Keishin invites a strange jornalist to... do something?

E bora de cartório?! Keishin não encontrara nada novo naquela ficha, já que era a terceira ou quarta vez que passava o olho naquele troço. Já estava no pé do cartório quando descobriu que ele abria às 08:00h. Cedo! Ainda assim, mesmo de portas fechadas, o garoto encontrou algo que podia ser útil: funcionários. Um entrava de moto no estacionamento. Tinha capacete e blusa de manga comprida, tornando impossível descrevê-los. Aparentemente era alto, mas sentado era difícil ter certeza. Na sua garupa, uma moça de cabelos longos, também com capacete e blusa longa.

Outros dois transeuntes andavam em direção ao lugar, desacelerando os passos, parecendo que estavam "chegando". Não estavam uniformizados e nem identificados, mas olhavam para K. com uma sobrancelha arqueada, como quem pensava "hm?". No estacionamento, o barulho de um carro também era ouvido, provavelmente alguém estava estacionando quando ele chegou...

... funcionários pontuais, né?!

Foi-se e voltou-se (?). K. não tinha nenhum tipo de plano muito bem traçado mas se quisesse poderia fazer o que bem entendesse nesse meio tempo; Coralina até tinha lhe dado o telefone, mas não estava acordada. Apesar de ser uma idosa, tinha hábitos noturnos. No mais, voltou para o cartório e pôde passar pela porta de vidro sem nenhum problema.

Logo de cara foi reconhecido pelos funcionários da recepção: os dois garoto que estavam andando a pé e olharam bem nos olhos de Keishin quando ele estava na calçada. Já imaginavam que ele iria querer algo então logo lhe informou:
- Não precisa pegar senha - Deu um sorriso afirmativo e lhe chamou para se aproximar do balcão. O local estava realmente vazio, o que de fato tornava desnecessário pegar senha - O que deseja?! - Perguntou o outro garoto.

Já que em nenhum momento os descrevi, aqui vai uma breve forma de descartá-los também: além de claramente ser do baixo-clero do cartório, os dois eram loirinhos de pele bronzeada, num estilo um bocado surfista. Um mais novo e mais baixo, outro mais velho e mais alto. Nenhum dos dois muto alto, nem muito baixo, nem muito novo e nem muito velho; eram ambos medíocres e medianos em tudo. Ainda assim eram bastante simpáticos e talvez por isso perfeitos para o trabalho de balcão.

A voz era até um pouco semelhante, se olhasse no crachá veriam que tinham o mesmo sobrenome, ou seja, provavelmente eram parentes, mas isso importa?!

Sim, falar que queria fazer um testamento com 19 anos era estranho, mas o problema não foi esse. Quando Keishin falou sobre ser Ranger, tentando tamponar algum tipo de falha em seu plano, ele fez com que os dois irmãos se perguntassem o óbvio: "ué, e Ranger tem alguma coisa pra repartir?". Claro que não falaram isso, não queriam soar preconceituosos, mas uma dúvida ficou no rosto deles e K. não saberia porque.
- Bom, pode me acompanhar - O maior deu um sorriso e logo abriu uma portinha no balcão - É ali dentro.

E ai, foram. O corredor era estreito e dava para várias salas pequenas, que pareciam um pouco um setor de jornalismo. Passaram por todas ela e foram até o final, numa salinha que era intitulada "Giovani". Lá, logicamente, tinha o Giovani. Tinha cabelo curto, cacheado e preto. O relógio não era prata, mas estava no braço esquerdo e parecia também caro.

A descrição batia com a de Loan, salvo o tal do relógio. Com um sorrisinho do rosto, perguntou:
- No que posso te ajudar?!