#006 - New grounds, new adventures!

Ouvindo aquilo Charles não se assustou, não era a primeira vez que alguém tentava fazê-lo sumir apenas por incomodar alguns vendedores. Sim! A criança tinha certeza que isto era obra do dono da tenda e não conseguiria tirar isso da cabeça, não por machuca-lo, mas sim por envolver um Pidgey fragilizado na briga. Se enraiveceu e, aceitando a ajuda de Shion, porém não achando necessário, pulou da cama segurando sua mão, não vendo a hora de sair daquele lugar e resolver essa história:
- Vamos agora no Centro Pokemon! Cura seus pokemons e vamos chamar esse cara pra uma briga - Afirmou sem medo - Eu vou acabar com ele... A gente, quer dizer.

Charles estava claramente revoltado; sabia que Pidgey provavelmente sentiria o mesmo que ele e só precisavam de um treinador para comandar a briga, nenhum pokemon ali reclamaria disto, na realidade, a grande maioria estava farto de ser tão maltratados e queriam mostrar seu poder; talvez Shion seria um ótimo auxiliador para organizar essa briga. Talvez não; ou ainda, talvez nem quisesse, porém era este o pensamento de Charles, e aquilo não sairia tão fácil de sua cabeça.
- Scizor já caiu, eles já não tão fortes, eu não sei batalhar, mas sou bem espertinho - Afirmou com orgulho seu talento, não se importando com julgamentos.

O menino revirou os olhos e olhou com uma cara completamente cética a idea de Shion. Mais uma vez esse papo de paz? Pensava desesperançoso. De qualquer forma, precisava dele para fazer qualquer coisa, então não o largaria por não concordar, tentaria ouvir a proposta com calma e,quem sabe, até aceitar e deixar sua ideia como segundo plano. Ao fim decidiu apenas pontuar algo por motivos de esclarecimento:
- Eu não pretendia machucar ninguém não, ta bom? - Informou - Não sou cruel, eu queria resolver como vocês sempre resolvem, batalhando.

Terminado isso foi com Shion ao centro pokemon que ficava bem perto dali, no caminho fez algumas indagações e uma sequência de perguntas, sendo importante apenas a parte onde perguntava sobre o plano:
- O que você ta pensando? - Fora a primeira pergunta - Se não der certo, vamos tentar pelo meu plano - Afirmou sem nenhum dúvida.
Já no centro Pokemon veriam Elizabeth e Pidgey juntos com a Enfermeira Joy em algumas cadeiras laterais, agora era o momento do menino recuperar as energias de seus pokemons nas máquinas de rápido funcionamento e se preparar para o pior.

A ideia de Shion era inegavelmente boa, Charles não poderia reclamar porque, se isso desse certo, não teria mais problemas com comida, porém a chance de dar certo era mínima; porque vendedores ficariam distribuindo comida de graça por ai? Qualquer um poderia pegar? Quem monitoraria isso? Algumas dessas perguntas passavam pela cabeça do pequeno Charles, porém era menor demais para formula-las e expressá-las, então apenas acenou com a cabeça, esperando que o plano B (o dele) fosse o que restasse. Dando de ombros, saiu do estabelecimento e resolveu esperar todos lá fora
Pidgey já estava sadio no colo de Liz e logo ia para o de Shion, que ao mesmo tempo que pegava o pokemon, perguntava algo completamente sem sentido, "Elizabeth, sempre comprou alguma comida? ". Perdida na pergunta, apenas pediu para que refizesse a frase:
- O que você disse? - Perguntou Liz, enquanto saia do local indo atrás de Charles.

Ouvir a resposta da Shion fizera Elizabeth finalmente entender o que o garoto tinha dito, aliciando a ideia de alimenta-lo; Liz não havia esquecido! Nesse meio tempo foi ao mercado do lado e comprou vários biscoitos, inclusive para ela e Shion também. Mexeu na bolsa um pouco perdida ao meio dos tantos apetrechos que levava consigo, porém, com muito esforço, encontrou as guloseimas e deu tanto para criança quanto para seu parceiro:
- Sei que não é tão saudável, mas era o que tinha na lojinha, se quiser podemos passar no supermercado depois - Afirmou a garota.

Paralelo a essa fala, tanto o celular de Mimi quanto o de Shion começavam a vibrar, recebendo mensagens seguidas de mensagens, era parte do seu grupo procurando-os preocupados; em uma das mensagens pedia para que voltassem a onde se separaram, ou seja, as barraquinhas comerciais, marcada como ponto de encontro.

O grupo então voltara para a cena seguinte e, pela primeira vez em anos, Charles pisava novamente naquele centro comercial. Alguns olhares esquisitos partiam tanto dos comerciantes quanto do orfão que, ao meio de tanta gente, andava tremendo e bastante torto. Caminharam elas ruas lotadas que, desafiando o impossível, conseguiam ficar cada vez mais cheias; bem mais que o normal. Juntavam-se ao fluxo de pessoas e iam mais rápido, o calor e a correria tornavam aquele fim de tarde algo quase insuportável e Charles se perdia de vez em sempre ao meio das pessoas, porém era esperto e logo se achava mais uma vez; Elizabeth já ficava estressada com aquilo, porque diabos estava tudo tão cheio e, pior ainda, como achariam Richard e Jacob? Provavelmente no meio daquele aglomerado de gente que podia ser visto logo a frente. Sim! Ali estava a explicação - ou parte dela - para a movimentação naquela área, algo estava acontecendo e uma multidão parara para ver; a essa altura estavam quase no ponto onde se separaram e nada se via além de camadas e camadas de pessoas.
- Que que houve? - disse Charles curioso, quase que correndo ao meio das pernas adultas para descobrir do que se tratava.