— Se você e sua família são tranquilos com boçalidade e atitudes neandertais, não tenho mais nada a falar com você. — Foi o último direcionamento que ofertou ao ruivo, virando o rosto exclusivamente na direção de Karinna e mantendo dividida a atenção entre ela e a besta de gelatina - analisava o monstro em silêncio, como quem coleta informações na maior paciência do mundo. O desinteresse no ruivo era simples: Não tinha motivo algum para perder tempo e saliva com um troglodita daquele naipe que, acima de tudo, sequer parece entender que suas amarras eram consequência, não razão. Se já estivesse daquele jeito, não teria sido um problema, afinal.
O fato de que a sua própria companheira demonstrava
medo da ideia da atitude de Rayd - detalhe completamente ignorado pelo rapaz - era suficiente para cimentar toda e qualquer opinião que tunha a respeito dos dois.
Era por Karinna quem aquela mulher tinha compaixão.
...Diga, você realmente pegou alguém no pulo, por aqui?
Ofereço uma breve análise da linha do tempo - a partir do único período em específico oferecido pelo próprio elfo, que por si só já não era de muita confiança: A reconstrução de Tohjo (que, por si só, já era suficiente para pôr abaixo a teoria dos documentos; Não se sabe o que aconteceu durante esse período, afinal); O perigo tempestuoso que abalou Monte Pyre e suas adjacências, alcançando a própria cidade em um mar violento que quase ameaçou engoli-la; Todo o caos que seguiu a chegada de Gilatina, tal qual a reconstrução das cidades; O limbo eterno durante a problemática com a Rainbow...
Não seja bobo.
Você realmente acredita que a polícia daria a mínima para um qualquer desse jeito?
Haha.Além disso, não era tudo. Não há como dizer que tipo de informação aquelas pessoas tinham a respeito de Elfman, o que dificultaria uma busca por si só, principalmente em um universo gigantesco submergido em uma desordem atrás da outra. Outras questões também esbarravam no meio do caminho, como a questão de se tratar de uma realidade banhada por nomadismo ou o simples fato de que poder ser levado a sério ou não pelas autoridades.
...E Mirajane sumiu, não?
Em suma, uma foto antiga de um documento não quer dizer absolutamente nada em um mundo como este. Principalmente quando registros
podem e somem o tempo todo de um banco de arquivos.
O último ponto, talvez aquele que mais tivesse peso, era a maneira simples como a mulher havia afirmado que, se não acreditassem, que
procurassem - uma abertura para verem com os próprios olhos. Claro; Não era possível fazê-lo ali, agora, naquele exato momento - mas, ainda assim, uma afirmação poderosa. Poderia ser blefe? Ora, claro que sim...!
Mas, não estou aqui para oferecer certeza.
Eu sou a responsável pelas
dúvidas.
Como aconteceu com o Léo.
— ...Esse não é o Gilatina. — Concordou, um balançar de cabeça suave. Os olhos passearam cuidadosamente pela imagem gosmenta pela qual era, de certa forma, responsável.
— ...Esse é uma arma. Uma contra o próprio Criador. — A expressão se tornou um pouco mais sóbria, as mãos se unindo em frente ao corpo, ocultas pelas longas mangas do traje.
— ...Diga, querida; Arceus é bom para você?...uma questão delicada.
— Arceus nunca foi bom para nenhum de nós. Considerando todas as desgraças que andam recaindo constantemente pelos continentes, imagino que possa dizer que ele dificilmente é bom pra alguém. Ouso dizer que seja alguém que se diverte muito como um simples espectador. — Suspirou, balançando a cabeça em negativa.
— Todos nós, de um jeito ou de outro, tivemos nossa vida destruída. Mesmo aqueles que rogavam mais, imploravam mais. Ele nunca ligou pra ninguém. Nunca intercedeu por ninguém. — As mãos separaram, roçando suavemente pelo livro antigo que repousava sobre o altar.
— ...E então, Gilatina aconteceu. — Os dedos acariciaram as páginas amareladas, um sorriso suave brincando nos lábios com a mera memória da situação.
— Você tem razão quando diz que ele foi a causa de destruição, mas eu não acredito que tenha sido de maneira intencional. — Novamente, a atenção se voltou na direção da loira.
— ...Em meio à confusão dos robôs, inicialmente pensados como quimeras, era fácil confundir uma coisa com a outra. As pessoas queriam se proteger, fugir, independente do preço ou do custo. Isso significava destruir qualquer coisa que imaginassem ser um risco, e não posso culpá-las por isso.— ...Eu também estava lá. — Ela sorriu, suave - embora o sentimento por trás daquela expressão não fosse o de calmaria que esbanjava até então.
— ...em Goldenrod. — Acrescentou; Era diferente, de fato, mas todas as metrópoles pareciam ter sido subjugadas pelo mesmo problema, então era algo a se pensar.
— Eu queria comprar uma pelúcia pro meu sobrinho. Tinham algumas promoções, então eu fui atrás pra ver se conseguia algo. Ele sempre quis um Abra gordinho. Já pensou? Onde é que eu ia arranjar um brinquedo desses? — ...hmm... Tá? Que tipo de história é essa, hein?
— ...foi quando aconteceu. Um bando de máquinas invadiram, completamente descontroladas, destroçando qualquer coisa que viam pela frente. É claro que, na hora, não sabíamos que eram simplesmente robôs. — Um balançar de ombros.
— ...foi... Caótico. Lugar lotado, tiveram pessoas que conseguiram fugir, e outras que não. ...Tiveram pessoas que nunca mais saíram dali. — Disse sem dizer.
— Eu não consegui sair. Pra falar a verdade, demorei a notar e a levar à sério toda a confusão. — Admitiu.
— ...Mas eu vi quando um deles usou as garras pra partir ao meio, como se não fosse nada, a cabeça de alguém. — Um respiro um pouco mais fundo.
— ...então, eu me escondi em um monte de pelúcias. Que, nessas horas, parecem bem mais sufocantes do que são... — Um riso frouxo.
— ...Eventualmente, um deles arrebentou uma das paredes e foi embora. Mas eu fiquei. Por tempo demais, ou talvez suficiente. Eu estava com medo, na verdade. — Vá; Não faz mal nenhum ser sincera a respeito de quando se está assustada, né?
— ...Depois de um bom tempo, quando eu finalmente criei coragem... — O corpo se moveu, suave, para que pudesse observar a belíssima tapeçaria da besta arroxeada que se estendia na parede.
— ...ele apareceu. Era o maior de todos e, considerando que os menores já tinham feito estrago, eu simplesmente entendi que era ali que eu ia morrer. — Mas, não, ela não morreu. UHU!
— ...Ele entrou, olhou, e... Simplesmente parou no meio da loja. E ficou parado lá, como se fosse um brinquedo. — ...bem, esse é um relato estranho. Vai dizer que não?
— ...Eu não percebi na época, mas olhando pra trás agora, eu acredito que era medo. Ele entrou, mas foi pra tentar se esconder. Passar despercebido, como eu mesma estava. — ...
— Ficamos lá, eu e ele, ele e eu. Debaixo de um monte de pelúcias e à plena vista. Provavelmente foi uma cena engraçada, pra falar a verdade.— ...Eventualmente, chegou mais alguém. — A atenção se voltou na direção da monotreinadora, a cabeça pendendo com suavidade para o lado enquanto a analisava.
— Eram duas garotas. Uma era parecida com você e também tinha psíquicos - uma Espeon igualzinha à sua, aliás. Embora, ela parecesse mais um fantasma que se perdeu, é verdade. — Um balanço de cabeça.
— ...Da outra, eu lembro mais; Acho que porque eu adorei os cabelos rosa dela... Ou pelo fato de que tinha um Ursaring gigante que entrou destruindo absolutamente tudo. — ...ei, isso não é familiar?
Parece familiar...
— Pra resumir, foi uma briga meio feia. Mas é a parte depois da briga que quero falar pra você. — OH!!! Então tem uma razão pra contar tudo isso???
— ...Em um momento, Gilatina fugiu. Não fugiu apropriadamente; Ele simplesmente se escondeu, com a cabeça de fora, pra tentar escapar delas duas. Só que elas não pareciam querer deixar, sabe? — Uma breve pausa, relaxada.
— ...Você sabe o que elas fizeram? — Um sorriso manso, suave. Deu alguns segundos em silêncio para que a loira tivesse a oportunidade de
imaginar.
...
— ...Elas deram um doce pra ele. — VOCÊ IMAGINOU ISSO??? Bem, na época, eu também não.
— Depois de tudo, elas fizeram amizade com ele com um doce. — A mulher riu, um balançar de cabeça sereno no processo.
— ...O que eu quero dizer pra você é que, se eu sei de alguma coisa, é que Gilatina não é um destruidor. — OH, TEM MORAL DA HISTÓRIA TAMBÉM??
— Eu acredito que ele seja simplesmente um filhote. Grande, talvez um pouquinho assustador à primeira vista... Mas, assim como um pokémon, simplesmente um filhote que não sabe o que faz e não entende o tamanho que tem. — Pondo dessa maneira, ele é bem mais simpático, né? O Shochu mesmo é uma gracinha, só que é miudinho, vai!
— ...Naquele dia, aconteceram duas coisas. — Continuou - não me culpem, eu tenho muita coisa pra falar.
— A primeira, Arceus intercedeu. — Ué?
— ...não pra ajudar. Mas pra levar ele embora. — Indicou a tapeçaria - dessa vez, com um breve apontar. Aos poucos, porém, a expressão calma desaguou em uma séria, quase sem emoção.
— A segunda, o meu sobrinho morreu. — ...oh.
— ...Foi naquele dia que eu entendi que Arceus é, sim, capaz de interceder de verdade. Ele só não se importa o suficiente pra isso.Mas você já sabia disso, não é, Karinna?
— ...Eu só não entendi o por quê. Por que levar justo ele, e o motivo de se incomodar com isso. — ...
— ...Eu fui atrás. E, pelo que eu consegui... Acho que eu entendi. — Um suspiro manso, um balançar de ombros.
— ...Nós não queremos nada tão barato quanto destruir o universo. — Uma pausa curta, uma respiração lenta.
— ...Nós queremos substituir Arceus....
O que, por si só, era bem ganancioso.
...
...
...
...
...
— ...Nós encontramos Elfman em uma situação ruim. E não era ele quem estava na pior. — Comentou - bem vago, mas... Você tem que entender que não só não era hora de explicar tudo, mas eu também já falei coisa demais.
— Ele não gosta de mim porque eu tirei ele de lá... Mas também porque tirei os pokémons dele. — Admitiu. Sem pressa, recuou - puxou uma gaveta de um móvel mais atrás, trazendo consigo uma caixinha transparente que detinha duas esferas: Uma Luxury, outra Heal.
— ...Ao que entendemos, ele teve um breakdown. E os médicos que temos me aconselharam que, por enquanto, talvez fosse melhor afastá-los para tentar ajudar. — Outra pausa.
— ...Eu não vou te dizer que sei o que é melhor ou não, mas confio no meu pessoal. Então, sim, pra resumir: Estamos tentando estabilizá-lo. Ao mesmo tempo, ele não gosta disso. — O olhar se desviou, suave, na direção do albino.
— ...mas ninguém insano gosta, também. — Suspirou.
— Eu não sei o motivo pelo qual ele não atacou vocês, mas posso dar meu palpite. Elfman certamente não está na melhor das formas, mas ele insiste no que quer, e ele também é esperto de um jeito perigoso. Vou supor que simplesmente usou vocês e não se incomoda porque, essencialmente, não estão indo contra o que ele quer. — Mais uma vez, o olhar se direcionou para Karinna.
— Mas esse é o tipo de coisa que não é saudável não só pra quem está ao redor, como pro próprio Elfman. É como criar uma criança mimada que pode explodir abslutamente a qualquer momento....
— ...Eu não posso te dizer o estado total da mente do Elfman. — Um suspiro cansado, massageou a têmpora.
— ...Nós tentamos, mas simplesmente não conseguimos entrar. Essa é a maior dificuldade. — ...oh.
— ...Se você quer tomar a responsabilidade, eu não me incomodo que o leve. Como eu disse, nós estávamos procurando alguém que se importasse. Mas, eventualmente, ficamos com ele, porque... Não tinha condição de largar por aí, no estado que estava. — Ela não tá falando com você, Daisuke. Você é sem educação.
— Se é alguém importante e tem condições de lidar com, eu não sou a pessoa que vai tirá-lo de você. — ...oxe, fácil assim, é?
— ...Se não conseguir lidar, ele vai passar por algo muito pior lá fora caso entre no caminho de alguém errado, é o que eu quero dizer....
...
...
— ... ... ...vocês passaram na oficina? — Oh. Oh, agora sim, agora é algo que merece atenção. Não só isso; Preocupação. O olhar correu rapidamente pelo grupo que sequer tinha um único arranhão e foi aí,
só aí, que finalmente enxergou os pequenos pés na beira de um dos bancos. Não foi por mal, mas tinha muita coisa em cena e era um menininho pequeno escondido nos braços gordos de uma Dragonite, entende?
— ...Léo? LÉO? — Enfim, a postura tranquila se fragmentou. Ameaçou ir até lá - entretanto, foi parada por Alakazam.
— ...LÉO! O que vocês fizeram com o Léo?! — O desespero. A angústia. Ambos palpáveis na voz, ambos ilustrando que, o que quer que fosse, aquela não era uma simples relação de "haha eu MANDO EM VOCÊ".
E podem culpá-la?
Timid: Heat Wave [17]
Gyoza: Ice Beam [21]
Manju: Morning Sun [+41]
Gelatino: Sludge Bomb [Timid 43, POISONED | Held Recoil: 18]
Ivy: Fire Punch [33 - BARRIER UP]
Hope: Bug Buzz [2]
Timid: Heat Wave [2]
Gyoza: Ice Beam [2]
Manju: Psychic [2]
Gelatino: Sludge Bomb [Manju 33 | Held Recoil: 18]
Ivy: Fire Punch [2 - BARRIER DOWN]
Hope: Bug Buzz [20]
Pós-Turno:
Gelatino: Max Starfall [Manju 54 - K.O]
Status: -1 Acc
| Hold Item: Life Orb | Trait: Arena Trap |
Lv.59 Gelatino ☼
102/280 | |
| Lv.57 Ivy ♀
171/171 Lv.43 Hope ☼
119/119 Lv.45 Manju ♀
00/113 Lv.40 Timid ♀
68/118 Lv.46 Gyoza ☼
119/119 | Trait 1: Multiscale Trait 2: Levitate Trait 3: Magic Bounce Trait 4: Infiltrator Trait 5: Illuminate
| Hold Item 1: Lum Berry Hold Item 2: Leftovers (+7) Hold Item 3: Light Clay Hold Item 4: Weakness Policy Hold Item 5: Lum Berry
| Status: Normal Status: Normal Status: K.O Status: Poisoned (-7) Status: Normal
|
Campo: Um templo elegante, maculado por... gelatina?!
Para o lado do casal, duas barreiras se erguem: Light Screen 4/10; Reflect 3/10.
Uma névoa suave, rósea, desliza pelo ambiente [Misty Terrain 1/5].
TIMER 02:00 - 05:00
Última edição por Shianny em Dom Jun 04 2023, 14:22, editado 3 vez(es)
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?