Keishin invites a strange jornalist to... do something?

Quando o garoto - que agora Keishin já sabe que se chama Loan - atendeu, ele já estava pronto para falar "Alô" quando percebeu que não era necessário; K. tomara partido e já iniciara com a primeira fala. Já sabendo do evento de Coralina, Loan interpretou bastante rápido aquela inquisição e abriu um sorriso tão grande que era possível ouví-lo no tom de sua voz:
- Mas é claro! - Do outro lado da linha, era possível ouvir ele pegando uma mochila, colocando nas costas e se arrumando sem tirar o telefone da orelha - Onde e que horas te encontro???

Ficou ali, ansioso, esperando que Keishin lhe guiasse. Irônico, não?! Mas apesar de parecer um sabe-tudo (ou talvez justamente por ser um sabe-tudo), Loan sabia que que era melhor que um outro lhe guiasse para que ele não chegasse a decisões preciptadas.


OFF: Aqui introduzo o primeiro sistema narrativo desta missão: a cada post narrativo meu, passará 20 minutos. "Ah, mas aquilo que foi narrado não condiz com o tempo corrente de 20 minutos"; não faz diferença. Se no post a única coisa que ocorreu foi uma frase, será considerado que os outros 19 minutos e 50 segundos gastos foram usados com o personagem olhando para o teto!!!!!
Grosserias (e brincadeiras) a parte, estou fazendo isso porque, se repararem, alguns eventos vão ter hora marcada. O sistema funciona assim:
→ A cada Post narrativo, passará 20 minutos. Você pode entrar em "modo de turno" para economizar tempo, ver regras no tópico seguinte:
→ No modo de turno você pode apenas pensar o quanto quiser e fazer 1 (uma) ação. Ou seja: falar uma frase complexa ou fazer um movimento complexo. É possível também fazer um movimento simples (jogar algo, lançar um pokémon, chutar alguma coisa/alguém) e falar uma frase curta/simples. UM MOVIMENTO COMPLEXO é um movimento onde há >um verbo em específico< e os outros são detalhamentos dele. UM MOVIMENTO SIMPLES é um verbo em específico sem nenhum tipo de detalhe.

EX:


→ Você pode fazer um descanso simples para passar direto por 2 à 3h se assim desejar.
→ Você pode fazer um descanso longo para passar direto por 6 à 12h se assim desejar.
→ Todo post de batalha é considerado um Modo de Turno.

Como já esperado por Keishin, o doido veio. Não teve dificuldade alguma de encontrar o outro doido e até se sentiu levemente identificado por toda aquela parafernália brilhosa que K. fez para ser encontrado; "ele é estranho igual a mim", pensou o rapaz. Bem, isso não vem ao caso, né?! Fato era que ele, já bastante ansioso, decidiu não só pedir um café como um café expresso duplo, quase às 18h. Olhou pro relógio, concluiu que seria mais uma noite ansiosa de insônia mas manteve o pedido.

Antes de qualquer refeição chegar, o garoto já colocou sobre a mesa uma pasta fina, com um caderno de desenhos e uns "brainstorms", além de uma foto de um quadro de investigação [IMAGEM PURAMENTE ILUSTRATIVA. Não dava para entender muito bem as minúcias da foto, mas colocara ela lá junto com os anexos por um simples motivo:
- Se pudesse, tinha trago a mesa - Deu um sorrisinho - Mas é só pra mostrar que é isso que eu tenho, não é oficial e ta no meu quarto.

Pela foto era possível notar duas outras coisas curiosas: (1) pouquíssima luz natural, quase nenhuma e (2) sujeira e bagunça por todo o chão. No mais, Loan deu um suspiro e começou a apontar para seus rabiscos e seu caderno. Folheou-os rapidamente e parou numa página, apontando para algumas coisas e ensaiando uma fala. Quando pensou que iria inaugurar um discurso, a pergunta de Keishin lhe tirou o chão.

... o que era muito estranho.

"Qual o problema de Juan sair de Sootoopolis?"; o garoto sentia que sabia responder isso, mas nunca havia sequer pensado em organizar esta resposta em palavras. Para ele - e para todo o povo sootopolitano - era óbvio. Boquiaberto, com os olhos um pouco arregalados e mirando o nada, deu um longo suspiro, pensou um pouco, deixou o silêncio agir e começou:
- Já viu esse lugar? - Apontou para o céu. Não estava se referindo ao teto do estabelecimento e sim ao "teto" de Sootopolis. Aqui precisamos lembrar que Sootopolis é a única cidade do mundo pokémon (lançada até agora) que tem um teto. Ela é formada dentro da cratera de um vulcão, que por questões geológicas, se fechou no topo - Ninguém sai de Sootopolis, somos descendentes dos povos originários e continuaremos sendo.

E aqui, ele deu uma pequena pausa mais uma vez. Seu tom de voz manso não condizia com o garoto agitado que estava ali a poucos segundo. Com o olhar mais calmo, virou-se para Kenshin e continuou:
- E... se não é ninguém daqui que vai assumir o ginásio... quem vai? - Sua pergunta trazia uma tristeza sincera. Tinha receio de que não fosse mais um Sootopolitano e a saída de Juan começasse a romper com os rituais culturais que as ruínas e os cidadãos lutaram tanto para preservar.

OFF: Contei 5 minutos por que você tocou em (1) Onde (2) Como (3) O quê (5) Falta algo e (4) Resumo.

Foi nesse momento que o rapaz deu um meio sorriso e pensou em seus miolos: "agora vou mostrar que eu realmente sei algo que ninguém sabe". Encheu o pulmão de ar e foi sucinto:
- Achei um testamento - Seu sorriso manteve-se no rosto, como se esperasse uma reação de Keishin - Estava no cartório assinando uma procuração do meu advogado e vi Juan entrando numa sala reclusa. Dei uma desculpa qualquer, segui e vi ele conversando e ajeitando o final do seu testamento - Até aqui, o "quê", "como" e "onde" fora até bem enunciado - Mas falta tudo. Não tenho nem culhões pra acessar o documento no cartório e muito menos sei de alguém que possa vazar ele pra mim. Parece que é tão sigiloso que a maioria dos funcionários nem sequer sabem disso e o assunto não ta circulando.

No mais, o que faltava era o restante do resumo de sua investigação. Ele, particularmente, achava uma perda de tempo falar de coisas que estavam já minuciosamente registradas no material que deu para, então só sinalizou o resumo-do-resumo:
- Depois disso fui ver se ele tava repartindo os bens dele pra algum parente. Rastreando transações bancárias, só achei venda e compra, não achei nenhum tipo de holding ou coisa do tipo...

O que ele vendeu, o que comprou, e esses detalhes ele não falou.

Ao dispensar a utilidade do jovem, ele ficou claramente triste. Deu aqueles sinais claros de que uma frustração lhe pegara desprevenido e seu sorriso caiu por completo, ainda mais do que quando pensara na possibilidade de Juan largar Sootopolis para trás. Sem falar nada, ficou pensando onde errou: "será que não devia ter admitido que não tenho coragem?", pensou consigo mesmo, se auto-repreendendo. Concluindo que era este o problema, aceitou que era realmente uma pessoa ruim para aquele tipo de tarefa e lhe pediu para prometer:
- Faço isso e te sirvo de enciclopédia se prometer me contar o que descobrir - E não falou mais nada.

Ficou quieto, esperando K. ler tudo e ver se ele tinha alguma pergunta. Provavelmente ia ter.

O lobinho então começou a passar o olho. Na foto da mesa-investigativa e nos rabiscos, não precisou ler nada (para a felicidade de Jaete) e poderia focar apenas na estética e na composição visual: eram majoritariamente fotos e desenhos, que tentavam rememorar os funcionários do local. Desenhava o que lembrava e tentava fazer um retrato falado do homem que viu entrando com Juan e comentando alguma coisa; lembrava muito mais de suas costas do que de sua frente e a única coisa REALMENTE útil naquele desenho era um relógio prateado e fino no braço esquerdo e o cabelo curto cachedo, em tom negrume.

No mais, não tinha mais nada muito útil para identificar.

Na foto da "mesa investigativa", era difícil identificar direito o que estava ali. Fotos de fotos não são muito interessantes, principalmente pelo fato de que as fotos que estavam dentro das fotos (numa metafotística) estavam a distância. O que pôde ver é que Loan fez um trabalho de botar ali o quadro de funcionários e descartar os funcionários que poderiam ser. Ficou com três rostos em interrogação.

Na pasta, os brainstorms anexavam alguns trechos de respostas às perguntas que Loan fazia a um funcionário ou outro, como motivo de descarte. Eram nomes de funcionários seguidos de motivos para serem "suspeitos" e motivos para não serem. Em geral, o que mais o descartava eram "álibis" do dia em que o próprio Loan estava no cartório. Junto do Brainstorm tinham a foto de três funcionários, de idades completamente diferentes, que tinham cabelo cacheado e escuro. O jornalista acreditava que um desses três era justamente o funcionário que teria a informação.

Os motivos não eram apenas as semelhanças físicas de sua memória daquele dia, os três tinham cargos concursados, então eram profissionais estáveis no tabelionato. Os três não tinham nenhum histórico de mal comportamento, então eram confiáveis. Os três não eram próximos da rede de Loan, então ele não tinha informação sobre onde estavam no dia 02 de Fevereiro desse ano.

OFF: Seria depois do prólogo, mas sem o Tyrant aqui, não vejo tanto motivo pra elaborar. Eu ia jogar dado pra fazer uma disputa mais 'higienizada' das minhas impressões e tornar ela mais próximo do justo. Se você quiser, podemos fazer mesmo assim. O Prologo era só pra te passar as infos e você decidir se ia seguir com o garoto ou não.

- Hmm, eu sei por alto dessa história porque a própria Coralina veio me perguntar algo - Disse, num tom meio apreensivo - Mas, sendo sincero? Não quis me meter nisso. Olhei as datas e percebi que não batiam, o testamento é do início do ano, o pedido de alimentos gravídicos é tipo... do mês passado. Parece que a mulher ta grávida mal tem dois meses, então não foi por isso que Juan mexeu nas posses dele - Deu um suspiro longo e depois deixou os ombros caírem - Percebendo que isso só ia me direcionar pro lado errado, deixei pra lá. Eu quero saber do testamento, sabe? Não da vida privada do Juan.

O que ele queria dizer com isso era, basicamente: "eu quero saber se ele vai sair de Sootopolis ou não, não de fofoquinha". O tom de menosprezo deste tema ficava bastante evidente; parecia ter algo mais individual de Loan do que qualquer outra coisa. Na verdade, sendo muito sincera? Era difícil dizer se Loan fez ALGUMA COISA NESSE CASO que não tivesse sido extremamente passional. Isso é um problema? Talvez sim, talvez não, fato era que, passional ou não, ele fez um excelente trabalho coletando fontes e desenhando pessoas...

E então, foi se preparando pra sair. Não quis a pasta de volta, nem lutou para ficar lá por mais tempo. Ao invés disso, só salvou o número de Keishin no telefone e preferiu se mandar o mais rápido dali. "Se precisar de alguma coisa, a gente conversa no RotomZap", comentou, já indo pagar a conta da mesa para o justiceiro.
- Acho que tudo que coletei ta ali e ali - Apontou para as duas divisórias principais das pastas. Uma delas tinha tudo aquilo que era útil que eu tinha comentado, na outra um bocado de devaneios que Loan chamava de documentos - Acho que não posso mais ser muito útil.