Ranger florestal! missão:"Salve Arboville"

Off: desculpa o post simples, é mais pra não te deixar sem resposta até o findi =S

– Moça... Não! – o homem tentou alertar e impedir, mas já era tarde dada sua incapacidade de definitivamente parar a batalha.

Faísca tinha toda a iniciativa e velocidade a seu favor, saltando com bravura para cima de uma Granbull gigantona e intimidadora e golpeando-a com sua cauda envolta numa dureza metálica. Ao lado, Houndoom abocanhava o rato elétrico com seus dentes muitíssimo afiados, tirando Faísca de cima de sua aliada e o jogando para a rua novamente. No mesmo instante, um disparo d'água vinha atingir Houndoom no meio do focinho, em cheio, empurrando a cadela contra a parede de madeira da casa. Era de se esperar que Granbull também quisesse fazer justiça, mas ela estava mesmo focada em Faísca, por isso deixou a porta para se lançar sobre ele, esmurrando o elétrico.

O Raichu, obviamente, tentaria não ficar ali parado apanhando, então sua cauda já brilhava em tons de prata, porém a posição não o favoreceu e, mesmo um rabo comprido contra um alvo grande, o golpe falhou... Houndoom, por sua vez, tentava se resolver com Storm, rosnando para o peixe de modo a atormentá-lo, mas aquilo (por enquanto) não o impediria de tomar uma outra jatada de água violenta na lateral do corpo, mantendo o canino ainda no chão. E no chão também estava Faísca, suprimido por uma Granbull raivosa que o finalizava com uma segunda rodada de fortes pancadas.

Detrás, como espectador, o velho se abraçou ao Raticate rechonchudo ao ver tal cena, certamente temendo que pudesse ser o seu, o outro rato nocauteado ali no chão em frente a casa...




Campo: Área residencial e estreita, piso coberto de madeira, árvores altas nos arredores.

Missão Sociedade* – Manhã | 23ºC – Rayssa

Enquanto o auxílio vinha para Faísca, Storm se posicionava bem entre os selvagens e seus aliados, impedindo que qualquer avanço por parte daqueles cães "raivosos". E olha que eles tentaram avançar, sim!

Primeiro veio Houndoom, finalmente saindo de seu recuo, saltando há poucos metros de distância para cravar as presas no lombo rechonchudo do Lanturn. Granbull era quase desonesta, vindo pelo flanco golpear o peixe com seus murros feéricos.

Faísca assistia à tudo lá atrás, tomando fôlego antes de entrar em campo de um salto, com um estrondoso Thunderbolt como em cena de filme! O choque atingia Houndoom sem lhe dar chance de defesa ou fuga, nocauteando quase que instantaneamente. Granbull, por sua vez, era afastada pelo trovão que viria de Storm - por mais que sua treinadora não tivesse lhe dado a ordem, vamos por essa na conta da alta fidelidade/happiness entre ambos -, atirando a grandalhona para trás. Mas Granbull não era só intimidadora, como também tinha uma teimosia pra somar ao combo. Por isso, lá estava ela se atirando uma vez mais sobre Lanturn, socando suas barbatanas com força, antes de recuar em um salto para uma posição mais segura... Ou ao menos ela achava que seria segura, principalmente por estar agora exausta, vulnerável e em desvantagem.




Campo: Área residencial e estreita, piso coberto de madeira, árvores altas nos arredores.

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O fim viria para Granbull, que definitivamente não teria chances favoráveis contra aqueles dois adversários muito bem treinados. Um único e certeiro choque foi o suficiente para fazer o cão rosada estremecer no chão, "levitar" do chão por uma fração de segundos e então tombar para trás, de costas no piso de madeira que era a rua de Arboville.

> Lanturn recebeu 11003 EXP > Lv. 58 [882/18384]
> Raichu recebeu 13754 EXP > Lv. 58 [17526/18384]

– Oh, céus... Minha nossa! – o velho homem exclamava, surpreso com o resultado rápido e objetivo daquele confronto – O-obrigado, obrigado. Estamos bem, sim, obrigado senhorita. – agradecia enquanto começava a se recompor, ajeitando a roupa, a bengala, e até dando uns tapinhas nos pelos do velho Raticate.

Quando as demais perguntas vieram, o homem se aproximou e também se debruçou sobre os Pokémon desacordados, como se tentasse reconhecê-los e ajudar a identificar sua origem. Você, em particular, não encontrava nenhum indício de identificação da Zona Safari, porém...

– Olhe, eu não tenho certeza, mas acho que devem ser selvagens, sim. Estou na cidade desde que tudo aqui tinha mais mato do que tem hoje e, posso lhe afirmar, Granbull e Houndor eram até bem comuns por essa floresta, há muito tempo atrás. Então eu não estranharia que alguns pudessem estar vivendo pelas áreas ainda não habitadas da cidade. E... Ah, não precisa se incomodar, nós damos conta dessas coisinhas. – o velho pegava uma mala de rodinhas e começava a arrastá-la, enquanto seu Raticate pegava as outras bagagens sem dificuldade – Se quiser pode deixá-los aí. Imagino que agora eles devem voltar pra onde vieram, quando acordarem... Na dúvida, vou ligar agora mesmo pra Polícia. Também vou preparar alguma coisa pra eles se curarem.

O homem já ia subindo o par de escadinhas que levava até a sacada de sua casa e, enfim, abria a porta de entrada sem cerimônias, deixando seu rato passar na frente. Finalmente estavam em casa!

– Venha, senhorita, entre um instante, deixe eu preparar ao menos um chá para agradecer vocês pela ajuda... Remy, bote a chaleira no fogo, ande! – exclamava porta à dentro, enquanto lhe convidava.

Sobre as RangerBall... Elas falhavam ao tentarem capturar aqueles Pokémon, sem nenhum motivo realmente aparente, já que a tecnologia das esferas ainda não era inteligente o suficiente para nos dar os motivos de falharem. Podiam ser Pokémon já capturados por alguém, tanto quanto podiam ser só dois grandes teimosos que não aceitassem ser capturados tão facilmente. Vai saber...

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Quando você entrou, encontrou um interior tão simples quanto a fachada, mas bastante organizado e levemente minimalista. Havia uma sala de estar com apenas um par de sofás de dois lugares ao redor de uma mesinha de centro - e por ali ele indicou para que você e sua equipe sentassem -, uma área de jantar com mesa quadrada de quatro assentos, a bancada dividia a sala de jantar da cozinha, também pequena, o suficiente para um homem solitário de poucas visitas. A decoração era um tanto aleatório, mas se destacavam os itens navais como nós sofisticados e redes de pesca decorativa, com tons de marrom e azuis predominando em boa parte dos cômodos. Uma escadinha curta dava acesso a um mezanino lá em cima, onde certamente deveria ser o quarto do morador.  

– Ah sim, Remy está comigo há mais tempo de que consigo lembrar, hehe! – em sincronia, o homem separava xícaras e pires de design antiquado, enquanto o Raticate tratava de farejar os potes atrás das ervas apropriadas para o chá – Em todas as minhas já raras memórias de infância, em Alola, Remy estava comigo, então não podia ser diferente quando decidi mudar para cá, quando Tohjo foi repovoada. E olha que nunca fui o tipo aventureiro; vai ver é esse pacifismo e, convenhamos, minha grande preguiça, que fez Remy ficar ao meu lado por tanto tempo. – o homem tinha um olhar distante e saudoso nas costas da ratazana em seu fogão, enquanto o ouvido ia para o telefone também antigo.

O velho murmurou algumas coisas rápidas ao telefone em sua ligação para as autoridades, mas foi quando a chaleira apitou alto que o breve "silêncio" se quebrou. Logo viria o Raticate, as mãos calçadas em luvas de pano, servindo água quente no bule onde já tinha depositado as ervas para infusionar. O aroma cítrico e levemente adocicado veio quase que instantaneamente. Mas, na química dos chás, ainda não era a hora de bebê-lo...

– Me parece que o pessoal está a caminho. Agora, deixe-me ver... Oh, sim! – na velocidade que lhe cabia o homem voltou para a sala, se ajoelhou e puxou uma gavetinha escondida sob a mesa de centro, próxima de você – Acho que posso lhe dar isso como agradecimento... Tome, fique pra você. Era do meu filho, mas faz tempo que não o vejo, então... – lhe estendia um CD que você facilmente reconheceria como sendo um TM.

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– O chá?! Bem... Acho que seja de Pinap Berry secas e algumas especiarias... É um dos favoritos do Remy... – um rato de paladar complexo.

E um velho meio distraído, diga-se de passagem, pois desde que lhe dera o TM, o homem ficou pensativo, como quem calcular diversas possibilidades depressa. Nada tinha a ver com qualquer tipo de arrependimento por ter lhe dado o disco, mas sim ficava nítido que falar do filho tenha lhe dado algum gatilho.

– Se me da licença... Uns minutinhos. Podem ir tomam seu chá, fiquem à vontade, sim?! – e saía na velocidade que conseguia, lhe deixando com as xícaras já servidas sobre a mesa de centro e Remy ao lado, já bebericando suas doses com um canudinho de metal.

O homem subia as largas escadas até o mezanino, e foi quando ele chegou lá em cima que o gritinho de surpresa veio. Também não soava como susto ou medo, mas era uma incógnita até que...

– Remy, venha ver! É ele! Estava aqui o tempo todo! – convocava o homem, fazendo Raticate largar a xícara em seu devido pires antes de subir apressado.

Raticate nem bem teria chegado ao meio da escada e toda surpresa se revelaria: o velho vinha descendo de braços dados com um homem já maduro que claramente acabara de acordar, pois tinha o cabelo desgrenhado em juba, coçava os olhos sem parar e bocejava em meio a alguns resmungos. Era difícil dar uma idade para aquele homem, pois ora parecia ter não mais que 25, mas a aparência desleixada, os trapos e a barba faziam ele lembrar um Tom Hanks náufrago com quase 40.

– Eu sabia, sabia que tinha algo de peculiar com aqueles cães aqui em casa. – o velho falou, em tom bem animado, quase rindo.

– O que tem eles?! Não te machucaram, né?! – comentou o rapaz, entre bocejos, mas acelerando o passo até a porta sem nem te notar ali parada na sala de estar; certamente efeitos da sonolência – O-QUEEE! – bradou de repente, depois de abrir a porta de entrada – P-pai! O que você andou dando pro Remy...?! Como que ele... Você...?! Eu venho treinando esses cães há meses! – não soava furioso com o fato da dupla estar nocauteada à frente da casa, mas soava estar bem surpreso com o fato de alguém ter conseguido aquele feito.

– Ah, não não não, filho. Não fomos nós. Foi aquela mocinha gentil ali. – e então o velho estendeu a mão apontando para você, com um sorriso no rosto. Remy a essa altura já servia uma outra xícara de chá, tão alegre quanto o dono, indo levar esta bebida para o homem mais novo que agora lhe olhava de olhos arregalados.

– Por Arceus! Tão miudinha e conseguiu derrubar eles?! – veio se aproximando a passos curtos – Como conseguiu isso? Eu fico um tempinho fora e quando volto a Liga Pokémon tá distribuindo Lendários bem treinados pros iniciantes, é?! Não é possível... Quero te desafiar! Só acredito vendo! – seguia o tom de surpresa enquanto ele se aproximava, os olhos ainda estavam fundos de sono, mas transmitiam agitação; bebia o chá fazendo um ruído incomodo e deixando pingar na longa barba castanha, sem se importar com ambos os fatos.

– Foram três longos anos... – resmungava o velho homem, com um olhar subitamente entristecido, mas ainda um sorriso nos lábios.

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