off :
Mals se tiver narrado algo errado, me empolguei e.e
PS: Talvez eu tenha dado uma viajada legal e sim, eu queria escrever mais do que isso -qqq
PS: Talvez eu tenha dado uma viajada legal e sim, eu queria escrever mais do que isso -qqq
Com olhos fechados, o garoto pode sentir um leve e tranquilizante toque, que estranhamente também detinha uma textura gelatinosa, alcançar sua testa, fazendo seu corpo afrouxar e sua mente ceder aos poucos em meio a um irresistível sono. Logo estava a dormir.
De repente, ouvira um distante brado um tanto grosseiro e familiar invadir o ar, acordando-o em meio a um confuso susto. Diante a isso, como em busca a origem daquele som, se pôs rapidamente a escancarar suas pálpebras, obtendo a visão do espaço a sua volta, assim como da face de um inesquecível ser. Ali, bem a sua frente, se encontrava o homem que outrora fora o treinador da rochosa, o que era bastante estranho, afinal, ele havia sido preso pelos Rangers há algum tempo, não? Na verdade, tinha certeza sobre esse fato, então só lhe restaria uma única reposta para que essa pessoa estivesse ali... Será que havia escapado do local onde havia sido encarcerado? A prova estava diante de si. Além disso, algo mais chamava a atenção sobre aquela pessoa. Estranhamente, ele lhe parecia mais alto do que se recordava, detendo uma expressão assustadora sobre a face.
Entretanto, antes que sequer pensasse em como agir em relação a aquela pessoa, seu foco de visão fora arrastada para outra direção, tendo como centro agora um azulado réptil de casco amarelo e marrom, obviamente se tratava de uma tartaruga, especificamente de um Wartortle. Estranho. Como poderia saber que criatura era aquela se nunca havia visto uma antes? Nem por fotografias recordava-se de telo visto, tinha certeza disso... E quanto aos outros? Onde estariam seus parceiros? Olhara da maneira que lhe era permitida ao seu redor e não havia encontrado um único sinal deles. Óbvio, as esferas, eles deveriam estar dentro delas. Caso resolvido. Porém, havia algo mais do qual estava se esquecendo, sentia isso de alguma maneira...
“O que... O que... Pensa... Pensa...” Esforçava-se em vasculhar sua mente. “Cadê Amélie?”
Então, decorrente ao fato de se recordar da imagem da jovem, as coisas em sua mente começavam a se encaixar, fazendo-o associar o espaço onde se encontrava as lembranças da loira. Como em prova, enviou o seu olhar para as suas mãos, encontrando nada mais do que bonitos galhos de outono. Amélie havia dito a verdade, ali estava o jovem a observar as memórias de sua parceira. Seria uma experiência incrivelmente única.
Novamente, o homem bradara contra ele, quer dizer, contra a Sudowoodo, ordenando-a que atacasse uma criatura aquática e... Isso não fazia sentindo algum para o jovem, apenas o deixava irritado com o opressor da rochosa. Seria apenas uma básica análise de naturezas para perceber que sua parceira estava em total desvantagem. Com que objetivo lógico essa pessoa fazia isso? Para o jovem, nenhum. Sentiu a perna tentar se mover sem sucesso algum, mas estranhamente, de alguma forma, sabia que isso se devia a uma corrente que a prendia naquele local, ainda mais, sabia quem era o culpado disso e que havia sido de propósito. Nesse instante, pode sentir a mesma fagulha de outrora se acender em seu interior, uma latente raiva contra aquela pessoa, que o fazia querer mais do que tudo avançar contra ele e dar um fim a opressão. Contudo, o corpo não respondia a sua vontade de girar na direção do homem, na verdade, não respondia a estímulo algum, já que este corpo não era seu, e mesmo que houvesse algum meio para isso não adiantaria de nada, era somente uma lembrança. De nada tentaria correr contra algo imutável.
Então, ofuscando seus pensamentos tempestuosos, a dor surgiu na forma de uma torrente de água, encharcando e torturando o seu ser à medida que algo cutucava a sua mente, tentando penetra-la de todas as maneiras. Repentinamente, não somente dor perpetuava por sua consciência, mas também uma série de sentimentos que não lhe pertenciam o invadiam, como medo, incompreensão, desejos contraditórios e sobretudo confusão. Consequentemente a isso, deixando que fosse divido em três distintas facetas. A revolta, desesperada para cortar os grilhões, vingar-se e alcançar a libertação dos maus tratos. A acuada, inerte, a espera de um cessar dos tormentos de maneira milagrosa e temerosa quanto a tudo. E a submissa, determinada a tentar agradar o seu carcereiro em busca de aceitação. Uma bela confusão.
Em meio à tormenta de pensamentos e o desenrolar daquele embate unilateral, ainda podia ver uma pequena criatura de pele azulada e rubros olhos a se preocupar com o seu estado, deixando, apesar da diferença em seu olhar para com os dias atuais, impossível não reconhecê-la. Era Nina. Desde cedo ela demonstrava um senso de proteção para com Bells.
Assim, dando continuidade as sequências de memórias da rochosa, novos cenários emergiam naquele ambiente, fazendo o jovem presenciar e sentir tudo pelo qual a sua parceira havia passado. Em meio a treinos forçados, batalhas desgastantes e repetidas agressões, aos poucos a faceta acuada ia devorando as outras duas, dominando toda a sua consciência e deixando-o desesperado pelo momento em que sua presença se faria presente naquelas lembranças, e se não houvesse certeza nessa salvação, com certeza teria afundado tanto quanto a Sudowoodo. Entretanto, tampouco isso queria dizer que não ficaria marcado por essa experiência. Dessa forma, a viagem continuava.
Ao longe escutara uma voz doce a repetir seu nome, seu corpo se encontrava estirado pelo chão enquanto que podia sentir os cantos de seus olhos extremamente úmidos. Escutara seu nome ser repetido mais uma vez, deixando-o confuso se não seria somente uma peça de sua mente desesperada em busca de alívio. Respirou pesadamente em meio a um leve gemido de choro e se forçou a abrir os olhos, adquirindo a imagem da jovem loira a sua frente, parecia que não a via há anos. O pesadelo havia acabado, mas ele não sentia como se de fato tudo houvesse chegado ao fim, já que todas aquelas imagens continuavam a perpetuar por sua consciência.
De imediato tornou a fechar os olhos novamente, cobrindo a sua face com o antebraço enquanto inevitavelmente lágrimas escorriam por sua face. Naquele instante, tudo o que mais desejava era se encolher e ficar a sós com o umedecer de seus olhos, temendo não ter que passar por experiência parecida novamente. Contudo, não poderia continuar a desejar isso. Em momento algum parara para pensar o quão profundos seriam os ferimentos de Bells, sentia-se tolo e envergonhado ao ter pensando que poderia resolver esse problema com apenas palavras bonitas. Agora, via claramente que teria de tomar outro caminho, teria de se mostrar mais confiante. E quanto a ele? Não sabia como lidar com todos esses sentimentos, sentia apenas a necessidade de colocar tudo para fora, de falar com alguém a cerca disso, mas não sabia de que maneira fazer isso. Por hora, tentaria ludibriar sua mente, esquecer-se de si, já que havia coisas mais importantes em questão.
- Fui idiota ao pensar que poderia resolver os problemas de Bells de maneira tão simples... Eu não sabia de nada em minha inocência... – Murmurou para si para então tentar se encorajar a seguir adiante. – Mas vamos lá, cabeça de alga. Ninguém se importa com você, então deixe de chororo e vá ajudar sua amiga. Ela precisa de você nesse momento...
Ditas essas palavras, o jovem respirou fundo e lentamente descobriu sua face, revelando aos presentes um rosto abatido. Entretanto, mesmo diante a como se sentia em seu interior, deixou que seus olhos corressem em direção a loira e se pôs a dar um leve sorriso, como se anunciasse que tudo estava bem. Em seguida, ergueu-se pesadamente e, tentando dar passos leves e fingindo estar bem, se dirigiu a Sudowoodo, não hesitando envolvê-la com os seus braços como forma de acalma-la.
- Desculpa ter deixado você passar por tudo isso novamente... Eu realmente não sabia que havia suportado toda essa dor nas mãos daquele homem. E Fui tolo ao achar que poderia lhe ajudar somente ao tentar dizer algumas palavras. Desculpa. – Começou de maneira calma enquanto uma lágrima ou outra ainda insistia em surgir. – Mas isso não quer dizer que eu vá desistir de lhe ajudar a superar isso. Agora, juntos, nós iremos vencer todas essas barreiras, okay? Não irei deixar que suporte essa carga sozinha e tampouco deixarei de lhe mostrar que pode confiar em mim, que nada daquilo tornara a acontecer novamente. Entende o que eu quero dizer? Nós dois iremos vencer aquela pessoa.
Tendo mais uma vez enfatizado sua vontade de ajudar sua parceira acima de todas as outras coisas, sua visão escapou em direção a Amélie, focando o carmesim de seu olhar em busca de ajuda para seguir adiante pelo caminho o qual sua intuição o chamava.
- Amélie, obrigado pelo o que você e seu parceiro fizeram aqui. Mas eu poderia pedir outro favor? Tive uma ideia, e apesar de não saber se irá adiantar de alguma coisa, é a única forma que vejo de provar a Bells que comigo as coisas serão diferentes, que não precisará temer mais coisas que nunca irão alcança-la novamente, entende? - Prosseguia, agora, com um sorriso fraco na face enquanto continuava abraçado à rochosa. – Por favor, batalhe comigo.