[Meghan Castellano] Cineasta

Definitivamente deve ser um engano, quem não gosta de praia? Basta pisar numa para quebrar qualquer argumento contrário. Entendemos não gostar de fantasmas, mas praia? Alô? Sério isso? Todos somos beach lovers. Falando em fantasmas, a especialista se assustou com a história sobre a torre assombrada. Sabemos que existem monstrinhos que são fantasmas, mas conseguem ser naturais, de certa forma. Não sei se consegue entender? Por exemplo, um Duskull é um fantasma, mas um Cubone não pode ser um. Então, caso encontre um Cubone fantasma, recomendamos correr, certo? ...mas assim, Meghan sabe que existem esses monstrinhos pelo mundo, porém não gosta muito deles. Óbvio que todo mundo carrega um certo receio sobre, talvez minimamente em alguns casos. Não é bem o seu caso. Ou será que é? Fantasmas são uma incógnita.

– Acho que eu seria hipócrita se dissesse que fantasmas não existem. Afinal, são Pokémons, certo? Tipo um Duskull. – comentou, sorrindo – E dizem que eles são noturnos. Faz sentido, né?

Essa história de fantasma assustou tanto a especialista que cogitava retornar e enfrentar os ladrões do que encontrar um, vemos que não é brincadeira.

– Que isso amiga, fica calma que eles são raros. Eu por exemplo nunca vi um! Não deve ser algo que se vê todo d… – a protagonista foi interrompida, aparentemente Paris tinha escutada alguma coisa no mato próximo – O que foi, Paris? – A coelha não respondeu à sua companheira e seguiu floresta a dentro. Seria um F-FA-FA-FAN-FANTASMA?

Meghan, com sua genialidade, em poucos segundos pensou. “A câmera sempre sobrevive”. Puxou sua câmera e iniciou mais uma gravação, isso seria o início de um “Found Footage”? Bem, pelo menos, caso estivesse muito escuro, poderiam utilizar da visão noturna da câmera.

– O-o que aconteceu? – ainda um pouco confusa, se questiona a heroína – Vamos, Ava! – mas rapidamente se moveu, puxando a amiga para que pudessem alcançá-los o mais rápido possível.

O que fosse para entender, poderiam entender depois.

Senhoras e senhores, um circo!

Loucura encontrar um circo. Parece comum, mas a garota nunca tinha visto uma coisa assim. Não era tão comum nas suas redondezas, esses espetáculos e tudo que gira em torno disso. Um imenso sorriso abriu na protagonista ao ver, diante dos seus olhos, uma clássica tenda de circo. Seus olhos brilhavam. Os circos são sinônimo de diversão! E muitas vezes mais que isso. Contudo, o que viu em seguinte não trazia muito conforto a sua mente. Portanto, não demorou muito tempo e o brilho se apagou.

Meghan segurava sua câmera enquanto descobria o que estava dentro da floresta. No início estava muito feliz, mas não conseguiu continuar depois que viu aquela cena. Era assustador. Não eram fantasmas, conseguia ser pior que isso, sabe? Os monstrinhos todos presos, como daquela vez… e machucados… não tem como aceitar isso. Como se não bastasse, um homem chicoteava um bovino, indefeso. Isso mexeu com nossa protagonista.

– Que vontade de dar uma surra naquele desgraçado… – comentou, em baixo tom, para si mesma. Era perceptível o ódio nas palavras.

Questionando, “O que vamos fazer?”, Ava demonstrava estar muito abalada com o que presenciou. De fato, não conseguiriam fazer nada contra aqueles monstros imundos. Nossa heroína sabe muito bem, não é capaz. Esse sentimento, ser incapaz, não é nada reconfortante. Mas agir como herói é claramente uma burrice sem tamanho… ainda sim, quando a gente sente, não tem como fugir.

– ...mas, preciso… – com a voz um pouco trêmula, tentou dizer que precisavam agir, mas não prosseguiu.

A aventureira estava muito nervosa, o pequeno estava sofrendo, e diante dos seus olhos, isso quebra qualquer um. Sentiu que precisava fazer algo imediatamente, mas no fim, acabou decidindo o que era óbvio. Não podia lidar com o que estava acontecendo.

– Vamos… vamos achar alguém que possa nos ajudar. – era o máximo que poderiam fazer, para se manter em segurança, e ainda conseguirem ajudar os que precisavam.

...ao se distanciar do circo, Meghan correria o mais rápido que suas condições físicas permitissem, chegando em seu limite.

maldade

As garotas correram como se não houvesse amanhã. Por que? Todos os reféns dependiam dessa corrida.


Foram vinte minutos correndo sem parar, e enfim avistaram uma cabana alta em meio a floresta. Se tudo estivesse bem, era certo que haveria ao menos um ranger de vigia.

– Haah, haah – parava, respirando através da boca, para que pudesse continuar.

A cabana possuía uma longa escadaria, precisariam manter as forças para chegar ao topo. Ava comentou que faltaria pouco, e que precisavam seguir.

– S-sim… – recuperada, não completamente, Meghan voltou a engatar a corrida para o destino.

Próximo a cabana, via que era realmente alta. Bastaria subir as escadas, e então encontrar algum salvador.

– ALOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOÔ! ALGUÉM AQUI?! PRECISAMOS DE AJUDA! – gritou a aventureira – em um tom que apenas pessoas próximas à cabana poderiam escutar – buscando alguma resposta.

A ideia era verificar se responderiam o chamado, caso demorasse mais que o tempo de se recompor, recuperar o ar, subiriam a escada. A passada, seria o mais veloz que poderia, pulando degraus. Estamos em um momento sensível e tudo precisa ser feito o mais rápido possível.

Meghan tem medo que eles não estejam mais lá quando retornarem...

Por tentativas e tentativas, mas ninguém atendeu aos chamados. Talvez não houvesse pessoas por perto, e a cabana na verdade estaria abandonada? Não possuía certeza alguma. Para confirmar, seria necessário subir a escadaria. Dessa forma, fizeram.

Ava bateu na porta, mas também não obteve resposta. Tudo estava fechado, aparentava estar vazia. Contudo, não demorou muito para que ouvissem um som dentro da cabana. Passos se aproximavam lentamente, até que a porta se abriu.

Um homem saiu, questionando o porquê duas garotas estavam na sua porta em plena madrugada. Estranho, não?

– Moço! Precisa ajudar a gente! – exclamou Meghan, com urgência – Tem um circo próximo daqui, mas estão maltratando os Pokémons de lá, e vários estão muito machucados! Isso não é normal! Precisa nos ajudar a salvá-los!!! – a garota, em finalizar, se encaminhava a escadaria, pronta para descer – Vamos! Por favor, precisamos ser rápido!

O homem, ainda meio sonolento, se dispôs a correr pelo caminho onde repousava o anunciado circo. Mas será que seguiam pelo caminho certo? As garotas correram procurando alguém que poderia ajudar, mas na correria, talvez não tenham conseguido memorizar o caminho com exatidão.

– Uuff… E-eu jamais inventaria algo assim. – afirmou Meghan, parando momentaneamente para respirar melhor – E eu discordo. Importante agora é encontrarmos o circo.

Nada mudaria o fato que estavam no meio de uma floresta em uma madrugada, vale a pena saber o porquê? Talvez, mas acho que existem coisas mais importantes no momento. Ao menos a protagonista pensa dessa forma. Talvez tenha sido um pouco fria, mas visto o momento e seu semblante preocupante, era nítido que se preocupava apenas com uma coisa. A imagem do bovino sofrendo ainda perpetuava em sua mente.

– Sim. Nessa direção. – confirmou, apontando o caminho – Eles estavam arrumando as coisas do circo, então provavelmente estavam indo embora. Por isso eu disse para irmos rápido. – embora quisesse muito ajudar, se não soubesse com certeza para onde seguir, não poderia fazer nada…

– Um momento. – pediu a garota, retirando uma esfera de sua mochila.

Vou detalhar a ideia da garota.

Sua outra esfera abrigava um monstrinho. Nada mais que uma coruja, uma ave. Aves voam, certo? Dessa forma, poderia pedir para alçar voo e tentar verificar se há alguma tenda próxima, algum movimento, luzes ou mesmo sons. Qualquer coisa que pudesse auxiliar o grupo na busca.

– Minha filha, preciso de sua ajuda. Por favor, vamos deixar os conflitos para depois. – pedia Meghan, após liberar a coruja – Por favor, voe e veja se consegue avistar um circo nas proximidades.

Caso a pequena sentisse o mínimo de empatia, visto a face um tanto triste que sua treinadora exibia, talvez fosse possível determinar onde estavam.

– Vamos indo...