01 - Hi, partner.

Em um momento o jovem se divertia a fazer cocegas afoitas em seu parceiro gramíneo, no seguinte já começava a ficar nervoso e levemente assustado com a quantidade de criaturas e pessoas, bastantes irritadas ao seu ver apesar de um garoto que se mostrava calmo com a situação, que se reuniam ao seu redor devido ao aroma doce que se evadira do botão rosáceo. Parecia que, apesar de não deter nenhuma intenção, a dupla provinda de Pallet acabava por arranjar sérios problemas.

Em meio a inúmeras reclamações, por mais que o jovem de cabelos verdes tentasse não conseguia se expressar em meio à confusão que se instalava, deixando-o com palavras de desculpas presos em sua garganta, já que não havia tido a intenção de causar problema algum ao brincar com Kiko, apenas lhe parecia um acidente repleto de mal-entendidos. Apenas isso. Porém, não deixava de sentir culpado e responsável pelos percalços criados ali.

Enfim, cessando parte do barulho, enquanto tentava se expressar ali, observara uma oficial e seu parceiro abordarem ele e mais três pessoas próximas, a qual uma era o garoto que se apresentara mais cedo como Hayato. Por momento não entendera o motivo deles serem acusados também, já que apenas haviam chegado ali junto de tantos outros que se irritaram com o acidente que fizera o gramíneo cometer. Contudo, com a fala de um dos jovens que era também acusado, o jovem sentiu um tanto mais calmo para falar e se expressar da maneira correta, não deixando de lhe lançar um olhar de agradecimento.

- E-ele tem razão. – Começara se referindo ao outro jovem. – Eles não têm nada a ver com a confusão que causei. A culpa foi minha. Não foi por querer, juro, estava apenas brincando um pouco com meu parceiro, fazendo cocegas para dizer a verdade, quando... Bom, sem querer, ele usou Sweet Scent e de repente toda essa confusão começou. – Tentara dizer de maneira rápida para explicar.

Enquanto Raiko falava o gramíneo se prostrava a sua frente de olhos baixos, talvez, sentindo-se tão culpado quanto o seu treinador, vez ou outra soltando grunhidos apressados e envergonhados.

- Sério. Realmente, me desculpem. Não tinha a intenção de fazer nada disso. – Disse envergonhado. – Não sei muito que posso fazer, mas posso tentar reembolsá-los ou tentar ajudar em qualquer coisa que me pedirem. É só dizer. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas.

A medida que as cobranças surgiam a sua frente, a face do jovem não deixava de ficar cada vez mais atônita, impressionada e assustada, fazendo-se perguntar se realmente teria como reembolsar todas a quem tinha prejudicado. Era muito dinheiro, será que tinha tudo aquilo? Não chegou a contar a quantia que carregava consigo, mas detinha certeza absoluta de que chegaria a tudo aquilo que precisava no momento.

Por um instante ficou sem palavras, confuso de como se redimiria ali. Ao longo de sua jornada já havia se envolvido em várias confusões, mas nunca envolvera dinheiro, ainda mais tanto assim. Naquele momento não tinha nenhuma ideia do que fazer, sendo assim, talvez, precisasse de tempo.

- Como posso dizer... Eh... – Começou de maneira envergonhada. – No momento... Agora, sabe? Não tenho toda essa quantia, eu acho. Mas me deem somente algum tempo, até o entardecer pelo menos, e terei toda a quantia para pagar o que foi quebrado e... Bem, resolver a questão dos joelhos. Prometo.

Infelizmente, por mais patético e sem garantias que fosse, era tudo que detinha naquele instante. Sua palavra apenas.

Apesar da tentativa de conseguir tempo para resolver todo aquele problema, tudo que conseguira fora acusações de que iria fugir sem pagar pelos prejuízos, algo que, sem sombras de dúvidas, o jovem de cabelos não ousaria fazer, já que sentia dentro de si certa culpa por toda a situação. Sendo assim, ficou a observar enquanto as pessoas ainda reclamavam da ocorrido e apresentavam suas exigências, não deixando de se concentrar especialmente na sugestão dos policiais presentes.

- Eu pagarei tudo e resolverei as coisas. É sério. – Anunciou mais uma vez de forma envergonhada. – Só tenham um pouquinho de calma, por favor. – Parou por um instante, se dirigindo agora a aqueles que ofereceram ajuda. – Obrigado pela ajuda, mas... Não quero incomodar vocês ainda mais.

Ditas tais palavras, Raiko converteu sua atenção para aquele que parecia ser o mais simples dos problemas, o caso da moça que teria um encontro mais tarde. Definitivamente, achava ser o mais simples, só esperava que não estivesse errado quanto a isso. Dessa maneira, logo tratou de se dirigir a ela, estampando em sua face certa vergonha e receio.

- Moça? Não precisa chorar, o problema é só de mostrar os joelhos ralados, certo? Não acha que poderia usar uma calça ou algo do tipo... – Começou sentindo-se um tanto triste por ver as lágrimas da mulher enquanto sua mente trabalhava para resolver aquilo. – Melhor ainda! Já que quer tanto usar a saia, por que não usa uma meia longa? Cobriria os joelhos ralados e ficaria bem melhor. Quer dizer, ao menos eu acharia um tanto mais bonito. – Finalizou sem graça.

Tendo conseguido oferecer uma boa sugestão para aquele problema, seguiria para o próximo, o caso da mãe e seu bebê. Enquanto seguia em direção a ela, deixava sua visão correr por ali, como se procurasse pelas mesmas barraquinhas que havia visto em sua chegada ali.

- Bom...Eh... Será que algumas daquelas barracas vendem frutas? A gente poderia esmagar alguma e dar pra ele, como se fosse uma papa, entende? Talvez possa ter algum pratinho e uma colher por lá também. – Continuou então. – E quanto as bagagens, não se preocupe. Assim que terminarmos tudo, eu mesmo as levarei para a senhora, tudo bem? Vou lhe acompanhar quando for embora.

Ainda defronte a mãe e seu filho, o jovem de cabelos verdes deixara sua atenção viajar em direção ao rapaz que tivera sua bicicleta destruída.

- Onde está seu irmão? – Indagou um tanto envergonhado. – Eu mesmo posso me explicar a ele e resolver as coisas com ele.

Ainda faltaria a questão do dinheiro para resolver, mas ao menos o jovem já achava que seria um bom começo.