[Swarm] This girl is on fire!

Cruzes! Eu achei que ter frequentado saunas ajudaria a saber mais ou menos o que esperar daqui, mas já vi que o calor é bem pior. Tratei de amarrar o cabelo pra liberar a nuca e expor um pouco mais do couro cabeludo. Apesar de não ter tanto ar assim pra aliviar a pele, seria pior se deixasse abafado, até porque o suor é sabido ser uma das estratégias do corpo pra equilibrar a temperatura e tal. Uma outra estratégia era manter a hidratação, por isso seguia bebendo água!

Ao avançar, percebi que o que a princípio pareciam ser irregularidades do terreno, na verdade eram Pokémon de pedra do lugar. De qualquer forma a estratégia foi a mesma de tentar evitar um combate com eles. Normalmente já eram bichinhos mais mau humorados quando selvagens, agora com o estresse do ambiente o humor não deve tá dos melhores. Mas, por outro lado, o estresse também deve fazer com que eles prefiram economizar energia pra lidar com o calor, ao invés de sair por aí comprando batalhas gratuitamente.

– Gylfie! Olha! – chamei a atenção da parceira pra movimentação estranha vinda das sombras. Precisava que Rotom se colocasse em posição de guarda pro caso de haver encrenca adiante.

Vem aííííí! O que? Nem sei -q
- [Swarm] Mt. Chimney
- 3d100 -> Genero, Shiny e Habilidade.

A sombra era enorme, os passos pesados trazia uma sensação de um gigante saindo daquela caverna, todavia, na verdade, quem aparecia era um pokemon humanoide, de coloração majoritariamente vermelho com preto, era como se vestisse um elmo na cabeça -..Det!- ele aparecia para a dupla com os braços cruzados, meio que pergutando o que queriam nesse lugar, porem, ainda sim, o pokemon não demonstrava nenhuma hostilidade e muito menos parecia que agia instintivamente como a dupla de Pikipek capturado anteriormente.

Era como se ele fosse um líder de um grupo ou um individuo muito importante em algum papel que situava ocorrendo nessa onda de calor. As rochas subtamente paravam, olhava para aquele pequena criança e simplesmente rolavam em direção ao mesmo -Det!- consequentemente fazendo entender que não era com Nakeisha que ele estava falando, afinal, todos pokemons simplesmente tanto passavam ao lado quando entravam pelo buraco cujo saiu; Uma incrivel demonstração de poder, ninguem ali contestava, apenas aceitava bem como fazia o que era ordenado.

Finalmente, dando de ombros, ele começava a lentamente entrar na caverna.

No instante em que vi o Pokémon, imediatamente puxei a pokédex pra saber quem era. Definitivamente era uma espécie que eu nunca tinha visto antes, mas logo viria a descobrir que era, na verdade, a pré evolução de outro que eu sim conhecia: Ceruledge! Não que eu tivesse qualquer relação com ele, mas conheci alguns através do Battlefield que trouxe espécies de Paldea.

– Incrível! – exclamei não apenas pela presença mais que inesperada desse Pokémon aqui, mas também pela forma como ele captava a atenção e certa obediência dos outros selvagens locais – Hey, espera um pouco...!

Distraída enquanto pensava mil coisas a respeito do meu encontro com Charcadet, quase o perdi de vista. Mas não podia deixar uma oportunidade dessas escapar pelos meus dedos, por isso me apressei a seguir o Pokémon se eu pudesse entrar na caverna também, cuidando pra acionar a lanterna do RotomPhone. Se não fosse possível entrar, então repetiria o meu chamado pra atrair a atenção do Pokémon pra mim e não o perder de vista.

No momento onde pegava a pokedex bem como mirava em Charcadet -Ele é como um carvão queimando que ganhou vida..- as informações já começavam a serem passadas -E se tornou um pokemon, possui um espirito de luta ardente onde enfrentara qualquer oponente, indepedente da força..- enquanto o mesmo liderava todos selvagens presentes no lado de fora daquela caverna -Finalmente, seu poder de fogo aumenta quando luta, chegando a um ponto de 82° Celsius..- e nesse último detalhe, tal item simplesmente retornava a mochila.

Mas, infelizmente, esse tempo ouvindo acabava resultando em uma quase perca de vista daquele pequeno, todavia, indepedente, a garota tentava seguir o mais rapido possivel consequentemente sendo recebida por um vapor ainda mais quente do que antes, era como se estivesse entrando na boca de um vulcão, sua pele parecia querer derreter; Rothom olhava preocupado, ponderando se virava a forma voadora ou se mantinha protegido nessa de fogo, todavia, não demorava segundos para invadir o telefone novamente bem como mudar para aquele ventilador, afinal, mesmo sofrendo pelo calor, sua amada treinadora, pelo menos iria receber um vento fornecido por suas hélices.

Algo que fazia refrescar imediatamente assim como diminuir toda a sensação de queimadura; Terminando, o interior da caverna era vermelho, seja nas paredes, chão ou teto, havia diversas entradas, tanto direita quanto esquerda -..Det!- mas a voz de Charcadet se destacava no meio de tantas escolhas, num buraco a distancia que levava para frente.

– Quente-quente-quente! – reclamei quando os sintomas de dentro da caverna começaram a me atingir, por sorte Gylfie tinha sido ágil e já estava de volta na forma ventilador, refrescando um pouco o lugar.

Morei e estudei em Hoenn por anos suficientes pra saber que o Mt. Chimney era um vulcão há anos adormecido, por isso foi uma grande surpresa encontrar seu interior assim tão quente. Até então achava que o calor do evento climático incomum era só do lado de fora, por causa do sol escaldante, mas pelo visto tudo se afeta...

– Obrigada, querida. Agora, não podemos perder Charcadet de vista! – orientava a companheira, pois eu já me adiantava a seguir o caminho por onde escutava a voz do bichinho, com o phone a iluminar o trajeto.

Havia um pouco de esperança de que mais fundo na montanha o calor fosse ameno e tolerável. Isso é, se o vulcão realmente não tiver sido desperto depois desse fenômeno misterioso.

Conforme Nakeisha aproximava da onde escutou aquela voz de Charcadet acabava sentido alivio ja que diferente do que esperava, quanto mais ao centro da montanha chegava, menos calor sentia, era como se algo de errado estava acontecendo em Mt. Chimney, nada fazia sentido e isso continuaria se decidisse simplesmente virar bem como ir embora; No entanto, logo alguns centimetros atrás da entrada, um punhado de terra se formava como um tapete que cobria completamente o chão e agora podendo ver do outro lado, uma claridade forte em seus olhos impedia de ver por alguns segundos.

Como a temperatura foi abaixando lentamente até chegar no local consequentemente não trazia um choque termico bem como permitia a Gylfie parar de girar e descansar momentaneamente; -..Ler..- -..dude- -..Det..- -..mel- -..Rupt!!- Diversas vozes junto de grunhidos bem como batidas de asas eram ouvidas enquanto os olhos de Laouali se adaptavam a nova luminosidade e quando finalmente podia abrir seus olhos acabava vendo uma cena bastante incomum, no chão havia tonelada de terra, pelo menos alguns centimetros do chão, no teto e paredes haviam diversos buracos onde circulava o ar; Geodudes e Graveler faziam um caminho de linha reta que interligava um buraco ligeraimente na altura do joelho cujo tanto entravam quanto saiam bem como despejavam mais terra no local.

Como uma biologa, ela logo entendia que este material era um isolante térmico natural que ajudava reter calor e a circulação de ar permitia aumentar ainda mais a circulação de ar; Para finalizar, diversos quadrupedes como Numels, Ponytas, Camerupts e Rapidash situavam espalhados pelo cenário, alguns deitados isolados, outros em grupos; Fletchinders, Oricorio e Pikipek surgiam voando por cima, jogando berrys para os "refugiados" ou ficando por perto para resfrescar enquanto batia asas; Charcadet era o responsável por pegar, entregar e conversar com todos ali presente, indo de um lado ao outro, falando alguma coisa; Ainda naquela cena, uma resposta era dada, Zigzagoons, Poochyenas, Manectrics situavam espalhados, deitados no meio daquela terra, descansando do calor absurdo que estava na rota 112..

E quem os trazia era os lideres do bando, Mightyenas e Linoones, alguns Machops e Torkoal também traziam por outros buracos; Ninguem ali notou a presença da morena ou simplesmente estavam muito ocupados para se preocupar com a treinadora.

Foi difícil absorver tanta informação nova e incomum num primeiro momento. Precisei piscar os olhos várias vezes, observando cada detalhe, enquanto encontrava um cantinho junto a uma parede pra eu ficar fora do caminho dos Pokémon e continuar ali sem chamar tanta atenção. Pra me ajudar a compreender minimamente tudo, precisei anotar no meu bloquinho cada detalhe.

Os Pokémon pareciam ter encontrado uma maneira de se proteger e amenizar os impactos do clima ali dentro. Era praticamente um abrigo de refugiados, com direito a comida e uma convivência harmônica, aparentemente liderada por Charcadet. Estavam tão pacíficos diante daquela situação que nem reagiram na minha presença.

Eram informações fascinantes em se tratando de Pokémon, principalmente porque muitos ali eram conhecidos pelo temperamento nem tão amigável, como alguns de fogo, pedra e lutadores. Dos que eu conhecia bastante, os próprio Fletchinder que são naturalmente agressivos e territoriais estavam convivendo até mesmo com suas presas naturais, como os Pikipek.

– !!!! – nada disse, mas meu olhar pra Gylfie revelava o fascínio em poder presenciar uma cena que, imagino, deve ser muitissimo rara de acontecer. Até aproveitava pra tirar fotos e filmar alguns trechos se conseguisse, tomando cuidado pra remover som e flash do telefone. Não queria chamar atenção, mas também precisava manter os olhos em Charcadet, que de repente se tornou ainda mais interessante com seu comportamento de liderança e caridade.

Lentamente Gylfie parava de girar conforme sentia que Nakeisha localizava mais refrescada que antes; Sua pele ja não ardia e pisar naquela terra fofa causava uma sensação estranha, de que caminhar descuidadosamente podia a fazer afundar ou pelo menos ficaria na altura das canelas; -...det?- e no instante onde puxava a camera, em sincronia, o líder encarava a menina, curioso com que estava fazendo, inicialmente fazendo um semblante zangado, talvez pensasse que fosse algum tipo de arma ou algo do gênero que o alarmava, porém, ao reparar que era inofensivo acabava tanto ignorando quanto voltando a liderar os pokemons locais.

-..goon..- Zigzagoons antes desidratados bem como cansados, agora, brincavam com energia naquele terreno, jogando contra outros da mesma especie, correndo enquanto pulava -...det!- ações que faziam Charcadet da uma bronca e apontar num canto mais isolado para eles se divertirem,afinal, outros pokemons estavam recebendo em seus rostos aquela terra, agitando Poochyenas que começavam a rosnar ferozmente "Roarf" mas era um latido de Mightyena cujo estava por perto que fazia se acalmar; Eram 6 de cada espécie mais um lider, eles se separavam, um grupo mais em cima na esquerda, outro em baixo.

Numels dormia tranquilamente no outro canto, Pikpek, Tallonflame, Fletchinder, revezavam entre si, alguns paravam para comer as mesmas berries que atiraram anteriormente; Machokes pegavam, repartiam e entregavam para cada individuo presente; E é justamente esses pokemons que permitiam a garota ter a certeza de que realmente era fundo, pois, eles andavam com dificuldade, se arrastando, todavia, seu porte fisico permitia andar sem maiores problemas; Sorrisos pela generosidade, amizade, comando, harmonia, eram um conjuto de cenas cujo foram capturadas pela camera de Laouali.

Seguia observando e registrando aquela cena incomum em vários sentidos. Já seria estranho só pela presença dos Pokémon "estrangeiros" aqui, ficava ainda mais incomum quando juntava o comportamento que aquela comunidade executava, movida pela sobrevivência. Isso só reforçava, pra mim, o quanto os Pokémon eram criaturas incríveis!

Só quando minha mente começou a se acostumar mais com a organização dos Pokémon é que pude prestar atenção em outros detalhes, como aquela camada grossa de terra e a forma como os Pokémon usavam ela. Seria um isolante térmico? Seria natural ou produzido por alguma das espécies?

Na dúvida, procurava na bolsa um recipiente vazio que eu pudesse encher com um pouquinho da terra pra enviar pra análises de laboratório. Desde a minha missão no Lake of Rage em que precisei coletar várias amostras de água e terra, enchi a mochila com esses frasquinhos de coleta de laboratório e sei que até hoje ainda devo ter alguns perdidos em algum lugar da mochila.

Ah, e não posso me esquecer de Charcadet! Percebi que ele finalmente tinha notado minha presença e escolheu me ignorar, o que agradeci de várias formas, inclusive porque ali dentro eu também podia me refugiar do calor tenebroso do lado de fora. Enfim, talvez se minha movimentação chamasse atenção de novo do Pokémon de Fogo, eu faria uma boa cara de simpática e amigável, sorrindo e acenando pra reforçar o sentimento de confiança e quem sabe ganhar sua amizade aos poucos, por que não?!