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Chapter I: New Beginnings - [ Part I ]

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THE FOOL
Chapter I: New Beginnings - [ Part I ]



O garoto felizmente era mais leve do que eu esperava, eu não confiava muito no meu histórico de atleta pois sequer havia algum então secretamente torci para que minha ideia não se voltasse contra mim e pelo que podia perceber, estava mesmo certo. Ainda assim era cedo demais para me orgulhar, precisava manter o foco. O ajudei com um impulso e percebi ele subir na árvore. Ouvi então sua resposta, ele parecia muito okay com a perda da irmã, além de falar no tempo presente como se ainda pudesse se encontrar ela com a mesma frequência, como se a morte não tivesse sido o fim.

A morte. Mais um segredo que guardo a sete chaves dentro de um baú no porão mais escuro e profundo da minha mente. Sim.

Eu já morri algumas vezes.

Em todas essas vezes me parecia que eu podia enxergar mas não sabia o que estava vendo, como se fosse outra dimensão com outras regras. Era como um sonho mas pela primeira vez um com imagens.

Depois daquilo eu nunca mais sonhei novamente. Costumava ter pesadelos constantes mas nem mesmo isso me acontece. Não consigo mais dormir por mais de 3 horas, perco o sono mas nunca me sinto realmente descansado. Enfim... Me perguntei se a morte final seria um alívio ou o início de um novo tormento.

Ainda assim, crianças parecem lidar com isso de forma muito mais natural, bom pra ele.

Fiquei em silêncio e não quis prosseguir nesse assunto então me concentrei nos sons dos galhos e folhas, passei a mão rapidamente tirando a folha que havia ficado presa na minha venda e soltei fazendo uma careta rápida que permanecia imperceptível como quaisquer expressões que eu faça.

— Vai demorar muito?

Perguntei sem resposta, notando os resmungos do menino tentando pegar seu brinquedo e cruzei os braços até que o tom de voz dele se elevou de forma aguda machucando um pouco minhas orelhas sensíveis, ele parecia ter encontrado algo e queria me entregar.

— Do que você tá falando? - balancei a cabeça ignorando a fala atrapalhada e me concentrei no cheiro de chuva me lembrando da ameaça do que estava por vir. — Não importa, tenha calma, okay? Vou estender os braços e você me entrega seja lá o que for isso.

Eu simplesmente desisti de questionar esse garoto. O melhor seria embarcar logo nas suas brincadeiras e mandá-lo de volta pra casa o quanto antes. Era um pequeno contratempo na jornada de Themis e eu, não era como se eu estivesse feliz ao encontrar alguém... Não preciso de amizades, nunca tive.

Themis me deu uma cabeçada de leve na perna e isso me assustou, senti como se ela tivesse lido meus pensamentos e estava prestes a me confrontar e me chamar de mentiroso. A verdade é que sim, eu estava feliz em conhecer essa criança.



006

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OFF: Desculpa a demora ): Fiquei presa nessas coisas de sociedade

Ao perguntar se vai demorar muito, Andrew recebeu um "Não" bem incisivo e certeiro, como se pedisse para que ele se ajeitasse logo para pegar 'o troço' para que ele descesse dali. Veja bem, não era seguro, não era nem um pouco seguro; um tombo mal dado era morte certa, ou no mínimo muitas sequelas, ninguém aqui quer isso, não é?!

Tobias, nosso pequenino, sabia do risco e, apesar de ser uma criança maluquinha, não queria brincar demais com ele. Por isso, jogou o treco pra Andrew pegar com certa delicadeza, para que o rapaz sentisse do que se tratava.

Era algo realmente singelo e sensível. O pequeno objeto oval, com uma camada grossa de casca e uma porcentagem avantajada de ar dentro dele. Era um pouco pesado, mas não tanto, além de ser um bocadinho quente, causando desconforto ao ficar uns 20 segundos nas mãos de alguém.
- Acho que é um ovo - Disse, enquanto se pendurava com as duas mãos no galho, deixava seu corpo pender para baixo e se esticava, para ficar com os pés mais próximos do chão. Quando sentiu coragem, deixou-se cair, pousando de pé e dando um suspiro animado - Ufa, deu tudo certo!

Andrew pôde não ter percebido a pipa singela ao chão. O garoto, ao pegar, jogou-a com delicadeza para o gramado e depois pulou no chão. Com a pipa recuperada, ele deu um tapinha no ombro do nosso protagonista, fazendo Themis latir pelo susto da súbita "agressão". O garoto deu um pouco para trás e disse:
- Ok, obrigada tio, agora vou pra casa! Você é muito legal! - Foi cru, sem convites, do jeitinho que Andrew gostaria, ou seja, sem mais nenhuma pressão social.


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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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THE FOOL
Chapter I: New Beginnings - [ Part I ]


OFF :


Apesar do susto tomado pelo toque repentino - susto esse que acabou sendo reforçado pela reação de Themis, não pude deixar de soltar um suspiro de alívio e deixar meus ombros caírem como se um peso enorme tivesse saído deles no momento em que o garoto disse que voltaria para casa. Pelo jeito conseguiu recuperar seu objeto tão estimado. Fiquei segurando aquele ovo que me lembrava momentos da minha infância onde minha mãe acabava levando trabalho para casa - literalmente, ao aparecer com ovos pokémon e me deixava tocá-los. Sempre era uma sensação nova e dessa vez não era diferente. Pelo tamanho e peso este era com certeza um ovo de pokémon mas nunca senti um que fosse tão quente ao toque que me fazia trocá-lo de mão constantemente, me perguntei se isso era normal... Minha mãe e minha irmã saberiam dizer, mas tentei não ficar muito preso a isso. É a minha jornada e eu irei resolver as coisas por conta própria.

Me dei conta de que estava em silêncio por tempo demais e eu ainda sentia a presença do garoto.

— Err... Tudo bem. Tome cuidado na volta. - foi tudo o que consegui dizer.

Me apressei em guardar o ovo na mochila e já preparei o bastão para seguir adiante.

— Okay, garota. Preciso que me mostre a direção em que estávamos.

Themis emitiu um som de concordância e começou a caminhar na minha frente. Voltei toda a minha atenção para o som de suas patas na grama e apenas saí caminhando sem muita cerimônia. Já não tinha mais nada a falar com o menino e ele parecia mais do que capaz de voltar para casa a salvo sem minha ajuda. Até que minha primeira interação social desde que comecei minha jornada não foi um desastre, afinal de contas. Talvez eu não fosse assim tão ruim nisso quanto pensava. Não pude evitar sentir um pouco de orgulho de mim, apesar de saber que essa seria apenas a ponta do iceberg.

OFF² :



007

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OFF: No próximo post eu edito sua box com a personalidade. Inclusive, pode começar a contar os posts pro Egg chocar. São 40 posts, ok?! E já pode contar 2/40, porque o anterior você já tava com ele em mãos. No próximo post boto ele na sua box também.

Enfim solitário, não é?! No fim não foi tão ruim ajudar um garoto, ganhara até um ovo de recompensa. Talvez isso faça Andrew ser mais aberto a novas experiências sociais... quer dizer, poderia causar esse impacto, não é?! Sei que o menino não é traumatizado e isolado por essas vias, mas ter um ou outro bom exemplo podia ter um impacto paulatino e favorável... né?!

Argh, não sei, não sei, não tem como saber.

Só que isso - para mim - não deveria importar tanto. Quer dizer, temos questões mais importantes para pensar, não é?! Talvez um trovão altíssimo te lembrasse disso agora, além de uma enorme gota que caíra diretamente na ponta de seu nariz. Era a primeiríssima gota que lhe agraciava, molhando sua venda e anunciando - "à conta gota" - o quão próximo estava de chover.

Nesse momento, Themis estremeceu. A ideia de tomar chuva não lhe era muito gostosa, então queria correr. Em contrapartida, sabia que não poderia correr trilha-a-dentro deixando seu treinador para trás. Tentando arranjar uma solução para esse problema, mediou sua frustração com um latido de pressa, pedindo para que se apressassem.

De fato, a chuva não havia caído ainda. O frio e o vento podia não ser o maior medo e maior incômodo de Themis, mas uma tempestade do c*ralho iria, no mínimo, lhe enfraquecer. Se assim fosse, como cuidaria de seu mestre?! Não poderia prometer dar seu máximo...


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Chapter I: New Beginnings - [ Part I ]


O silêncio tende a ser ainda mais apreciado quando sua ausência é sentida. Pude constatar isso após minutos com aquele garoto - cujo nome sequer podia me lembrar, mas que esperava cumprir com sua palavra e voltar para casa são e salvo com sua pipa. Apesar do incômodo, era impossível negar o efeito benéfico que o estranho encontro teve sobre Themis e eu. Nós dois realmente precisamos exercitar melhor nossa interação com outras pessoas e pokémon se quisermos realmente alcançar nossos objetivos. Eu continuei caminhando firmemente até ser surpreendido pela gota fria em meu nariz e limpar com o dorso da mão fazendo uma leve careta.

Antes que eu precisasse dizer algo, Themis deu o sinal que pelo seu tom me parecia um alerta e engoli seco, paralisando por um momento ao lembrar daquele fim de tarde fatídico. Themis estava enfraquecida pela chuva, estávamos sozinhos em uma trilha alternativa no meio da floresta até que eles apareceram e...

Não, não tinha tempo para isso. Com mais um latido de Themis, recuperei a compostura e segui apressando o passo até que retirei minha venda rapidamente, desfazendo seu nó estendi a ponta para a houndour que eu sabia que entenderia meu gesto e senti firmeza quando notei que ela estava mordendo a ponta e então aceleramos, depositei minha confiança em Themis sabendo que ela iria permanecer em um caminho plano por onde pudéssemos correr.

OFF :



008

Treinador Iniciante

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E repentinamente, Themis se viu na função de cão guia. Conseguiria?! Apesar da prática em lidar com seu treinador, sempre se sentiu tão pequetina que não se achava párea para a missão. Talvez este fosse seu maior desejo: evoluir, crescer e poder bancar isso de fato. Tanto era que, para que isso funcionasse bem, Andrew precisou se curvar um pouco e perder um pouco de mobilidade, mas nada tão impossível assim: provavelmente Houndour se importava mais do que deveria com isso.

No mais, correram um bocado, até cansar. Assim perceberam que - inevitavelmente - a trilha não acabaria com alguns quilômetros percorridos e ela era muito mais longa do que imaginavam. Parar para ajudar um molecote pôde ter atrasado? Sem dúvidas, mas a distância a se percorrer era realmente muito grande; estavam atravessando uma fronteira a pé.

O legal é que cansaram antes da chuva chegar, podendo parar um pouquinho em qualquer lugar e tomar fôlego, sem se preocupar com consequências. O legal também é que a corrida foi bem tranquila e nada deu errado. Uma outra boa notícia é que os trovões rufaram mais uma vez...

... no fim, tudo deu certo, salvo o fato de que não chegaram a fim nenhum.

progresso :



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THE FOOL
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A cidade de Lavender parecia mais distante do que eu esperava. Sentia meus tornozelos queimarem junto das minhas panturrilhas pelo esforço, a vida sedentária cobrava seu preço afinal. Recostei em uma árvore, me inclinando para frente e apoiando as mãos nos joelhos enquanto aos poucos recuperava o fôlego por meio de uma respiração ofegante. Já logo tratei de recolher minha venda ficando surpreso de não encontrar sua ponta tão babada quanto imaginei que estaria. Prendi em volta dos meus olhos novamente, deixando a ponta mordida bem longe deles, obviamente.

— Aqui, aqui... - chamei a houndour, ainda inclinado e estendendo o braço para poder alcançá-la. — Você fez um ótimo trabalho, garota. Tô realmente orgulhoso. - falei em meu tom ofegante, ouvindo Themis apenas arfar em resposta.

Ela estava provavelmente tão surpresa quanto eu sobre aquilo ter dado certo, mas ela com certeza não iria demonstrar isso, claro que não, ela é boa demais para admitir.

Senti a língua grudar no céu da boca e percebi o quão sedento estava então peguei meu cantil e dei alguns goles, sentindo ele ficar mais e mais leve me deixando cada vez mais preocupado. Precisávamos chegar em Lavender antes de anoitecer.

— Certo, certo... Você está vendo a direção em que estávamos indo, certo? Precisamos continuar, eu sei que não é a coisa mais emocionante do mundo mas temos mesmo que chegar até a cidade.

Fiquei em silêncio por um momento, Themis também. Nos próximos segundos percebi que estava quieto... Quieto demais. Ouvia falar sobre o quão comum era que treinadores iniciantes fossem atacados por pokémon selvagens nas rotas mas até esse momento só tinha me encontrado com um garoto. Senti uma pontada, minha mãe diz que é um sinal mediúnico, ela e minha irmã têm esse tipo de coisa, na verdade é algo comum em Saffron mas eu nunca levei muito a sério. Quando se é cego você simplesmente passa a maior parte do tempo mais alerta que o resto das pessoas.

Era de se estranhar que Themis estivesse tão silenciosa quanto eu. Os pelos dos meus braços se arrepiaram quando pensei na possibilidade de estar sendo observado. Engoli seco e tentei me acalmar, não ia deixar meus traumas me guiarem, não aqui e não agora.

Meu objetivo de iniciar minha jornada em Lavender era justamente por isso. Por passar a maior parte do tempo no meu quarto, costumava ouvir a TV ou rádio e um dia ouvi comentarem sobre boatos de que havia uma bruxa na cidade, uma mulher que conseguia ler os espíritos e trazer respostas do além, que podia abrir e selar portais e entendia tudo sobre os pokémon fantasma também. Ela não cobrava por consulta mas também negava os boatos de ser uma bruxa, ainda assim... Mesmo cético, eu precisava entender a sensação que tomou conta de mim nos últimos anos desde que eu passei por aquelas coisas.

Coisas que ninguém nesse mundo merecia ter passado. E o pior é que não passei por aquilo sozinho, ele estava comigo. Ele... Sofreu junto comigo. Talvez com ajuda daquela mulher eu pudesse encontrar aquele pokémon que eu não sabia qual era, apenas de que se tratava de um fantasma. Aquele que agora carrega uma parte de mim tal como eu carrego uma parte dele.

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009

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Tem algo dessa apreensão que não é comentado, tem algo que Andrew não está levando em consideração. Como alguém que se atenta a audição, havia um pequeno detalhe que certamente lhe traria um enorme prejuízo e que provavelmente estaria causando esta completa insegurança: os enormes e estrondosos trovões.

Tanto era que, enquanto falava com Themis, um viera com muita força lhes ensurdecer, obrigando que tudo fosse pausado e a conversa se reiniciasse ao fim do eco que o barulho causou.

... eco, o maior exemplo do quanto um barulho pode falsear. O fato do som ainda ressoar por alguns segundos incomodava muito Themis, que tinha uma audição extremamente aguçada, mas ela conseguia manejar com o fato de não ver ninguém por perto ou nenhum mal iminente. A visão era o alicerce de sua calma, coisa que Andrew não poderia fazer.

Fora durante o "Precisamos continuar" que um novo som encheu-lhes os ouvidos: o mais temido, o som de chuva. E o barulho não fora nem um pouco gradual, o mundo de água caiu de forma repentina, fazendo um enorme barulho e um grandíssimo coro, somando milhares de impactos de gotas grossas ao chão.

"Ploc, ploc, ploc" não era suficiente. Era uma daquelas chuvas que você tinha que gritar para ser ouvido. Era uma chuva torrencial. Themis, que estava extremamente preocupada com essa condição, afugentou o medo de início e deu um passinho para frente. Sentiu imediatamente o topo de sua cabeça se molhar e as gotas escorrerem pelo seu pescoço. Num ato reflexo, usou a língua para apreender as gotículas que escorriam e, quando o fez, reparou que estava com uma enorme sede.

Imitou seu treinador e bebeu água, mas de uma forma completamente incomum para ela: bebeu a água diretamente da chuva. A árvore que estavam ainda lhe protegiam da chuva de vento, mas era questão de tempo até que as folhas vazadas se enxarquem de água e comecem a escorrer em goteiras chatíssimas.


progresso :



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THE FOOL
Chapter I: New Beginnings - [ Part I ]


O temor repentino e a sensação de apreensão com a ideia de estar sendo observado fizeram com que eu paralisasse por um momento mesmo dizendo para prosseguirmos, como se minhas pernas se recusassem a me obedecer. Foi quando então me dei conta de que durante meu momento introspectivo o silêncio que me rodeava estava somente dentro de mim, eu prestei tanta atenção ao vácuo da minha alma que negligenciei o fato de que ainda estava à mercê de uma tempestade que ameaçava se aproximar cada vez mais perto e não podia deixar Themis passar por isso, sabia que ela iria sofrer mais do que seria comum aos pokémon tipo fogo. O som do trovão ecoou através do meu corpo como se o próprio Arceus bradasse enfurecido por alguma atrocidade que presenciava ao observar sua criação. Como foi naquele dia.

Balancei a cabeça rapidamente, não era hora de me debruçar em memórias, precisava fazer algo mas conforme percebia Themis encostando próxima a mim ao recuar, um aperto em meu peito me puxava como uma âncora pesada e toda a coragem que eu sentia ao sair de casa parecia se esvair do meu corpo como vapor saindo de todos os meus poros. O único sentido que eu usava para me localizar estava incapacitado, o som dos trovões acompanhado pela chuva pesada que caía me passavam a sensação de estar sendo esmagado e antes que percebesse comecei a hiperventilar.

— "Por que saí de casa? Idiota, que ideia estúpida! Por minha causa Themis está passando por isso, eu deveria saber o meu lugar, deveria ter aceitado que alguém como eu não nasceu para essa vida. Bastou uma tempestade pra me derrotar, eu sou uma piada."

O pensamento era a única coisa mais alta que o barulho que sobrecarregava meus ouvidos e eu podia imaginar que minha houndour estivesse em um estado bem pior mas naquele momento meus olhos ardiam, sentia palpitações, minhas mãos cobriam os ouvidos enquanto meu corpo se inclinou para frente. Eu sou um fracasso, um inútil. O que eu vim fazer aqui? Quem eu tô tentando enganar? Meu p- aquele homem desprezível... Estava certo?

Meu corpo estava pesado mas de repente ouvi o som de Themis, ainda que abafado pela chuva. Uma cabeçada na minha perna foi suficiente para ter certeza de que ela estava falando comigo. Percebi meu estado e lembrei do que costumava fazer quando me sentia assim. Abracei meu corpo, sentei ao pé da árvore e respirei fundo. Inspira... 1...2...3...4... Expira... 1...2...3...4...5...6... Repito isso poucas vezes, minhas mãos estão trêmulas mas não vou deixar Themis lidar com isso sozinha. Eu iniciei isso, eu preciso arcar com as consequências e me responsabilizar.

— Me desculpe por te assustar, garota... - disse próximo a ela, acariciando seu queixo e a abraçando. Senti que Themis também estava trêmula e a apertei um pouco mais forte, as lágrimas quentes sendo absorvidas pelo tecido da venda. — Nunca vou te abandonar, estamos juntos até o fim, okay?

O som de mais um trovão nos assustou e eu não quis soltá-la. Sabia que aquela árvore não era o abrigo ideal mas também não queria pedir para que Themis saísse correndo comigo nessa chuva então a puxei para mais perto apertando a mandíbula com força sentindo os músculos contraídos enquanto isso. É assim que vai acabar?

Não, eu não sei que sensação estranha é essa mas não é minha, eu sei que eu não sou assim, não sou de desistir. Seja lá o que fizeram comigo, nunca vão me tirar meus sonhos e eu não vou deixar uma tempestade ser o fim da minha jornada e de Themis. Não, é só o começo.

— É só o começo. - repeti para mim e minha companheira. — A gente sai dessa, passamos por coisas piores.

Quanto mais eu falava de forma positiva, mais parecia combater aquela sensação que antes me oprimia. Acariciei Themis mais um pouco e podia sentir ela mais relaxada embora ainda ligeiramente trêmula, sentia seu coração acelerado, parecia em estado máximo de alerta.

— Consegue ver algum abrigo? - falei em voz moderadamente alta próximo a ela. — Não vou te fazer sair por aí sem rumo nessa chuva mas as gotas estão nos alcançando, se tiver um lugar em que possamos esperar tudo isso passar, talvez valha a pena sairmos até lá.

Continuei acariciando a houndour.

— De qualquer forma estaremos juntos, okay? Essa chuva vai passar. - afirmei com um sorriso fraco sem saber a quem estava tentando acalmar, ela ou eu mesmo.

OFF :


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010

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OFF: Eu amei que eu tentei fazer a chuva ser um big boss pra Themis e criei um MONSTRO

Uma crise de ansiedade tomou Andrew. Tal qual qualquer outro neurótico, nosso protagonista sabe ao menos um mecanismo ou outro pra transformar angústia em sentimentos mais palpáveis e, depois de muito hiperventilar, ele transforma tudo em medo. Ainda um sentimento horrível?! Sim, porém contornável. O medo se enfrenta, a ansiedade se espera; tal qual a chuva.

Talvez por isso os sentimentos melancólicos e angustiantes combinem tanto com uma manhã chuvosa de domingo, mas isso é conversa pra outra hora e outro lugar.

Agora, uma pequena "luz no fim do túnel" - ou som quebrando o silêncio - ascendeu... ou acendeu... o que você preferir. Esta luzinha era um pequenino abrigo que Themis viu ao apertar o olho. Era pequeno?! De fato, mas provavelmente serviria. Apertou mais um pouquinho os olhos e tentou ver melhor, por um instante até Deus lhe ajudou, diminuindo momentaneamente aquela tempestade para que ela pudesse ver o casebre de madeira aberto, que se assemelhava muito a um ponto de ônibus antigo e rural.

Faz sentido, não faz?! Essa rota aqui passa ônibus de Lavender para Saffron e vice-versa. Quando Houndour viu isso, ela deu um latido animado, tão animado que encheria os ouvidos de qualquer um. Tanto era que, lá daquele ponto de ônibus, uma moçoila ouviu. Ficou de pé, deu alguns pulinhos e balançou os braços:
- EEEI, AQUI!!! VEM PRA CÁ!! - Anunciou a menina.

E tudo isso só foi possível ouvir porque "Deus quis"... ou melhor, a chuva reduziu momentaneamente. Logo mais, os pingos voltaram a engrossar e a vazão aumentar, retornando ao estado inaudível do cenário.


progresso :



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