Arthur, o Passimian, estava todo animado com a
vibe do Natal. Ao ver sua treinadora, Karen, saindo para mais uma aventura com seu uniforme característico de lutadora de artes marciais e seus inconfundíveis cabelos rosa, teve uma ideia brilhante. Ok, uma ideia não tão original, pois não era a primeira vez que ele se disfarçava como Karen, mas dessa vez queria fazer algo diferente para surpreender a todos. Graças a um mal entendido, ele queria salvar o Natal, cortando uma Árvore de Natal!
A confusão começou quando Arthur, fantasiado como Karen, há uma ou duas voltas ao redor do Sol atrás, encontrou Luch, um treinador um pouco confuso por causa de algumas bebidas a mais, na festa de Natal da Virtuum. Luch estava decidido a cortar um pinheiro para fazer sua própria árvore de Natal e Arthur, sem entender muito bem o espírito natalino, associou essa atitude com o Natal: cortar árvores.
Decidido, portanto, a "cumprir" essa missão natalina, Arthur partiu em direção à Grande Árvore de Natal Arboliva da Cidade portando um afiado e brilhante machado de cabo reforçado. O problema é que o caminho até lá era através de um lago congelado onde seu companheiro de equipe, Carlin, o Mr. Mime de Galar
Shiny, estava patinando todo faceiro.
Arthur se deparou com um dilema interno. Ele adorava o mímico Carlin e suas peripécias de imitação, algo que também fazia parte de seu jeito brincalhão. No entanto, enquanto estava interpretando Karen, sua treinadora, ele sabia que ela não conseguia se afeiçoar às palhaçadas mímicas. Isso criava um conflito no coração do Passimian, um conflito que ele teria que lidar também com espírito natalino, ou seja, cortando-o pela raíz.
Então, quando se encontraram no gelo, mesmo apreciando a habilidade do Mr. Mime, Arthur acabou agindo de forma mais combativa, expressando-se agressivamente através de uma dança, digamos... desafiadora.
O lago congelado servia como palco para a improvável disputa de dança. Carlin, o Mr. Mime, deslizava no gelo com movimentos fluidos, remetendo à graça de Fred Astaire ou aos elegantes gestos de Gene Kelly, com passos suaves que lembravam os clássicos passos de dança de filmes antigos. Do outro lado, Arthur, o Passimian, pulsava com uma energia selvagem, suas ações eram mais espontâneas e ousadas, como se incorporasse a vitalidade de um
breakdancer. Ele saltava e girava, lembrando a agilidade e energia frenética dos dançarinos de hip-hop, misturando acrobacias e movimentos ágeis.
Enquanto Carlin deslizava com elegância, quase debochante, Arthur respondia com movimentos bruscos, desafiando com passos mais agressivos. O Mr. Mime mantinha a calma e a suavidade em seus gestos, enquanto o Passimian exibia uma intensidade invejável, como em "Se Ela Dança eu Danço", mesclando movimentos de p
opping e
locking com saltos acrobáticos.
Os ritmos se mesclavam de forma inusitada: o refinamento clássico do Mr. Mime contrastava com a ousadia e vigor do Passimian. Enquanto Carlin exibia um tango suave, Arthur respondia com movimentos mais contemporâneos, emulando coreografias icônicas de videoclipes modernos - que passava o dia assistindo pelo
Rotom Phone de Karen, oscilando entre estilos e ritmos distintos.
A dança era um diálogo silencioso entre dois estilos opostos, uma expressão artística de personalidades distintas. A plateia, formada por Pokémon e espectadores curiosos, aumentava e passavam a testemunhar um duelo que não era apenas físico, mas uma interpretação de diferentes formas de expressão através da dança.
No desfecho da disputa, Carlin e Arthur encontraram um ponto de equilíbrio entre seus estilos contrastantes. Em um gesto de entendimento mútuo, os Pokémon encerraram a batalha com um passo final sincronizado, uma mescla inesperada de movimentos clássicos e contemporâneos, demonstrando que, apesar das diferenças, a harmonia podia ser alcançada através da dança, gerando uma salva de palmas (ou sabe-se lá como se chama quando não se tem mãos) dos Pokémon, até mesmo da própria Arboliva.
Ao som das palmas, sendo ovacionados, Arthur e Carlin se entreolharam com um misto de respeito e camaradagem, reconhecendo a riqueza da diversidade de suas expressões. Arthur percebeu que o Natal não era sobre ser a Karen ou sobre deixar de ser ele mesmo ou até mesmo sobre cortar Luch com chicotes de Amarílis (?). Era sobre compreender e respeitar as diferenças. Ele se juntou então a Carlin para tornar a decoração da Grande Árvore de Natal Arboliva uma verdadeira obra de arte, deixando para trás os momentos de confronto em prol da celebração do VERDADEIRO espírito natalino.
Uma festa inusitada, com os dois Pokémon se divertindo juntos, trazendo alegria para todos os presentes na cidade. E Karen, ao ver a bagunça boa que seus Pokémon tinham feito, não pôde deixar de sorrir, afinal, o espírito do Natal estava ali, naquela celebração improvisada e cheia de carinho.