já que Bley parecia ter sido afetada por ela. - Ah, que isso, não tem como perder essa careca metálica de vista. - Debochava. - Conseguiu ela numa promoção junto do bracinho? Olha, vou confessar, o braço até que é legal, mas exagerou na cabeça. Eu daria um 6/10, talvez 7, pela criatividade. - Dizia, sem nem tremer, mas bem, eu não tava acostumado a ceder nesse tipo de situação, fora que aquela olhada assassina no Pidgeot na nossa direção não teve o efeito que ele esperava nem com os Pokémon. Kenma ficava encarando-o feio de volta enquanto Litwick, bom, ela dava língua pro pássaro mesmo. Olha que vela filha da puta.

Segura aí. Não vamos exagerar também.

Após dizer ao homem que ele tinha sua atenção, a loira sinalizava que estava tudo bem em soltá-la, então assim o fiz. Ficava mais na direção do pássaro, enquanto observava o que se desenrolava a seguir, e, bom, aparentemente, se tratava de um conhecido de Karinna. Conhecido, pois, estava longe de ser um amigo, era um homem com o qual ela tinha algumas desavenças, e bom, minha namorada tratou de me colocar a par da situação, por mais que o desfecho que o homem teve pelas mãos das autoridades não tenha parecido lá muito justo. Perder parte da cabeça e um braço? Exatamente o tipo de conduta exagerada que eu odiava na corporação.

Mediante a última pergunta da loira, eu observava atentamente os movimentos do homem, enquanto Kenma e Litwick observavam o passarinho zangado. Honestamente, eu estava curioso para ver o que o homem iria fazer, e aparentemente a loira o respeitava o suficiente para saber o que ele tinha a dizer, já que, por algum motivo, não ordenava que Manju extraísse a esfera a força de Oswald.


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Foi em um silêncio putrefato, desconfortável, que o homem seguiu observando cada uma das alterações em trejeitos, tons e posturas de ambas as visitas em seu pequeno covil. Em momento algum demonstrou qualquer reação; Em realidade, só o fez quando o nome denunciado por Karinna foi pronunciado, o que arrancou um riso frouxo e curto da garganta. A grande ave deu alguns passos pesados pra frente, soprando um irritadíssimo barulho de respiração das narinas e deixando escapar um grasnar gutural, agressivo, movimentando as asas brevemente - sua ameaça de avanço, porém, foi contida por um breve erguer de braço do rapaz em sua direção, o que fê-la erguer o pescoço e estreitar um pouco o olhar, ameaçando bicar o ar enquanto seu treinador derramava outra dose de uísque e, tal qual a primeira, a virava de uma vez só.

— ...Faz um tempo desde que ouvi esse nome de outra pessoa. — Murmurou, um balançar de cabeça curto quando abandonou o copo, os dedos fisgando os óculos amassados da gola, observando-os em silêncio enquanto os revirava entre eles. — Mas, autoridades? — Um riso rouco, debochado, antes de acomodar o acessório na gola outra vez, os dedos metálicos se prendendo na esfera abandonada enquanto pacientemente volvia para a mesa e se aproximava, devagar, do lado oposto da mesa. — ...Só posso supor que pra você elas sejam, então. — Largou a ponta solta no ar para o ruivo, ainda que tenha minhas dúvidas de que tenha sido de maneira proposital.

Não era uma distância longa do armário para o móvel central, mas a sensação é de que o espaço de tempo entre a partida e chegada do "vilão" se desdobrou por toda uma eternidade. Quando finalmente chegou próximo à luz, detalhes mais específicos de sua aparência se expuseram ao enfim abandonar não só o escuro, como também a penumbra: Era alguém muito, extremamente parecido, é verdade, mas não era Oswald. Tratava-se de alguém bem mais jovial (talvez até um pouco mais que a própria Bley), embora arrisco dizer que tenha envelhecido pelas cicatrizes de sabe-se lá o quê. Em muitos pontos da cabeça (e mesmo do braço que não era evidentemente metálico), a pele se tecia em uma textura esquisita, repuxada, como se não pertencesse ao seu corpo.

Frente à frente, sob a iluminação da lamparina, se manteve em silêncio mais uma vez. O olhar brevemente se desviou na direção do ruivo, oferecendo um sorriso sem emoção - apenas para deixar claro que o reconhecia - antes de voltar a atenção para a especialista. Pareceu considerar as próprias palavras uma, duas, três vezes; O maxilar tremeu com brevidade no processo, a respiração indo e vindo em um puxar vagaroso.

— ...Você é abusada, cãozinho. — Foi a primeira coisa que disse, apoiando a mão livre na superfície da mesa antes de se inclinar lentamente em sua direção - uma referência direta à atitude selvagem evidenciada pela loira há poucos segundos atrás -. Graças à altura gigantesca, facilmente crescia para cima dela, independente de ser ou não sua intenção. Ele se aproximou até que o próprio rosto estivesse a centímetros de distância da moça e, nesse momento, foi aí que se foi possível perceber o brilho mecânico discreto, suave, que se escondia também por detrás de um de seus olhos. — ...Abusada demais pra quem só está viva graças à esse "imbecil". — Sibilou, o tom de voz baixando ainda mais da rouquidão ao qual era acostumado. — ...então eu sugiro que você dobre a língua, antes que eu arranque ela da sua boca. — Estalou, afastando-se vagarosamente mais uma vez.

Ou melhor dizendo, só endireitando a coluna.

— ...Sabe, eu nunca entendi o motivo dele ter se matado pra uma qualquer... — Murmurou, pendendo brevemente a cabeça para o lado, os dreads escuros acompanhando a movimentação. — ...e mesmo com você aqui, na minha frente, ainda não entendo. — Acrescentou, um riso curto escapando da garganta - a esfera de Ivy foi jogada para a mão oposta, libertando a mecânica mais uma vez. — ...o que é incrível, porque apesar de idiota... — O braço se ergueu, devagar, os dedos endoesqueléticos se movimentando como um exemplo mudo. — ...ele sempre soube que nosso querido Maxi detesta traidores. — Segredou à ninguém, a voz fria escapando de maneira quase tão mecânica quanto eram os seus próprios membros, delatando discretamente um passado bem mais sombrio do que talvez fosse esperado.

Mesmo assim, havia algo oculto ali.
Dor.

— ...Então, me diz. — Uma pausa curta, aproveitada silenciosamente por Pidgeot que, devagar, se aproximou de seu treinador - um suporte mudo para um grandalhão de poucas palavras, explícito principalmente quando o bico se roçou brevemente no braço do homem antes de volver a atenção para a dupla, ainda que não tenha arrancado qualquer expressão ou reconhecimento por parte deste. — O que foi que ele viu em você?

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Existe um ponto a ser feito aqui.

Tanto eu quanto Daisuke estamos meio fodidos. Não no sentido literal da palavra, óbvio, mas fisica e emocionalmente. O ruivo estava fraco, com seus pulmões fazendo hora extra sem uma nebulização para se recuperar e eu estava toda ralada e machucada. Correr e lutar não eram opções para nenhum de nós dois - meus punhos que o digam quando tentaram socar o sequestrador. O Ranger até talvez conseguiria cair no cacete com o Homem De Ferro mas só se estivesse em boas condições.

Quer dizer... Eu acho.

... Cês sabem que eu puxo saco do meu Power Ranger.

Mas não tinha jeito - teríamos que dialogar nosso caminho para fora dessa situação, querendo ou não. A postura de Manju era tão ameaçadora quanto a de Pidgeot, talvez não tanto para os outros por sua aparência fofinha e pequenininha, mas eu sei a filha que tenho. Um piscar de olhos diferente daquele Pokémon e ela partiria para a porrada

O importante aqui, na realidade, era pontuar que o bendito malfeitor se aproximava do meu rosto para rebater o que disse - uma estratégia bem eficiente da minha parte, diga-se de passagem, já que agora tanto eu quanto Daisuke teríamos uma visão excelente de como era seu rosto. Lembra do WWND? Pois é. Era exatamente esse tipo de coisa que minha irmãzinha faria. Saindo um dos dois vivos daqui, teríamos o rosto do sequestrador para caçar depois - de forma legal, no caso do ruivo ou ilegal, da minha parte.

- Boa sorte tentando, você não seria o primeiro a tentar arrancar minha língua. - rangi os dentes, mordendo o ar bem próximo dele - Agora vejo que você não é Oswald. - virei o rosto para consentir com a cabeça para o ruivo, tentando inteirá-lo da situação - ... Pela indignação, eu diria... Filho? Neto? - suspirei, revirando os olhos - Olha. Eu sei uma coisa ou outra sobre perder alguém que se ama em uma tragédia. Acredite. - tirei os braços da mesa, ajeitando minha postura junto com a do órfão metálico - Eu estava no lugar errado e na hora errada. Seu pai também.

Nesse momento relaxei a minha postura. Ainda queria socá-lo e esquartejá-lo por ter sequestrado Ivy e ter causado todo esse surto da última meia hora, mas aquilo ali era unica e exclusivamente uma tentativa frustrada de responsabilizar alguém pela sua perda. Já estive nesse lugar diversas e diversas vezes e sabia a dor torturante que é. Não dá para culpá-lo, mas também não irei simplesmente ignorar o que fez - não é do meu feitio.

- Você não quer me matar. Nem matar o meu namorado. Se quisesse tinha feito isso naquela praça ou antes disso, já que imagino que você nos segue há um tempo. - comentei, apontando na direção do whisky - ... Posso? - com o positivo, buscaria a garrafa e retornaria ao meu lugar, agora parando do lado de Simba; dei um golão, oferecendo para o ruivo logo depois - Honestamente? Não sei o que seu pai viu para me salvar naquele dia. Até hoje me pergunto muitas das vezes o porquê de eu estar viva, dessa e muitas outras situações. - ergui a mão direita, mostrando a cicatriz de Shimmer Ruins - ... Mas cá estou eu. - respirei fundo, colocando a garrafa em cima da mesa - E seu pai era um cuzão, tá? Vamos ser sinceros aqui? Antes disso me enganou e me xingou de PUTA, uma treinadora novata com 2 Pokémon. Tenho certeza que ele não era nenhuma flor do campo. - a intenção aqui não era ofendê-lo, mas talvez fazer com que buscasse uma memória trivial do próprio sendo desagradável; talvez algo bobo e engraçado que já passaram juntos - Mas eu não sou a responsável pelo que aconteceu com ele e você e sua família. Você sabe quem é. - balancei a cabeça negativamente - Eu era só uma treinadora novata.

Engraçado como certas coisas passam despercebidas na nossa vida, não é? Sempre que eu lembrava da rota cento e vinte um, tudo que vinha na minha mente era Margo e Maxima. Sem qualquer lembrança dos outros, tidos como coadjuvantes nas minhas memórias, como se não fossem nada além disso. Mas ali haviam histórias, famílias... Situações que poderiam vir a morder a minha bunda depois.

Como agora.

- Se lhe serve de algo, recentemente foi quando finalmente descobri que estou feliz em estar viva. Não só, mas muito graças a ele. - deitei a cabeça no ombro do ruivo, passando meu braço por dentro do dele e entrelaçando nossas mãos novamente - Talvez eu esteja, finalmente, dando valor a vida que seu pai me permitiu viver. Talvez ele tenha visto potencial em alguém tão fodida da cabeça quanto eu para ser feliz. - respirei fundo, fazendo um leve carinho em Kenma - Talvez ele sabia que hoje eu teria uma família que eu amo e que me ama de volta. Algo que nunca tive porque tudo me foi tirado muito cedo.

Eram muitos talvez e, honestamente, uma bela de uma declaração de amor pro ruivo enquanto estávamos na pior situação possível que já nos encontramos. Estava sendo brutalmente honesta, não só para tentar remediar a situação mas para mostrar para o filho de Oswald que até o pior dos casos tem solução. Claro que os fantasmas do meu passado voltam para me atormentar sempre que estou sozinha com meus pensamentos, mas só de pensar que me permiti ser amada pelo homem mais incrível do mundo é... Algo, né?

- O que você quer, de verdade? - o meu tom não era mais acusatório; soltei a mão do ruivo e prendi as madeixas em um rabo-de-cavalo - Só quero que devolva a minha filha... - quando fui dar outro passo para a frente, senti a perna doer - Tsc.- reclamei de dor, me apoiando em Daisuke para não cair - Ainda te acho um babaca porque poderia ter me contatado de outra maneira, mas você já tem nossa atenção.

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