Capítulo 7 / Parte 2 - Incólume [Tielo]

Rota 116

Após algum tempo em cárcere no Centro Pokémon, devido à uma chuva, Tielo finalmente conseguia retomar sua posição de viajante.

Entretanto, o tempo extra na cidade havia lhe beneficiado de alguma maneira. Um burburinho e conversando com a enfermeira Pokémon, soube dos rumores que tomavam a cidade. Uma atrocidade com Pokémons bebês desprotegidos havia acontecido ali por perto em algum momento.

Não era problema dele. Não deveria novamente ser benevolente e ir. As causas benéficas que fazia, até lhe trazia retorno, mas desviavam da sua trajetória normal. O que fazia sentir-se um pouco egoísta e confuso.

Entrou na rota sem muitas expectativas ou planos para agora, pois nenhum de seus planos habituais, envolvia estar aqui. E ainda não envolvem, precisava ir para o tão falado túnel.

Ao narrador: Primeiramente obrigado por assumir a rota.
Não tenho planos aqui, quero só fazer uma travessia pra participar do Swarm.

Rota 116

O jovem retira da sua Pokébola o casal (ao mesmo tempo não-casal) de Pokémons, Beautifly e Dustox.

Era engraçado como o simples ato de existir de alguns Pokémons, encantavam os olhos do bardo. Estava sem inspiração para cantar ou tocar. Era raro... Mas, acontecia. E o jeito como ambos os insetos dançavam no ar, aproveitando a liberdade que suas asas lhe entregavam, inspirava e muito o compositor.

Era dançante, contagiante, rítmico, mágico! Claramente, não faziam para ser, apenas eram, assim.

Tielo respirava aliviado por um tempo. Estava num momento muito nebuloso para si mesmo: A insatisfação!

Tinha muito medo disso. Procurava sempre ter a cabeça no lugar, evitar problemas, viver os bons e os momentos ruins também. Mas, um membro da seu povoado chegou a desenvolver uma espécie de estado mental negativo uma vez, devido à diversas frustrações e negatividades pessoais. Era uma boa pessoa, claro, mas, não tinha o mesmo o brilho que um dia já teve. Seu povoado sempre acreditava poder ver a aura das pessoas, e a deste em questão era cinza, e borrada. Apesar de tudo, essa tristeza internada dentro dele, fazia ter os poemas e poesias mais tocantes já existentes. Era bom tirar proveito mesmo das coisa ruins.

Apesar do ótimo exemplo narrativo para composição, não queria seguir esse exemplo. E os Pokémons naturalmente, lhe entregavam todas as cores imagináveis à sua aura, que certamente voltava a brilhar. Sorria, singelamente.

— Bom, temos que ir por um caminho, agora... - Olhou a opção em que adolescentes caminhavam um pouco mais a frente. E o campo florido e cheio de arbustos que, traria alguns obstáculos desconfortáveis, e provavelmente levasse ao mesmo local. - Venha, vamos. - Disse para ambos indo em direção à parte mais difícil, porém curta, da travessia, deixando os adolescentes para o outro lado.

Apesar de uma companhia humana lhe fazer bem, após tanto tempo distante disso, o caminho mais curto, apesar de potencialmente desastroso, era igualmente belo. E lhe renderia um encurtamento até os Pokémons abandonados. Apesar do mantra de 'não querer problemas' que rodeava sua cabeça, pensava nos sentimentos negativos que teria ao ver alguém abandonando Pokémons indefesos em qualquer local...

Medo desse possível drama!!! :C

Se eu entendi bem, você vai narrar minha travessia e meu 'swarm', correto? Pq sei que isso é possível... Hue s2

Rota 116

Era engraçado como Dustox era bastante ranzinza. Mas a personalidade de mariposa cada vez mais era amigável, sem perder o charme de seus aborrecimentos. Tudo isso devido à sua companhia. Beautifly era descontraído e mais gentil. O que causava quebrava um pouco o ar sério de Dustox. Vendo seu parceiro voar alegre, sentia-se motivada a fazer o mesmo.

O caminho continha flores variantes, ainda que agrupadas em determinados locais. Isso fazia lembrar de Jynx, sua Pokémon amante de arranjos florais. talvez logo menos fosse o momento de pegá-la para treinar essa sua performance.

— Sentem o cheiro? - Disse num tom, quase que para si mesmo. Afinal, os dois insetos voavam um pouco distante.

Mas claramente o casal deu atenção ao seu treinador. E realmente, o cheiro das flores era magnífico. Seria uma forma de arte a captação desses aromas para perfumar? Fazia uma anotação mental para pensar nisso depois. Agora tinha outra questão.

Dustox pousava em cima das flores mais próximas à Tielo, e o rapaz observava com um sorriso leve, sem parar de caminhar, mesmo que vagarosamente para não enroscar os pés em raízes e nem tropeçar em algo camuflado. E neste momento, quando se dá conta, Beautifly já procura fragrâncias em flores mais distante. Na verdade distante até demais, quase tomando um outro rumo.

— Acompanhe-o. Não deixe ele ir muito longe. - Disse num tom mais duro para Dustox, mas sem parecer muito autoritário. Era algo que Tielo trabalhava. Queria sempre ser uma presença de autoridade, com postura, mas sem perder a imagem amigável e até familiar que representasse para os Pokémons. Fazendo assim que seus Pokémons os obedecessem tanto por querer, quanto por um respeito.

E talvez Dustox e Beautifly realmente se completassem na suas personalidades. Porque assim como Beautifly quebrasse a seriedade de Dustox, ela poderia trazer o amigo a realidade.

Ainda assim, em sua cabeça, os Pokémons eram como crianças, tinham seus impulsos e suas vontades. Para o jovem, era importante respeitar isso, mas com um certo limite.

Sua intenção era aproximar-se de Beautifly, pare que ele curtisse um pouco as flores que queria, mas de maneira breve, para que pudessem seguir a viagem.

Você não sabe o quanto eu estava esperando por momentos como esse, em que eu pudesse interagir com meus Pokémons e trabalhar melhor as personalidades dele. Muito obrigado Haru-sama!

Rota 116

Parou por uns segundos depois que notou que Beautifly não ultrapassaria o ponto em que tinha pousado. Era o néctar! Se o perfume já atraía os humanos, imagina um Pokémon que se alimentava das substâncias dessas flores. Era como se caminhasse por dentro de uma fábrica de pães.

Dustox, com a cara um pouco amarrada, mas dificilmente resistiria a provar do mesmo. Porém claramente levaria pouco tempo. Era um luxo necessário. Valia a pena. Nunca teve um contato tão forte com seus Pokémons antes. E gostava.

Até agora, somente tinha Mudkip como mais íntimo. E de um tempo recente, o Pokémon se mostrava diferente... Mais reservado que o comum. Queria liberá-lo em campo e tentar decifrar o comportamento novo. Mas achou que seria invasivo. Tentando forçar uma interação que talvez não fosse saudável. Talvez... O tempo fosse um bom método. Mudkip poderia estar exausto, afinal, participou da maioria de batalhas até aqui.

— E que gosto tem? - Perguntou de maneira retórica para Beautifly que parecia se deliciar.

Enquanto tentava interagir mais com a borboleta, via um arbusto se remexer um pouco. Porém ignorou na primeira instância. Poderia ser o vento. Imaginação... Após isso, um barulho, ou um som?

Apesar de um ótimo ouvindo, afinal, precisava da audição pra afinar instrumentos, estava tão apreensivo que não conseguiu identificar se era um som natural da natureza, um som Pokémon ou qualquer outra origem.

Levantou o braço, criando uma espécie de local para pouso, acima da sua cabeça. Não havia treinado muito isso entre a dupla, afinal, tinham acabado de ganhar o par de asas. Mas via funcionar rapidamente entre os treinadores de Pokémons voadores. Eles levantavam o braço, e logo o Pokémon voava e pousava sobre o braço.

Funcionaria, não saberia... Mas era bom tentar.

— Retornem... - Falou no mesmo tom em que tinha dado ordem para Dustox anteriormente. Esperava que eles obedecessem, mas não sabia muito do resultado.

Independente disso, o que o jovem faria sozinho nessa situação, era sair dali o mais rápido possível e ignorar. Porém não estava sozinho. Era responsável por mais seis criaturas. Não tinha como ter noção da periculosidade daquele barulho sem ver o que era.

Provavelmente ambos já sabiam, pelo jeito que olhavam, faltava agora o treinador.

— Usem suas asas para fazer ventania. Abra caminho entre as flores e plantas... - Ordenou. - Talvez assim revele o que está por aí...

Rota 116

O ato era rapidamente respondido por Dustox, o que Tielo fez questão de recompensar com um grande sorriso e uma carícia na Pokémon. Apesar de ranzinza esperava ela no fundo, gostasse. Afinal, quem não gostaria de um cafuné?

Por outro Beautifly parecia pouco interessada em voar até seu mestre e tão pouco em abrir caminho no gramado com o vento de suas asas. O que Tielo forçava para não se irritar. Ser compreensivo demais exigia um tanto quanto do psicológico. Mas o menestrel era treinado quanto a isso. Beautifly estava curiosa com o que tinha ali. O porém era que poderia ser perigoso.

O que era um engano. Pelo menos por agora. Um Nincada surgia, bastante curioso com ambos os Pokémons em suas flores. Apesar de parecer inofensivo, ainda era um Pokémon. E Pokémons tem habilidades além da capacidade humana. Ainda assim, aproximou-se com cautela. Não iria confiar totalmente no julgamento de Beautifly, mas pra isso ele tinha Dustox.

— Eu sei que estava curioso com esse amiguinho. Mas na próxima vez que eu levantar o braço, aproxime-se de mim, assim como Dustox. Poderia ser um Pokémon feroz que machucasse a todos. Espero que cumpra minhas ordens... - Deu um sermão que apesar de duro, e parecer com uma bronca, terminou com um sorriso para que ele sentisse que não estava chateado ou bravo. Talvez Beutifly entendesse a necessidade da obediência.

Entretanto, o Nincada ainda estava ali, observando tudo, e com uma expressão amigável até o momento. O rapaz era alto, poderia assustar, então tratou de agachar-se enquanto acomodava Dustox em seu chapéu. Talvez tendo ambos os Pokémons voadores em harmonia com ele, não desse nenhum tipo de terror ao Pokémon.

Porém era possível notar uma característica do Pokémon que intrigava Tielo. O Pokémon parecia não responder a estimulos visuais. Talvez fosse... Cego? Isso entusiasmou tanto Tielo. Afinal. Era um Pokémon que não pudesse depender tanto da visão, mas com certeza teria outros sentido e questões sensoriais aguçadas.

Sentou-se no meio do gramado, empunhou seu violão, e tocou brevemente dedilhando as cordas e dando leves batuques na madeira pra compor um ritmo. Exemplo!

Após tocar, observaria a reação de Nincada. Estava decidido tê-lo em seu time. Mas, o Pokémon era inofensivo demais pra começar uma abordagem com batalha. Se o Pokémon corresse, pensaria em outro método, mas nada como a boa e velha conversa.

— Vi que você tem umas asinhas muito pequena... Acredito que se você for treinado, conseguirá evoluir e ter asas que te farão voar tão rápido que vão pensar que você está invisível... Esses dois aqui também foram treinados e evoluídos por mim. E agora... Estão voando por aí. Além de serem grandes artista como eu... - Em seu interior, acreditava que Pokémons selvagens ou não treinados, eram incapaz de compreender a fala humana. Mas acreditava nas sensações de Nincada. Assim como esperava que Beautifly e Dustox confirmassem a história e convencessem o Pokémon.

Tielo colocou uma Pokébola normal em sua frente, e apenas observou. Instruiu Nincada a tocá-la caso quisesse ser capturado, mas já preparava outras alternativas para as mais diversas reações.

Desculpa a bíblia. Mas sua narração me inspira... Por mais Harukis em minha rota.